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Introdução

Este trabalho tem como objetivo relatar o processo dos estilos artísticos do
período da Idade Média antes do Renascimento e Maneirismo tendo como
base as informações adquiridas nos livros citas na bibliografia.

Neste caderno, encontrará uma síntese da cada arte, contendo os seus


elementos, suas principais obras e fotos da mesma.

Além deste caderno, o trabalho é contido de um recurso multimídia e de


uma apresentação oral da equipe.
A Arte Bizantina

Contextualização Histórica

Com a divisão do Império Romano em Ocidente e Oriente em 395, a cidade de


Roma já fragilizada por crises internas e outras tentativas de invasão, esta
sucumbe aos bárbaros. Constantino em 330 funda em Bizâncio, antiga colônia
grega a capital do Império no Oriente, Constantinopla. Bem localizada
geograficamente, por situar-se entre a Europa e Ásia, a nova capital do Império
se desenvolveu e muito, não só se tornando o novo centro financeiro, mas
também cultural e tendo influências de Roma, Grécia e do Oriente surge à arte
bizantina.

Com o Cristianismo crescendo cada vez mais e avançando todo o continente


europeu, esta se torna a fonte da arte bizantina e durante o reinado de
Justiniano (527-565), Constantinopla alcança o seu ápice político e cultural
tendo o Imperador como responsável por promover as grandes obras sendo
este período conhecido como a Idade do Ouro.

A Arte Cristã e Imperial

Com a oficialização do cristianismo esta assume na arte uma expressão de


poder e riqueza juntamente com o imperador que era vista como um ser
sagrado, enviado pelo próprio Deus, portador de poderes espirituais um ser
digno de ser representado possuindo uma auréola sobre a cabeça como no
mosaico do Imperador Justiniano em Ravena, Itália.

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Mosaico e Cores

Pintura neste período se baseia no uso de cores fortes e variadas e na


formação de mosaicos tendo como o objetivo não a decoração, mas sendo um
veiculo de propagação do Cristianismo e da imagem do Imperador. Sendo
fortemente influenciada pela arte da mesopotâmia e a egípcia, a pintura
bizantina são feitas em painéis obedecendo a lei da frontalidade, sendo
deixado de lado o realismo da arte romana e do idealismo tão presente na arte
grega, entrando em cena a imagem rígida e altiva transmitindo ao observador
respeito e veneração ao personagem retratado naquele mosaico.

Apesar de não haver uma “preocupação” para demonstrar o personagem mais


próximo da realidade, a pintura bizantina eram dotadas de varias regras
elaboradas pelos sacerdotes para os artistas, (estes que neste período eram só
“meros executores” das obras), como o posicionamento das mãos, dos pés, a
ordem de personagens no painel, as roupas e os símbolos. A proximidade do
Imperador com o Cristo era tanta que em vários mosaicos situados na Igreja de
São Vital em Ravena, o Imperador Justiniano e a Imperatriz Teodora eram
retratados como seres sagrados, e enquanto Jesus e Maria apareciam
retratados como rei e rainha, respectivamente.

Os Ícones Bizantinos

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Tendo como finalidade representar as figuras sagradas como Jesus, Maria,
Santos e apóstolos, esta técnica permitia aos artistas resultados
surpreendentes com pinturas exóticas e luxuosas.

A confecção dos ícones partia-se do uso de madeira ou de placa de metal, e


aplicava acima a tinta dourada usando a técnica da têmpera¹ ou da
encáustica², além da inserção de pedras preciosas e de coroas de ouro, dando
um aspecto de santidade a imagem.

O uso do ícone não se tornou comum só nas Igrejas da Europa e da Ásia, era
comum encontrar e oratórios familiares dos nobres naquela época ícones de
vários artistas, desses destaca-se André Rublev celebre autor russo na arte do
ícone.

A Arquitetura de Hagia Sophia

Uma das mais importantes obras da arte bizantina, A Basílica de Santa Sofia
(Istambul) fora construída entre 532 e 537, uma criação de Isidorus de Mileto e
Anthemius de Tralles.

