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LUTERO
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São Leopoldo
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—BIBLIOTECA—
Ética Cristã
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ao, 1999 CONCÓRDIA
O Editora Sinodal, 1999 Co-editora:
Rua Amadeo Rossi, 467 Concórdia Editora
Caixa Postal 11 Av. São Pedro, 633
93001-970 São Leopoldo/RS 90020-120 Porto Alegre/RS
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O texto “Ética Cristã” é uma versão atualizada do original “Das
Boas Obras”, que se encontra em “Obras Selecionadas de Martinho
Lutero”, volume 2, Editora Sinodal, São Leopoldo/RS, Concórdia
Editora, Porto Alegre/RS, 1989, páginas 97-170
A Comissão Interluterana de Literatura (CIL) cedeu gentilmente a
permissão para a publicação deste texto
Adaptação do texto: Rui J. Bender
Assessores: P Dr. Martin Norberto Dreher: professor no Progra-
ma de Pós-graduação em História na UNISINOS, São
Leopoldo/RS
P Dr. Ricardo Willy Rieth: professor de História Ecle-
siástica na Escola Superior de Teologia da IECLB,
São Leopoldo/RS
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Jesus
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mente que muitos fazem pouco caso da minha fraque-
za e dizem que só produzo panfletos e sermões ale-
mães para leigos sem instrução. Eu ficaria satisfeito se
em toda a minhavida tivesse contribuído com todas as
minhas possibilidades para a melhoria de um único
leigo. Agradeceria a Deus e de bom arado sumiria
com todos os meuslivrinhos. Deixo para os outrosjul-
garem se a produção de livros volumosos e em gran-
de número é sinal de grande capacidade e algo pro-
veitoso para a cristandade. Se eu tivesse vontade para
produzir grandes livros segundo a maneira deles, acre-
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o
obra, recebendo dela a influência de sua bondade como
um direito. Temos que acentuar isso muito, para que
possa ser compreendido. Encontramos muitas pessoas
que oram, jejuam, criam fundações, fazem isso ou
aquilo, levam uma vida correta diante dos seres hu-
manos. Mas quando são perguntadas se também têm
certeza de que agrada a Deus o que estão fazendo,
elas dizem: “Não”. Não sabem ou ficam em dúvida.
Além disso, há também alguns grandes sábios que as
enganam. Dizem que não há necessidade de ter cer-
teza disso, mesmo que não façam outra coisa senão
ensinar boas obras. Todas essas obras acontecem fora
E
da fé. Por isso nada são e estão completamente mor-
E
tas. Pois as obras resultantes correspondem ao modo
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como a fé e a consciência se relacionam com Deus.
Não há fé aí, não há boa consciência em relação a
Deus, de modo quefalta a cabeça para as obras. Toda
a sua vida e bondade nada são. Quando louvo muito a
fé e condeno essas obras descrentes, acusam-me de
proibir boas obras. Na verdade, eu queria ensinar
obras da fé realmente boas.
3. Eles dizem “não” se lhes perguntamos se tam-
bém consideram isso uma boa obra quando estão tra-
balhando, andando, parados, comendo, bebendo, dor-
mindo ou fazendo todo tipo de coisa para o sustento
do corpo ou para o bem comum. Eles também dizem
“não” se você lhes pergunta ainda se acreditam que
Deusse regozija com eles nessas coisas. Eles têm uma
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então não vamos mais praticar boas obras”. São Pau-
lo condena estes como erradose insensatos (cf. Ro-
manos6. 15).
Isso continua acontecendo: hoje, quando rejeita-
mos as obras grandiosas e brilhantes, feitas sem qual-
quer fé, eles dizem que só precisavam crer e nãofa-
zer nada de bom. São consideradas obras do primeiro
mandamento hoje em dia: cantar, ler, tocar Órgão,
celebrar missa, rezar matinais, vésperas e outras ho-
ras, fundare enfeitar igrejas, altares e mosteiros, jun-
tar sinos, jóias, vestes, enfeites, também tesouros, cor-
rer para Roma e para os santos. Depois, quando ves-
tidos de acordo, nos curvamos, ajoelhamos, rezamos
os salmos e o rosário — e tudo isso não diante de um
ídolo, mas diante da santa cruz de Deus ou das ima-
gens dosseus santos. Chamamosisso de honrar e ado-
rar Deus e não ter outros deuses, conforme o primei-
ro mandamento. Também os agiotas, adúlteros e pe-
cadores podem fazer isso — e fazem-no diariamente.
Tudo bem, se essas coisas se realizam com tal fé que
julgamos que tudo agrada a Deus, então elas são lou-
váveis. Não por causa de sua virtude, mas por causa
dessa mesma fé, para a qual todas as obras são do
mesmo valor. Mas se duvidamos disso, ou não acha-
mos que Deus seja bondoso conosco e se agrade de
nós, ou se nos atrevemos a agradar-lhe somente atra-
vés das obras e por causa delas, trata-se então de
pura fraude: exteriormente honramos Deus, mas in-
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liberdade, confiando nela erradamente e ficando pre-
quiçosas. São Pedro fala dessas pessoas em 1 Pedro
9 16: “Vocês devem viver como quem é livre, mas
não usar esta mesma liberdade para encobrir o peca-
do”. É como se dissesse: “A liberdade da fé não dá
licença para pecar, tampouco o ocultará, mas dá li-
cença para realizar toda espécie de obras e para
aguentar todas as coisas, conforme se apresentem,
para que ninguém esteja limitado apenas a uma ou
algumas obras”. Também São Pedro diz em Gálatas
“5.13: “Tratem de não permitir que esta liberdade seja
motivo para vida carnal”. A gente precisa incitar es-
sas pessoas com a lei e guardar com ensinamentos e
conselhos. Em terceiro lugar, há as pessoas más, sem-
“pre dispostas a pecar. E preciso obrigá-las com leis
eclesiásticas e seculares, como cavalos e cães selva-
gens. Quando isso não adiantar, é necessário tirar-lhes
a vida através da espada. São Paulo diz em Romanos
13.3s: “O poder secular porta a espada e nisto serve
a Deus; não para atemorizar os bons, mas os maus”.
O quarto tipo de pessoas são os imaturos e infantis na
compreensão dessa fé e da vida espiritual. Eles preci-
sam ser atraídos e estimulados como crianças, com
ornamentos específicos e obrigatórios, tais comoler,
orar, jejuar, cantar, igrejas, enfeites, órgãos e o que
mais disso é prescrito ou praticado nos mosteiros e
nas igrejas. Precisam ser incentivados até que apren-
dam a conhecer também a fé. Apesar disso, há gran-
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às majestosas imagens das obras inventadas por ele
próprio. Nessas obras, ele talvez louve mais a si mes-
mo do que a Deus ou se regozije mais consigo mesmo
do que com Deus. Ele ataca com boas obras o segun-
do mandamento e suas obras, assim como o fariseu e
o pecador dão um exemplo de tudo isso (cf. Lucas
18.10ss). O pecador suplica a Deus em seus pecados,
louva-o e acerta assim os dois mandamentos supre-
mos: a fé e a honra de Deus. O hipócrita erra ambos
e se exibe com outras boas obras. Ele se vangloria
com elas e não glorifica Deus. Deposita a sua confian-
ça mais em si mesmo do que em Deus. Por isso é
rejeitado com razão, ao passo que o pecadoré eleito.
