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Introdução à

Teologia
Continuação
4.5. Teologia sistemática ou dogmática
Compreende uma série de disciplinas, tais como
Cristologia, eclesiologia, sacramentos(Católicos),
Trindade(Teontologia), Antropologia Teológica
(criação, pecado, graça e salvação). A dogmática
abarca ainda pequenos tratados como a
escatologia e a mariologia(católicos).
Sua matéria-prima é o dado revelado.
A Teologia Sistemática torna compreensível e
significativo o imenso patrimônio da vida e
reflexão dos cristãos. Renuncia ao objetivismo
estéril, que intenta contemplar uma verdade em
si mesma, longe da problemática humana.
Considera forma de compreender a verdade na
atualidade e reelabora conceitos (como
revelação, graça, e etc) em consonância com as
experiências pessoais e grupais.
Reconhece a historicidade e provisoriedade de
suas afirmações, sem com isso cair em relativismo
dissolvente. Exercita seu caráter performativo,
impulsionando à conversão, à prática efetiva do
amor solidário, pois reconhece que a verdade
cristã é operativa, transformadora,prática.
Tem como destaque recente os teólogos J.
Moltmann, W. Pannemberg, Kark Barth, Paul
Tillich, no campo protestante.
5. Enfoques teológicos recentes
Não será possível citar todos, então vamos ver os
mais significativos enfoques atuais.
5.1. Enfoque meta-sexista: a teologia feminista
Tenta responder às necessidades de
transformação das relações humanas, sobre o
lugar que a mulher vai assumindo na família e na
sociedade e sobre a importância crescente dos
movimentos femininos de libertação.
São algumas de suas características:
▪ Denuncia as atitudes, posturas, ações
discriminatórias e opressores contra o sexo
feminino;
▪ Relê dos dados da Escritura e da Tradição sob
nova ótica, redescobrindo e resgatando o
feminino silenciado.
▪Interpreta a fé pela ótica da reciprocidade,
humano é unidade e diversidade homem-mulher.
▪Superação da"teologia incompleta", em vista de
autêntica "teologia da integralidade"(R. Gibellini).
▪ Entende sua pauta como urgente para todos
aqueles que se preocupam pela sobrevivência e
pelo bem-estar de nosso planeta e do gênero
humano, além das mulheres, como propõe
Elizabeth S. Fiorenza.
▪Propõe redefinição da relação antropológico-ética
entre homem e mulher, ao deslocar o modelo de
subordinação para o de equivalência, o modelo
de complementaridade para o de androgenia, isto
é, plenamente inclusivo de homem e mulher.
▪ Busca figuras de mulheres, purifica-se a imagem
de Deus de suas conotações masculinas e
patriarcais, resgatando características maternas.
5.2. Enfoques étnicos: o caso da teologia negra
A luta contra o racismo e a discriminação estão no
cerne dessa produção. Seu exemplo mais claro e
conhecido provém da teologia negra elaborada
nos continentes americano e africano. Neste
último, remonta às décadas de 60 e 70, no Zaire e
na África do Sul, na época do regime de
apartheid.
De início ela tenta “mostrar que Deus consentiu a
existência negra como forma legítima de
existência humana”, opressão é injustificada.
Nos Estados Unidos, a teologia negra experimenta
longo processo de gestação, iniciado com as lutas
de libertação dos escravos. Fenômeno de
expressão mais recente no Brasil, ganha corpo
com rapidez, no contexto da Teologia da
Libertação.
Quando a "questão negra" é assumida em nível
de fé, suscita a pergunta: como ser, total e
plenamente, negro e cristão? Como recriar um
cristianismo negro, superando os estereótipos do
cristianismo branco, engendrado no contexto
cultural de matriz eurocêntrica?
Concentra-se na criação de espaços de
reconhecimento e tem certa desconfiança no
discurso e na lógica construída pelos brancos.
A teologia negra nascida nas igrejas evangélicas
norte-americanas põe em relevo a força
desideologizadora da Palavra de Deus. Conforme
James Cone, foram as Escrituras que capacitaram
os escravos a afirmarem uma visão de Deus que
diferia radicalmente daquela dos seus senhores. A
intenção dos senhores era de apresentar um
Jesus que faria o escravo obediente e dócil,servos
fiéis dos mestres brancos.
Mas muitos negros rejeitaram esta imagem de
Jesus; não somente porque ela contradizia sua
herança africana, mas também porque ela
contradizia o próprio testemunho das Escrituras.
5.3. Enfoque ecológico: teologia holística?
Está associado à busca por uma nova forma de
enfocar a posição do ser humano em relação ao
cosmos.
O fato de o cristão aderir a uma nova
mentalidade, compartilhada por grupos
não-cristãos ou pós-cristãos, como a "Nova Era",
não faz com que automaticamente esta
mentalidade seja rejeitada pela comunidade
eclesial. Existem na holística "sinais dos tempos",
sementes do Verbo que pedem reconhecimento e
valorização.
Há que evitar, no entanto, um pretenso
neo-universalismo que a tudo dilui e relativiza,
esvaziando o conteúdo da proposta de Jesus
Cristo, a novidade radical do Evangelho. O
cristianismo denuncia sobretudo as novas
pretensões de "auto-redenção" e o otimismo
ingênuo, embutidos na "espiritualidade
ecológica" moderna.
A "virada antropológica" estimula a adoção de
novas matrizes para a teologia. Não se sabe se
acontecerá o mesmo com a "virada ecológica",
que propugna o "biocentrismo". O fato inconteste
é que a ecologia, enquanto postura ética,
espiritualidade, e busca de acesso holístico ao
real, postula mudanças na teologia. Atinge
tratados como a antropologia teológica (criação,
pecado, graça, salvação), a moral, emesmo a
teologia bíblica.
A "virada antropológica" estimula a adoção de
novas matrizes para a teologia. Não se sabe se
acontecerá o mesmo com a "virada ecológica",
que propugna o "biocentrismo". O fato inconteste
é que a ecologia, enquanto postura ética,
espiritualidade, e busca de acesso holístico ao
real, postula mudanças na teologia. Atinge
tratados como a antropologia teológica (criação,
pecado, graça, salvação) e a moral.

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