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III- GÊNESIS
a) Fatos Históricos
b) Memória
c) A Criação do Mundo
IV- BIBLIOGRAFIA
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Essa redação do Pentateuco é de uma complexidade especial. Baseado em
estudos mais aprofundados dos exegetas aceita-se que a Torá é uma obra em
cinco tomos, baseada em quatro documentos procedentes de épocas diferentes.
PRÓLOGO: Gn 1-11
Verdades fundamentais sobre Deus e o homem (cap. 1-2); ruptura da primeira
economia de salvação (ruptura do pacto com Adão) e promessa do triunfo final
sobre o mal (cap. 3); progressiva deterioração da humanidade depois da queda
(cap. 4-11).
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37.50 A história de José e dos outros filhos de Jacó no Egito.
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III) GÊNESIS
Com esse tema principal em mente, o autor propõe-se mostrar como desde
o próprio início dos tempos Deus preparou providencialmente esse povo para ser
o primeiro núcleo de cidadãos do seu reino, depositário transmissor de sua
revelação. Um a um todos os outros povos mencionados no Gênesis são
eliminados do relato, restando unicamente a linha direta de Adão a Jacó e seus
doze filhos, passando por Set, Noé, Sem, Abraão e Isaac (até a formação do povo
no monte Sinai).
2. Existia um conflito cada vez maior entre a cidade e o campo, entre o sistema
dos reis e o sistema tribal. A cidade dominava o campo pela força militar e
exploravam os camponeses com a cobrança de impostos.
4. Muitos grupos que tentavam escapar da dominação dos reis ficavam vagando
ao deus-dará e se organizavam em bandos. Muitas vezes combatiam os reis e
eram chamados de hapiru. O nome “hebreu” vem daí.
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b) Memória
2. As diversas tribos e clãs. Em cada tribo e clã, as histórias passavam de pai para
filho, como fonte de identidade e explicação de suas situações, em relação aos
outros clãs e tribos.
4. A época dos reis. Quando o povo adotou o sistema dos reis tudo mudou. Aí
sentiu-se necessidade de organizar os sinais da presença de Deus para se
apagarem da lembrança, sobretudo nos tempos de crise.
c) A Criação do Mundo
Gn 1, 1ss:”No princípio, Deus criou os céus e a terra. A terra estava informe e vazia; as
trevas cobriam o abismo e o espírito de Deus pairava sobre as águas...”
O autor tenta contar como podia ser o mundo sem Deus: trevas, deserto,
águas. Tudo misturado, sem ordem e sem vida. São símbolos. Querem dizer que
as forças da morte dominavam. Para ele: deserto+trevas+águas= caos e
desordem. É a descrição de uma situação de morte e de maldição, uma situação
terrível que deveria estar sendo vivida por alguém, pelo autor do livro, por seu
povo...
Estes textos foram escritos por volta do ano 1000, no reinado de Salomão:
filho de Davi, foi um rei muito duro e opressor, como quase sempre são as
lideranças. O filho dele, Roboão, foi pior ainda, até se tornar um verdadeiro tirano.
O reino não aguentou6 e houve a separação: Judá e Israel dividiram-se. O reino
de Israel, porém, não foi muito longe, e terminou no ano 720 a.C. Sobrou Judá,
numa situação também muito crítica. O povo reclamava urgentemente reformas
por parte do governo, mas o reinado de Manasses resumiu-se em 50 anos de
corrupção. A corrupção torna o governo pobre, e tudo o que é pobre é fraco.
Assim, quando Nabucodonosor, rei da Babilônia, veio com um grande exército e
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invadiu a Palestina, acontece o desastre. Era o ano 587 a.C. Os soldados de
Nabucodonosor cercaram a cidade de Jerusalém, atearam fogo nas casas,
destruíram tudo, mataram quantos opuseram resistências e levaram consigo
para serem escravos aqueles que sobraram. Aconteceu o “fim do mundo” Era uma
situação horrível, cheia de desordem, de dor e de sofrimento. Assim Jeremias a
descreve em suas “Lamentações”: 1,11; 4,4; 2,11-12; 5,10, e outros. A palavra de
Deus é capaz de mudar de verdade. A mensagem do livro do Gênesis é esta
mesmo. No começo havia deserto, trevas, água. Mas...Deus disse:
Faça-se a luz... Separem-se as águas... Produza a terra... e tudo isso foi feito.
