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O QUE É PECADO? QUAL O SIGNIFICADO DE PECADO NA BÍBLIA?

Pecado é tudo aquilo que transgride a Lei de Deus sendo contrário


ao Seu caráter. Desse modo, o homem peca tanto ao não fazer o que agrada a
Deus quanto ao fazer aquilo que o desagrada. A doutrina acerca do pecado é
bastante exaustiva na Bíblia, tanto no Antigo quando no Novo Testamento. A
seguir, veremos o que as Escrituras dizem sobre o que é o pecado, qual o seu
significado e tudo que o envolve.

O QUE É PECADO? DE ACORDO COM O CIC

Artigo 8 - O Pecado
IV. A gravidade do pecado: pecado mortal e pecado venial
1854. Os pecados devem ser julgados segundo a sua gravidade. A
distinção entre pecado mortal e pecado venial, já perceptível na Escritura (94),
impôs-se na Tradição da Igreja. A experiência dos homens corrobora-a.
1855. O pecado mortal destrói a caridade no coração do homem por
uma infracção grave à Lei de Deus. Desvia o homem de Deus, que é o seu
último fim, a sua bem-aventurança, preferindo-Lhe um bem inferior. O pecado
venial deixa subsistir a caridade, embora ofendendo-a e ferindo-a.
1856. O pecado mortal, atacando em nós o princípio vital que é a
caridade, torna necessária uma nova iniciativa da misericórdia de Deus e uma
conversão do coração que normalmente se realiza no quadro do sacramento
da Reconciliação:
«Quando [...] a vontade se deixa atrair por uma coisa de si
contrária à caridade, pela qual somos ordenados para o
nosso fim último, o pecado, pelo seu próprio objecto, deve
considerar-se mortal [...], quer seja contra o amor de Deus
(como a blasfémia, o perjúrio, etc.), quer contra o amor do
próximo (como o homicídio, o adultério, etc.) [...] Em
contrapartida, quando a vontade do pecador por vezes se
deixa levar para uma coisa que em si é desordenada, não
sendo todavia contrária ao amor de Deus e do próximo
(como uma palavra ociosa, um risco supérfluo, etc.), tais
pecados são veniais» (95).
1857. Para que um pecado seja mortal, requerem-se, em
simultâneo, três condições: «É pecado mortal o que tem por objecto uma
matéria grave, e é cometido com plena consciência e de propósito deliberado».
1858. A matéria grave é precisada pelos dez Mandamentos,
segundo a resposta que Jesus deu ao jovem rico: «Não mates, não cometas
adultério, não furtes, não levantes falsos testemunhos, não cometas fraudes,
honra pai e mãe» (Mc 10, 18). A gravidade dos pecados é maior ou menor: um
homicídio é mais grave que um roubo. A qualidade das pessoas lesadas
também entra em linha de conta: a violência cometida contra pessoas de
família é, por sua natureza, mais grave que a exercida contra estranhos.
1859. Para que o pecado seja mortal tem de ser cometido com
plena consciência e total consentimento. Pressupõe o conhecimento do
carácter pecaminoso do acto, da sua oposição à Lei de Deus. E implica
também um consentimento suficientemente deliberado para ser uma opção
pessoal. A ignorância simulada e o endurecimento do coração não diminuem,
antes aumentam, o carácter voluntário do pecado.
1860. A ignorância involuntária pode diminuir, ou mesmo desculpar,
a imputabilidade duma falta grave. Mas parte-se do princípio de que ninguém
ignora os princípios da lei moral, inscritos na consciência de todo o homem. Os
impulsos da sensibilidade e as paixões podem também diminuir o carácter
voluntário e livre da falta. O mesmo se diga de pressões externas e de
perturbações patológicas. O pecado cometido por malícia, por escolha
deliberada do mal, é o mais grave.
1861. O pecado mortal é uma possibilidade radical da liberdade
humana, tal como o próprio amor. Tem como consequência a perda da
caridade e a privação da graça santificante, ou seja, do estado de graça. E se
não for resgatado pelo arrependimento e pelo perdão de Deus, originará a
exclusão do Reino de Cristo e a morte eterna no Inferno, uma vez que a nossa
liberdade tem capacidade para fazer escolhas definitivas, irreversíveis. No
entanto, embora nos seja possível julgar se um acto é, em si, uma falta grave,
devemos confiar o juízo sobre as pessoas à justiça e à misericórdia de Deus.
1862. Comete-se um pecado venial quando, em matéria leve, não
se observa a medida prescrita pela lei moral ou quando, em matéria grave, se
desobedece à lei moral, mas sem pleno conhecimento ou sem total
consentimento.
1863. O pecado venial enfraquece a caridade, traduz um afecto
desordenado aos bens criados, impede o progresso da pessoa no exercício
das virtudes e na prática do bem moral; e merece penas temporais. O pecado
venial deliberado e não seguido de arrependimento, dispõe, a pouco e pouco,
para cometer o pecado mortal. No entanto, o pecado venial não quebra a
aliança com Deus e é humanamente reparável com a graça de Deus. «Não
priva da graça santificante, da amizade com Deus, da caridade, nem, portanto,
da bem-aventurança eterna» (98).
«Enquanto vive na carne, o homem não é capaz de evitar
totalmente o pecado, pelo menos os pecados leves. Mas
estes pecados, que chamamos leves, não os tenhas por
insignificantes. Se os tens por insignificantes quando os
pesas, treme quando os contas. Muitos objectos leves
fazem uma massa pesada; muitas gotas de água enchem
um rio; muitos grãos fazem um monte. Onde, então, está a
nossa esperança? Antes de mais, na confissão...» (99).
1864. «Todo o pecado ou blasfémia será perdoado aos homens,
mas a blasfémia contra o Espírito não lhes será perdoada» (Mt 12, 31) (100).
Não há limites para a misericórdia de Deus, mas quem recusa deliberadamente
receber a misericórdia de Deus, pelo arrependimento, rejeita o perdão dos seus
pecados e a salvação oferecida pelo Espírito Santo (101). Tal endurecimento
pode levar à impenitência final e à perdição eterna.

