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Introdução à

Teologia
Continuação
4.2.1. Perspectivas da teologia bíblica
a) Leitura sociológica.
Compreende o texto a partir do contexto
sociopolítico e econômico. Busca as estruturas
sociais, destacando as ideologias em conflito,
tanto na sociedade como no texto bíblico. Ajuda a
libertar a teologia bíblica de interpretações
idealistas e espiritualistas. Porém, corre o risco de
deixar de ser teologia.
b) Leitura sob a ótica da "história das
mentalidades".
Está ligada a uma tendência pertencente a uma
área chamada de Historiografia, ao acentuar o
influxo da cultura, da compreensão dos fatos,
especialmente na vida: cotidiana, sobre os textos.
Ainda desenvolveu-se pouco nos estudos bíblicos.
c) Análise de estrutura:
Parte do texto, tal como está, procurando
perceber-lhe a estrutura superficial e profunda.
Método propício para estudo orientado, realiza-se
em grupos ou pessoalmente. Ao contrário do
corte sincrônico da história da redação, que
busca,às vezes em vão, distinguir minuciosamente
camadas de textos,ela adota procedimento
sincrônico.
Considera o texto como unidade,conjunto
estruturado em ordem a transmitir uma
mensagem.Quando tomado de forma absoluta,
por meio da análise estrutural, prescinde da
história do texto e sua gênese.
Alguns que se servem deste método limitam a
interpretação do texto à tarefade identificar a
estrutura literária do texto e sua lógica de
oposição.
d) Estudo dos temas centrais: selecionam-se os
principais temas e assuntos dos livros em
questão, enfocando-os sob esta chave. O estudo
temático intenta compreender o texto com
algumas categorias globalizantes e unificadoras.
e) Análise setorizada:
Consiste no procedimento de analisar um tema
ou um relato do livro bíblico em questão,
servindo-se da exegese e de outros instrumentais
das ciências bíblicas. Tem a vantagem de mostrar
a originalidade de uma perícope ou capítulo,
apresenta a desvantagem de se tomar enfadonha
para os alunos do bacharelado.Aprofunda um
aspecto, à custa da perda da visão geral.
A exegese bíblica, em âmbito internacional,
parece ser o setor em que mais se investiga com
liberdade de opinião. Entretanto, os resultados
das pesquisas são, muitas vezes, vistos com
suspeita. Não falta quem acuse os biblistas de
responsáveis pelo desabamento da fé do povo,
devido à leitura crítica e desmitologizante dos
textos. Na América Latina, com exceções,
realiza-se pouco na área da pesquisa bíblica de
natureza acadêmica.
Engendrou-se um movimento de leitura da Bíblia
na ótica dos pobres, ramificado em todo o
Continente.
Carlos Mesters explicitou uma postura
metodológico-hermenêutica que, de forma
simples, integra os recursos oferecidos pela
ciência bíblica atual com a premente necessidade
de uma leitura pastoral da Escritura.
4.5. Teologia sistemática ou dogmática
Compreende uma série de disciplinas, tais como
Cristologia, eclesiologia, sacramentos(Católicos),
Trindade(Teontologia), Antropologia teológica
(criação, pecado, graça e salvação). A dogmática
abarca ainda pequenos tratados como a
escatologia e a mariologia(católicos).
Sua matéria-prima é o dado revelado.
A teologia sistemática, como inteligência
atualizada dos dados da fé, não se ocupa
meramente em repetir os dogmas, mas em tomar
compreensível e significativo o imenso patrimônio
da vida e reflexão dos cristãos. Renuncia ao
objetivismo estéril, que intenta contemplar uma
verdade em si mesma, longe da problemática
humana.
Leva em conta, em seu trabalho, a sensibilidade e
a forma de compreender a verdade de nossos
contemporâneos. Integra em seu discurso a
experiência subjetiva, reelaborando conceitos
(como revelação, graça, sacramentos)em
consonância com as experiências pessoais e
grupais.
Reconhece a historicidade e provisoriedade de
suas afirmações, sem com isso cair em relativismo
dissolvente. Exercita seu caráter performativo,
impulsionando à conversão, à prática efetiva do
amor solidário, pois reconhece que a verdade
cristã é operativa, transformadora,prática.
Com a dogmática-sistemática, entra-se na
principal área diferenciadora da teologia católica,
em relação aos evangélicos e ortodoxos.Os
grupos cristãos não-católicos vêem com certa
desconfiança o excessivo peso que a teologia
católica dá à dogmática. Os evangélicos acentuam
mais a teologia bíblica, aceitando a dogmática
elaborada pelos primeiros concílios ecumênicos.
Entretanto, na atualidade, alguns teólogos
protestantes, como K. Barth, P. Tillich, W.
Pannenberg e Moltmann entre outros, têm
elaborado excelentes, profundos e amplos
tratados de sistemática, oferecendo valiosa
contribuição para suas igrejas e para os
companheiros católicos.
Os ortodoxos vão um pouco além dos
evangélicos, ao aceitar as afirmações dogmáticas
até a patrística tardia, bem como alguns
pronunciamentos do magistério católico.
Movem-se no entanto em outra esfera de
reflexão, mais tradicional e mística e menos
especulativa, se compreendida sob o ponto
devista ocidental.A teologia dogmática sofre
alteração substancial com o ConcílioVaticano II.
Abandona-se o esquema dedutivo, centrado em
teses,substituindo-o pelo procedimento proposto
no Decreto Optatam totius,
O estudo de cada tema da dogmática deve,
segundo o documento,partir da. Escritura. Em
seguida, percorre a reflexão realizada pela
patrística e pela história do dogma. Por fim,
realiza reflexão especulativa e atualiza-se. A teoria
assim elaborada tem finalidade prática: ser
reconhecida na liturgia e na vida da Igreja e
contribuir para a evangelização em novos

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