O documento descreve a evolução histórica da Teologia Moral ao longo dos tempos, desde os Padres da Igreja até o Concílio Vaticano II. Aborda os principais pensadores como Clemente de Alexandria, Orígenes, Santo Ambrósio, Santo Agostinho e Santo Tomás de Aquino e como eles contribuíram para o desenvolvimento da reflexão ética cristã. Também destaca que o Concílio Vaticano II definiu que a Teologia Moral deve ser renovada para estar adaptada ao estado atual da sociedade.
O documento descreve a evolução histórica da Teologia Moral ao longo dos tempos, desde os Padres da Igreja até o Concílio Vaticano II. Aborda os principais pensadores como Clemente de Alexandria, Orígenes, Santo Ambrósio, Santo Agostinho e Santo Tomás de Aquino e como eles contribuíram para o desenvolvimento da reflexão ética cristã. Também destaca que o Concílio Vaticano II definiu que a Teologia Moral deve ser renovada para estar adaptada ao estado atual da sociedade.
O documento descreve a evolução histórica da Teologia Moral ao longo dos tempos, desde os Padres da Igreja até o Concílio Vaticano II. Aborda os principais pensadores como Clemente de Alexandria, Orígenes, Santo Ambrósio, Santo Agostinho e Santo Tomás de Aquino e como eles contribuíram para o desenvolvimento da reflexão ética cristã. Também destaca que o Concílio Vaticano II definiu que a Teologia Moral deve ser renovada para estar adaptada ao estado atual da sociedade.
Aula 3 Teologia para Leigos Diocese de Santo André
Professor Fernando 2020 Ética e Moral Aula 3: Teologia Moral através dos tempos
Como ocorreu a evolução histórica da Teologia
Moral? Ética e Moral 1) Evolução da Teologia Moral na História
A) Época da Patrística (Padres da Igreja)
Este período abrange os oito primeiros séculos da história cristã. Inúmeros são os escritores que refletem sobre os novos problemas que surgem, exigindo uma resposta em sintonia com a época e os condicionamentos socioculturais da época. Denominamos “Padres da Igreja” justamente os escritores da antiguidade cristã cuja santidade de vida e ortodoxia de pensamento foram reconhecidos pela Igreja. Ética e Moral
O primeiro momento da reflexão é constituída pelo
ensinamento moral dos “Padres Apostólicos”, assim chamados porque tiveram em seus escritos um “espelho” fiel da pregação dos apóstolos.
Eis as características de seus ensinamentos:
Ética e Moral 1. O discurso ético é elaborado em relação com a experiência litúrgica; desse modo evidencia-se a estreita ligação existente entre QUERIGMA e o mandamento de Deus, entre o acontecimento sacramental de Cristo e a vida cotidiana e concreta do cristão.
2. Geralmente, trata-se de ensinamentos ocasionais, pois são
apresentados em homilias, catequeses mistagógicas e, às vezes em cartas. Assim não se pode falar de um trabalho sistemático, mas sim, de exortações morais práticas. Ética e Moral 3. As grandes linhas da doutrina desta época – o recurso à sagrada escritura, que é o único código moral por eles reconhecido e de cujos textos fazem uso frequente, o princípio da imitação de Cristo, pois a vida cristã, é uma vida de união com Cristo, um seguimento até o martírio, se necessário for.