Tudo isso faz com que as obras, quanto mais no-
bres e valiosas, tanto menos apareçam. Acrescenta-
se que todo o mundo acredita poder fazê-las com faci-
lidade. Mas salta aos olhos que ninguém simula tanto
que está exaltando o nome e a glória de Deus como
justamente aqueles que nunca o fazem. Desprezam
com essa hipocrisia a preciosa obra, uma vez que o
coração está sem fé. Por isso também o apóstolo Pau-
lo pode dizer livremente em Romanos 2.23 que os
que mais desrespeitam o nome de Deus são aqueles
que se vangloriam da lei de Deus. Dizer o nome de
Deus e escrever a sua honra no papel e na parede é
fácil. Mas louvar e bendizer o seu nome profundamente
em suas bênçãose invocá-lo confiantemente em todas
as instabilidades são realmente as obras mais raras e
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ciam ouvir o seu louvor, glória e exaltação diante do
mundo.
Por isso, a segunda obra deste mandamento é evi-
“tar, guardar-se e fugir de toda honraria e louvor mun-
dano e jamais buscar a própria fama e fazer grande
algazarra para estar na boca de todo o mundo. Isso é
um pecado muito perigoso. Mesmoassim, é o pecado
mais comum e, infelizmente, pouco respeitado. Cada
um quer gozar de alguma fama e não ser o mais insig-
nificante, por mais insignificante que seja: a natureza
está tão profundamente pervertida em sua própria
vaidade e em sua confiança em si mesma, contestan-
do esses dois primeiros mandamentos.
Esses vícios terríveis são considerados virtudes su-
premas no mundo. Por isso ler ou ouvir histórias e
livros pagãos é altamente perigoso para quem não
tenha já uma boa compreensão e experiência dos
mandamentos de Deus e das histórias da Sagrada Es-
critura. Pois todos os livros pagãos estão totalmente
encharcados com esse veneno da sede de louvor e de
glória. Neles se aprende, segundo a razão cega, que
não são pessoas ativas ou de valor, nem podem vir a
sê-lo, aquelas que não se deixam levar por elogios e
honrarias. São consideradas as melhores aquelas que
não põem de lado corpo e vida, amigos e bens e tudo
o mais somente para buscar louvor e glória. Todos os
santos pais da Igreja lamentaram esse vício e concluí-
ram unanimemente que ele é o último vício a ser su-
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sa agora é como se deve fazer boas obras autênticas.
Aqueles que estão inclinados a isso na verdade não pre-
cisam ser impulsionados com o medo da vergonhae o
amor à honra. Eles têm e devem possuir uma motiva-
ção muito mais nobre: o mandamento de Deus. Aque-
les que não têm ou não se importam com essa motiva-
ção e se deixam motivar pela vergonha e pela honra
também recebem com isso a sua recompensa, como
diz o Senhor em Mateus 6.2.5. Assim como é a motiva-
ção, também são a obra e a recompensa: nenhuma
delas é boa senão ante os olhos do mundo.
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se preocupou com a possibilidade de seu povo aban-
donar o mandamento de Deus por nenhuma outra
razão senão por estar de barriga cheia demais, satis-
feito e tranquilo demais, como ele diz em Deuteronô-
mio 32.15: “Meu querido povo ficou rico, empantur-
rado e gordo; por isso se voltou contra o seu Deus”.
Deus também fez com queficassem muitos dos seus
inimigos e não os quis expulsar, para que não tives-
sem sossego e tivessem que cumprir os mandamentos
de Deus, conforme está escrito em Juízes 3.1s. Da
mesma forma também age conosco, ao nos infligir todo
tipo de desgraças. Ele é tão cuidadoso conosco, para
nos ensinar e impulsionar a honrar e invocar o seu
nome, a ganhar confiança e fé nele e, assim, cumprir
os dois primeiros mandamentos.
26. Neste ponto, as pessoas tolas agem de forma
perigosa, principalmente os santarrões confiantes
em
obras próprias e aquele que quer ser algo
especial.
Ensinam a se benzer. Um se protege com
bilhetes com
palavras bíblicas ou orações, outro corre
para os adi-
vinhos, um procura isso, outro aquilo,
para a todo cus-
to escapar de algum acidente e estar seguro.
Há uma
ilusão diabólica que dirige este jogo com feitiçaria,
tra-
ma, superstição. Tudo isso acontece
para que, de al-
guma forma, necessitem do nome de Deus
e não con-
fiem nada a ele. Aqui se comete uma grave
desonra
ao nome de Deus e aos dois primeiros
mandamentos:
procura-se junto ao diabo, a pessoas
humanas ou a
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30. Então haveria chance para muitas boas obras,
pois a maior parte dos poderosos, ricos e amigos faz
injustiça e usa de violência contra os pobres, peque-
nos e adversários. Quanto maiores, tanto piores. Quan-
do não se pode impedir isso à força e ajudar a verda-
de, deve-se ao menos reconhecê-lo e posicionar-se
através de palavras. Não se deve assumir o partido do
injusto, dar-lhe razão, mas dizer a verdade abertamente.
De que adiantaria que a pessoa fizesse o bem de
muitas formas, corresse para Roma e todos os lugares
santos, adquirisse toda indulgência, construísse todas
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quem despreza vocês despreza a mim” (Lucas 10.16).
Eles apóiam-se fortemente nessas palavras, ficam atre-
vidos e ousam dizer, fazer e deixar de fazer o que
querem, excomungar, amaldiçoar, roubar, matar e
praticar toda a velhacaria como lhes agradar e der na
telha, sem qualquer impedimento. Ora, Cristo não quis
dizer que lhes devemos dar ouvidos em tudo o que
dizem e fazem. Mas, sim, quando nos apresentam a
sua palavra, o Evangelho, e não a palavra deles; sua
obra, e não a deles. Do contrário, como podemossa-
ber se suas mentiras e seus pecados devem ser evita-
dos? Deve haver alguma regra que indique até que
ponto devemos dar-lhes ouvidos e obedecer a eles.
Deve ser uma regra que não parta deles mesmos,
mas foi colocada por Deus acima deles. Uma regra
pela qual nos possamos orientar, conforme ouviremos
“no contexto do quarto mandamento.
Deve ser assim que, também no estado espiritual,
a maior parte prega doutrina falsa e abusa do poder
eclesiástico. Devemos ter um motivo para praticar a:
obra deste mandamento e ser colocados à prova no
tocante ao que queremos fazer e deixar de fazer, por
causa da honra de Deus, contra tais blasfemadores de
Deus.