Entra em ação a Palavra de Deus. Começa a luta da vida contra a morte. Em vez
de desordem, A Palavra coloca a ordem e nós temos:
Deus falou e imediatamente tudo se fez conforme sua palavra ordenou: a luz
vence as trevas, o firmamento vence as águas, o verde vende o deserto! Uma
depois da outra, as forças da morte são derrotadas, submetidas ao plano Criador,
incapazes de oferecer qualquer resistência. Logo em seguida a Bíblia mostra
como a Palavra de Deus foi colocando ordem na desordem.
Para os antigos, o mundo não era imaginado redondo, mas pensavam que a
terra fosse uma grande planície cercada de água por todos os lados, inclusive em
cima. Mais ou menos assim:
Chapa do firmamento
Água terraterraaaa
Eles também imaginavam que a luz fosse algo distinto do sol, porque ela
aparece primeiro. Quanto ao sol, à lua e às estrelas, pensavam que fossem para
marcar os dias, os meses e as horas.
Após ter feito a luz e as estrelas, a Bíblia nos mostra Deus continuando a
arrumar a casa para o homem e a mulher, que Ele queria fazer à sua imagem e
semelhança.
V ~ BIBLIOGRAFIA
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2. GRUEN, Wolfgang; O Tempo Que Se Chama Hoje – Introdução ao
Antigo Testamento; 6ª. Edição; São paulo; Paulus; 1985.
3. MESTERS, Carlos; Curso Bíblico 1 ; RS; Cebi, 1997.
4. idem ; Formação do Povo de Deus – Roteiros para Reflexão II; 3ª.
Edição, SP; Paulus;1999.
5. BÍBLIA SAGRADA;Tradução da CNBB; vv. Editoras; 2ª.
Edição;2002.
2ª. APOSTILA
A) OS TEXTOS:
Devemos nos lembrar que o texto foi escrito a três mil anos atrás, e naquela época
tinham maneiras de falar cujo sentido tinha a haver com o cotidiano do povo. “O Senhor
Deus formou o homem do barro da terra...” - a palavra hebraica pó, poeira ou barro que
encontramos nestes textos indica a poeira fina do campo, usada pelos oleiros na fabricação
das peças mais delicadas. Isso quer dizer que o ser humano não foi feito para ser uma peça
qualquer do universo, mas uma peça fina, delicada, de grande valor.
A imagem ou comparação do Deus-oleiro é freqüente na Bíblia. O profeta
Jeremias escreve: “Assim como o barro nas mãos do oleiro, assim sóis vós na
minhas mãos, diz o Senhor” (Jer 18,6).
O autor da narração sobre o paraíso utilizou-se desta imagem já conhecida
para mostrar que o primeiro dever da pessoa é o de aceitar-se a si mesma na sua
condição de criatura perante de Deus.
“O Senhor Deus tirou uma costela do homem...e fez a mulher”.
A simbologia aponta para o companheirismo de iguais, a mulher não é nem
mais nem menos que o homem, mas:”Osso dos meus ossos, carne da minha
carne”(Gên2,23). Isto quer dizer que a missão do homem e da mulher é uma só:
imitar Deus. Eles devem fazer o que Deus fez: destruir a desordem que estraga a
vida e preparar o mundo para ser uma digna morada da humanidade. Do mesmo
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jeito que Deus organiza tudo pela sua Palavra, para que a vida possa nascer,
crescer e ser vida em abundância (Jô 10,10), assim o homem e a mulher,
orientados por esta mesma Palavra e fortalecidos por ela, deverão continuar e
organizar todas as coisas a favor da vida. O ser humano não é dono do mundo. O
dono é Deus. Só Ele. O homem e a mulher só tomam conta em nome de Deus. É
a preocupação de Deus é uma só: proteger e favorecer a vida!
2- HISTÓRIA DA MALDIÇÃO
a) O Pecado de Adão
“Desligar-se de Deus e da Sua Palavra (Gen 2, 24).
É a camada mais profunda, a de baixo, que suja e entope a fonte da vida. É
a revolta do ser humano contra Deus, seu afastamento e recusa a seguir sua
Palavra. Esta é a camada que fica na raiz das outras, escondida e misturada
dentro delas. Não dá para vê-la. Só a fé a enxerga. Mas ela é a pior de todas suja
mais do que todo o resto, pois desloca o eixo invisível da vida e coloca tudo fora
do lugar.