O que significa pecado na Bíblia?

Na Bíblia existem vários termos que são empregados para se referir


ao pecado e que possuem diferentes significados. Antes, também é importante
entender que tais termos algumas vezes são utilizados para se referir ao mal
no seu sentido mais amplo e genérico, e não necessariamente ao pecado,
como por exemplo, ao mal físico (doenças, etc.), mesmo que esse mal
genérico seja, em última análise, resultado, consequência do pecado.
Em outras palavras, é correto afirmar que o pecado é o mal numa
categoria específica, que de forma bastante resumida pode ser definido como
sendo o “mal moral”. Dentre os termos mais utilizados para se referir ao mal
que implica no conceito de pecado, podemos destacar:

Palavras hebraicas:
1.Chatta’th, significa algo como “desviar do caminho”, “errar o alvo”,
no sentido de um erro ou desvio deliberado;
2.‘Avel e ‘Avon, designa um tipo de “falta de integridade”,
“desonestidade”, “iniquidade” ao afastar-se intencionalmente do caminho da
justiça;
3.Pesha’, transmite a ideia de revolta e rebelião contra uma
autoridade legitima, algo como uma “quebra da aliança”;
4.Rasha’, significa “maldade”, implicando sempre no sentido de
“culpa moral” ao fugir impiamente das regras estabelecidas;
5.Asham, “culpa”;
6.Ta’a, “andar errado”; etc.

Palavras gregas:

1.Harmatia, essa é a palavra mais abrangente para pecado no Novo


Testamento e na Septuaginta, e significa um desvio do caminho da justiça;
2.Adikia, “injustiça”;
3.Anomos, usada para se referir aquele que transgride a Lei;
4.Paraptoma, algo como “uma ofensa ou transgressão deliberada”;
5.Poneros, geralmente refere-se a “iniquidade moral”; etc.

Todos esses termos, quando aplicados à ideia de “mal moral”,


geralmente são traduzidos por palavras que revelam o pecado em seus mais
diversos aspectos, como: pecado, culpa, maldade, depravação, perversidade,
iniquidade, injustiça, desobediência, rebelião, impiedade, prostituição,
imoralidade e outras.
O que a Bíblia diz sobre o pecado?

