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Daiara Hori Figueroa Sampaio, nascida em São Paulo e residente de Brasília. Faz parte do povo indígena
Tukano do Alto Rio Negro na Amazônia brasileira. É artista, ativista, educadora e comunicadora, atuando
como professora na Secretaria de Educação do Governo do Distrito Federal. Possui graduação em Artes
Plásticas na Universidade de Brasília e mestrado em direitos humanos pela Universidade de Brasília, com
foco de pesquisa no direito à memória e à verdade dos povos indígenas. Também é coordenadora da
Rádio Yandê, primeira web-rádio indígena do Brasil.
Essa coisa da globalização da ayahuasca ela é faz parte de uma história de contato que
nós estando tendo com outras culturas. E a história desse contato é uma história que
vem de uma sucessão de violações à integridade, à dignidade da autonomia indígena, da
identidade indígena, seus saberes, seus conhecimentos, sua ciência, em tanto que
civilizações e nações autônomas, que são os povos originários dessa terra.
A ayahuasca é o nosso espírito, nossa origem, nossa ciência, nossa medicina, ela faz
parte da nossa política espiritual, de nossa diplomacia entre povos, de trocas culturais.
O livre trânsito do indígena com a sua medicina, para praticar a sua espiritualidade,
compartilhar o seu conhecimento tradicional fora de seus territórios é criminalizado, é
perseguido, é reprimido. [...] Isso também se discutiu aqui.
Além, é claro, de muitos casos de denúncias que nós temos recebido a respeito daquilo que nós
consideramos como um mal uso e uma prática que não é adequada, que não está de acordo com
os nossos conhecimentos, nossa orientação tradicional que a ética, a ética científica, espiritual, a
ética cultural dessas nações indígenas que são os povos originários dessa medicina.