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O Quarto Mandamento

Sabath
Cornelius Van Til
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Traduzido do original em Inglês


The Ten Commandments
By Cornelius Van Til

Philadelphia: Westminster Theological Seminary,


Syllabus, 65 pp. 1993.

Este raro resumo fornece uma exposição da ética do Decálogo antes que John Murray começasse
a ensinar este curso no STW.

Via: Presuppositionalism 101

Tradução por William e Camila Teixeira


Revisão e Capa por William Teixeira

1ª Edição: Fevereiro de 2017

Salvo indicação em contrário, as citações bíblicas usadas nesta tradução são da versão Almeida
Corrigida Fiel | ACF • Copyright © 1994, 1995, 2007, 2011 Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil.

Traduzido e publicado em Português pelo website oEstandarteDeCristo.com, sob a licença Creative


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O Quarto Mandamento — O Sabath


Por Cornelius Van Til

1. Observações

O Quarto e o Quinto Mandamentos têm um caráter religioso-ético e, como tal, formam


uma transição entre a Primeira e a Segunda tábuas da lei. O Sabath e a obediência aos
pais são de grande importância para a verdadeira religião e também para a verdadeira
moralidade.

Em segundo lugar, descobrimos que o Quarto Mandamento é o único que não


encontra ao menos alguma resposta espontânea no coração do pecador. Achamos
pouquíssimo traço de uma semana em sete dias entre os povos fora do âmbito da revelação
especial. Os Babilônios e os Assírios tinham uma semana de sete dias, mas é significativo
que o “Sabatu” dos Babilônios era considerado um “dies ater”, ou seja, um dia sombrio. É
verdade, o dia é chamado de “um nuh libbi”, ou seja, um dia de descanso para o coração,
mas Delitzsch interpretou isso como referindo-se aos deuses, ou seja, era um dia em que
os corações dos deuses tinham que ser colocados em repouso por meio de sacrifício.

É esta circunstância que levou muitos intérpretes a encontrarem no Sabath


exclusivamente uma ordenança da teocracia e não uma ordenança para a humanidade em
geral. Por isso, é importante olhar para esta questão da origem do Sabath, antes de tudo.
Mesmo se nos limitarmos ao Domingo Cristão a questão da origem ainda é importante uma
vez que é, então, parte da questão maior saber se o Cristianismo está introduzindo algo
inteiramente novo ou se ele está restaurando uma ordenança da Criação.

Alguns têm defendido que o Sabath foi instituído pela primeira vez no deserto do Sim
(Êxodo 16:22-30). Mas toda a história como aqui relatada pressupõe um conhecimento do
Sabath. “Até quando recusareis guardar os meus mandamentos e as minhas leis?” [Êxodo
16:28]. Isto aponta para uma lei conhecida anteriormente. Em segundo lugar, as pessoas
parecem reunir uma porção dupla de maná sem que seja dito. Em terceiro lugar, quando
alguns desejam procurar o maná no Sabath, Moisés fica irado com deles porque ele sugere
que eles deveriam ter conhecido melhor. Assim, o conhecimento do Sabath é muito mais
anterior às ordenanças específicas dadas para o Sabath judaico.

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Assim, de acordo com isso, podemos citar ainda (a) o fato mencionado acima que os
babilônios já tinham um Sabath muito anterior ao exílio, (b) a evidência positiva encontrada
em Êxodo 20:8: “Lembra-te”, mas especialmente em Êxodo 20:11: “Porque em seis dias
fez o Senhor os céus e a terra” (Êxodo 20:8, 11). Esta última afirmação parece apontar para
Gênesis 2:3-4: “E havendo Deus acabado no dia sétimo a obra que fizera, descansou no
sétimo dia de toda a sua obra, que tinha feito. E abençoou Deus o dia sétimo, e o santificou;
porque nele descansou de toda a sua obra que Deus criara e fizera”. Em Êxodo 31:17 ainda
diz que Deus “restaurou-se”.

2. O que é Comandado

O Sabath da Criação

Se, então, o Sabath é uma ordenança da criação, isto por si só lança luz sobre o modo
de observância do Sabath. O homem como uma criatura deve imitar a Deus, seu Criador.
Isso é regra geral e aplica-se ao Sabath também. O próprio Deus não deixou de trabalhar
por completo,2 mas deixou o trabalho específico da criação. Ele Se voltou para o gozo e a
bênção do que Ele havia criado.