A Bíblia diz que o pecado é uma grave e deliberada revolta contra o


próprio Deus, que naturalmente resulta na transgressão de sua Lei. Ao mesmo
tempo em que as Escrituras revelam explicitamente essa verdade, elas
também expõem de forma clara qual é o padrão correto contra o qual os
homens deliberadamente transgridem, bem como não deixa qualquer dúvida
com relação à responsabilidade do próprio homem nessa transgressão.
A Bíblia também diz que o pecado entrou na humanidade na Queda
do homem, quando Adão e Eva livremente resolveram pecar contra o Senhor
(Gênesis 3). A partir dali, o pecado contaminou a natureza humana de tal forma
que fez com que o homem se encontrasse num pleno estado de depravação,
incapaz de se livrar do pecado e fazer o bem em relação a Deus.
Em outras palavras, após o pecado ter entrado no mundo, por sua
própria natureza, todas as faculdades do homem, incluindo suas decisões,
desejos e vontades, estão inclinadas ao mal (Romanos 3:10-12). Assim, não há
um ser humano se quer que não possua uma natureza decaída, pois todos já
nascem nesse estado de pecado.
Esse estado, condição e qualidade de pecador são chamados de
“pecado original”, pois ele não ocorre por imitação ou influência externa, mas é
derivado da raiz da raça humana, ou seja, o pecado de Adão foi o pecado de
toda a humanidade, e assim todos os homens já nascem com uma natureza
deprava e corrupta (Romanos 5:12).
Esse pecado original também é a raiz de todos os pecados
cometidos pelos homens durante suas vidas, que geralmente são chamados de
“pecados factuais”. Tais pecados possuem sua fonte no pecado original, e são
todos aqueles que os homens comentem no decorrer de suas vidas.

Como o homem peca?

A Bíblia diz que o homem peca de diversas maneiras e


sentidos. Assim, esses pecados factuais podem ser tanto interiores
(pensamentos perversos, cobiça etc.) como exteriores (furto, roubo, mentira,
fraude etc.).
Logo, é correto afirmar que o homem peca tanto por seus
pensamentos como por suas obras, palavras e mesmo por omissão, ao se
fazer indiferente à injustiça e a maldade. De qualquer forma, a justiça de Deus
exige a punição de todos esses tipos de pecado (Mateus 12:36; 1 Coríntios 4:5;
Apocalipse 20:12).

As consequências do pecado

O caráter santo de Deus exige que também sejamos santos em


nossa maneira de viver (1 Pedro 1:16). Naturalmente, por conta desse padrão
de santidade, a justiça de Deus requer que todos os pecados se não remidos,
serão fruto de uma condenação. Essa punição ocorre tanto nessa vida quando
na vida por vir.
A Bíblia afirma que a grande consequência e castigo do pecado é a
morte. Com relação ao conceito de “morte” nesse sentido, deve-se entender
que ela significa não apenas a morte física, mas a morte espiritual e a morte
eterna.
A morte física, e não apenas ela, mas também os sofrimentos da
vida, são resultantes do pecado que entrou no mundo. Tais sofrimentos e
aflições são comuns na vida do homem tanto no aspecto físico quanto mental e
emocional.
Assim, no decorrer de sua vida, o homem experimenta as mais
variadas consequências pelos seus atos pecaminosos. Ele é punido tanto nas
consequências naturais de seu pecado (Provérbios 5:22) como também sofre a
penalidade imposta por um ato direto do próprio Deus (1 Crônicas 10:13;
Salmos 11:6).
No final da vida do homem ocorre também a separação do corpo e
da alma, ou seja, a morte física propriamente dita, e a Bíblia afirma claramente
que esse fim é tanto consequência como penalidade pelo pecado (Gênesis
3:19; cf. Romanos 5:12-21; 1 Coríntios 15:12-23).
Já a morte espiritual basicamente significa a separação de Deus
(Ezequiel 18:4,20; Romanos 5:12; 6:16-23; Tiago 1:15), pois o Deus santo e
justo não pode ter comunhão com o homem impuro, injusto e totalmente
depravado.
Se o homem, por natureza morto em pecados e delitos, não for
vivificado pela ação soberana de Deus (Efésios 2:1-11), sua morte espiritual o
conduzirá à morte eterna, que implica na triste realidade de que o ímpio sofrerá,
por toda a eternidade, o castigo da santa ira de Deus, isto é, o pecador
impenitente será atormentado pelos séculos dos séculos (Apocalipse 14:11).

É possível ficar livre do pecado?

