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CONCÍLIO DE JERUSALÉM

O Concílio de Jerusalém foi uma reuniã o inicial entre as lideranças cristã s


nos meados do Século I, para abordar se os gentios (nã o judeus) deveriam
ou nã o seguir as leis de Moisés.

O Concílio de Jerusalém foi o primeiro concílio da igreja cristã relatado em


Actos dos Apó stolos no capítulo 15, o mesmo foi realizado para deliberar
sobre a questã o de que se os cristã os judeus afirmavam cumprir a lei era
imprescindível para a salvaçã o ou o que o apó stolo Paulo ensinava nã o ser
necessá rio, pois a salvaçã o era pela graça e nã o pela observâ ncia da lei.
Uma decisã o precisava ser tomada a fim de solucionar a controvérsia.

O apó stolo Tiago, líder da igreja em Jerusalém, recomendou que os gentios


convertidos nã o fossem molestados com as questõ es judaicas (AT.15:19) e
apresentou parecer que agradou a todos e acalmou os â nimos mais
exaltados(At. 15:25-28). O parecer ficou conhecido como “ decretos
apostó licos” e possui quatro recomendaçõ es aos gentios convertidos. Os
decretos retratam os aspectos morais e cerimoniais da lei. (At.15:20).
O primeiro e o segundo parecem ter conexã o intencional, “ que vos
abstenhais das coisas sacrificadas aos ídolos” e que vos guardeis da “
prostituiçã o”. Este entendimento se dá pelo facto que a idolatria com
frequência envolvia a imoralidade. O terceiro e o quarto decreto também
possuem conexã o entre si. De um lado a orientaçã o de abstinência da “
carne sufocada”( carne que retém o sangue conforme Lv. 17:10-14) e de
outro a recomendaçã o para nã o comer “do sangue” conforme Lv. 3:17;
7:26;17:10;19:26) Estes decretos podem ser identificados com um resumo
da lei de Levítico capítulos 17-28 a que estavam obrigados os judeus e
também os estrangeiros que viviam entre eles.
Será que estes decretos tiram a liberdade cristã em relaçã o ao jugo dos
preceitos da lei mosaica? Ou se trata apenas de uma “palavra de sabedoria”
concedida pelo Espírito Santo para a soluçã o de um problema local da
igreja primitiva, entre judeus e estrangeiros? Todos concordam que os
decretos contra a idolatria e a imoralidade sã o preceitos vá lidos até o dia
de hoje. Mas, será de facto pecado comer carne e sangue? Os que
consideram pecado argumentam que este mandamento era anterior à lei
(Gn 9:3,4; 19:1-25;34:31;35:2-4) Os que nã o enxergam pecado afirmam ser
uma orientaçã o local com o propó sito de conciliar judeus e gentios
convertidos.
De facto os decretos contra a idolatria e a imoralidade fazem referência ao
segundo e sétimo mandamento. A chamada lei moral combatia a idolatria- “
Nã o fará s para ti imagens de escultura… “nã o te encurvará s a elas nem a
elas servirá s” Ex. 20:4,5 e ainda condenava a imoralidade-“ Nã o
adulterará s(Ex.20:14) Logo é consenso que o texto de Actos nã o trata de
um conjunto geral de regras morais para os cristã os, pois ficaria de fora
outros mandamentos, como “ nã o tomará s o nome do senhor em vã o. Ex.
20:7, “ honra teu pai e tua mã e.Ex.20:12) “ nã o matará s. Assim, nã o se pode
considerar como ordenança final aos cristã os e sim como uma orientaçã o
pontual específica para que os gentios e judeus convertidos pudessem
conviver harmoniosamente sem causar tropeços uns nos outros. (1 Co. 10
32)

Como conclusã o podemos afirmar que a idolatria e a imoralidade integram


os mandamentos teologicamente chamados de lei moral e permanecem em
vigor (estes decretos sã o indiscutíveis), carne sufocada e sangue integram o
que se convencionou integrar a lei cerimonial (estes sã o anteriores a lei e
alvo de discussã o actual). Os que discordam nã o podem comer qualquer
coisa com sangue (carne mal passada. Carne ao molho pardo e chouriço,
por exemplo) Quem entende diferente, absolve a consciência e nã o vê mal
em comer. Pó rem, é consenso nas duas correntes que nã o se deve beber
sangue. Acerca do Resultado deste Concílio ao pesar os dois princípios, o da
liberdade e da obediência. O resultado foi o triunfo do amor. E como afirma
Paulo “ Por isso se a comida escandalizar a meu irmã o, nunca mais comerei
carne, para que meu irmã o nã o se escandalize. ( 1 Co. 8:13).

Luanda, 1 de MARÇO de 2022.

Lorena Fortunato.

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