Se isso fosse sempre cuidadosamente observado dois extremos teriam sido evitados.
Há o extremo do legalismo que superestima o exterior, fazendo dele um fim em vez de um
meio. Contra esse extremo legalista, é bom lembrar que o homem — porque ele consiste
de corpo bem como de alma — é certamente chamado a dar expressão exterior de sua
religião, contudo, a relação interna do homem com Deus é sempre a mais importante. A
tentação para o legalismo sempre foi grande desde que o pecador atribui motivos falsos
para seus próprios atos. Ele pensa muito facilmente que se ele fizer apenas o que parece
externamente ser a coisa certa a fazer, aquela relação interna é de menor importância. Por
outro lado, há o extremo de um hiper-espiritualismo que deprecia o valor do exterior
completamente. Este hiper-espiritualismo pensa que tem a autoridade de Paulo ao seu lado
quando ele afirma que todos os dias são iguais e é preciso apenas guardar o Sabath em
nossos corações. A tentação em direção a esse hiper-espiritualismo é maior agora do que
nunca antes, desde que uma civilização superior, mas não-Cristã, sempre troca a qualidade
ética da espiritualidade pelo status metafísico mais elevado do espírito sobre a matéria. O
Modernismo tem aqui adotado, como em outros lugares, o princípio pagão em vez do
princípio Cristão, substituindo um status metafísico mais elevado por um contraste ético.

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Originalmente não havia nenhuma razão para tais extremos. O homem de Deus era
equilibrado. Como um profeta, ele via e enfatizava o interior; como sacerdote, ele trabalhava
e destacava o exterior; e como um rei, ele mantinha os dois em equilíbrio. Desde a entrada
do pecado, os homens tentam ser ou profetas ou sacerdotes e, portanto, não têm sucesso
em ser nenhum dos dois.

O Sabath Redentivo

Nós agora vimos que, para uma compreensão correta do Sabath, devemos vê-lo antes
de tudo como uma ordenação da criação. Isso é fundamental. A redenção intenciona
restaurar a criação. Portanto, nenhuma ordenança da redenção pode ser entendida
corretamente, a menos que esteja relacionada com a sua equivalente ordenação da
criação. Por outro lado, a redenção também é suplementar à criação. Por isso, é bem
possível que haja uma ênfase especial no sentido redentor de várias ordenanças dadas por
Deus. Agora, nas razões dadas a Israel porque o Sabath deveria ser observado, menção é
feita não somente para imitar o exemplo de Deus (ordenação de criação), mas também
sobre a libertação de Israel da casa da escravidão do Egito. “Porque te lembrarás que foste
servo na terra do Egito, e que o Senhor teu Deus te tirou dali com mão forte e braço
estendido; por isso o Senhor teu Deus te ordenou que guardasses o dia de sábado”
(Deuteronômio 5:15). Isso introduz o elemento de redenção na medida em que a libertação
do Egito é a primeira expressão típica completa de todo o processo de redenção do homem.
Como consequência, a verdadeira observância do Sabath sempre será caracterizada por
referências à obra redentora que se centra em Cristo. Consequentemente, apenas aqueles
que estão em Cristo, ou seja, os crentes da Antiga e da Nova dispensação, podem
realmente observar a ordenança da criação de Deus. Aqui, como em outros lugares, o
verdadeiro Cristianismo é o teísmo vindo a si mesmo. Para que o homem realmente imite
a Deus, ele deve estar em vivo contato com Deus. Assim, o pecador deve reflexivamente
virar para o Paraíso passado e prolepticamente ao Paraíso recuperado, a fim de ver como
o Sabath deve ser celebrado. E isso o pecador pode e fará apenas se ele estiver unido a
Cristo. Daí o Sabath também é chamado de sinal entre Yahwéh e Seu povo. Seu povo deve
observar o Sabath “por aliança perpétua” (Êxodo 31:16).

O Sabath Judaico

Tendo primeiro estudado o Sabath como uma ordenação da criação e, logo após
conectá-lo com o princípio de redenção, em geral, agora nos voltamos para as várias formas

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de observância do Sabath. Nós esperamos que deva haver fases sob a forma de
observância do Sabath, porque existem fases sob a forma do próprio princípio da redenção.
Além disso, também esperamos que — desde que o próprio Cristo é o centro de todo o
processo da redenção — isso mude o modo como a observância do Sabath terá lugar em
conformidade com as mudanças da revelação de Cristo de Si mesmo para o Seu povo.