O homem, por si mesmo, não possui qualquer capacidade de se


libertar do pecado. Porém, através da obra redentora de Cristo, Deus
providenciou a salvação do homem do pecado. Essa salvação, no entanto,
basicamente ocorre em três estágios.
Primeiramente o homem é liberto da culpa do pecado, recebendo o
perdão de Deus através da justificação, um ato pontual do próprio Deus.
Depois, o redimido é liberto do poder do pecado, num processo que dura toda
sua vida, o qual a Bíblia chama de santificação. Por fim, o homem é liberto
definitivamente da presença do pecado, e isso ocorrerá na glorificação, isto é,
na ressurreição por ocasião da volta de Cristo. Assim, o redimido receberá um
corpo glorioso não mais sujeito ao pecado (1 Coríntios 15:54).
Portanto, enquanto está vivendo neste mundo, mesmo justificado, o
redimido ainda está sujeito ao pecado (1 João 1:8-10), porém o Espírito Santo,
o Auxiliador enviado pelo Pai e pelo Filho, capacita aquele que foi feito nova
criatura em Cristo a não deixar que o pecado, por meio de sua velha natureza,
domine sua vida (Romanos 6:1-13; 8:1-4).
Assim, estes não andam mais segundo a carne e suas
obras perversas, mas andam segundo o Espírito, num modo de vida
completamente oposto ao pecado, que demonstra o caráter de Cristo através
do fruto do Espírito Santo em suas vidas.

O Pecado Mortal

Quando cometemos um pecado grave expulsamos a Deus de nós


e perdemos a graça santificante. Por isso o pecado é a desgraça maior que
existe no mundo. Pecar gravemente é o pior e mais imbecil, o mais terrível e
criminal, o mais absurdo e abjeto: é atuar contra a vontade de Deus, é atentar
contra sua glória, é ofender ao que é infinitamente bom, é privar-se da graça
de Deus, é submeter-se à escravidão do Diabo, é converter-se em candidato
ao Inferno.
“Se, cheios de fé, víssemos o fundo de uma alma manchada com
um pecado mortal, morreríamos sacudidos de terror” (São João Maria
Vianney). Justamente, pois, exclamava São Domingos Sávio: “Morrer antes
de pecar!”, e Frei Mamerto Esquiú: “Deus me conceda odiar este mal com
todo meu coração e me envie a morte antes de cometê-lo”. José de São
Martim assim expressava: “Que Deus o livre de viver e morrer em pecado
mortal, são os votos de seu velho amigo”.
Pecado mortal é pensar, desejar, dizer, fazer, ou omitir algo contra
a lei de Deus em matéria grave, sabendo-o e querendo-o (ou seja é preciso
matéria grave, conhecimento, e liberalidade).
Assim como pela graça temos uma antecipação do Céu na alma,
pelo pecado mortal temos uma antecipação do Inferno, e se chegamos a
morrer, assim seja com um só pecado mortal, vamos ao Inferno, “Que mundo
poderia acolher a um deserto de Deus?” (São Clemente Romano). Quem vive
em pecado mortal, está condenando a si mesmo.
“Quem comete o pecado, é escravo” (Jo 8,34). “Cada um é
escravo daquele que o domina” (2Pd 2,19): como é o Diabo quem vence o
homem induzindo-o a pecar, quem comete pecado mortal fica submetido à
servidão do Diabo, “aquele que comete pecado é do diabo” (1Jo 3,8), e por
isso os pecadores estão enredados pelo “laço do demônio, que os tinha
cativos de sua vontade” (2Tm 2,26).
Ao pecado grave se dá o nome de pecado mortal, porque ao privar
a alma da graça, priva-a da vida sobrenatural, sendo assim uma antecipação
da morte eterna. Por isso Deus nos ensina: “A pessoa que peca é a que
morrerá” (Ez 18,20). “O pecado que leva à morte” (Rm 6,16).
Assim como se deve fugir de uma cobra venenosa porque se nos
morde nos mata, assim deve-se fugir do pecado: “Foge do pecado como da
serpente” (Eclo 21,2).
Quando um cristão peca mortalmente, só pode ser perdoado caso
se confesse ante o sacerdote. “Verdade é que existe o ato perfeito de
contrição que justifica, mas ainda assim este deve conter o desejo de
confissão” (São Pedro Julião Eymard). Deve confessar-se dizendo o número
de pecados cometidos, contra quais mandamentos e as circunstâncias que
agravam ainda mais o pecado mortal, até o ponto de fazê-lo mudar de
espécie. A modo de exemplo, são pecados mortais os seguintes atos
cometidos com plena advertência e deliberada vontade;

Alguns exemplos de matéria grave


Não crer algo ensinado por Deus e a Igreja, ou cultuar outros
deuses (contra o 1º mandamento)
Blasfemar o Santo nome de Deus, da Virgem e dos Santos;
(contra o 2º mandamento)
Faltar à Missa dos Domingos e Festa de guarda, sem grave
motivo; (contra o 3º mandamento)
Matar , suicidar-se, abortar: “crime abominável” (Concílio
Vaticano II);
Consentir em maus pensamentos, desejos, olhares, conversas,
ações contra a pureza, contra a fidelidade, contra a transmissão da vida;
Roubar uma quantia importante;
Caluniar ou difamar a uma pessoa em algo grave, etc.