Se fôssemos justos nesse ponto, os malandros ofi-
ciais (intérpretes do direito eclesiástico) teriam que
decretar em vão a sua excomunhão papal e episco-
pal. As trovoadas romanasseriam inofensivas. Certas
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tinuar, temo que acabaremos por adorar publicamente
o diabo como um deus, sob o nome de Deus. Excessi-
vamente grosseira é a forma como o poder eclesiástico
e os sábios lidam com essas coisas. Está mais do que na
hora de pedir seriamente a Deus que ele santifique o
seu nome. Isso custará sangue. Aqueles que estão de-
fendendo os bens dos santos mártires e que foram con-
quistados pelo sangue desses terão que ser mártires
por sua vez. Noutra ocasião direi mais sobre isso.
O terceiro mandamento
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bons por natureza, quanto mais o Pai celeste de vocês
não dará um bom espírito a todos que lhe pedirem?”
5. Quem seria tão duro e insensível a ponto de não
se deixar persuadir por palavras tão poderosas a orar
com toda a confiança, com alegria e de boa vontade?
Muitas orações também não precisariam ser reforma-
das para orar corretamente segundo essas palavras.
Sem dúvida, todas as igrejas e mosteiros estão cheios
de oração e canto. Mas por que resulta disso pouca
melhoria e vantagem, ficando cada dia pior? A causa
não é nenhuma outra senão aquela que São Tiago
aponta: “Vocês pedem muito e nada recebem, por-
que não pedem corretamente” (Tiago 4.3). Onde não
há fé e confiança na oração, esta está morta. Não é
mais do que esforço e trabalho pesado. Se disso resul-
ta alguma coisa, não passa de vantagem temporária,
sem quaisquer bens ou auxílio para a alma, mas para
arande prejuízo e ofuscamento da alma. Eles tagare-
lam muito, sem julgar se o conseguem, ou desejam,
ou confiam. Ficam insensíveis nessa descrença, com o
pior dos hábitos contra a prática da fé e a natureza da
oração.
Uma pessoa que ora corretamente nunca duvida
de que sua oração é agradável e será atendida, mes-
mo que não lhe seja dado exatamente aquilo que pede.
Na oração deve-se apresentar a dificuldade a Deus,
mas não receitar-lhe medida, maneira, alvo ou lugar.
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Devemos, isso sim, deixar em suas mãos se quer
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coisa melhor ou diferente daquela pretendida por nós.
Muitas vezes, nem sabemoso que pedimos, comodiz
São Paulo em Romanos 8.26. Deus atua e concede
de uma forma mais nobre do que entendemos, como
ele diz em Efésios 3.20. Portanto, não deve haver
qualquer dúvida de que a oração seja agradável e aten-
dida. Mas se deve deixar para a opinião de Deus o
tempo, lugar, medida e alvo. Ele o fará bem como
deve ser. Os verdadeiros adoradores são aqueles que
o adoram em espírito e em verdade (cf. João 4.24).
Aqueles que não crêem que serão atendidos pecam
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Assim constroem secretamente sobre a areia de
suas
obras, sem qualquer fé, e não sobre a graça e pro-
messa de Deus através de uma fé firme e pura.
Enquanto vivermos, temos muito que fazer para
continuar aprendizes do primeiro mandamento e da
fé com todas as obras e sofrimentos. Nunca devemos
parar de aprender. Ninguém sabe que grande coisa é
confiar unicamente em Deus, senão quem o compre
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oração verdadeiramente crente de uma única pessoa.
Por isso prefere que ela nem comece. Nesse ponto, a
pessoa precisa ser realmente sábia e não duvidar de
que ela e sua oração sejam indignas diante de tal enor-
me majestade. Não deve confiar de forma alguma em
sua dignidade nem deixar de orar por causa de sua
indignidade. Precisa observar o mandamento de Deus
e opor o mesmo ao diabo, dizendo: “Nada se pratica
por causa da minha dignidade, de nada se desiste por
causa da minha indignidade. Peço e atuo exclusiva-
-
mente porque Deus, por pura bondade sua, prome
não
teu atendimento e graça a todos os indignos. Sim,
forma
somente prometeu, mas também ordenou da
sua eterna
mais categórica — sob pena de se cair em
Se para
desgraça e ira — que se ore, confie e receba.
a esses seus
a alta majestade não foi demais impor
verme zinho s a nobre e cara obrig ação de su-
indig nos
, confi ar e dele recebe r, como haveria de ser
plicar
para mim acolh er semel hante mandamento
demai s
toda a alegri a, por mais digno ou indigno que eu
com
com O manda-
seja?” É assim que se deve expulsar Assim ele
a intro missã o sutil do diabo.
mento de Deus
pára, e nunca de outro modo.
são as neces sidad es que devem ser apre-
9. Quais
e lamen tadas em oraçã o perante o Deus todo-
sentadas
com isso pratic ar a fé? Resposta: em
poderoso, para
lugar, as própr ias necessidades e dificulda-
primeiro Davi diz no
cada um. Neste sentid o,
des urgentes de
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oração quepertence propriamente a este terceiro
mandamento e se chama de obra do dia de descanso
é muito superior e maior. Ela deve ser feita em favor
do conjunto de toda a cristandade, de toda e qualquer
necessidade de todas as pessoas, amigas e inimigas,
particularmente daquelas que vivem na paróquia ou
diocese de cada um.
São Paulo ordenou a seu discípulo Timóteo: “Exor-
to-te a tomar providências para que se ore e se rogue '
em favor de todas as pessoas, em favor dosreis e de
todos os que exercem autoridade, para que possamos
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sinceridade e fé em prol de todo o mundo.
Ah, se Deus quisesse que um grupo qualquer ain-
da ouvisse e rezasse a missa dessa forma, que todo o
povo lhe dirigisse uma súplica sincera! Quão imensa
virtude e ajuda não produziria a oração? Que coisa
mais terrível poderia acontecer a todos os maus espí-
ritos? Que obra maior poderia realizar-se sobre a face
da terra, pela qual tantosjustos seriam salvos e tantos
pecadores convertidos? |
"Na verdade, a Igreja cristá não tem poder nem
obra maior sobre a terra do que essa oração em co-
mum contra tudo o que lhe possa acontecer. O espíri-
to mau sabe muito bem disso, razão pela qual tam-
bém faz tudo o que pode para impedir essa oração.