Quanto ao Sabath judaico, nós conformemente esperamos que haja uma forte ênfase
sobre a observância exterior das ordenanças do Sabath. Havia muitas ordenanças a
respeito de exatamente como o Sabath deveria ser observado. Agora, esta ênfase no
exterior não é, como vimos, contra as ordenações da criação, como tal, ainda assim, há
muito mais ênfase no exterior neste estado precoce da redenção do que havia na
ordenação de criação. A razão para isso é, sem dúvida, pedagógica. A redenção entrou a
princípio num momento em que a raça humana na presunção de sua juventude rebelou-se
contra o Criador. Devia, portanto, ser domada com freios e rédeas. O poder de
discernimento espiritual — mesmo quando aqui em princípio — era tão pequeno e objetivo
que a revelação se ajustou em conformidade.

Em consonância com uma ênfase no exterior, encontramos uma igual ênfase no


negativo. Os pais mais frequentemente dizem “não” às crianças do que “façam isso”, porque
a perversidade de uma criança manifesta-se diretamente em uma direção destrutiva.

Havia, portanto, um perigo muito grande de tendência ao legalismo nesta fase inicial.
Moisés diz aos filhos de Israel que eles não conseguiram ver o objetivo final das relações
religiosas em que eles estavam envolvidos. Ou seja, eles não compreendiam que o sang ue
de touros e de bodes não tinham o menor valor em si, mas apenas apontavam para o
sangue do Calvário. No entanto, as pessoas persistiam em pensar que se eles somente
vivessem de acordo com os preceitos da teocracia (e neste caso os preceitos com relação
ao Sabath), em um sentido exterior, tudo estaria bem. Quando esse processo continuou e
as pessoas, com o passar do tempo, em vez de obterem conhecimento espiritual mais
profundo fixaram os olhos cada vez mais sobre o exterior, é que surgiu aquele estranho
conglomerado de equívoca seriedade moral e espiritual, que chamamos de farisaísmo.

Finalmente, há um ponto de importância específica a ser observado em relação ao


Sabath judaico. Ele é muitas vezes apresentado apenas como típico do Sabath do Novo
Testamento. No entanto, este não é o caso. O período do Antigo Testamento é uma
subdivisão de toda a história da redenção. Assim, as características comuns de toda a
história da redenção vêm à expressão aqui. Ora, é uma característica comum de todo
Sabath redentivo que seja uma reminiscência do Sabath do Paraíso perdido e também que

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seja profético do Paraíso restaurado. Conclui-se, então, que o Sabath judaico prenuncia,
mesmo que indiretamente, o Sabath eterno que resta para todo “o povo de Deus”. A
diferença entre o Sabath do Antigo e Novo Testamentos a este respeito é que o Sabath do
Antigo Testamento prefigura ambos, o Novo Testamento e Sabath eterno, enquanto o Novo
Testamento prenuncia apenas o Sabath eterno. Além disso, o elemento típico, por ser mais
abundante e por que aparece numa fase mais precoce da revelação, será expresso mais
exteriormente. E esses princípios nós encontraremos ser importantes para a determinação
do significado de Sabath do Novo Testamento também.

Jesus e o Sabath

Já observamos que desde que Cristo é o centro de todo o processo de redenção, o


modo de observância do Sabath, naturalmente, será determinado por Seus atos e por Suas
palavras.

Visto que Cristo assumiu a verdadeira natureza humana, Ele também observou o
Sabath como uma ordenança da Criação. Além disso, dado que, segundo a carne, Ele
nasceu da nação judaica, Ele observou o Sabath judaico. No entanto, Ele procurou
restaurar e desenvolver uma compreensão espiritual no meio da dispensação exterior do
Antigo Testamento. Contra os fariseus, portanto, Ele afirmou que o Sabath era para o
homem e não o homem para o Sabath.

