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James Sawyer
UMA INTRODUÇÃO À
TEOLOGIA
Das questões preliminares, da vocação e do labor teológico
Tradução
E stevan F. Kirschner
Vida
C apítulo 7
termo “teologia” é amplo em sua abrangência. Em seu emprego mais extenso, ele
0 é aplicado a qualquer tópico que esteja de alguma forma relacionado com Deus e
com as coisas divinas. Ouvimos falar da “teologia da educação cristã”, da “teologia do mi
nistério urbano” a até de uma “teologia da arquitetura de igreja”. Em cada caso, a disciplina
emquestão tenta de algum modo aplicar os princípios das Escrituras a áreas específicas da
vida. Num sentido mais formal, referimo-nos a todas as áreas do estudo que dizem respeito
às Escrituras, sua interpretação e sua aplicação como domínio dos estudos teológicos.
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UMA INTRODUÇÃO À TEOLOGIA
O processo teológico começa com a teologia bíblica , que sintetiza os resultados mais
amplos do processo exegético num todo coerente. O passo seguinte no processo, de
uma perspectiva lógica, é a teologia histórica , que envolve o estudo do desenvolvimento
da compreensão teológica ao longo da história da Igreja. O último estágio do processo
é a teologia sistemática , que sintetiza os resultados de todo o processo num todo coe
rente e contextualiza a verdade de Deus na língua, categorias e formas de pensamento
compreensíveis aos contemporâneos. Como vimos nos capítulos anteriores, a tarefada
teologia jamais acaba, porque a situação contemporânea é diferente de época para época
e de cultura para cultura.
Cada uma das disciplinas teológicas formais tem um foco, história e método diferen
tes, que devem ser compreendidos se quisermos entender plenamente a disciplina.
A. TEOLOGIA BÍBLICA
A teologia bíblica é uma divisão dos estudos teológicos que procura apre
sentar o desdobramento progressivo do ensino das várias eras e autores da
Bíblia em suas formas de pensamento, categorias e contexto histórico, em vez
de impor ao texto bíblico as divisões da teologia sistemática. Como disciplina,
é descritiva e sintética, em vez de analítica.
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As divisões do estudo teológico
1 V. cap. 5.
: Como já foi observado, essa interpretação da sola scriptura não é fiel à mensagem da Reforma. Trata-se,
na verdade, do que Donald B loesch rotula de nuda scriptura (op. cit., p. 193).
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UMA INTRODUÇÃO ÀTEOLOGIA
Como disciplina, a teologia bíblica está preocupada com “o que a Bíblia significou
para seus primeiros ouvintes. Não lhe interessa a questão normativa: “O que a Bíblia
significa hoje?”, para os ouvintes do século X X I.1 Esse é o domínio da teologia sistemá
tica. A teologia bíblica é, pois, por natureza, descritiva e histórica. Seu alvo é organizar
e apresentar o ensino da Bíblia nas categorias utilizada pelos escritores sagrados, em
contraste com a teologia sistemática, que organiza o material bíblico em categorias que
parecem lógicas para nós e até mesmo necessárias, mas que não são as formas de pen
samento das Escrituras.
A teologia bíblica está acima do processo exegético, que trata dos detalhes de um
texto em todas as suas particularidades. Ela sintetiza os resultados da exegese num todo
compreensivo, fornecendo-nos um quadro da revelação de Deus em seu contexto ori
ginal. Já se reconhece há algum tempo que a teologia bíblica funciona como disciplina
reguladora entre a exegese e a sistemática (teologia sistemática), para assegurar que o
teólogo sistemático não tome os resultados de uma única passagem ou de um grupo de
passagens como normativo, enquanto ignora o contexto mais amplo das perspectivas
bíblicas e a natureza contextualizada da revelação das Escrituras.
' B riggs , Charles Augustus. The Study of Holy Scripture. New York: Scribner, 1899. p. 596.
1 Krister Stendaiil destaca esse ponto ao distinguir a teologia bíblica da teologia sistemática em seu
artigo clássico: Biblical Theology, Contemporary. In: C rim , Keith R.; B ut trick , Geoge A. (Eds.).