O Pecado Venial

Existe outro tipo de pecado. É o pecado venial ou leve. Este


pecado não priva a alma da graça de Deus nem a condena ao Inferno, mas
impede a perfeição e a caminhada da alma para Deus, levando-a ao vício, à
escravidão do pecado, ao relaxamento da consciência, ao arrefecimento do
amor por Deus e a conseqüente piora dos tipos de pecados.
Pecado venial é pensar, desejar, dizer, fazer ou omitir algo contra
a lei de Deus em matéria leve.
É um tipo de pecado essencialmente distinto do pecado mortal.
Este tem como castigo o Inferno eterno; aquele não impede de entrar no Céu,
mas sim tem como pena o Purgatório por algum tempo, caso não tenha dado
tempo deste pecado conduzir ao seu conseqüente pecado mortal, ao qual ele
é porta.
O pecado mortal só se perdoa com a confissão (ou com um ato de
contrição perfeita que implica o propósito de confessar-se o quanto antes); o
venial, em contra partida, através do arrependimento sincero acrescido de
muitas maneiras piedosas: mediante uma boa obra, uma oração, uma esmola,
água benta, o sinal da cruz, e também mediante a confissão.
Mas ainda que o pecado venial não parecça algo tão grave, não se
pode deixar de lutar também contra ele, pois consenti-lo é levar vida medíocre
de cristão, e conseqüentemente deixar de caminhar para a santidade.
Devemos sim é seguir o conselho de Nosso Senhor Jesus Cristo: “Deveis ser
perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito” (Mt 5,48).
Não nos deve, porém, desanimar o fato de cairmos muitas vezes
em pecado leve, já que “o justo cai sete vezes”, mas “se levanta” (Pr 24,16). E
deve-se lutar contra ele não só porque cada vez devemos amar mais a Deus,
senão também porque os pecados veniais podem nos ir levando
insensivelmente a cometer pecados mais graves, pois “o que menospreza o
pouco aos poucos cairá na miséria” (Eclo 19,1), e “moscas mortas fazem com
que o perfumista rejeite o óleo, um pouco de insensatez conta mais que a
sabedoria e glória” (Ecl 10,1).
A tentação, ainda que nos incita ao pecado, não é no entanto
pecado; Jesus foi tentado e no entanto “nele não há pecado” (1Jo 3,5).
Quando uma tentação se converte em pecado? Quando não se rejeita a
tentação, por exemplo um mau pensamento, e ainda, sabendo que é mau se
entretêm nele; então comete pecado mortal ou venial, segundo a gravidade
do mesmo. Quando se rejeita a tentação, não somente não cai em pecado,
senão que faz um ato de virtude, já que “podia pecar e não pecou, fazer o mal
e não o fez” (Eclo 31,10).

O que são Pecados capitais?

Alguns pecados se chamam capitais porque são a origem de


outros pecados e de vícios. São a soberba, a avareza, a inveja, a ira, a luxúria,
a gula, a preguiça (Cat.I.C., 1866). Eles poderão ser veniais ou mortais de
acordo com a matéria em que incidem.

Pecados contra o Espírito Santo

“Aquele, porém, que blasfemar contra o Espírito Santo, jamais


será perdoado: é culpado de pecado eterno” (Mc 3,29; cf. Mt 12,32; Lc 12,10).
Deus sempre está disposto a perdoar-nos, mas se nós não queremos,
respeita nossa liberdade e não nos obriga a aceitarmos seu perdão. Diz-se
que nunca se perdoam pela falta de disposição em nós de receber o perdão.
Costuma-se enumerar seis tipos de pecados contra o Espírito Santo:
desesperar-se de alcançar perdão dos pecados, presumir que sem cumprir os
mandamentos de Deus, Ele nos vai salvar, impugnar a verdade conhecida, ter
inveja da graça alheia, obstinar-se no mal e impenitência final.

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