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Marcos 3, 1-6: A lei de Jesus é salvar o gênero humano.

V.1: Jesus entrou de novo na sinagoga, onde estava um homem com a mão seca.
V.2:Havia aí algumas pessoas espiando, para verem se Jesus ia curá-lo em dia de sábado, e
assim poderem acusá-lo.
V.3:Jesus disse ao homem da mão seca: “Levante-se e fique no meio.”
V.4:Depois perguntou aos outros: “O que é que a Lei permite no sábado: fazer o bem ou
fazer o mal, salvar uma vida ou matá-la?” Mas eles não disseram nada.
V.5: Jesus então olhou ao seu redor, cheio de ira e tristeza, porque eles eram duros de
coração. Depois disse ao homem: “Estenda a mão.” O homem estendeu a mão e ela ficou
boa.
V. 6: Logo depois, os fariseus saíram da sinagoga e, junto com alguns do partido de
Herodes, faziam um plano para matar Jesus.
Jesus mostra que a lei(Halaká 613 interpretações da Torá) do sábado deve ser
interpretada como libertação e vida para o gênero humano. Ao mesmo tempo, partidos
que eram inimigos entre si reúnem-se para planejar a morte desse profeta: afinal, ele está
destruindo a ideia de religião e sociedade que eles tinham(Esdras e Neemias).
O Livro de Rute

Estrutura
Crescente fértil
A crescente fértil foi uma
importante região,
especialmente para o início
da sedentarização de
diversos povos.

Ela leva este nome porque,


localizada entre os rios
Tigre, Eufrates, Jordão e
Nilo, tem um formato que
se assemelha ao de uma
lua crescente ou chapéu de
cangaceiro.
Localização de Canaã
ou Palestina

Os habitantes de Canaã, que


estavam lá antes dos israelitas,
eram chamados de cananeus.
Quando os israelitas
conquistaram(tomaram) Canaã,
essa região passou a ser
chamada de Israel. Moab

era cananeus.
Localização de Canaã ou
Palestina
A região de Canaã ficava no Oriente
Médio, entre o rio Jordão o mar
Mediterrâneo.
Essa era uma região fértil, com bons
acessos por terra e pelo mar.

Vários povos moravam em Canaã e


disputavam o controle da região – os
hititas, jebuseus, amorreus, heveus,
entre outros. Moab
O termo geral para todos esses povos
era cananeus.
Localização de Canaã ou Palestina

Apesar de Canaã ser um lugar muito bom


para morar, os cananeus eram conhecidos
por sua idolatria a Baal, que envolvia
práticas repugnantes como sacrifício de
crianças, e por cometer muitos pecados.

Por isso, Deus decretou a destruição


desses povos e entregou a terra a Seu
povo escolhido (Gênesis 15,14-16).

Que Deus é este Moab


que decreta
a destruição de outro povo?
Na Bíblia, em especial no
Primeiro Testamento são
temas de ponta: Fome,
peregrinação, êxodos,
migrações.

Nossa conversa é sobre três viúvas: Noemi, Orfa e Rute. Fome na terra sempre
foi um problema sério, fome em casa de viúvas é uma situação gravíssima.
Elas enfrentaram crises como as
nossas que ameaçam a
sobrevivência: escassez de
alimentos, falta de dinheiro,
falta de terra/casa, falta de
emprego, morte de membros na
família, idade avançada e falta
de produtividade dos corpos, já
cansados por tanto sofrimento.

Um esgotamento de forças, de emoções, mas não de esperanças.


Essas viúvas
nos mostram que enquanto há vida há esperança.
Estrutura do Livro de Rute
I. Cenário inicial: situação de morte onde III. Reconstrução do Povo: Levar Booz a
brotará a vida: 1,1 - 5; cumprir a lei do resgate.
• Noemi leva Rute para imitar Tamar: 3,1 -7 ;
Seção: 1,6 – 4,12: Caminhada da • Booz e Rute passam a noite no terreiro:
reconstrução do povo: • 3,8 -13 ;
voltar para terra: busca de Deus, Pão. • Rute volta cheia para casa: 3,14 -18;
• O inicio da Volta: 1,6 -14;
• Rute decide Voltar com Noemi: 1,15 -18; IV. Reconstrução do Povo: lutar pelo resgate
• Termino da volta: 1,19 – 22; da terra e da família.
• Booz inicia o processo de resgate: 4,1 - 4;
II. Reconstrução do Povo: catar as sobras • A decisão diante do tribuna: 4,5 – 8;
da colheita: • O tribuna aprova o novo rumo:4, 9-12
um direito dos pobres.
• Rute resolve catar as sobras da colheita: V. Cenário final: Um menino nasceu em Belém.
2, 1 - 7; • 4,13-17;
• Booz acolhe Rute: 2,8 - 14; • Apêndice: 4,18-22.
• Booz tem direito ao resgate: 2,15-23;
Sobre as origens de Rute, a Moabita