Adão é uma palavra hebraica que quer dizer homem. Somos todos nós,
desde o primeiro ao último! O pecado de Adão é separar a vida de Deus e Deus
da vida. O concílio Vaticano II diz que esta separação entre fé e vida continua
sendo o maior mal do nosso tempo! O Adão existe em todos nós. Adão desligou-
se de Deus e perdeu, assim, o único apoio verdadeiro que podia dar segurança à
sua vida. Desligado da fonte ficou inseguro e foi procurar um substituto para
ocupar a vaga que pertencia a Deus. O Adão de sempre quer segurança. Luta
para ser dono da vida.
Um Adão luta para ser o dono e outro entrega a submissão, ambos os casos
se afastam de Deus, vivem numa prisão coletiva. O pecado de Adão é chamado
de “pecado original”, porque está na origem de todos os males e, através deles,
ele se manifesta e se multiplica. É a raiz da maldição (Gen.3,14-19)
b) O pecado de Caim
Odiar, matar e vingar (Gen.4,1-26).
Adão desligou-se de Deus, que é Pai, e a primeira conseqüência foi Caim
matando Abel. Os homens deixaram de ser irmãos para tornarem-se inimigos. A
lei que passou a vigorar foi esta: “cada um por si, Deus por todos!” Ninguém se
interessava por ninguém. Era até o contrário: o irmão matava o irmão, Caim
matava Abel.
Até hoje, esta situação acontece. A partir de que se afasta de Deus, o ser
humano deixa de considerar o outro como irmão. Mata, fere, se vinga, joga
bombas, etc.
c) O dilúvio
Usar a Religião e Deus em proveito próprio (Gen.6,1-9,29)
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Os homens tinham perdido a noção de Deus e achavam que Deus fosse
igual a eles: um Deus com filhos. Pensavam até que pudessem casar com estes
filhos de Deus, para assim ganharem a proteção divina e ficarem famosos
(Gen.6,4). Botaram tudo de cabeça para baixo. Deus, em vez de Pai Criador, virou
instrumento nas mãos dos interesses dos homens para dar fama aos “heróis da
antiguidade” (Gen.6,4). A religião era usada para satisfazer os desejos dos
homens.
Essa tentação de usar Deus em proveito próprio, nasce no coração de todos,
tanto dos grandes como dos pequenos. Pouca gente escapa. A Bíblia diz que só
havia uma única família que escapou: a família de Noé.
d) A torre de Babel
Dominar e explorar os outros (Gen.11,1-9)
A situação não era nada boa. Bem perto de onde Abraão morava, lá mesmo
na Mesopotâmia, alguns homens decidiram ser os donos do mundo Disseram:
“Vamos construir uma cidade e uma torre que alcance o céu. Assim, criamos fama
e não precisamos andar dispersos pelo mundo” (Gen.11,4). Queriam chegar até o
céu e ocupar, eles mesmos, o lugar de Deus. E foi aí que se deu a grande
confusão da Torre de Babel. Pois o homem não é Deus, e nem é o dono do
mundo. Pretender tal coisa só pode dar confusão. Porque aí cada qual só fala a
linguagem de seus próprios interesses e egoístas, e um já não entende o que o
outro quer dizer.
Vocação de Abraão
“Deixa a tua terra, os teus parentes e a casa de teu pai, e vai para a terra
que eu te mostrar...” (Gen.12,1). Abraão é escolhido por Deus para encontrar um
lugar para colocar seu povo. O amadurecimento dele faz com que saia e vá
procurar este lugar, Abraão entende que é hora de mudança de conversão.
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O povo tinha que nascer de um filho que fosse sangue do próprio Abraão.
Mas como podia Sara, a esposa estéril, dar à luz esse filho? Sara também não foi
capaz de acreditar em si mesma e procurou um outro jeito para garantir a
promessa de Deus e encaixa-la dentro de um planejamento humano e realista:
ofereceu a própria empregada a Abraão. Para a mentalidade da época, a proposta
de Sara era razoável. Abraão atendeu ao pedido da esposa e teve um filho com
Agar. Chamaram o menino de Ismael, que quer dizer “Deus me ouviu”, e acharam
que esse fosse o filho com quem Deus ia realizar a promessa. Mas Deus não era
desta opinião. O filho devia ser de Sara.
C) BIBLIOGRAFIA
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3ª. APOSTILA
A) LIVRO DO ÊXODO
1) A SAÍDA DO POVO DE DEUS DO EGITO
B) LIVRO LEVÍTICO
C) LIVRO NÚMEROS
D) LIVRO DEUTERONÔMIO
E) BIBLIOGRAFIA
A) LIVRO DO ÊXODO
Êxodo (saída) dos hebreus do Egito. O Êxodo é o centro de interpretação da lei e dos
profetas, como preparação para compreender a missão e a prática libertadora de Jesus. O
Êxodo é o eixo central da Bíblia.
