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A Natureza da Igreja Evangélica


John Gill
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A Natureza da Igreja Evangélica


John Gill

[Um Corpo de Teologia Prática, Livro 2 - Capítulo 1]

Havendo tratado do objetivo da adoração e distinguido a adoração interna e externa; e


tendo considerado a adoração interna, uma vez que encontra-se no exercício das várias
graças; eu agora avanço para considerar a adoração externa, pública e privada, e
primeiramente o culto público; e como o culto público é realizado socialmente na igreja,
começarei considerando a natureza de uma igreja evangélica, e definindo-a. A palavra
―igreja‖ tem vários significados, assim pode ser adequado conhecê-los, a fim de estabele-
cermos o verdadeiro sentido dela, como agora eu discursarei sobre,

1. Primeiro, alguns a consideram como um lugar de adoração, e chamam tal lugar com
esse nome; mas de forma errada, no mínimo, muito impropriamente. Há um ditado
notável de um dos antigos, até mesmo do segundo século, ―Não é o lugar, mas a congre-
gação dos eleitos, que eu chamo a Igreja‖ [1]. Na verdade, qualquer lugar de culto era
anteriormente chamado casa de Deus; de modo que o lugar onde Jacó e sua família
adoraram, tendo construído um altar para Deus, foi chamado Betel ou a Casa de Deus
(Gênesis 35:1), de modo semelhante o tabernáculo de Moisés é chamado de: a Casa de
Deus em Siló (Juízes 18:31), e o templo construído por Salomão de: a Casa do Senhor (1
Reis 6:1, 2, 37). Mas nenhum deles jamais foi chamado de igreja. Os papistas, de fato,
chamam um edifício construído para o culto religioso de uma igreja; e assim fazem alguns
protestantes; eu poderia acrescentar, alguns protestantes dissidentes também; Alguns
chamam o ir a um lugar de culto público de: ir à igreja; embora com grande improprieda-
de. Deve ser de nosso conhecimento, que alguns dos antigos pais usavam a palavra
neste sentido metonímico e impróprio, para o lugar onde a igreja se reunia para o culto, e
algumas passagens das Escrituras existem para advogar este uso deles; mas tais
parecem ainda não ser claras e suficientes; não Atos 19:37, pois a palavra ierosulouv
, não deve ser apreendida como ―ladrões de igrejas‖, mas ―sacrílegos‖;
como designa não edifícios construídos para o culto cristão; mas os templos dos pagãos,
como o de Diana, em Éfeso; mas o que pode parecer mais plausível e pertinente, são
algumas passagens em 1 Coríntios 11:18, 20, 22: ―Porque antes de tudo ouço que,
quando vos ajuntais na igreja‖, etc., isto é considerado e depois explicado: ―De sorte que,
quando vos ajuntais num lugar... Não tendes porventura casas para comer e para beber?
Ou desprezais a igreja de Deus‖ (vv. 20,22). Tudo isso, na verdade, supõe um lugar de
reunião; embora não seja o lugar, mas a assembleia que se reuniu nele, que é chamado
de igreja; e seu ajuntamento na igreja pode intencionar dizer não outros, além de alguns

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dos membros vindo e se reunindo com o restante da igreja; e epi [] para auto, que
significa ―em um só lugar‖, pode designar, não a unidade do lugar, mas a unanimidade
das pessoas que estão nele, também não há oposição entre suas casas e o local de
reunião; e isso só é mencionado para mostrar que teria sido muito mais adequado e
decente que eles houvessem comido e bebido em suas próprias casas, do que na
presença da assembleia e igreja de Deus, para o seu escândalo, censura e menosprezo;
pois não o lugar, mas as pessoas que se encontram nele, seriam propriamente os objetos
de desonra, no entanto, é certo que existem inúmeros locais da Escritura que não podem
ser compreendidas como sendo qualquer edifício ou construção material feitos de pedra,
tijolo ou madeira [2]; como quando se diz: ―chegou a fama destas coisas aos ouvidos da
igreja‖, (Atos 11:22) seria absurdo compreender a igrejas neste sentido bem como em
tantos outros