Ele nos faz construir igrejas bonitinhas, criar muitas
fundações, tocar órgão, ler e cantar, rezar muitas mis-
sas e exibir-nos excessivamente. Ele não se arrepen-
de disso. Pelo contrário: até contribui para que apre-
ciemos muito essas atividades e achemos quefizemos
tudo muito bem. No entanto, ele quer que essa ora-
ção conjunta, forte e frutífera desapareça e acabe
sendo omitida sem que se perceba, por causa de todo
esse brilho exterior. Onde a oração está abandonada,
ninguém tirará qualquer coisa dele e ninguém lhe re-
sistirá. Mas se ele se desse conta de que queremos
fazer essa oração, ainda que fosse sob um teto de palha
ou num chiqueiro, certamente ele não o deixaria acon-
tecer. Teria muito mais medo desse chiqueiro do que
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s s e s d e f e i t o s terríveis
e a t é o f i m d o m u ndo. Se e o se deve
diant e z a , v o c ê n ã
o l h e c a u s a m a n g ústia e trist o b ras ou
nã r d e m , b o a s
a r p o r seu éstado, o
de ix ar e n g a n
h a v e r á e m você sequer uma
tã o n ã o
orações: de cris s o q u e se ja . E s t a tudo
mãiis piedo
veia ou vestígio, por e u s es ti ve r z a n g a do e
em que D
anunciado: na época o r e s di fi culdades, en-
ssar pe la s m a i
a cristandade pa ogados perante
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e a d v
EE Eq etma dai ai
te rc es so re s
tão não haverá in o conosco, e
orando: “Tu estás irad
Deus. Isaias diz ch
ra ça da me nt e n ã o há n i n g u é m qu e S€ le vante e te
desg rocurei entre eles
el: “P
detenha” (Isaías 64.7). E Ezequi
ha ve ri a al gu ém qu e fi ze sse uma cerca entre
se não
se co nt ra m i m e m e im pe di sse. Contu-
nós e se postas
rramei minha ira so-
do, não o encontei, e por isso de
umi no calor da minha fúria” (Ezequiel
bre eles e os cons
vras como ele
22.30s). Deus mostra com essas pala
os sua raiva,
quer que nós lhe resistamos e impeçam
um em prol do outro. Está escrito, muitas vezes, que O
profeta Moisés evitou que Deus jogasse sua raiva so-
bre O povo de Israel (cf. EÉ xodo 32.11ss; NúÉ meros
14.13ss; 21.755).
15. Onde ficarão aqueles que não só não se im-
portam com essa desgraça da cristandade e não inter-
vêm, mas ainda riem e se divertem com ela? Eles jul
gam, caluniam, divulgam os pecados de seu p
| A róximo
M r a o s
esmo assim, têm a permissão de ir à igre;j
i aer
nhha, de ouviirr mimss
goon
nem verg reja Seitmiiniedo
fazem passar por bons cristãdos. Es tes tet
o ri dil
eam me
neace ssse
i-
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17. No sentido espiritual, este terceiro mandamento
inclui uma obra muito superior ainda. Esta abrange
toda a natureza do ser humano. É preciso saber que
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“Sábado” é o termo hebraico para folga ou repouso.
Deus descansou no sétimo dia e largou de todas as
suas obras (Gênesis 2.3). Também determinou que se
deveria folgar no sétimo dia e interromper nossostra-
balhos, com os quais nos ocupamos durante seis dias.
Este sábado passou a ser o domingo para nós. Os ou-
tros dias são chamados de dias úteis, enquanto o do-
mingo significa dia de repouso, feriado ou dia santo.
Não deveria haver outro feriado na cristandade senão
o domingo, transferindo-se todas as festas de Nossa
Senhora e dos santos para esse dia. Assim, muitos
vícios seriam evitados pelo trabalho dos dias úteis.
Também os países não ficariam tão pobres e esgota-
dos. Mas agora estamos atormentados por muitos fe-
riados, para a perdição das almas, dos corpos e dos
bens. Haveria muito a dizer sobreisso.
Esse repouso ou essa paralisação das obras tem
dois sentidos: o físico e o espiritual. Por isso este ter-
ceiro mandamento também é entendido de duas ma-
neiras.
A folga ou repouso físico significa que devemos
deixar de lado a nossa ocupação e trabalho, a fim de
nos reunir na igreja para assistir a missa, ouvir a pala-
vra de Deus e orar juntos em paz. Essa folga é de
natureza física e não foi estabelecida por Deus nacris-
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seu abrandamento. Não fosse esse desejo, o comer
teria o mesmo valor do queo jejuar, dormir o mesmo
que vigiar, ficar inativo o mesmo que trabalhar. Um
seria tão bom quanto o outro, sem qualquer diferen-
ça.
20. Se alguém constatar que comer peixe provo-
ca mais atrevimento nele do que comer ovos e carne,
esse deve consumir carne e não peixe. Por outro lado,
se constatar que o jejum deixa sua cabeça doida e
maluca, ou que fica com o corpo e o estômagoenjoa-
dos, ou que não há necessidade disso para castigar
sua ousadia, deve deixar o jejum completamente de
lado. Deve comer, dormir e estar inativo na medida
do necessário para a saúde, sem levar em considera-
ção se isso contraria mandamentos da Igreja ou asleis
da ordem e do estamento. Não há mandamento da
Igreja nem lei de qualquer ordem que possa valorizar
ou impor o jejum, a vigília e o trabalho mais do que na
medida em que servem para amenizar a came e seu
desejo. Ninguém deve pensarqueteria feito boa obra
ou desculpar-se com um mandamento da Igreja ou
uma lei da ordem se esse objetivo for ultrapassado. E
também se o jejum, a vigília e o trabalho forem leva-
dos mais longe do que a carne possa suportar ou do
que é necessário para o castigo do desejo. Com isso
arruína-se a natureza e perturba-se a cabeça. Essa
pessoa que pensa assim será considerada alguém que
descuida de si próprio, alguém que se tornou seu pró-
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ento.
cumpriu como primeiro este terceiro mandam
Ele mesmonão tinha necessidade disso. Ele o fez ape-
nas para O nosso consolo, para que também nósfi-
quemos quietos em todo sofrimento e morte e tenha-
seu
mos paz. Assim como Cristo ressuscitou depois do
Deus
sossego e repouso, passando a viver somente em
em Deus,
e Deus nele, também nós somos elevados
rnamente. Isso
para que Deus viva e atue em nós ete
Adão — o que
acontece através do castigo do nosso
morte e pelo
não ocorre de forma perfeita senão pela
s na pes-
sepult amento da natureza. São três os fatore
atr avé s dos qua is se rea liz am todas as obras: a
soa
Portanto, eles preci-
razão, O prazer e O desprazer.
três passos (a sub-
sam ser sufocados atravês desses
ao gov ern o de Deu s, à nos sa pró pria mortifi-
missão
çã o e ao SO fri men to pro voc ado por outros) e assim
ca
o para Deus, ce-
observar espiritua lmente o repous
s.
dendo espaço para suas obra
vem realizar-se na
924. Tais obras e sofrimentos de
e de Deus, para que
fé e na boa confiança na bondad -
eiro mandamen
todas as obras permaneçam no prim eça
na fé e pa ra qu e a fé se ex er ci te e fortal
to e
la s. Em fu nç ão da fé fo ra m es ta be lecidos todos os
ne
lo anel de ouro
outros mandamentos e obras. Um be
ndamentos e suas
se forma a partir desses três ma
ra s. O pr im ei ro ma nd am en to e à fé desembocam
ob
amento. O
no segundo e seguem até o terceiro mand
segundo
terceiro, por sua vez, impulsiona através do
96
—s
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até o primeiro. Pois a primeira obra é ter fé, um bom
coração e confiança em Deus. Disso sai a segunda
boa obra: louvar o nome de Deus, reconhecer a sua
graça e dar toda a glória somente a ele. Segue então
a terceira: praticar o culto a Deus com oração, ouvir a
pregação, meditar sobre a bondade de Deus e, além
disso, mortificar-se e dominar a própria carne.