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¹ Têmpera: Técnica que mistura pigmentos a uma gama orgânica, para facilitar na fixação das cores à superfície do
objeto pintado, dando efeito luminoso a pintura.
² Encáustica: Técnica que consiste em diluir pigmentos em cera derretida e aquecida no momento da aplicação, dando
a pintura um aspecto semifosca.

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A cúpula é formada por quatro arcos que em sequência é ampliadas por mais
cincos absides, a nave central é de uma magnitude arquitetônica nunca vista
naquela época, na base inferior desta nave, têm-se pequenas janelas
permitindo assim que a luz solar adentre a parte central desta basílica
iluminando-a completamente e com o auxilio dos mosaicos feitos de pedras
coloridas o efeito luminoso que resulta, transmite ao observador o “poder de
Deus” e a riqueza do representante do Criador(Imperador).

A Escultura Bizantina

A escultura bizantina durante quase todo período ficou limitada à


ornamentação arquitetônica com esculturas de baixo relevo feitas de marfim ou
de metal. No século X. surge uma técnica na escultura que fora bastante usada
pelos altos dignitários, o Tríptico que é um pequeno altar portátil com três
painéis sendo que os dois da extremidade se fecham sobre o primeiro como
pórticos, ilustravam basicamente A Virgem Marica, Cristo e seus Apóstolos,
como o Tríptico de Harbaville.

A Arte Islâmica

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Contextualização Histórica

Sendo orientados pelos ensinamentos de Maomé, a civilização que vivia na


Península Arábica, rompeu as barreiras territoriais e disseminou a sua politica,
conhecimento, cultura e religião pela Península Ibérica até o Vale do Indo de
forma avassaladora como nunca se viu em toda história, como cita H.W.
Janson, “Em duas gerações, a nova fé conquistou um território mais vasto e
maior número de crentes que o cristianismo em três séculos.”³.

A Pintura

A pintura islâmica tem-se poucos registros do séc. VIII e XIII das figuras e
esboços encontrados deste período são de escrituras sobre, botânica,
medicina ou de zoologia que fora traduzida pelos escribas árabes, e este para
facilitar na compreensão do assunto elaboravam pequenas ilustrações, sendo
que mesmo sendo ilustrações, é perceptível a influência da arte bizantina,
como na imagem do livro De Matéria Médica de Dioscórides, onde o médico
Erasistratus e o seu discípulo tem sua cabeça aureolada. Neste período as
ilustrações islâmicas, eram imagens chapadas, bidimensionais e sem
profundidade.

Para o povo árabe deste período a pintura só podia ser confeccionada pelos
calígrafos, por ser uma profissão muito antiga e respeitada, uma pessoa
exercer a profissão de pintor neste período não era bem visto pela sociedade e
nem por “Alá”.

Durante o séc. XIII e XIV, a pintura islã incorpora elementos da pintura chinesa
e persa, enriquecendo o conhecimento árabe nesta arte, tendo como resultado,
paisagens mais complexas e o aperfeiçoamento da iluminura.
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³ - JANSON, H.W. História Geral da arte: O Mundo Antigo e a Idade Média, Editora Martins Fontes, 2 ed. p - 341

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Tapeçaria

O Tapete é uma peça muito importante para o árabe tanto para o momento da
oração, quanto na decoração utilizada no inicio para decorar as tendas, quando
a civilização era nômade, quando este se torna sedentário, utiliza-o para
decorar os palácios. No tapete o artista reproduzia utensílios domésticos, caça,
animais, forma geométricas e outros.

Arquitetura

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A arquitetura islã esteve mais presente em Mesquitas, Mausoléus, Arrábitas
e Madrasas. A influência bizantina é notória nas grandes edificações islãs,
com grandes cúpulas e o uso do arco. Das obras deste período, destaca-se
o Mausoléu Taj Mahal na Índia, feito para ser o tumulo da esposa favorita
de Shah Jahan, está obra grandiosa se tornou um marco arquitetônico para
o Oriente, com os seus quatro minaretes tendo a frente um espelho d’agua
dando uma ilusão que esta grande edificação está a flutuar sobre o local.