Enquanto isso, Ele tinha consigo a consciência de Seu lugar único no que diz respeito
ao Sabath, bem como o Seu lugar único no que diz respeito a todas as ordenanças
redentivas. Ele sabia que Sua obra consumada inauguraria uma nova era na história da
redenção e, portanto, no modo da observância do Sabath. Assim sendo, Ele começou a dar
vislumbres deste Seu lugar único no que diz respeito ao Sabath. Jesus curou muito no
sábado. Às vezes, Ele parece desnecessariamente ofender os fariseus. Não se pode dizer
no caso de todas as curas sabáticas realizadas por Jesus que elas não poderiam ter
esperado até o dia seguinte. Não é somente a prioridade do homem sobre o Sabath, mas
a superioridade do Filho do homem com relação ao Sabath, que devem ser consideradas
para explicar essas curas como podendo facilmente ter esperado um dia. “Porque o Filho
do homem até do sábado é Senhor” (Mateus 12:8; Marcos 2:28, Lucas 6:5).

Jesus, com certeza, não deu instruções para uma mudança em relação ao dia a ser
observado. Mas isso é de pouca importância. Jesus não deu instruções sobre muitas coisas
que, no entanto, intencionou que os Seus seguidores fizessem. É o fato de Sua obra
consumada que é de importância. Quanto à instrução sobre o significado dos fatos, esta
seria dada pelo Espírito Santo prometido por Cristo à Sua Igreja.

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O Dia do Senhor Cristão

Com a ressurreição de Cristo, Ele mesmo e o Seu povo entraram na realidade do


descanso prefigurado no Antigo Testamento. Não que a plenitude do grau daquele
descanso já esteja inaugurada. Isso não acontecerá até depois do Dia do Julgamento.
Disso segue-se o Cristão Dia do Senhor ainda continua típico. Mas o típico é menos
exterior, menos futurista, mais interno. A realidade já está conosco desde que já estamos
“nos lugares celestiais” (Efésios 2:6).

A transição a partir do último para o primeiro dia da semana foi realizada gradual-
mente. Jesus aparentemente desejava que Seus seguidores, momentaneamente, ainda
observassem o Sabath judaico: “Orai para que vossa fuga não se dê no inverno, nem no
sábado” (Mateus 24:20). Ainda assim, nós poderíamos hoje agir de forma contrária ao
espírito de Cristo se procurássemos reintroduzir o Sabath judaico na questão do tempo e
na questão do modo de observância. Fazê-lo seria negar que pela ressurreição de Cristo,
Ele inaugurou a verdadeira redenção da obra do pecado.

O último dia da semana foi substituído pelo primeiro conforme o significado espiritual
da ressurreição começava a ser mais plenamente compreendido. O primeiro dia da semana
foi o dia da ressurreição. Uma compreensão mais espiritual da obra de Cristo permitiu aos
apóstolos verem o significado da ressurreição. A próprias aparições de Jesus no “primeiro
dia da semana” ajudaram a fixar a atenção neste dia. Os primeiros crentes começaram a
se reunir no primeiro dia da semana (Atos 20:7). Em 1 Coríntios 16:2, Paulo ordena que os
Cristãos pusessem de parte o que pudessem ajuntar, conforme a sua prosperidade, em
todo primeiro dia da semana. Novamente em Apocalipse 1:10, João diz que ele estava em
Espírito no dia do Senhor (Apocalipse 1:10). Thelop. Brabourne é citado como dizendo: “Ai
dos pastores que tentam provar a partir destes textos”. Agora, não temos nenhum desejo
de provar todo o assunto a partir desses textos, mas apenas nos referimos a eles como
comprovando o significado da ressurreição. O verdadeiro argumento para a mudança do
dia é o fato da ressurreição no seu significado redentivo.

Em corroboração podemos apontar para o argumento de Paulo contra os judaizantes. 1


Alguns tentaram deduzir a partir de tais passagens em que Paulo queria dizer que não havia
nenhuma distinção entre quaisquer dias. Isto seria contrário ao seu ensino geral e prático,
em que ele constantemente separou o primeiro dia da semana como o “Dia do Senhor”.

1 “Guardais dias, e meses, e tempos, e anos” (Gálatas 4:9-11). “Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou
pelo beber, ou por causa dos dias de festa, ou da lua nova, ou dos sábados” (Colossenses 2:16).