Quando o mau espírito se dá conta dessa fé, glória
a Deuse culto a Deus, fica furioso e começaa perse-
guição: ataca o corpo, os bens, a honra e a vida, joga
sobre nós doença, pobreza, vergonha e morte, con-
forme Deus ordenou. Então começa a segunda obra
ou a segunda observância do terceiro mandamento. A
fé é colocada à prova de uma forma extrema, como
acontece com o ouro nofogo (Eclesiástico 2.5). Pois
se trata de algo muito grande manter uma boa con-
fiança em Deus, mesmo que ele imponha a morte, a
vergonha, a falta de saúde e a pobreza, bem como
considerá-lo, mesmo furioso, o mais bondoso dos pais.
Isso deve acontecer nessa obra do terceiro manda-
mento. Então o sofrimento insiste com a fé para invo-
car o nome de Deus e louvá-lo dentro desse sofrimen-
to. A fé passa pelo terceiro mandamento e chega no-
vamente ao segundo e, através dessa invocação do
nome de Deus e desse louvor, cresce e chega si
própria. Fortalece assim a si mesma pelas duas obras
do terceiro e do segundo mandamentos. Ela parte para
as obras e volta a si mesma através das obras, da
97
98
aa
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mente procuram o que pertence a Deus. Todas as
outras dizem “nosso, nós, aos nossos, etc.” Pois esta-
mos pedindo por nossos bens e nossa bem-aventu-
rança.
E isso o que tínhamosa dizer sobre a primeira tá-
bua de Moisés. Mostramos às pessoas humildes, de
uma forma resumida e simples, as boas obras de maior
destaque.
SEGUNDA TÁBUA
O primeiro mandamento
da Segunda Tábua de Moisés
99
|
ai
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ao amor, é a verdadeira honra. O outro temor, priva-
do de amor, diz respeito às coisas que desprezamos
ou das quais fugimos, assim como se temem o carras-
co ou o castigo. Aí não há honra, pois se trata de
temor sem qualquer amor, sim, temoraliado a ódio e
provocação. Sobre isso existe uma frase de São
Jerônimo: “Aquilo que tememos também odiamos”.
Deus não quer ser temido nem honrado com esse te-
mor. Ele também não quer que os pais sejam honra-
dos com esse temor, mas com aquele primeiro, mistu-
| rado a amor e confiança.
2. Essa obra parece fácil, mas poucos prestam
atenção direito nela. Quando os pais são realmente
justos e amam seus filhos, não de uma maneira car-
nal, mas os ensinam e orientam para O culto a Deus
com palavras e obras nos três primeiros mandamen-
tos, a vontade própria da criança é quebrada constan-
temente. Ela tem que fazer, deixar de fazer e sofrer
aquilo que sua natureza gostaria muito de fazer de
outra forma. Com isso ela é levada a desprezar seus
pais, a murmurar contra eles ou fazer coisas piores.
Então acabam o amor e o temor, se não estiver pre-
sente a graça de Deus. Da mesma forma, quando os
pais castigam como convém — às vezes também injus-
tamente, o que não prejudica a bem-aventurança da
alma —, a natureza ruim aceita-o de má vontade. Pior
do que tudo isso, alguns de mau caráter envergonham-
se de seus pais por causa de sua pobreza, falta de
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104
ea
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mais me agradou este sinal de minha ostentação SO-
bre a minha cabeça, que o considero um caco
imprestável e jamais o uso quando estou a sós, mas
apenas quando sou obrigada e preciso me apresentar
às pessoas” (Ester 3.11). O coração que toma essa
atitude carrega jóias sem qualquer perigo, pois as usa
sem usá-las, dança sem dançar, vive bem sem viver
bem. Estas são as almas secretas, as noivas ocultas de
Cristo. No entanto, elas são muito raras, pois é difícil
não ter prazer em meio a grande enfeite e luxo. San-
ta Cecília (descendente de uma nobre família romana)
usava vestes de ouro por ordem de seus pais. Mas por
dentro, sobre o corpo, usava uma blusa de cerda.
Alguns falam sobre isso: “Sim, como é que eu ha-
veria de introduzir meus filhos na sociedade e casá-los
de forma honrada? Nada meresta senão exibir-me”.
São palavras de um coração que desespera de Deus
e confia mais em seu próprio cuidado do que no de
Deus, enquanto São Pedro ensina: “Lancem sobre ele
todas as suas preocupações e tenham certeza de que
ele cuida de vocês” (1 Pedro 5.7). Isto é sinal de que
nunca agradeceram a Deus por seus filhos, jamais
oraram poreles de forma harmônica e nunca os reco-
mendaram a ele. Caso contrário, saberiam e teriam
experimentado como pedir e esperar de Deus tam-
bém o casamento de seusfilhos. Porisso ele também
permite que sigam sua própria atitude com preocu-
pações e receios, mas sem realizar nada bem.
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106
tl
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m ã o s e po r is to se rá s be m-aventura-
trabalho de tuas o m o videira muito
m, tu a mu lh er se rá c
do e passarás be redor de tua
ca sa , e te us fi lh os ao
frutífera em tua sa oliveira. Ve -
s re be nt os da fr on do
mesa, como novo ” etc.
jam, assim será abençoado quem teme à Deus
as si m? O n d e es tã o os qu e buscam boas
Onde há pais
ni ng ué m qu er se ap re se ntar. Por quê?
obras? Aqui
de no u. O di ab o, a c a m e e O sangue nos
Deus o or
ss o. Já qu e nã o br il ha , t a mbém não mere-
afastam di
co rr e pa ra Sa nt ia go de Co mpostela, aquela
ce. Este to
vo to pa ra No ss a Se nh or a. Ninguém faz vo
faz u m
de orientar e ensinar dire ito a si mesmo € à seus filhos
us . M a s ab an do na aq ue le s que Deus
em honra a De
me nd ou pa ra qu e Os qu ar da sse em corpo e
lhe reco
va i se rv ir a De us e m ou tr o lu ga r, que não lhe
alma e
co me nd ad o. N e n h u m bi sp o im pe de tal absur-
está re
n e n h u m pr eg ad or o ce ns ur a. Pe lo contrário, por
do,
us a do se u in te re ss e ma te ri al , eles o reforçam, in-
ca
nt am di ar ia me nt e no va s ro ma ri as , canonizações e
ve
a compaixão de
comércio de indulgências. Deus tenh
tal cegueira!
cer o
6. Por outro lado, os pais não poderão mere
fe rn o ma is fa ci lm en te do qu e e m se us próprios fi-
in
darem deles e
lhos, em sua própria casa, se descui
e
não ensinarem as coisas mencionadas antes. De qu
ria e
adiantaria jejuar até a morte, rezar, fazer roma
todo tipo de obras? Em sua morte e no último dia, de
qualquer forma Deus não lhes fará perguntas sobre
107
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do em Deus e esperando dele o bem e uma vontade
graciosa. Nenhuma obra vive, é boa e agradável sem
essa fé. De fato, muitos pagãos deram uma boa edu-
cação a seus filhos. Mas tudo está perdido por causa
da falta de fé.