4. Para a descrição dos comportamentos morais, recorre-se aos
temas bíblicos e às categorias culturais próprias do judaísmo contemporâneo: o decálogo, as antíteses do Sermão da Montanha, as bem-aventuranças, e outros. Ética e Moral 5. Pode-se perceber até mesmo uma certa sistematização, pelo menos inicial, como ocorre no Pastor de Hermas, no pseudo Barnabé e na Didaqué. Essa sistematização se realiza sobretudo em torno do tema “dois caminhos”, de tão grande ensinamento bíblico ( Dt 30, 15-20; Jr 21,8; 1Rs 5,58; Sb 5, 5-7) – o início da vida cristã se configura como uma opção fundamental: a renúncia a Satanás ou a decisão por Cristo, e o tema se desdobra na descrição de dois caminhos concretos, o da Fé vivida e o da Impiedade. Ética e Moral a) Século II - Os apologistas
Trata-se do grupo que tem por objetivo defender o cristianismo
dos ataques pagãos. A esse grupo costuma-se agregar os autores (escritores) africanos devido a semelhança de seus escritos, por exemplo: Tertuliano e São Cipriano. Destaca-se de seus escritos a finalidade apologética, pois eles tentam contrapor a moral cristã à moral pagã: a superioridade do cristianismo se baseia na grandeza de sua doutrina moral e na santidade de vida dos seguidores de Cristo. Ética e Moral b) SÉCULO III Verificamos nesta época dois fatos básicos: → O número de cristãos cresceu consideravelmente e sua presença se faz notar em todos os ambientes e profissões; → O contexto cultural da Igreja já não é tão judaico ou judaizante de helenização do Cristianismo. A reflexão moral já não pode se contentar em procurar descobrir um comportamento evangélico para os cristãos, seja vida profissional ou civil. Agora sobretudo, ela tem que procurar encontrar o modo no qual possam articular as orientações morais cristãs, elaboradas no contexto da experiência litúrgico-sacramental do mistério cristão com o admirável discurso ético, elaborado no seio da filosofia grega. Ética e Moral •Primeiro Tratado de Ética Cristã •Clemente de Alexandria (+215) → Destacamos aqui a sua obra: Paidagogos (O Pedagogo), primeiro tratado de moral cristã, dividido em 3 livros: •No primeiro livro apresenta Cristo como mestre e modelo de perfeição cristã, que consiste na restauração da imagem divina do homem, tarefa que se torna possível em virtude da encarnação e presença do Verbo em todo cristão; nos outros dois livros apresenta uma exposição explicada de todos os preceitos, bem como uma detalhada explicação dos mesmos à vida prática. Ética e Moral •Orígenes (+254). Discípulo de Clemente de Alexandria. Homem de ampla formação e muito radical (ainda jovem castrou-se por interpretar ao pé da letra a passagem de Mt 19,12). Foi mais prudente ao referir-se da sabedoria pagã: “porque entre elas não há sabedoria que não esteja contaminada por alguma impureza”. •Sua obra: “De Principius”, um verdadeiro tratado de moral – os dois primeiros livros tratam de Deus e o mundo criado; o terceiro fala do homem, de sua liberdade diante das tentações, e do uso que devemos fazer desta liberdade; o quarto livro trata da Sagrada Escritura, sua inspiração e sua interpretação. Ética e Moral •Santo Ambrósio (+397) • Bispo de Milão, Possui uma vasta produção literária, na qual procura abordar de maneira bem prática os problemas morais. Destaque para sua obra “De officiis Ministrorum” (Deveres Eclesiásticos), a qual teria sido inspirada na obra homônima de Cícero; obra dividida em 4 livros: O honesto, O útil, Conflito e a conciliação entre o honesto e o útil. Adota também o sistema das quatro virtudes cardeais: prudência, justiça, temperança e fortaleza. De suas obras ficaram algumas normas de comportamento, soluções para alguns problemas ligados à consciência. Na sua opinião os cristãos mostram a sua superioridade não na quantidade da sua elaboração ética, e sim na conduta de sua ética de sua moral. Da mesma forma, os pagãos falam muito, porém, a sua falha cristã justamente ocorre no exercício das virtudes. Ética e Moral
•Santo Agostinho (+430)