2. Em segundo lugar, a palavra ekklesia, sempre usado para ―igreja‖, significa uma
―assembleia‖ convocada e reunida [3], e às vezes é usado para uma assembleia que foi
legal ou ilegalmente convocada; pois o ajuntamento das pessoas que se reuniram no
alvoroço feito pelos artífices em Éfeso, é chamado de ―ajuntamento era confuso‖, e
sugeriu ser algo ilegal; e quando o escrivão da cidade lhes disse que o assunto, este
deveria ser averiguado em ―legítima assembleia‖; e quando ele disse isso ―despediu a
assembleia‖ (Atos 19:32, 39, 41), nestas passagens a palavra comumente usada é a
mesma que é usada para ―igreja‖; e esta pode ser considerada geralmente, ou como uma
assembleia particular de pessoas.

2a. Em primeiro lugar, como uma assembleia geral, chamada de ―a universal assembleia
e igreja dos primogênitos, que estão inscritos nos céus‖ (Hebreus 12:23) e que incluem
todos os eleitos de Deus, que estiveram, estão ou estarão no mundo; os quais formarão o
estado puro, santo e imaculado da Jerusalém Celestial, na qual ninguém estará senão
aqueles que estão inscritos no livro da vida do Cordeiro; e estes consistem nos redimidos
do Cordeiro, e é esta ―igreja‖ que Cristo ―comprou‖ com o seu próprio sangue; e que
compõem a sua esposa, a ―igreja‖ que Ele ―amou‖, e entregou a Si mesmo por ela, para a
lavar e limpar, e a apresentar a Si mesmo igreja gloriosa, sem mancha nem ruga; este é o
―corpo‖, a igreja, do qual Cristo é a ―cabeça‖; e na qual ele é o único oficial, sendo Profeta,
Sacerdote e Rei da mesma; esta sendo, não a sede de uma governo humano, como uma
igreja em particular é. E esta igreja é apenas ―uma‖, embora as Igrejas particulares sejam
muitas; a isso pode ser aplicado as palavras de Cristo: ―Porém uma é a minha pomba, a
minha imaculada‖ (Cânticos 6:9) e é esta que às vezes é chamada pelos teólogos de, a
igreja ―invisível‖; mas isto não significa que todo o número dos eleitos de Deus não seja
visível para Ele, e conhecido por Ele; ―O Senhor conhece os que são seus‖ [2 Timóteo
2:19]; e a eleição de pessoas em particular pode ser conhecida por elas mesmas, pela

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graça que lhes é dada; e um julgamento de amor, pode concluir-se dos outros, que são os
escolhidos de Deus, e estão escritos no livro da vida, entretanto quanto a todas as
pessoas em particular, e o número delas, nunca foram ainda vistos e conhecidos; João
teve uma visão deles de uma forma visionária, e eles serão todos real e efetivamente
vistos, quando a nova Jerusalém descerá do céu, da parte de Deus, bela como noiva
adornada para o Seu esposo; o que será na segunda vinda de Cristo, e não antes; até
chegar esse momento, esta igreja será invisível. Por vezes se distingue internamente a
igreja em ―triunfante e militante‖, toda a família chamada pelo nome de Deus no céu e na
terra. A igreja triunfante consiste dos santos na glória, a quem Cristo tomou para Si mês-
mo, para estar com Ele onde Ele está; e esta está aumentando continuamente. A igreja
militante é composta de pessoas no estado atual, que pode ser dito como sendo ―um
exército com bandeiras‖ (Cânticos 6:4), esta é formada de tais que se tornam voluntários
no dia do poder de Cristo; e colocam toda a armadura de Deus, e combatem o bom
combate da fé; e, neste estado, continuará até ao fim do mundo.