O livro do Êxodo se divide em três partes:
1ª. Parte: Ex 1,1-13,16 – três fatos importantes: a opressão no Egito, os prodígios que Deus
operou para libertar o povo e a celebração da Páscoa.
2ª. Parte: Ex 13,17-18,23 – a passagem pelo mar, seguida do canto de Moisés, da
caminhada pelo deserto, marcada por alguns fatos miraculosos, a visita de Jetro, o sogro de
Moisés e o conselho que ele deu para a organização do povo.
3ª. Parte: como foi feita a aliança no monte Sinai, as instruções que, em nome de Deus,
Moisés deu ao povo, a rebeldia do “bezerro de ouro” e a construção do santuário.
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Mar Vermelho – cantado por Mirian (Ex 15); é um poema de amor. Ela canta as maravilhas
que Deus fez para o seu povo do jeito que ela sentiu, procurando imagens que expressassem
melhor seus sentimentos de gratidão e de louvor.
Tema: Caminhada de libertação com Deus andando no meio deles.
Páscoa hebraica – Todo ano, na noite de “lua cheia” de primavera, os hebreus celebravam a
Páscoa, com o sacrifício do cordeiro e o uso de pães sem fermento, conforme a ordem
recebida quando Moisés convocou todos os anciãos de Israel dizendo em Ex 12,21.26-27;
Deut 16,3.
Celebração numa noite de vigília para lembrar como na noite da passagem do Mar
Vermelho – libertação Ex 12,42.
A Páscoa celebra-se:
B) LIVRO LEVÍTICO
Levítico provém do nome Levi, a tribo de Israel que foi escolhida para exercer a
função sacerdotal no meio do seu povo. Embora situado logo após o êxodo e atribuído a
Moisés, o livro Levítico, na verdade, foi escrito depois do exílio na Babilônia. Concorreram
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para a sua formação textos elaborados pelos sacerdotes através dos tempos: um ritual para
os sacrifícios, um ritual para a consagração dos sacerdotes e critérios para distinguir o que é
puro e o que impuro. A tudo isso foi acrescentado Lv 17-26, chamado Lei de Santidade.
Por trás da repetição monótona das leis, podemos descobrir o ideal proposto ao povo
que, no passado, Javé havia libertado da escravidão do Egito e que, no presente, Javé
libertou do exílio na Babilônia: cultuar o Deus libertador que vive no meio do povo,
reconhecer seus dons através dos sacrifícios, servi-lo através dos sacerdotes e voltar sempre
à comunhão com ele através do perdão. Acima de tudo, porém, está a exigência de ser
coerente na aliança: ser santo como o próprio Javé é santo (Lv 19,2). Essa santidade não
consiste em apenas em oferecer um culto minucioso, mas em viver a justiça e o amor de
Javé nas relações concretas. É dessa concepção de santidade encarnada que temos o
mandamento fundamental de toda a ética: “Ame o seu próximo como a si mesmo” (LV
19,18).
DIVISÃO
1-7: contém um ritual dos sacrifícios, a função dos sacerdotes e a parte que lhes cabe no
sacrifício.
8-10: ritual de ordenação dos sacerdotes. Notícias da morte de Nadab e Abiu e novas
normas para evitar os sacrilégios.
C) LIVRO NÚMEROS
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Chama-se Números porque começa com um grande recenseamento do povo hebreu
no deserto. Para os hebreus, a saída do Egito foi uma lenta e penosa caminhada em busca
de uma terra. Neste livro a caminhada se transforma em majestosa marcha organizada de
todo um povo, como uma procissão ou um exército. As tribos de Israel estão todas
presentes, formando os esquadrões de Deus, cada uma com o seu estandarte e avançado em
rigorosa formação. No centro de tudo vai a arca da Aliança. Isso mostra que o livro não
pretende narrar fatos históricos, mas quer nos transmitir mensagens. Assim como os
antepassados saíram da escravidão do Egito para chegar à terra de Canaã, do mesmo modo
todo o povo de Deus é peregrino e caminha para o reino prometido por Jesus. A
organização mostra que dentro do povo de Deus as funções devem ser repartidas, mas com
um único objetivo: realizar o projeto de Deus. E a arca da Aliança no centro indica que,
nessa caminhada, Deus está sempre no meio do seu povo.
O livro mostra também, e com muito realismo, que dentro dessa organização existem
fortes conflitos (Nm16), e que seus chefes estão sujeitos a fraquezas e desânimos, por mais
importantes que eles sejam na comunidade.
