Estreito de Bósforo que separa a Europa da Ásia (atual Istambul) Basílica de Santa Sofia A FUNDAÇÃO DE CONSTANTINOPLA
Concebida para ser capital do Império Romano, originalmente ela deveria se
chamar Nova Roma, mas sua população consagrou o nome com que passaria à História:Constantinopla. Inaugurada em maio de 330, ela foi construída por ordem do imperador Constantino no estreito de Bósforo, a meio caminho entre o Oriente e o Ocidente, no cruzamento de importantes rotas comerciais. Constantino importou pinturas e esculturas de diversas partes do mundo, com as quais seus artistas decoraram construções públicas, praças e museus. Pergaminhos e outros documentos pertencentes a acervos gregos foram incorporados às bibliotecas e escolas, que passaram a reunir tesouros do pensamento e da literatura da Antiguidade. Em razão do grande número de pessoas de diversas origens que nela se instalaram, Constantinopla logo se transformou em uma cidade cosmopolita, sofrendo influência tanto de povos ocidentais como orientais. Em seu período áureo, no século VI, chegou a contar com mais de 1 milhão de habitantes. BIZÃNCIO: O REINO DOS CEUS D0 ORIENTE
“Visto que o imperador (Justiniano. 527-565) mantém aqui
(em Constantinopla) a sua residência. resulta da grandeza do Império que uma multidão de homens das mais variadas condições chegam à cidade, vindos de todas as partes do mundo. Cada um deles é levado a vir ou por alguma necessidade de negócios ou por qualquer esperança ou por acaso; e muitos na verdade vêm por os seus negócios não se encontrarem em feliz situação na sua terra natal, a fim de fazerem uma petição ao imperador; e todos estes passam a residir na cidade.”
(CESAREIA. Procópio de. Dos edifícios. trad. de F. Espinosa. ln FREITAS, Gustavo
de. 900 Textos e documentos de História. Lisboa, Plátano, 1977.) A imagem é um mosaico, uma das principais características artísticas da civilização bizantina. Através dela também é possível perceber outra característica do Império Bizantino, que é a teocracia, o caráter despótico do imperador associado à sua influência política. Herdeiro do Império Romano, o Império Bizantino mantinha também um poder centralizado na figura do Imperador que detinha ainda o controle religioso da civilização. No caso do Império Bizantino, essa prática ficou conhecida ainda como cesaropapismo, na qual o Imperador era supremo em relação à Igreja por ser considerado o eleito de Deus. A ARTE BIZANTINA A arte bizantina é uma síntese do cristianismo, do helenismo e do orientalismo. Ao lado de seu caráter fortemente cristão, ostenta um ar majestoso que exprime poder e riqueza. A grandiosidade da arte bizantina pode ser observada tanto na arquitetura como nas pinturas e nos mosaicos que decoram o interior das igrejas. 0 mosaico – técnica que consiste na colocação, lado a lado, de pequenos pedaços de pedra de cores diferentes sobre uma superfície de gesso ou argamassa,formando imagens –foi a forma de expressão preferida dos artistas do Império Bizantino. Paralelamente, monges bizantinos inventavam os ícones, pinturas que representavam figuras sagradas do cristianismo, frequentemente decoradas com jóias e pedras preciosas,e veneradas nas igrejas e oratórios familiares. Em 726,0 imperador Leão III, preocupado com o excesso de poder conquistado pelos monges, mandou destruir os ícones, fato que provocou uma guerra civil. Foi a chamada Questão Iconoclasta, que só terminou em 843, quando a adoração aos ícones voltou a ser permitida. Na arquitetura, a igreja de Santa Sofia é a obra-prima da arte bizantina. Inaugurado em 537, o templo foi construído em cinco anos por 10 mil trabalhadores. Fontes: Graça Proença. História da arte. 16. ed. São Paulo: Ática, 2002. p. 47-52; Mario Curtis Giordani. istóriao Império Bizantino. Petrópolis: Vozes, 1968. p. 255-6.)