7. À segunda obra deste mandamento é honrar e
ser obediente à mãe espiritual, à santa Igreja cristã,
ao poder espiritual. Devemos orientar-nos por tudo
aquilo que ela manda, proíbe, organiza, ordena, ex-
comungae desliga. Assim como honramos, tememos
e amamos os pais físicos, devemosagir também com
a autoridade espiritual. Devemos deixá-la ter razão
em todas as coisas que não desrespeitem ostrês pri-
meiros mandamentos.
Quanto a esta obra, a situação está muito pior do
que em relação à primeira. À autoridade espiritual
deveria castigar o pecado com excomunhões e leis e
estimular os seus filhos espirituais a serem piedosos.
Assim teriam motivo para praticar essa obra e ades-
trar-se na obediência e na honra para com ela. Atual-
mente, não se enxerga medida nenhuma nesse senti-
do. Lidam com seus subordinados como a mãe que
deixa seus filhos para correr atrás de seus amantes,
conforme diz Oséias 2.5. Não pregam, não ensinam,
não proíbem, não castigam. Na realidade, não existe
mais disciplina espiritual alguma na cristandade.
O que poderei dizer sobre essa obra? Restam ain-
da alguns dias de jejum e feriados, os quais seria me-
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a
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e todos os bens do mundo são puxados e arrastados
para Roma, o que ainda seria de menos. Além disso,
as paróquias, os bispados e as prelazias são despeda-
çados, abandonados e destruídos. Assim o povoé tra-
tado com menosprezo, a palavra de Deus, o nome e a
honra de Deus acabam, a fé é destruída. Por fim, as
fundaçõese os ministérios não são apenas confiados a
pessoas incultas e incapazes, mas, em sua maior par-
te, aos velhacos romanos, os maiores do mundo. Ou
seja: aquilo que foi instituído para o culto a Deus, para
pregar ao povo, governá-lo e melhorá-lo, tem que servir
agora aos peões. Sim, para não ser mais grosso ain-
da, tem que servir às prostitutas e aos canalhas roma-
nos. Em troca, ainda debocham de nós como se fôsse-
mos palhaços.
10. Todos esses absurdos insuportáveis acontecem
em nome de Deus e de São Pedro (como se o nome
de Deus e o poder espiritual tivessem sido instituídos
para ofender a honra de Deus e arruinar os cristãos
em corpo e alma). Temos verdadeiramente a obriga-
ção de resistir de forma aceitável e tanto quanto esti-
ver ao nosso alcance. Temos que agir como osfilhos
piedosos, cujos pais ficaram loucos ou doidos, e verifi-
car, em primeiro lugar, de onde vem direito de fazer
render em Roma aquilo que foi criado para o serviço
a Deus em nossas terras ou determinado para cuidar
de nossos filhos. Aqui foi omitido para onde isso está
destinado. Como podemos ser tão insensatos?
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116
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publicamente que se faça injustiça contra Deus ou
contra pessoas, como antigamente, quando ela ainda
não era constituída de cristãos. Assim ainda age o tur-
co, conformese diz. Pois sofrer injustiça não arrasa a
alma de ninguém, porém melhora, mesmo que cause
prejuízo ao corpo e aos bens materiais. Mas praticar
injustiça corrompe a alma, ainda que trouxesse todos
os bens da terra.
13. Esta é também a razão por que não há tanto
perigo no poder secular quanto no poder espiritual,
quando ambos praticam injustiça. O poder secular não
pode causar prejuizo, pois não tem nada a ver com a
pregação, a fé e os três primeiros mandamentos. Mas
o poder espiritual causa prejuízo não só ao agir injus-
tamente, mas também quandose descuida de seu mi-
nistério e faz outras coisas, mesmo que essas sejam
melhores do que as mais excelentes obras do poder
secular. Por isso devemos resistir a ele quando não
age corretamente, mas não ao poder secular, mesmo
que este aja mal. O povo pobre acredita e faz aquilo
que vê e ouve do poder espiritual. Se não vê e ouve
nada, também não acredita e não faz nada. Este po-
der foi criado por nenhuma outra razão senão para
guiar o povo na fé para Deus. Tudo isso não confere
no tocante ao poder secular: mesmo que este aja ou
se omita, a minha fé em Deus segue seu caminho e
age por si. Não preciso crer assim como ele crê. Por
isso, perante Deus o poder secularé algo insignifican-
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—nl
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“Tirarei deles todos os homens valorosos e lhes darei
crianças e senhores infantis”. Deus mencionou quatro
pragas em Ezequiel 14.13ss: a primeira e menor, tam-
bém escolhida por Davi (cf. 2 Samuel 24.135), é a pes-
te; a segunda é a carestia; a terceira é a guerra; e à
quarta são todo tipo de bestas terríveis, como leões,
lobos, serpentes, dragões, isto é, maus dirigentes. De
fato, onde houver essas bestas, o país será destruído,
não apenas no corpo e em bens materiais, mas tam-
bém nas outras pragas, assim como no tocante à hon-
ra, à disciplina, à virtude e à bem-aventurança das al-
mas. Pois a peste e a carestia criam pessoas justas e
ricas; a guerra e o governo perverso eliminam tudo o
que se refere aos bens temporais e eternos.
15. Um governante também precisa ser muito sá-
bio para não tentar sempre impor sua vontade à for-
ça, mesmo que se trate de um direito precioso e a
melhor das causas. E muito mais nobre sofrer prejuízo
em questão de direito do que nos bens ou no próprio
corpo, quando isso traz vantagem para os súditos. O
direito secular abrange apenas os bens temporais.