Em Nm 22 a 24 temos a história de Balaão e a sua burrinha. Essa história mostra como um
adivinho estrangeiro se torna um verdadeiro profeta de Deus. Com essa narração o livro
quer mostrar que dentro da caminhada do povo de Deus para a Terra Prometida deve haver
sempre um lugar para o profeta.
O deserto foi tempo da grande disciplina e pedagogia para o povo de Deus. Não basta estar
livre: é preciso aprender a viver a liberdade e conquista-lo continuamente, para não voltar a
ser escravo outra vez. No deserto Israel teve que superar muitas tentações acomodação,
desânimo, vontade de voltar atrás, desconfiança de Javé e dos líderes, imprudência, etc. Foi
no confronto com essas situações que ele descobriu e que significa ser livre para construir
uma sociedade justa e fraterna, alicerçada na liberdade e voltada para a vida. Visto sob essa
perspectiva, o livro dos Números nos ensina que qualquer transformação profunda exige
um longo período de educação e amadurecimento.
TEMAS:
1. preparação para a partida do Sinai (1,1-10,10). Antes da partida, organizaram-se em
grupos. Celebraram a festa da Páscoa conforme o Senhor mandou que fizessem a
cada ano, em abril (Nm 6,1-14). Receberam a benção de Deus para a caminhada
(Nm 6,22-27). Assim seguiram a caminhada guiados pela presença de Deus (Nm
9,15). A Arca da Aliança na qual estavam as tábuas da Lei ia à frente levada pelos
sacerdotes. Assim foram até o deserto de Fará, no caminho encontraram muitos
problemas.
2. As reclamações (10,11-12.6). A situação dos escravos torna o povo desunido. A
miséria faz com que os homens se tornem inimigos uns dos outros, havia problemas
de relacionamento entre eles na caminhada do deserto; relembravam o Egito – lá
eram escravos mas tinham peixes, pepinos, melões, cebolas e alhos. Com esta
situação se revoltam contra Moisés. Moisés quase determinou e se lamentou com
Deus; o Senhor respondeu eufórico (Nm 11,18-20). E como isto aconteceu? (Nm
11, 31-35). O lugar ficou conhecido por “cemitério da gula”.
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3. Autoridade repartida ( Ex 18,13-27; Nm 11,24-29). O povo não estava contente com
a liderança de Moisés e de seu grupo. A Aliança com Deus pedia um novo modo de
organizar a comunidade.
4. A lepra de Miriam (Nm 12). Continuaram a caminhar pelo deserto, mas alguns
ainda estavam descontentes com Moisés não reagiu. Por quê? (12,3). Quando
Miriam ficou leprosa? (Nm 12, 4-10)
5. Como ficou curada? ( Nm 12,11-16)
6. Os espiões do povo (Nm 13-14)
7. Outras religiões (Nm 16-17). Houve divisões que marcaram o povo. Dois homens
chamados Datam e Abiram e os encarregados do culto rebelaram-se contra Moisés e
Aarão. Muita gente ficou do lado deles. Mas Deus castigou com um tremor de terra
e a maioria deles foi morta. E depois Aarão foi confirmado como sacerdote do
Senhor.
8. O feiticeiro benzedor do povo ( Nm 22,24). É a história interessante de Balaão que
foi solicitado pelo rei Balac de Moab para amaldiçoar o povo de Israel que já estava
chegando perto de Jericó para entrar na Terra de Canaã ( Nm 22-24). Esta profecia é
lembrada no Evangelho de Mateus 2, 1-12.
D) DEUTERONONÔMIO
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uma minoria privilegiada detinha a riqueza e o poder, enquanto a maioria do povo que
ficava reduzida à miséria. Diante disso os levitas itinerantes (não ligados diretamente a um
santuário) desenvolveram uma catequese que mostrava o caminho para a superação dos
conflitos. Essa catequese diante de situações concretas se cristalizou nas leis do
Deuteronômio. Tais leis não devem ser entendidas no nosso sentido moderno de lei, mas
muito mais como orientação, ensino, educação para produzir relações justas e fraternas
dentro da sociedade dentro da sociedade. A intenção básica dos levitas era provocar
coerência entra a Aliança que se celebra e a vida que se vive. O esforço deles é um modelo
para que também nós saibamos tirar as consequências econômicas, políticas e sociais da fé
que professamos, a fim de que o fermento evangélico gere de fato uma sociedade nova.
BIBLIOGRAFIA
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