Há um outro sentido no qual a igreja pode ser chamada de ―católica‖ ou ―geral‖, uma vez
que pode ser constituída de todos em qualquer era, e em cada uma das regiões do
mundo, que têm a verdadeira fé em Cristo, e O têm como sua Cabeça, e são batizados
em um só Espírito em um só corpo; possuem um só Espírito, um só Senhor, uma só fé,
um só batismo e um só Deus e Pai de todos, e são chamados em uma só esperança da
sua vocação, essa é tomada não somente dos que fazem uma profissão visível de Cristo,
mas de todos estes que são verdadeiramente participantes da Sua graça; apesar de não
terem feito uma profissão aberta de fé nEle de uma maneira formal; e esta é a igreja que
Policarpo chamou de ―toda a Igreja Católica em todo o mundo‖ [4]; e Irineu [5]: ―A Igreja
espalhada pelo mundo inteiro até os confins da terra‖ e Orígenes [6]: ―A Igreja de Deus
debaixo do céu‖, e esta é a igreja construída em Cristo, a Rocha, contra a qual as portas
do inferno não prevalecerão; tal igreja Cristo sempre teve e terá; e isto pode acontecer,
quando não há nenhuma congregação visível da igreja, ou uma igreja em particular
reunida de acordo com a ordenança evangélica; é referindo-se a isto que o apóstolo
parece falar, quando ele diz: ―A esse glória na igreja, por Jesus Cristo, em todas as
gerações, para todo o sempre‖ (Efésios 3:21). Mas,

2b. Em segundo lugar, a igreja pode ser considerada como um conjunto particular de
santos reunidos em um só lugar para o culto religioso. Assim foi com a primeira igreja em
Jerusalém que foi chamada de ―toda igreja‖, que se reunia em um lugar ao mesmo tempo
(Atos 1:14-15; 2:1; 4:32, 15:22), e a igreja de Antioquia foi convocada pelos apóstolos, a
qual contaram o que Deus havia feito para com eles (Atos 14:27), e essas igrejas, tempos
depois, continuaram a se reunir em um só lugar; toda a igreja de Jerusalém, com a
destruição da cidade, se deslocando para a cidade chamada Pella, além do Jordão, que
era adequada para receber os cristãos que pertenciam a ela [7]; e 250 anos depois de

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Cristo, a igreja de Antioquia se congregava em uma casa [8]. E assim a igreja em Corinto
(1 Corinto 14:23; 5:4), e a igreja dos discípulos de Trôade se reunia no primeiro dia da
semana para partir o pão (Atos 20:7), destes havia muitos em uma província; como as
igrejas da Judéia, além daquela que estava em Jerusalém, e as igrejas da Galácia
(Gálatas 1:2, 23), e as sete igrejas da Ásia (Apocalipse 1:4), e as igrejas da Macedônia (2
Coríntios 8:1), a igreja em Cencréia, um porto de Corinto, que era distinta da igreja lá,
assim como todas estas igrejas eram distintas umas das outras; de modo que aquele que
era de uma igreja, não pertencia à membresia de uma outra; como Epafras é dito ser ―um
de vocês‖, isto é, um membro da igreja de Colossos, membro peculiar e ministro daquela
igreja, e não de outra (Colossenses 4:12). E esta é a natureza da igreja que está sendo
aqui tratada; e pode ser considerada ―essencialmente‖, quanto aos que a compõe e à sua
forma; e ―organicamente‖, quanto a sua ordem e poder ou como corpo de pessoas, tendo
os seus próprios oficiais.

2b1. ―Essencialmente‖ considerada, quanto aos que a compõe e à sua forma, em que ela
consiste.

2b1a. Em primeiro lugar, em relação à questão dela, tanto quanto à quantidade e quali-
dade. Quanto ao número, Tertuliano [9] pensava que três pessoas eram suficientes para
constituir uma igreja; o que pode parecer ser confirmado por Mateus 18:20: ―Onde estive-
rem dois ou três reunidos em meu nome‖ etc., isto pode ser suficiente para reunirem-se,
orar juntos e edificar uns aos outros; mas um processo judicial formal de uma igreja, em
caso de ofensa, como foi instruído em alguns versículos anteriores, parece exigir mais;
visto que o agressor e as partes ofendidas não podem resolver as coisas por eles
mesmos, mas uma ou duas pessoas devem ser tomadas, se forem tomadas mais duas
pessoas, ao todo perfazem quatro pessoas envolvidas nesta questão; se a reconciliação
não pode ser feita, o assunto deve ser levado perante a igreja, que deve ser composta por
um número maior do que as partes envolvidas na causa, isto é, não pode ser composta
por menos do que outras seis pessoas, agora ao todo temos dez pessoas, que era o
número necessário para formar uma congregação entre os judeus [10]: e uma igreja
considerada organicamente, ou como tendo seus próprios oficiais, parece exigir mais; a
igreja de Éfeso foi iniciada com doze homens, ou aproximadamente isso (Atos 19:7), mas
uma igreja deve consistir de não mais pessoas do que as que podem reunir-se em um
lugar, onde todos possam ouvir, e todos sejam edificados; e se ela crescer tanto quanto
puder, em seguida, ela deve ser dividida em comunidades menores; como uma colmeia
de abelhas, quando cresce até possuir muitos, enxames; este parece ser o caso da igreja
em Jerusalém; que, após a partida daqueles que foram convertidos no dia de Pente-
costes, e na dispersão da igreja por causa da perseguição, formou várias igrejas na
Judéia, e há registro da primeira menção delas. Mas para não me demorar mais sobre
este ponto, passarei às características daqueles que compõe uma igreja evangélica, pois

