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A cúpula é formada por quatro arcos e ampliada por duas absides que, por sua
vez, são ampliadas por mais cinco pequenas absides. A nave central é circundada por
colunas com capitéis detalhadamente trabalhados, que lembram capitéis coríntios. O
revestimento em mármore e mosaicos e a sucessão de janelas e arcos criam um
espaço interno de grande beleza.
Vista parcial do interior da Basílica de Santa Sofia, em Istambul.
No entanto, as igrejas que revelam uma arte bizantina mais madura são as da
época de Justiniano, como a de São Vital, em Ravena. Devido à sua planta octogonal,
o espaço interno apresenta possibilidades de ocupação diferentes das das outras
igrejas.
Como vimos antes, dos mosaicos da igreja de São Vital dois se destacam por
expressar de modo significativo o compromisso da arte bizantina com o Império e a
religião: o do Imperador Justiniano e o da Imperatriz Teodora, com seus respectivos
séquitos, levando oferendas ao templo.
Depois da morte do Imperador Justiniano, em 565, aumentaram as dificuldades
políticas para que o Oriente e o Ocidente se mantivessem unidos. O Império Bizantino
sofreu períodos de declínio cultural e político, mas conseguiu sobreviver até o fim da
Idade Média, quando Constantinopla foi invadida pelos turcos.
Os ícones bizantinos
Além dos trabalhos em mosaicos, os artistas bizantinos criaram os ícones, uma
nova forma de expressão artística na pintura.
A palavra ícone é grega e significa imagem. Como trabalho artístico, os ícones
são quadros que representam figuras sagradas como Cristo, a Virgem, os apóstolos,
santos e mártires. Em geral são bastante luxuosos, conforme o gosto oriental pela
ornamentação suntuosa.
Ao pintar os ícones, usando a técnica da têmpera ou da encáustica (veja texto
explicativo abaixo), os artistas recorriam a alguns recursos para realçar os efeitos de
luxo e riqueza. Comumente, revestiam a superfície da madeira ou da placa de metal
com uma camada dourada, sobre a qual pintavam a imagem. Para fazer as dobras
das vestimentas, as rendas e os bordados, retiravam com um estilete a película de
tinta da pintura. Assim, essas áreas adquiriam a cor de ouro do fundo. Às vezes,
colavam na pintura jóias e pedras preciosas, e chegavam mesmo a confeccionar
coroas de ouro para as figuras de Cristo ou de Maria. Essas jóias, aliadas ao dourado
dos detalhes das roupas, conferiam aos ícones um aspecto de grande suntuosidade.
Geralmente, os ícones eram venerados nas igrejas, mas não era raro encontra-
los nos oratórios familiares, pois se popularizaram entre os gregos, balcânicos,
eslavos e asiáticos, mantendo-se por muito tempo como expressão artística e
religiosa. Os ícones russos, por exemplo, tornaram-se famosos, particularmente os de
Novgorod, onde viveu, no início do século XV, André Rublev, célebre pintor desse
gênero de arte.
Dentre os ícones de Rublev, dois se destacam pela sua expressividade: o de
Nossa Senhora da Misericórdia e O Cristo Pantocrátor.