Por isso é uma grande asneira dizer: “Tenho direi-
to a isso, e por isso quero tomá-lo de assalto e mantê-
lo, ainda que provoque à maior desgraça para os ou- |
tros”. Lemos que O imperador romano Otaviano (63
|
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16. Há três obras particularmente necessárias, que
todos os poderosos deveriam executar em nosso tem-
po, sobretudo nesta terra. Em primeiro lugar, elimi-
nar o terrível abuso das comilanças e bebedeiras, não
só por causa dos excessos, mas também devido a seu
alto preço. De fato, não é pequeno o desvio de bens
temporais que vieram e vêm diariamente sobre essas
terras através dos gastos com temperos, especiarias e
similiares, semos quais se poderia viver perfeitamen-
te. Para acabar com esses dois grandes prejuízos que
estão enraizados profundamente, o poder secular real-
od
mente teria o suficiente para fazer. Como os podero-
sos poderiam prestar um serviço melhor a Deus, pro-
movendo ainda seu próprio país? Em segundo lugar,
temos os gastos excessivos com roupas. Desperdiça-
se muito dinheiro com isso, e somente para servir ao
mundo e à carne. E terrível pensar que se encontra
semelhante abuso entre as pessoas que estão juradas,
batizadas e confiadas ao Cristo crucificado. Devem car-
regar com ele sua cruz e preparar-se para a outra
vida, morrendo diariamente. Se fosse por imprudên-
cia de alguns, seria mais suportável. Mas não é nada
cristão que isso seja praticado de forma tão livre, im-
pune, desavergonhada e sem qualquer empecilho,sim,
que nisso se procuram até louvore prestígio. Em ter-
ceiro lugar: acabar com a prática viciada em usura do
contrato de renda, que arruína, consomee destrói to-
dos os países, povos e cidades em todo o mundo com
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ad
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ãolivres,
dar folga a seus empregados. Então estes est
co ns eg ue do mi na r. Ma s se ho uv es se uma
e ninguém os tar obediên-
ordem segundo a qual tivessem que pres
lugares, seria
cia e ninguém os acolhesse em outros
e Deus aju-
fechado um grande buraco nesse mal. Qu
e a espe-
de, pois receio que o desejo é maior do qu
.
rança. Mas isso não serve de desculpa para nós
as
Observe agora que foram mencionadas pouc
s e
obras para a autoridade. Mas são tão excelente
o a
tantas, que ela tem boas obras de sobra e serviç
Deus para toda hora. Mas essas obras, assim como as
outras, também devem ser feitas na fé. Sim, devem
exercitar a fé, para que ninguém procure agradar a
Deus através das obras. Antes, deve fazer tais obras
confiando na graça de Deus, apenas para a honra e o
louvor do seu misericordioso e amado Deus, para ne-
las servir e ser útil a seu próximo.
18. A quarta obra desse mandamento é a obe-
diência dos criados e dos operários a seus patrões,
patroas, superiores e superioras. Neste sentido, Pau-
lo diz em Tito 2.9s: “Prega aos criados ou servos que
honrem a seus senhores, lhes sejam obedientes, fa-
çam o que agrada a eles, não os defraudem nem re-
sistam a eles”. Também porque com isso dão uma
boa fama ao ensinamento de Cristo e à nossa fé, de
modo que os pagãos não possam se queixar e se es-
candalizar por nossa causa. Também São Pedro diz:
“Vocês, servos, devem prestar obediência a seus se-
123
124
——stl
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a € outra
cuidadosamente. Mas devem desculpar um
em
coisa e, por amor à paz, fechar um olho de vez
de for,
quando. Nem tudo pode sair certinho, seja on
ão. São
uma vez que nessa terra vivemos na imperfeiç
es, de-
Paulo diz em Colossenses 4.1: “Vocês, senhor
vem tratar seus empregados com equidade e justiça,
”.
lembrando que vocês também têm um Senhor no céu
r ri-
Os patrões não querem ser tratados com O maio
coi-
gor por Deus, mas ele deve perdoar-lhes muitas
sas por graça. Da mesma forma, eles devem ser mais
brandos com seus criados e perdoar alguma coisa.
Mesmo assim, devem empenhar-se para que esses
ajam corretamente e aprendam a temer Deus.
Um patrão e uma dona de casa podem fazer boas
obras. Deus nos apresenta todas as boas obras, tão
próximas, tão diferentes e tão constantes, numa bela
forma. Assim não temos necessidade de ficar pergun-
tando por boas obras e bem poderíamos esqueceras
outras obras brilhantes e complicadas, inventadas por -
seres humanos, tais como promover romarias, cons-
truir igrejas, procurar indulgências e similares.
Nesse contexto, eu também deveria falar de como
a mulher deve ser obediente a seu marido assim como
a seu superior, ser submissa, ceder a ele, calar-se e
dar-lhe razão quando não for contrário a Deus. Eu
-
deveria falar de como o marido deve amar sua espo
sa, ser complacente e não discutir com ela por causa
de detalhes. São Pedro e São Paulo disseram muitas
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tamente, que ninguém o notaria, exceto tão-somente
Deus. Mas largamos tudo isso, e um corre para a
Cartuxa (ordem religiosa muito austera), este para cá,
outro para lá. Como se as boas obras e os manda-
mentos de Deusestivessem atirados e escondidos nos
cantos, apesar de estar escrito, em Provérbios 1.20s,
que a sabedoria divina proclama seus mandamentos
publicamente, nas ruas, entre o povo e nos portões
da cidade. Com isso se mostra que as boas obras são
abundantes em toda parte, a toda hora. Nós não as
enxergamos e, teimosos, as procuramos em outro lu-
gar. Cristo anunciou isso em Mateus 24.23ss: “Quan-
do lhes disserem: Olha, aqui ou ali está Cristo, não o
acreditem: quando disserem: Eis que ele está no de-
serto, não saiam; ele está nas casas ocultas, não acre-
CO RASoSeqiGT na
ditem. São falsos profetas e falsos cristãos”.
91. Por outro lado, a obediência cabe aos subordi-
nados. Devem empenhar-se e cuidar para fazer tudo
aquilo que seus superiores desejam. Não se devem
afastar nem desviar disso, seja lá o que um outro fizer.
De forma alguma devem pensar que estão vivendo
a ii ci
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O quinto mandamento
128
ad
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er re
e
eee e
e qu e ex pu ls a mu it os ví cios. Chama-se
abrangente meira tem
mansidão. Há dois tipos de mansidão. A pri
por
uma aparência muito bonita, mas não há nada
ami-
trás dela. Temos essa mansidão em relação aos
em vanta-
gos e àqueles que nos são úteis e nos traz
relação
gem no tocante a bens, honra e favor ou em
palavras.