Interpreter’s Bible Dictionary. Nashville: Abingdom, 1981. 1:419.
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As divisões do estudo teológico
A teologia bíblica está localizada no meio das outras disciplinas teológicas. Como
disciplina, ela é sintética , juntando os resultados da exegese de todo material bíblico.
Como síntese do estudo analítico preliminar, ela toma os vários segmentos do ensino
bíblico e os unifica em temas dominantes que podem ser traçados ao longo do texto bí
blico sem forçar uma unidade de perspectiva artificial sobre o material bíblico diverso.
Ela se situa como uma disciplina intermediária entre a exegese e a sistemática e ao lado
da teologia histórica.
a. Exegese
5 The Idea of Systematic Ί heology. In: D a v i s , John Jefferson (Org.). The Necessity' of Systematic Theology.
Grand Rapids: Baker, 1978. p. 144.
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UMA INTRODUÇÃO A TEOLOGIA
b. Estudos críticos
Durante os dois últimos séculos, o estudo crítico do texto reinou soberano nos cír
culos não conservadores. Questões sobre autoria, fontes, redatores e coisas semelhantes
ocuparam esses estudiosos. Nesse processo, a mensagem da Bíblia quase sempre se perde.
O relacionamento entre a teologia bíblica e os estudos críticos é tangencial, pois a teo
logia bíblica se interessa pelo texto bíblico do modo em que ele chegou até nós. Nesse
sentido, a teologia bíblica é canônica cm sua perspectiva, em contraste com o aspecto
crítico, ou seja, ela toma o texto canônico como determinado, cm vez de tentar enxergá
-lo por trás, a fim de conhecer sua formação e desenvolvimento.
c. Teologia histórica
d. Teologia sistemática
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As divisões do estudo teológico
A natureza do material bíblico é a d hoc — isto é, foi escrito, em geral, para suprir
as necessidades de uma comunidade de té. O único escritor do NT que esteve próximo
de apresentar o que normalmente se considera teologia foi Paulo. Ele argumentava seu
caso, tentando persuadir por uma forma de raciocínio que conclamava o leitor a reco
nhecer a validade do que estava sendo apresentado, em vez de simplesmente apresentar
seu material na forma de princípios. Ainda assim, as cartas de Paulo são também ad
hoc: não apresentam um sistema de pensamento coerente plenamente desenvolvido. Até
mesmo em seu escrito mais “teológico”, Romanos, os interesses de Paulo são imediatos
epastorais, e não reflexivos.
Como disciplina, a teologia não se origina diretamente das Escrituras. l)e fato, ela
não tomou uma configuração formal até o aparecimento do escolasticismo, no auge da
s Ibid., p. 145-146.
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UMA INTRODUÇÃO ÀTEOLOGIA
Idade Média. O surgimento da teologia como disciplina veio por influência da filosofia
grega. A Bíblia, é claro, forneceu o material para a reflexão, mas os princípios do pensa
mento disciplinado — os meios e os modos de reflexão — derivaram da filosofia. Com o
surgimento da teologia na Idade Média, os teólogos não tentaram conscientemente “pen
sar os pensamentos de Deus” como se fossem distintos dos pensamentos deles. Isso só
aconteceria em séculos posteriores. Em vez disso, eles pensavam pensamentos próprios,
reconhecendo que eram os pensamentos das Escrituras e de seus autores. A razão para essa
premissa era que os teólogos presumiam uma dupla continuidade entre eles próprios e os
escritores bíblicos: uma continuidade de material na forma das Escrituras e uma continui
dade de tradição viva, que ligava o teólogo medieval diretamente ao mundo da Bíblia.
O cristianismo medieval não reconhecia sua distância histórica com o mundo da
Bíblia. Essa falta de distanciamento pode ser vista vividamente na arte medieval, que
retrata cenas bíblicas em cenários e indumentária da era medieval. Às vezes, personali
dades medievais eram misturadas com personagens da Bíblia. A Bíblia e suas histórias
eram bem conhecidas e faziam parte da religião viva daquele período.'
c. A ruptura da Reforma
Cf. Hendrikus B oi-rs , What Is New Testament Theology? Philadelphia: Portress, 1979. p. 15-18.