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especialmente estes merecem mais atenção. Em geral, pode-se observar, que todos
esses que possuem vidas e conversações imorais, que possuem princípios doentios em
relação às doutrinas do evangelho, não são pessoas adequadas para serem membros de
uma igreja evangélica; nenhuma pessoa impura, nem ladrões, nem avarentos, nem
bêbados, nem maldizentes, nem roubadores, têm, ou deveriam ter qualquer herança,
parte ou porção no reino de Deus, como esta pode significar, como algumas vezes o faz,
uma igreja evangélica estabelecida; e embora possa haver tal segredo, que possa ser
ocultado, contudo os tais quando descobertos devem ser excluídos; e tais pessoas, por
isso, devem ser afastadas da igreja, como os homens maus, e como aqueles que andam
desordenadamente, estão afastados dela, e como aqueles que têm aderido às falsas
doutrinas, devem ser rejeitados; então certamente tais não devem ser conscientemente
admitidos na constituição original de uma igreja de Cristo, ou seja, não devem ser
inicialmente recebidos na comunhão de uma igreja de Cristo. As pessoas que compõe
uma igreja evangélica visível são descritas:

2b1a1. Como pessoas regeneradas. ―Aquele que não nascer da água e do Espírito‖ [João
3:5], isto é, da graça do Espírito de Deus, ―não pode entrar‖, certamente ele não entrará,
e, se conhecido, não deveria ser permitida a sua entrada, ―no reino de Deus‖, isto é, em
uma igreja evangélica estabelecida; ninguém deve entrar na igreja, senão aqueles que
são gerados de novo para uma viva esperança da herança celestial, e que, como crianças
recém-nascidas, desejam o leite racional da Palavra e às ordenanças, para que assim
possam crescer, tendo provado que o Senhor é bom; ou, em outras palavras, de quem
―temos por justo sentir isto deles‖, e, num julgamento de amor e de critério, esperamos
que seja concluída a boa obra que Deus começou neles; tais foram os membros da igreja
em Filipos (Filipenses 1:6-7).

2b1a2. Como aqueles que são chamados. uma igreja é uma congregação daqueles que
são chamados dentre outros, pela graça de Deus; tanto as palavras hebraicas e gregas
hlhq e ekklesia, significam um conjunto de pessoas convocadas e juntamente estabele-
cidas; de modo que os membros da igreja em Roma são denominados: ―chamados para
serdes de Jesus Cristo‖ (Romanos 1:6), tais que são chamados para fora do mundo, e da
comunhão com os homens, ―para a comunhão de Jesus Cristo‖, assim temos que os
membros apropriados de uma igreja evangélica, são aqueles são chamados para fora de
um estado de escravidão do pecado, Satanás e da lei, para a liberdade do evangelho; e
das trevas para a maravilhosa luz; e são chamados com uma santa vocação, e chamados
para serem santos, e não apenas pelo ministério externo da palavra, mas para santidade
de vida e de conversação, aqueles que foram eficazmente chamados pela graça de Deus,
nem apresentam qualquer aparência disto, são, portanto, incapazes de se tornarem mem-
bros de igrejas; pois,

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2b1a3. Os membros das igrejas não somente são chamados para serem santos, mas na
e pela chamada eficaz se tornam realmente santos, pelo menos, são julgados como
sendo assim, por uma amorosa descrição dada a eles; de modo que os membros das
igrejas em Roma, Corinto, Éfeso, Filipos e Colossos, são descritos como ―santos‖ e
pessoas ―santificadas‖, e como ―templos santos‖, construídos para habitação de um Deus
santo; portanto, eles são chamados de ―igrejas dos santos‖, porque elas se constituíam
dos tais; e Cristo, que é Rei e Cabeça da Igreja, é chamado de ―Rei dos santos‖ (1
Coríntios 14:33; Apocalipse 15:3).