•Ele chegou na Igreja após uma longa marcha pelo maniqueísmo (doutrina fundamentada na oposição entre o bem e o mal, no que se refere a criação do mundo) e o platonismo (doutrina baseada na criação das coisas a partir do mundo das ideias). •Agostinho nos seus escritos trabalha de uma maneira original e versátil. Seus escritos morais contêm: cativante expressão dos sentimentos; exortações morais práticas; admoestações epistolares; direção espiritual Ética e Moral
•Estrutura da sua reflexão ético-teológica: a
estrutura moral conduz sobretudo a se descobrir qual é o fim que teremos a usufruir, a bem-aventurança para a qual tendemos: esse fim é a posse de Deus. Todas as “coisas da realidade (do mundo) devem nos ajudar a atingir o fim último de Deus. Tudo deve ser usado segundo a lei suprema e interior da caridade para com Deus e para com o próximo: essa lei nos fora revelada na Sagrada Escritura e a sua observância só é possível com a graça de Cristo (e só com ela). Ética e Moral •Para Santo Agostinho, o pecado consistiria na quebra desta ordem, ou seja, fazer com o meio se torne o fim último. A Ética é o esforço para adequar o vivido (pelo homem) com o pensado (por Deus). A adequação desta relação com o comportamento humano e o sagrado ocorre na “consciência humana”. É na consciência humana que se manifesta a lei eterna de Deus como voz que o obriga e impele a percorrer o caminho da purificação (embora nem sempre, haja disposição do homem para isso) – para Agostinho, a vida moral cristã é o resultado de um contínuo processo de introspecção e ascese pessoal mediada pela escuta da consciência. •Santo Tomás de Aquino (+1274) •Para a origem e a razão da Teologia Moral residem na presença de Deus no homem ( o homem enquanto imagem de Deus, é o fim, a participação e a consciência). Com sua imagem fica destacada de forma profunda a dimensão teológica, cristológica e antropológica da moral: o homem é um “ser Moral” na medida em que se auto compadece e se auto possui tendo como modelo e referência (Deus) e na medida que também vai se configurando à imagem de Cristo, caminho para o fim que é Deus. A segunda categoria fundamental da ética tomista é o fim que é a união com Deus enquanto fonte de bem – aventurança que ajuda conquistar o Reino de Deus. É a mesma que vai valorizar as ações e a conduta moral do homem • Santo Tomás basicamente trabalha as verdades morais contidas na Revelação. Ele não analisa e avalia as múltiplas atividades humanas segundo o esquema de preceitos, mas segundo o esquema das virtudes teologais (fé – esperança – caridade ) e cardeais ( prudência – justiça – temperança – fortaleza). • Este esquema ressalva muito mais os valores antropológicos e as possibilidades ou potencialidades da vida segundo o Espírito; ressalva a caridade que nos coloca em íntima união com Deus. Ética e Moral 4) CONCÍLIO VATICANO II Hoje em dia, falar de crise ou até da “morte” da Ética e mais concretamente da Teologia Moral, já se tornou lugar comum e até mesmo é visto com certo preconceito falar de valores éticos ou morais. As mudanças: social, científica, tecnológica , religiosa, psicológica, enfim as ciências que circundam o ser humano, acontecem rápidas demais, e não dão espaços a reflexões, as quais levem o ser humano a fazer reflexões sobre o seu agir. Comprometimentos econômicos, interesses pelo poder, e outros estão tomando o lugar do agir voltado para o Bem Ética e Moral Definição desse momento atual a partir do Concílio Vat. II: “ As instituições, as leis e o modo de pensar e agir legados pelos antepassados não parecem sempre em adaptados ao estado atual das coisas. Vem daí perturbação grave no comportamento e nas normas de conduta”. Gaudium Spes 7,2 – Vaticano II Ética e Moral Para o Concílio Vaticano II a Teologia Moral deve ser: “sua exposição científica deve ser nutrida com maior intensidade pela doutrina da Sagrada Escritura, deverá mostrar à excelência das vocações fiéis em Cristo e sua obrigação de produzir frutos para o mundo”. Ética e Moral