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As divisões do estudo teológico
A insistência dos protestantes em que a teologia não devia ser apenas alicerçada
sobre a Bíblia com o sua fonte, mas também fundam entada nela conceitualmente pro
duziu uma crise na metodologia teológica. Por sua natureza, a Bíblia não podia forne
cer as categorias formais de pensamento sobre as quais um sistema teológico pudesse
ser construído. Assim, a filosofia como disciplina não podia ser sacrificada a favor
da Bíblia. Contudo, a própria disciplina era estranha à perspectiva bíblica. Essa crise
afetou tanto o catolicism o quanto o protestantismo. Na época, o catolicismo, embora
rejeitasse a sola scriptura da Reforma, concordava com o protestantismo em que a teo
logia deve ser fundamentada na Bíblia. Esse foi o período da construção de sistemas.
Protestantes e católicos produziram teologias em inentem ente “bíblicas”, ou seja, as
declarações eram apoiadas por textos bíblicos. Contudo, ao produzir essas teologias
“baseadas biblicam ente”, passou-se a tratar as Escrituras como um livro anistórico que
caiu do céu, expressando a verdade atemporal de Deus, que podia ser compreendida
pelo estudante treinado. O trabalho do teólogo era, portanto, tratar a Bíblia como seu
livro-fonte de fatos. Uma vez que Deus era o autor dos fatos, existia uma harmonia
natural entre todas as partes das Escrituras, e esses fatos foram organizados e expostos
sistematicamente, de alguma forma.
Uma vez que as categorias formais não podiam ser baseadas na Bíblia, muitos teólo
gos insistiam em que suas teologias eram simplesmente derivadas do arranjo natural do
material bíblico. Desses sistemas de doutrina deduzidos das Escrituras, outras verdades
também eram deduzidas. Metodologicamente, os escolásticos protestantes inverteram a
prática da primeira geração de reformadores c retornaram à metodologia escolástica da
Igreja medieval. É importante observar que o texto não era visto como literatura com
posta de vários gêneros ou condicionado historicamente à época em que foi produzido.
0 sistema reinava supremo, e em geral todas as verdades eram consideradas igualmente
importantes. Negar uma verdade do sistema era visto por alguns como uma negação de
todo o sistema, uma vez que as verdades eram entendidas como inexoravelmente inter
ligadas. Por isso, ao construir seus sistemas, os dogmáticos tinham pouca ou nenhuma
consideração pelo contexto literário ou pela situação histórica à qual o texto se referia.
Devemos também observar que o pietismo, surgido como uma reação ao escolasti-
cismo intelectual luterano, opunha-se ao trabalho dos dogmáticos. Filipe Jacó Spener
denunciou o fato de que Lutero expulsou o escolasticismo pela porta da frente, e seus
sucessores ortodoxos o deixaram entrar pela porta dos fundos.
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UMA INTRODUÇÃO À TEOLOGIA
Theology: Basic Issues in the Current Debate, ed. rev., Grand Rapids: Eerdmans, 1991 |Teologia
do Antigo Testamento: questões fundamentais no debate atual. Rio de Janeiro: Juerp, 1987], e New
Testament Theology: Basic Issues in the Current Debate, Grand Rapids: Eerdmans, 1978 [Teologia
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As divisões do estudo teológico
1. A inspiração devia ser deixada do lado de fora da equação, pelo fato de que o Espí
rito de Deus não havia anulado nos escritores sagrados a habilidade de entender
nem a percepção natural das coisas. O fator crucial não é a autoridade divina,
mas a perspectiva do autor.
2. ü trabalho da teologia bíblica reconhece que os escritores sagrados apresentam
mais que uma única perspectiva, de modo que as perspectivas dos vários autores
devem ser cuidadosamente organizadas, relacionadas a conceitos gerais e com
paradas umas com as outras.
do Novo Testamento: questões fundamentais no debate atual. Rio de Janeiro: Juerp, 1988], Essas
obras formam a base do resumo a seguir.