2b1a4. Eles são descritos como os ―fiéis em Cristo Jesus‖, ou crentes nEle: assim, no
artigo da Igreja da Inglaterra, uma igreja é definida como: ―Uma congregação de fiéis, na
qual a pura Palavra de Deus é pregada, e os sacramentos devidamente administrados‖.
Apenas homens fiéis ou crentes em Cristo, podem ter comunhão com os santos na igreja;
e ninguém, senão estes podem ter comunhão com Cristo; pois ele habita nos corações
dos homens pela fé, e os homens vivem pela Fé e somente os tais têm direito às
ordenanças de Cristo, e podem recebê-las e serem beneficiados por elas; a não ser que
eles creiam com todo o coração, eles não têm direito ao batismo; e, a menos que eles
tenham fé em Cristo, eles não podem discernir o corpo do Senhor na ceia; nem o
Evangelho é pregado com qualquer proveito para eles, pois não está misturado com a fé;
de modo que eles são de todas as formas impróprios para tornarem-se membros da
igreja; e, portanto, lemos que aqueles que se juntaram à primeira igreja de Jerusalém
eram crentes (Atos 4:14, veja Atos 2:41, 47). Assim,

2b1a5. Aqueles que foram acrescentadas à igreja em Jerusalém são descritos como:
―aqueles que se haviam de salvar‖ [Atos 2:47]; De sorte que todos aqueles que creem e
são batizados, serão salvos; de acordo com Marcos 16:16. E, além disso, estes foram
adicionados pelo próprio Senhor, assim como para Ele, e, portanto, devem ser salvos por
Ele com uma salvação eterna: e os tais são admitidos à comunhão da igreja, deve
aqueles que, num acórdão de caridade ou em um critério amoroso, pode-se esperar que
eles sejam os escolhidos de Deus, os redimidos de Cristo, aqueles que são chamados,
santificados e justificados, e assim serão para sempre salvos.

2b1a6. Eles devem ser pessoas com algum conhecimento competente das coisas Divinas
e espirituais, e julgarem a si mesmos; pessoas que possuem não só o conhecimento de si
mesmos, e de seu estado perdido por natureza, e do caminho da salvação por Cristo;
mas que têm algum grau de conhecimento de Deus em Sua natureza, perfeições e obras;
e de Cristo, na sua Pessoa, como o Filho de Deus; de Sua própria Divindade; de Sua
encarnação; de Seus ofícios, como Profeta, Sacerdote e Rei; da justificação pela Sua
justiça; do perdão pelo Seu sangue; da satisfação pelo Seu sacrifício; e de Sua
intercessão eficaz: e também do Espírito de Deus, da Sua pessoa, ofícios e operações; e

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das importantes verdades do Evangelho, e das Doutrinas da Graça; ou de que outra


maneira a igreja poderá ser ―a coluna e firmeza da verdade‖?

2b1a7. Os membros de uma igreja evangélica devem ser homens de vidas e conversação
santas; santidade tanto de coração quanto de vida tornam-se a casa de Deus, e daqueles
que fazem parte da mesma; ninguém deve ter um lugar nela, senão os tais (veja Salmos
15:1-2; 24:3-4).