àqueles que não nos ofendem com atos ou
tes, OS
Também os animais irracionais, leões e serpen
na pm
mulhe-
pagãos, judeus, turcos, canalhas, assassinos e
ficam
res más têm esse tipo de mansidão. Todos esses
o
pacíficos e calmos quando se faz o que querem ou sã
-
deixados em paz. Mas não são poucos os que se dei
on-
- Xam enganar por uma mansidão tão ineficaz, esc
dem sua raiva e se desculpam dizendo: “Eu bem que
“não ficaria com raiva se me deixassem em paz”. Bem,
meu querido, assim também o mau espírito ficaria
calmo, se fosse feita a sua vontade. O descontenta-
mento e a ofensa atacam você porque querem mos-
trar-lhe como você está cheio de raiva e maldade. Assim
você é aconselhado a se esforçar para chegar à man-
sidão e para expulsar a raiva. À outra mansidão é
realmente boa e é manifestada diante de adversários
e inimigos. Ela não os prejudica nem se vinga, não
amaldiçoa, não blasfema, não fala mal, não planeja o
mal contra eles, ainda que tenham tirado bens, honra,
corpo, amigos e tudo mais. Sim, sempre que puder,
ela devolve a eles o mal com o bem,fala bem deles,
tem boa lembrança deles e reza por eles. Quanto a
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fazer-lhe o bem e não planejar nada de mal contra
ele. Apresente-se agora quem anda perguntando O
que deve fazer para praticar boas obras, agradar a
Deus e ser salvo! Ele deve pôr seu inimigo na sua
frente, colocá-lo seguidamente diante dos olhos do seu
coração. Comisso ele vai exercitar-se em quebrar-se
SE PR Tm Smmeme
a si próprio e acostumar seu coração a pensar no
mesmo de forma amigável, desejar-lhe o melhor, cui-
dar dele e pedir por ele e, quando possível, falar bem
dele e fazer-lhe o bem. Tente isso quem quiser. Se
não tiver o bastante a fazer por toda a vida, acuse-me
de mentiroso e diga que foi conversa fiada. Ora, já
que Deus quer isso e não aceita outro pagamento, de
que adianta ficar tratando de outras obras grandiosas
que nem foram indicadas e descuidar desse ponto?
Por isso Deus diz em Mateus 5.22: “Eu lhes digo: Quem
se ira contra seu próximo está sujeito ao julgamento;
quem diz a seu irmão “estúpido” (faz um sinal horrivel,
furioso e horrendo) está sujeito ao sinédrio; mas quem
disser a seu irmão “palhaço” (todo tipo de ofensa,
maldição, blasfêmia, calúnia), este está sujeito ao fogo
eterno”. O que dizer então daquilo quefoi feito com a
mão, como bater, machucar, matar, causar prejuízo,
etc., se os pensamentos e as palavras de raiva são
condenados tão rigorosamente?
3. Mas onde há mansidão sincera, o coração la-
menta todo mal que acontece a seu inimigo. Estes são
os verdadeiros filhos e herdeiros de Deus e irmãos de
131
132
aca
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bondosa e favorável também para com o próximo.
Mesmo que este seja culpado, pois nós temos uma cul-
pa muito maior em relação a Deus. Este é um manda-
mento muito curto, masele nos apresenta um grandee
extenso exercício de boas obras e da fé.
O sexto mandamento
TIPser ad mao aa a ig o im
Não adulterarás
134
mad
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Acima de tudo isso, a defesa mais forte está na
Oração e na palavra de Deus. Quando o mau desejo
Se manifesta, a pessoa deve refugiar-se na oração,
invocar a graça e a ajuda de Deus, ler e meditar o
Evangelho, observar nele os sofrimentos de Cristo.
Assim diz o Salmo 137.9: “Bem-aventurado é aquele
que apanha os jovens da Babilônia e os esmaga na
rocha”. Isto é, se o coração com os maus pensamen-
tos — enquanto ainda forem jovens e estiverem no co-
meço — corre para o Senhor Cristo. Este é uma rocha
gm 3
na qual eles são desgastados e desaparecem.
—
mt
Cada um, sobrecarregado consigo mesmo, encon-
trará o suficiente para fazer e ganhará muitas boas
obras. No entanto, o que vem acontecendo agora é
que ninguém reza, jejua, vigia e trabalha para esse
fim. Deixam isso ser obras em si mesmas,
— >> vma
enquanto
deveriam estar destinadas ao cumprimento das obras
deste mandamento e à purificação crescente diaria-
mente.
Alguns ainda apontaram outras coisas a serem
evi-
tadas, como leito macio e roupa confortável,
embele-
zamento supérfluo, a companhia, conversa e image
m
de mulher ou homem e o que mais possa
promover a
castidade.
Nisso tudo ninguém pode fixar uma re
gra e medi-
da certas. Cada qual precisa considerar quais
as obras,
em que quantidade, com que duração e las contribuem
para a castidade, escolhendo-as e obs ervando-as ele
135
136
c
mente contra ele. Embora isso traga inquietação e
descontentamento, trata-se de uma obra agradável aos
— a e— m mg
olhos de Deus. Devemos consolar-nos com isso e dar-
nos por satisfeitos. Aqueles que acreditam controlar
tal tentação com sucesso só se entusiasmam mais ain-
da. Mesmo que pare por algum tempo, outra hora
ela volta mais forte ainda e encontra a natureza mais
enfraquecida do que antes.
O sétimo mandamento
Não furtarás
137
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a preo-
entre voando em sua boca, então fique com ess
cumprir
cupação, seja ganancioso e veja se consegue
ES
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144
atá
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-— e a estes é muito difícil resistir - se oponham a eles
e Os persigam. Sobreisso está escrito no Salmo 82.4:
Resgatem o pobre do poder do injusto e ajudem o
abandonado a manter sua justa causa”. É verdade que
se tornou rara essa perseguição. A culpa é dos prela-
dos espirituais, que não despertam o Evangelho, mas
o deixam morrer. Assim derrubaram a causa em fa-
vor da qual se deveriam levantar tal testemunho e
perseguição. Em compensação, nos ensinam sua pró-
pria lei e aquilo que bem entendem. Por isso o diabo
também fica descansado: através da derrota do Evan-
gelho também derrotou a fé em Cristo, e tudo anda
como ele quer. Mas se o Evangelho fosse reavivado e
por
fosse ouvido novamente, não resta dúvida de que,
outro lado, o mundo inteiro se agitaria. A maior parte
e tudo o
dos reis, príncipes, bispos, doutores, clérigos
isso. Às-
que é graúdo se oporia e ficaria furioso com
de Deus veio
sim sempre aconteceu quando a palavra
aquilo
à luz do dia, pois o mundo não pode suportar
em Cristo, que
que vem de Deus. Isso ficou provado
que
foi e é o que há de maior, mais querido e melhor
só não o aco-
Deus tem. Mesmo assim, O mundo não
do que tudo
lheu, mas o perseguiu mais terrivelmente
de.
que jamais veio de Deus. Por isso, como no tempo
quecola-
Cristo, assim em todos os tempos há poucos
e ar-
boram com a verdade divina, colocam em jogo
e tudo o
riscam o corpo e à vida, os bens, o prestígio
que têm, como Cristo prometeu: “Por causa do meu
145
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Apresentação ...........cccrceteeeteeeeeeereenererenceneneena 3
O primeiro mandamento
da Segunda Tábua de Moisés .................ccc. 99
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1519 — No Debate de Heidelberg torna conhecida sua
Teologia da Cruz.
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1537 — Martim Lutero escreve os Artigos de Esmal-
calda, onde, mais uma vez, o Reformadorre-
sume os pontos principais da doutrina cristã.
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