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UMA INTRODUÇÃO À TEOLOGIA
3. Uma vez que a teologia bíblica é uma disciplina histórica, ela é, por definição,
obrigada a “distinguir entre os diversos períodos da antiga e da nova religião”
e, ao fazer isso, deve investigar quais idéias são aplicáveis hoje e quais não têm
validade para nossa época.10
A tarefa da teologia bíblica era fazer mediação entre a religião apresentada no texto
das Escrituras, por um lado, e a tarefa da dogmática, por outro lado, tornando-se a base
para a última. Era a transformação da religião bíblica num sistema teológico que forne
cia a base para a dogmática.
Os estudos do NT divergiam dos estudos do AT no início do século X IX , e, por in
fluência de Georg Lorenz Bauer, surgiu a teologia do NT como disciplina. Ele declara:
lu H a sel , Gerhard. New Testament Theology: Basic Issues in the Current Debate, p. 23.
11 Apud KOmmel , Werner G. The New Testament: A History of the Investigation of Its Problems. Trad.
S. McClean Gilmour e I Ioward C. Kee. Nashville: Abingdon, 1972. p. 105.
12 O protocatolícismo não deve ser confundido com o catolicismo romano, cujo aparecimento foi so
mente no período inicial da Idade Média.
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As divisões do estudo teológico
'·’ Hashl, Gerhard. New Testament Theology: Basic Issues in the Current Debate, p. 37.
" Ibid., p. 55.
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UMA INTRODUÇÃO À TEOLOGIA
O desafio representado por Karl Barth e pela neo-ortodoxia à teologia liberal do
minante produziu um novo interesse pela Bíblia e pela teologia. Essa reação, por sua
vez, deu origem ao chamado “movimento de teologia bíblica”,15 identificado com preo
cupações tais como fazer distinção entre o pensamento grego e o hebraico, contemplar
as Escrituras em seu contexto cultural e tentar identificar o eixo unificador da Bíblia.
Como movimento, desenvolveu-se simultaneamente com a neo-ortodoxia e entrou em
declínio como força na teologia norte-americana na década de 1960. Gerhard Hasel
acredita que o fracasso do movimento deveu-se ao fato de ter surgido do liberalismo e
pretender corrigi-lo internamente. O fracasso foi consequência da ligação básica com as
tendências, padrões de pensamento e métodos da teologia liberal.16
a. Teologia do AT
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As divisões do estudo teológico
b. Teologia do NT
b. A questão do método
Embora o alvo da teologia bíblica seja simples, os meios para alcançar esse alvo são
sempre complexos. Na verdade, não existe um método universalmente reconhecido e
aceito. Muitos métodos são empregados por vários teólogos bíblicos, desde os métodos
sintético, analítico, da história das religiões, diacrônico, da crítica da tradição, cristoló-
gico, e confessional até o multiplex.17
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UMA INTRODUÇÃO À TEOLOGIA
B. TEOLOGIA HISTÓRICA
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As divisões do estudo teológico
desde aquela época. Antes disso, tanto os teólogos católicos romanos quanto os protes
tantes viam seus sistemas teológicos como estáticos, como se tivessem emergido direta
mente do NT, assim como Minerva era vista emergindo da cabeça dc Zeus, totalmente
crescida e armada para a batalha. Foi o cardeal John Henry Newman19quem influenciou
de modo especial a popularização do conceito de desenvolvimento da doutrina.
A teologia histórica é uma disciplina híbrida que deriva tanto da teologia quanto da
História. F.sse híbrido reconhece que forças históricas e sociológicas estão envolvidas
na forma em que as questões são elaboradas e as respostas são dadas, mas a teologia
histórica não faz que as respostas sejam absorvidas pelo aspecto sociológico. Em vez
disso, embora reconheça os fatores contingentes envolvidos, a teologia histórica está
preocupada com o conteúdo das crenças apresentadas como intrinsecamente cristãs.