2b1a8. Aqueles que são admitidos na comunhão da Igreja particular de Cristo devem ser
legitimamente batizados com água, isto é, por imersão, sobre sua profissão de fé; assim
os três mil penitentes, depois de terem recebido de bom grado a Palavra, foram
batizados; e após isto, e não antes, foram acrescentados à igreja, assim a primeira igreja
em Samaria consistia de homens e mulheres batizados por Filipe, após acreditarem no
que ele disse a respeito do reino de Deus, e também Lídia e a sua casa, e o carcereiro e
sua casa, foram batizados após sua profissão de fé, e assim puseram a fundação da
igreja em Filipos; e à igreja de Corinto foi iniciada com as pessoas que, ouvindo a palavra,
creram e foram batizadas; e a igreja de Éfeso foi formada inicialmente por alguns
discípulos batizados em nome do Senhor Jesus (Atos 2:41; 8:12; 16:15, 33; 18:8; 19:5),
Semelhantemente os membros das igrejas em Roma, Galácia e Colossos eram pessoas
batizadas (Romanos 6:3-4; Gálatas 3:27; Colossenses 2:12). Mas,

2b1a9. Não seus filhos com eles, não foram nem batizados nem admitidos à membresia
das igrejas; nenhum exemplo de ambos pode ser produzido a partir da Escritura, eles não
são membros por direito de nascimento [11]; pois ―O que é nascido da carne é carne‖
[João 3:6], eles são carnais, corruptos e impróprios para a comunhão da igreja: nem eles
se tornam membros pela fé de seus pais; até mesmo a fé deles não os torna membros da
igreja, antes que eles façam uma profissão dela, e entreguem-se a si mesmos a uma
igreja, e sejam por ela recebidos; os homens devem ser fiéis antes de serem batizados; e
eles devem ser batizados antes de se tornarem membros; e eles não podem ser membros
até que se candidatem a uma igreja, e sejam admitidos por ela. Os bebês, que nascem,
não estão aptos para se tornarem membros, porque que nascem não-regenerados, pro-
fanos e impuros pelo seu primeiro parto, e devem nascer de novo, antes de se tornarem
aptos para o reino de Deus, ou para a membresia de uma igreja evangélica; sua santi-
dade federal, assim falada, é uma mera quimera, e não é apoiada por 1 Coríntios 7:14,
eles não são capazes de compreender e de responder às perguntas feitas a eles; nem de
darem-se a si mesmos a uma igreja; nem de consentirem e concordarem com ela, a
natureza deles não está familiarizada com a igreja, e ao que concerne um a um membro
desta, tanto quanto no que se refere dever ou privilégio; nem eles são capazes de
responder ao objetivos da comunhão da igreja: a mútua edificação dos membros e a
glória de Deus; e os tais que pleiteiam pela membresia deles fazem disso um pobre

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empreendimento; não os tratando como membros, nem os admitindo à ordenança da


ceia, nem vigiando-os, reprovando-os, admoestando-os, e os colocando sob censura;
quando crescem e é requerido deles, eles eram membros.

2b1b. Em segundo lugar, uma igreja particular, pode ser considerada quanto à ―forma‖ da
mesma; que consiste no consentimento mútuo e acordo, em sua aliança e confederação
recíproca.

2b1b1. Deve haver uma união, uma coalizão de um certo número de pessoas para esta-
belecer uma igreja, um não pode criar uma igreja; e estas devem estar unidas, como os
símiles de um tabernáculo, templo, casa, corpo e um rebanho de ovelhas, aos quais uma
igreja é muitas vezes comparado; o tabernáculo foi feito com dez cortinas, e é uma tipo da
igreja de Deus; mas uma cortina não fez um tabernáculo, nem todos as dez individual e
separadamente tomadas; mas havia algumas laçadas e colchetes, com o quais foram
acopladas; e sendo assim unidas compuseram o tabernáculo. O Templo de Salomão, que
era um outro tipo de igreja evangélica, foi feito de grandes e custosas pedras; essas
pedras usadas não estavam como foram encontradas na pedreira, nem mesmo quando
lavradas, ajustadas e deitadas isoladamente por si só fizeram o templo, antes elas foram
postas e coladas, e a lápide veio sobre elas. Assim as almas verdadeiramente graciosas,
embora sejam pela graça separadas da pedreira comum da humanidade, e sejam
lapidadas pelo Espírito de Deus, e pelo ministério da Palavra, tornam-se componentes
aptos para a igreja de Deus, mas não constituem uma, até que estejam ―bem ajustados‖
[Efésios 2:21], e assim cresçam para templo santo do Senhor. A Igreja é chamada de a
casa de Deus, uma casa espiritual, construída de pedras vivas, santos vivos; mas estes,
mesmo que sejam tão animados e vívidos, não formam uma igreja, a menos que sejam
edificados juntos, ―para morada de Deus‖ [Efésios 2:22]. A igreja de Cristo é muitas vezes
comparada a um corpo humano; que não possui um único membro, mas muitos; e estes
não coexistem separadamente, mas são membros uns dos outros; eles são ―bem
ajustados, e ligado pelo auxílio de todas as juntas‖ [Efésios 4:16]. E às vezes é chamada
de rebanho, o rebanho de Deus; e apesar de ser um pequeno rebanho, ainda assim uma
única ovelha não constitui um rebanho, nem duas ou três ovelhas dispersas; mas
algumas ovelhas reunidas, alimentando-se em um pasto, sob os cuidados de um pastor.