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Além disso, o apóstolo está, definitivamente, argumentando contra judaizantes. Se os


judaizantes prosseguissem, eles reintroduziriam todo o esquema do Antigo Testamento.
Não fazer isso não seria um inocente descompasso com a atualidade, um obscurantismo
inofensivo. Seria impossível restabelecer o judaísmo. O judaísmo reestabelecido seria
paganismo. Isso implicava em uma negação do significado redentor dos fatos mais centrais
da obra de Cristo. Assim, o descanso sabático não é uma fantasia inofensiva. É inofensiva
na medida em que é inconsistente. Se consistente, ele substitui o todo do judaísmo por
Cristianismo. Agora, no tempo de transição, a consistência desse princípio ainda não era
totalmente compreendida. Consequentemente, descobrimos que Paulo não milita contra o
Sabath2 em vez da observância do Domingo, sendo que isso não levasse a mais nada.
Somente quando junto com a observância do Sabath é que o conjunto do judaísmo
procurava reestabelecer-se, e ele o atacava duramente.

Lentamente, ao longo dos séculos, o princípio espiritual foi entendido. Em Tomás de


Aquino, temos talvez um ponto alto do desenvolvimento. Os reformadores em seu zelo
contra o externalismo de Roma muitas vezes desviaram-se para o outro extremo. Entre
eles, os Anabatistas consideravam desnecessário observar o Sabath, em qualquer sentido
especial. Em reação a isso, Bound publicou um tratado sobre o Sabath em 1595, que
inaugurou a Sabath Puritano com a sua grande ênfase na guarda exterior do Sabath. Assim,
a história das controvérsias sobre o Sabath mais uma vez provou que é fácil cair em
extremos. O perigo do Anabatismo por um lado, e o perigo do farisaísmo, do outro, sempre
cercaram a igreja. A partir desses perigos, nós podemos, em grande medida, ser mantidos
livres se reconhecermos em primeiro lugar que o Sabath é uma instituição baseada em uma
ordenação da criação. Deste modo, estamos sendo “imitadores de Deus” e como Ele,
“descansamos” de nossos labores. Em segundo lugar, a guarda interna do Sabath é de
importância primordial.

Devemos nos retirar de todo o tipo de trabalho e distração que nos impediria de fixar
os nossos corações em Deus e Cristo, em privado ou em culto público. Nenhuma
quantidade de detalhada observância exterior pode alguma vez substituir este Sabath da
guarda interior. Daí, também, uma vez que Deus fez a alma e o corpo do homem, e corpo
e a alma têm as suas necessidades, é bom notar que o Sabath “Puritano” não é
necessariamente o melhor Sabath. Devemos participar de exercícios espirituais no dia de
Sabath, mas não podemos nos envolver em exercícios espirituais a menos que estejamos
fisicamente aptos. Em terceiro lugar, a guarda exterior do Sabath não é uma questão de

2 Muitas vezes ele pregou no dia de Sabath.

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indiferença. Participar em exercícios espirituais pressupõe uma atmosfera livre de


perturbações. Se perturbamos a atmosfera do Sabath pecamos contra nós mesmos e talvez
contra os nossos próximos. 3

Scriptura!
Sola Gratia!
Sola Fide!
Solus Christus!
Soli Deo Gloria!

3 Não discutiremos separadamente o que é proibido no Quarto Mandamento, uma vez que isso foi abordado
constantemente na discussão sobre o que é ordenado.

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2 Coríntios 4
1
Por isso, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos;
2
Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, não andando com astúcia nem
falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à consciência de todo o homem,
3
na presença de Deus, pela manifestação da verdade. Mas, se ainda o nosso evangelho está
4
encoberto, para os que se perdem está encoberto. Nos quais o deus deste século cegou os
entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória
5
de Cristo, que é a imagem de Deus. Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo
6
Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos por amor de Jesus. Porque Deus,
que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações,
7
para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo. Temos, porém,
este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós.
8
Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados.
9 10
Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos; Trazendo sempre
por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus
11
se manifeste também nos nossos corpos; E assim nós, que vivemos, estamos sempre
entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também na
12 13
nossa carne mortal. De maneira que em nós opera a morte, mas em vós a vida. E temos
portanto o mesmo espírito de fé, como está escrito: Cri, por isso falei; nós cremos também,
14
por isso também falamos. Sabendo que o que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitará
15
também por Jesus, e nos apresentará convosco. Porque tudo isto é por amor de vós, para
que a graça, multiplicada por meio de muitos, faça abundar a ação de graças para glória de
16
Deus. Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o
17
interior, contudo, se renova de dia em dia. Porque a nossa leve e momentânea tribulação
18
produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; Não atentando nós nas coisas
que se veem, mas nas que se não OEstandarteDeCristo.com
veem; porque as que se veem são temporais, e as que se 12
não veem são eternas. Issuu.com/oEstandarteDeCristo

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