A Arte Românica

Contextualização Histórica

Com o fim do Império Romano, e a chegada do Cristianismo no continente


europeu, esta região começa a se desenvolver timidamente com o comercio e
a agricultura, a Igreja possui um papel importante por ser a responsável pela
unificação da Europa após a queda do Império Romano e a ausência de uma
autoridade politica central, faz o Papa se tornar referência para a sociedade, e
é neste meio que surge a Arte Românica.

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A Arquitetura nas Igrejas

Sendo aplicadas principalmente nas Igrejas Católicas, a arquitetura românica


se caracteriza pelas construções baixas, porém compridas, paredes espessas
com poucas janelas. Possuem forma de cruz latina, bastante ampla
internamente, pois estas igrejas também tinham a função de acolher os fiéis
após a peregrinação. Uma das características marcantes da arquitetura
românica é o uso do arco pleno, e abobadas na parte interna da Igreja,
enquanto externamente ela aparenta ser simples e robusta, o seu interior é
belo e suave, remetendo ao fiel que o importante não é o que você aparenta
ser, mas o que você realmente é por dentro.

Com o crescimento da Igreja, os templos católicos românicos se espalhavam a


passos largos por todo continente, desde a Península Ibérica até o leste
europeu, dentre as diversas Igrejas, destaca-se a Catedral de Santiago de
Compostela em Galiza na Espanha, construída entre 1075 e 1128 sua planta
basilical tem o formato de cruz, possuindo três naves, duas em sua fachada e
uma ao sul da Basílica.

A Pintura

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Neste período a pintura românica esta voltada para a decoração interna das
igrejas e monastérios e na ilustração dos livros, técnica esta conhecida como
iluminura, que fora bastante utilizada no continente europeu nesta época. Tanto
nas iluminuras quanto nos afrescos a pintura tinha como objetivo relatar a
trajetória de Cristo para os fiéis (muitos estes que não sabiam ler) e assim
como nas artes precedentes ao românico, essa arte não tinha o intuito de
retratar a forma humana como realmente é, o que se vê é uma
“despreocupação” com a anatomia nas figuras, com imagens chapadas com
ausência de sombra e de profundidade.

A Escultura

A escultura assim como a pintura, teve uma função de ornamentar as Igrejas,


utilizando a técnica do baixo relevo, esta vai estar presente nos capitéis,
tímpano, pormenores e portas dos templos religiosos. Mais de caráter
simbólico do que realístico, as esculturas românicas narrava as histórias
bíblicas e ressaltava os valores religiosos com ilustrações que eram dotadas de
simbolismos como os gestos da mão, da ordem de personagens e etc.

A Arte Gótica

Contextualização Histórica

No Século XII, a arte gótica se situava basicamente na província da Île-de-


France, entretanto, um século depois este estilo se disseminou por todo
continente europeu. Suas catedrais possuía um sistema inovador para a época
que permitia paredes enormes e grandes aberturas que ate pouco tempo era
impossível. Os vitrais coloridos e complexos e a riqueza de detalhes externos e
internos fez tirar a arte românica de cena, colocando o gótico como a grande
estrela da arte.

A Pintura
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Sendo a última expressão a surgir (a pintura gótica apareceu meio século após
o surgimento da arte gótica) o que não lhe faz ser a menos importante dentre
as três, pois é com a pintura gótica que vários elementos foram reincorporados,
destes o mais importante foi a presença do naturalismo nos afrescos e painéis,
os personagens estão mais próximos da realidade se comparada a pintura
românica e bizantina.

No seu inicio, a pintura gótica assim como as outras retratava a trajetória de


Cristo e da religiosidade Cristã, utilizando de quatro meios: Painel, Afresco,
Iluminura e os vitrais. No Painel e no Afresco a evolução desta arte se deu
graças às escolas de Siena e de Florença, e desta última surgiu um dos
maiores nomes da pintura gótica: Giotto.