Segundo Hubert Cunliffe-Jones, “o historiador ideal da teologia cristã deve estar profun
damente alicerçado na verdade do evangelho e envolvido na vida da Igreja, igualmente
à vontade nos campos da história e da filosofia, e capacitado com os poderosos dons da
exposição”.20 Além disso,
o historiador da teologia cristã deve estar atento ao contexto cultural dos teó
logos c das proposições que ele investiga e registra. Toda teologia é formulada
num contexto cultural. Fatores culturais influenciaram a teologia de teólogos no
passado de maneiras que os próprios teólogos nem sempre percebiam.21
” V. cap. 9, para conhecer melhor a contribuição de Newman. Kmbora a perspectiva de Newman tivesse
como objetivo explicar mudanças dentro do catolicismo, a ideia subjacente de que a doutrina é dinâ
mica e se desenvolve com o tempo é reconhecida por todos nesse campo dc estudo.
8 A History of Christian Doctrine, p. 17.
!l Ibid., p. 17.
J! N e v e , J. L ; H e ic k , O. W. A History of Christian Thought. Philadelphia: United Lutheran Publication
House, 1943. v. 1, p. 6. Cf. Wilhelm M uenscher , Handbuch der christlichen Dogmengeschichte, 4 v.
(1797-1809); Lehrbuch der christlichen Dogmengeschichte (1811).
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UMA INTRODUÇÃO ÀTEOLOGIA
da teologia histórica é descritiva, não crítica. A Igreja deu à sua fé uma forma fixa no
dogma. Contudo, pelo menos da perspectiva protestante, a falibilidade do dogma deve
ser reconhecida como axiomática. O dogma da Igreja e também as doutrinas propostas
pelas várias escolas e mestres devem sujeitar-se à autoridade final das Escrituras.
Além disso, devemos compreender que não existe dogma divino. O dogma/
doutrina é a resposta de fé humana à revelação divina. Como resposta humana,
existe sempre a possibilidade de mistura com o erro. “Com base nesse princípio,
será possível reconhecer o caráter cristão e bíblico das idéias sustentadas pelos
concílios de Niceia e Calcedônia [...] embora não seja possível aprovar toda a
terminologia empregada por eles.”2'
25 Seiíburü, Reinhold. Text-Book of the History of Doctrines. Trad. Charles E. Hays. Grand Rapids:
Baker, 1952. p. 20-21.
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As divisões do estudo teológico
Karl Rudolf H acen bach , A History o f Christian Doctrines [História das doutri
nas cristãs] (traduzida em 1881).
a. Dogma
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UMA INTRODUÇÃO À TEOLOGIA
No sentido técnico, o termo “dogma” refere-se ao estudo das afirmações dos credos
e confissões. F, o estudo do desenvolvimento do pensamento teológico desde os pri-
mórdios, no período imediatamente pós-apostólico e a época dos pais apostólicos, até
a formulação final dos credos. A maioria dos cristãos admite a existência de um cerne
fundamental de afirmações dogmáticas reconhecido por todas as tradições cristãs. Esse
cerne de afirmações emana dos quatro primeiros concílios ecumênicos da Igreja, come
çando por Niceia (325) e indo até Calcedônia (451). Por tradição, o Credo apostólico c o
Credo de Atanásio são também reverenciados, contudo nenhum dos dois tem a chancela
oficial do consenso doutrinário da Igreja antiga. Além desses credos básicos, diferentes
comunhões esboçam suas convicções de credo de forma sectária, a formulação final
variando de acordo com a comunhão específica.
Ibid., p. 19.
- Neve, J. L.; I I eick , O. W. Op. cit., v. 1, p. 3.
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As divisões do estudo teológico
b. Doutrina
!i The Christian Tradition: A History of the Development of Doctrine. Chicago: University of Chicago
Press, 1971-1989. v. l,p . 5.
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UMA INTRODUÇÃO À TEOLOGIA
não litúrgicas não reconhece form alm ente a autoridade dos antigos credos ecumê
nicos, em bora afirm e a teologia neles contida. Apenas a Bíblia é reconhecida como
autoridade.
C. TEOLOGIA SISTEMÁTICA
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