Sobre a autoria e a datação do livro, apesar


Os nomes escolhidos para os
de debatidas com pontos de vista totalmente
personagens e seus significados,
diferentes entre a tradição rabínica e a
simbolizam as funções na novela:
pesquisa histórico-social, nos levam ao
período pós-exílico.
Elimelec: Meu Deus é rei,
Noemi: graça ou graciosa,
A novela de Rute é uma resposta das mulheres
Mara: amargura ou amargosa,
estrangeiras aos movimentos de expulsão das
Maalon: doença,
esposas promovidos por Esdras e Neemias
Queliom: fragilidade,
(Esd 9 e 10/ Gn 16,1-16; 21, 8-21).
Orfa: costas,
Rute: amiga ou saciada,
O protagonismo feminino do livro, a Booz: pela força
possibilidade de Rute ter sido escrito por e Obede: servo.
mulheres camponesas é grande como aceita
entre muitos pesquisadores. A estrutura da narrativa mostra os personagens
sempre retornando ao ponto inicial e fazendo
Carlos Mesters ( Rute,1989, p. 13) diz que a revisões de seu planejamento. O povo da terra já
história é “[...] muito bem contada, altamente conhecia boa parte do Primeiro Testamento de
cor quando Rt foi escrito. A narrativa começa
poética, cheia de surpresas, do começo ao fim.
com a opressão e termina com a esperança.
Ponto de Partida: Pós – Exílio da Babilônia
Duas janelas abertas para conhecer a vida do povo
Na outra ponta, como nunca foram atingidos pelo
de Israel, após o exílio da Babilônia. Elas foram
exilio, morava o “povo da terra” (ham ha’aretz), por
contraditórias.
todo Israel.
Objetivo:
O “povo da terra”, sem as repressões da elite, com
É preciso olhar a vida social das pessoas, dos grupos
liberdade, constituiu um tipo de vida dentro das
e das classes sociais para se entender o fenômeno
tolerâncias de gênero, de etnias e de religião.
gritante que se manifestou em Israel do pós-exílio: a
Os estrangeiros conviviam, sem problemas, por
questão das
quase setenta anos, com os hebreus.
relações raciais.
Grupo da Golah ao retornarem com seus
O Tempo marcante (586-538 a.C.), pelo Decreto de
descendentes do cativeiro da Babilônia, agora
Ciro rei da Pérsia, o descendentes da elite israelita
reconhecidos e valorizados pelo novo império persa,
estavam retornando do exílio na Babilônia para a
subitamente, manifestaram sua estranheza diante
terra de Judá, com força e poder.
dos grupos sociais dos que ficaram e enraizaram a
Era a turma da Diáspora ou Golah(dispersão de povos). solidariedade étnica na terra.
Uma grande parte fixou residência em Jerusalém, com o Grupo da Golah toma um susto, definiram,
objetivo de reconstruir o Templo e dar força ao novo imediatamente, os limites e os muros da nova
povo de Israel, agora sociedade, não mais hebreia, mas judaica.
Judeu.
O termo “judeu” tomou corpo.
Ponto de Partida: Pós – Exílio da Babilônia

Grupo da Golah, ao retomar os poderes, vendo que as A partir do grupo sacerdotal de Esdras e com a força
raízes de outra mentalidade do povo da terra se ideológica de Sequenias (Esd 10, 2) explicitaram-se
estenderam pelos arredores, resolveu, em nome a intolerância, o preconceito, a arrogância e a
de(seu) Deus, atacar e destruir as experiências nativas dominação.
e étnicas.
Na base do decreto, os “exilados” ou “Grupo da
Surgiu uma ideologia da intolerância contra os Golah” (Esd 10, 7) e a “assembleia dos exilados”
estrangeiros, contra o gênero feminino e contra as (Esd 10, 8), na voz de Esdras, “separaram” a
crianças. Espalharam-se as profundas desigualdades comunidade exilada dos “povos da terra” (Esd 9,
sociais. Não podia haver mais diversidade. 11; Esd 10, 2-11) e das “mulheres estrangeiras”
(Esd 10, 3-11) e, mais duramente, dos “filhos” (Esd
Todos tinham que se alinhar ao pensamento único do 10, 3).
grupo sacerdotal ligado a Esdras. Começou, para Grupo
da Golah, um embate de preconceitos contra o Os “povos da terra” eram
estrangeiro, contra a mulher e, fortemente, contra as imundos/impuros/malditos, aos olhos dos que
crianças daquelas mulheres. retornavam do exílio ou Grupo da Golah
(Esd 9, 11).
Com isso, as desigualdades sociais ficaram
escancaradas.
A sociedade era camponesa, e a terra era objeto de
Por outro lado, com lucidez, o grupo de Rute ou
transações financeiras, indo de encontro à Lei.
povos da Terra, simbolizam os bem aventurados de
Existia uma elite dominante e uma classe de
vida dos tolerantes, que são discriminados,
empobrecidos que *respigavam (A lei (lei da respiga)
segregados e dos subordinados.
permitia aos pobres, estrangeiros, viúvas e órfãos esse
procedimento (Lv 19, 9-10; Dt 24, 19)
Se Grupo da Golah, representado pelas ideias de
, eram escravos ou assalariados.
Esdras (Esd 9 e 10) é um texto xenófobo(detesta
O clã era a unidade básica para a sociedade, mas não
estrangeiro), pedófobo(sentir aversão a crianças ) e
funcionava mais como deveria(estava em decadência).
racista( discriminação e preconceito), ao contrário,
A Lei assegurasse alguns direitos aos pobres, alguns
Rute ilustra, exatamente, o contrário para se viver,
destes (os essenciais) estavam sendo ignorados.
a partir da comunidade dos pobres.
A estrutura política não evidenciava a presença de reis,
O contexto histórico-social perceptível em Rute apenas juízes. As questões eram decididas no tribunal
demonstra um tempo de fome, migração, pobreza dos anciãos, à porta da cidade.
e falta de esperança para viúvas. O povo perdia A fé em Javé permeava tudo e a *teologia da
suas propriedades, os parentes mais ricos retribuição(Deus concede a riqueza para alguns e a
recusavam-se a ajudar os mais pobres. pobreza para todos os outros) também estava em
circulação.
Morte, falta de futuro, sentimento de culpa diante Os problemas básicos eram: terra, pão e família.
de Deus eram presentes também. Esse é o contexto presente também em Ne 5.
Compromisso de recomeçar
Textos do Livro de Rute

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