Vitrais

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Com a utilização dos arcos para a distribuição dos pesos das grandes
catedrais, permitiu que a parede sofresse grandes intervenções, tendo imensas
aberturas, e estas sendo preenchidas por pedaços de vidro coloridos através
de chumbo, formando uma grande composição geométrica e bidimensional. A
luz externa interage com o vitral ressaltando ainda mais o colorido do vidro
dando um efeito extraordinário. Os mais conhecidos são da Catedral de Notre-
Dame e da Catedral de Bruges.

Escultura

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A escultura gótica surgiu interligada com a arquitetura, sendo utilizada na
ornamentação das igrejas no espaço interno e externo em baixo relevo, mais
tarde esta arte se desprende da arquitetura realizando obras magnificas sem
ter nenhuma relação com outra arte.

A principio, esta arte não se preocupava em transmitir ao observador a figura


de uma forma realista, mas que este absorvesse a simbologia da escultura, o
valores espirituais do Cristianismo, só mais tarde que esta caminhou sendo ao
naturalismo e ao realismo dando mais complexidade as formas da escultura.

As esculturas da Catedral de Notre-Dame se eternizaram juntamente com a


arquitetura desta obra, mas em especial vale ressaltar a criação das gárgulas,
que são os desaguadouros das Catedrais onde se escoam a água da chuva,
tendo a forma de monstros e animais, acreditavam-se na época que estes
eram os guardiões dos templos e que ao cair da noite ganhavam vida, mas a
suas singularidades o fez se tornarem imortais na arte.

Arquitetura
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A arquitetura gótica trouxe uma série de inovações que contribuíram para a
realização das grandes obras deste período, ao contrário de antes que o peso
da estrutura era sustentado pela parede, o gótico traz o uso das pilastras e do
feixe de colunas ligadas à abobada aliviando o peso sobre as paredes. Os
arcos utilizados neste período não são plenos que nem o românico e sim
pontiagudos, conhecidos como arco ogival. As fachadas das Catedrais góticas
são ricas em detalhes, sendo complementadas por escultura de baixo relevo.

As plantas das obras arquitetônicas deste período também são em forma de


cruz latina, o que diferencia delas para a românica é a espessura das paredes
a altura das edificações, a utilização de colunas permitiu aos góticos
construírem Templos imensos.

O aspecto imponente da arte gótica fez Catedrais como o Notre-Dame, Amiens


e Colônia serem admirados por todos, tanto por leigos quanto para os grande
críticos da arte.

A Arte Manuelina

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Contextualização Histórica

Entre o período gótico e a arte renascentista, na Península Ibérica, durante o


reinado de D. Manuel, surge em Portugal uma arte que não se espalhou pelo
mundo, mas que deixou a sua identidade arquitetônica presente na história: A
Arte Manuelina.

Arquitetura e Escultura

A Arquitetura e a escultura no estilo Manuelina, estão interligados possuindo as


mesmas características da arte gótica, o que diferencia é a ausência de
transepto e cabeceiras retangulares. Os detalhes presentes nas edificações e
nas esculturam retratam do Império Português. Das obras manuelinas as mais
importantes são A Torre de Belém em Lisboa e o Paço de D. Manoel em Évora.

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A Iluminura Manuelina

A Iluminura manuelina também é bem similar ao gótico tendo os mesmos


elementos. Da iluminura Manuelina, destaca se o livro 3 Místicos.

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Conclusão

Este trabalho teve como objetivo fornecer ao leitor informações pertinentes


aos movimentos artísticos da Idade Média que antecederam o
Renascimento.

Os textos encontrados neste caderno fora realizada pelos integrantes do


grupo através do estudo das principais artes de cada período.

O estudo das artes de cada período foi efetuada ressaltando as suas


principais características e suas grandes obras.

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Bibliografia

JANSON, H. W. – História Geral da Arte: O Mundo Antigo e a Idade Média, Editora Martins Fontes, 2 ed.
DUBY, Georges – História Artística da Europa: A Idade Média – Tomo II, Editora Paz e Terra. 1998
PROENÇA, Graça – História da Arte, Editora Ática, 16 ed, 2003

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