2b1b2. Esta união de santos em uma igreja estabelecida, é representado por estarem
―juntos‖ e como que colados [12] (ver Atos 5:13; 9:26); isto é acerca de espíritos tão
unidos, como se fossem apenas um só espírito; de modo que os membros da primeira
igreja cristã eram ―um só coração e uma só alma‖, sendo ―unidos em amor‖; e tornando-se
membros esforçados para ―guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz‖ (Atos 4:32;
Colossenses 2:2; Efésios 4:3).

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2b1b3. Esta união entre eles é feita por consentimento voluntário e consenso; uma socie-
dade cristã, ou uma igreja de Cristo, é como todas as sociedades civis, fundadas em
acordo e por consentimento; assim é com as sociedades do mais alto para o mais baixo;
reinos e estados foram originalmente formados sobre este plano; todo mundo corporativo,
como uma cidade, é fundado no mesmo plano; em que há privilégios a serem desfrutados
e funções a desempenhar; e nenhum homem tem o direito a um, sem consentir com o
outro, e nas sociedades inferiores, nenhum homem pode ser admitido nelas, nem receber
qualquer benefício delas, a menos que ele consinta com as regras e os artigos em que
aquela sociedade se fundamenta. Todas as relações civis, exceto as relações naturais
entre pais e filhos, que decorre da lei da natureza, são por consenso e convênio; como a
de magistrados e súditos, de senhores e servos, de marido e mulher; este último por ser
uma relação compacta e feita com consentimento, pode servir para ilustrar a relação entre
a igreja e seus membros acrescentados a ela, e a maneira pela qual eles são acrescen-
tados, isto é, por consentimento (ver Isaías 62:5).

2b1b4. À medida que a constituição original de igrejas é por consentimento e confedera-


ção, semelhantemente a admissão de novos membros para elas acontece sobre o
mesmo pé de igualdade: as igrejas primitivas nos tempos dos apóstolos, ―se deram
primeiramente ao Senhor‖ [2 Coríntios 8:5], como um corpo, concordando e prometendo
andar em todos os seus mandamentos e preceitos, e ser obediente às Suas leis, como
Rei dos santos; ―e depois a nós‖, os apóstolos, pastores, guias e governadores, para
serem ensinados, alimentados, guiados e dirigidos por eles, de acordo com a Palavra de
Deus; e uns aos outros também, ―pela vontade de Deus‖, buscando fazer o que estava ao
seu alcance, para promover a edificação do próximo e a glória de Deus, e assim todos
esses que foram adicionados a eles, o foram por consentimento mútuo, como sempre
deve ser; nenhum homem deve ser forçado a unir-se a uma igreja, ou por quaisquer
métodos se forçadamente trazido a ela, nem ele pode forçar a si mesmo a unir-se a uma
igreja; ele não tem o direito de entrar em uma igreja e sair dela quando ele quiser; tanto
de uma parte quanto da outra, seu ingresso e saída da igreja, deve ser por consenso. Um
homem pode candidatar-se para ser membro de uma igreja, mas cabe à igreja se se eles
vão ou não recebê-lo; assim Saulo foi examinado antes de juntar-se aos discípulos, isto é,
ele propôs ser um membro com eles, mas a princípio foi recusado, por eles temiam que
ele não era um verdadeiro discípulo, por causa de sua conduta anterior; mas quando eles
tiveram um testemunho a seu respeito pela boca de Barnabé, e tendo percebido que ele
era um participante da graça de Deus, e são na fé de Cristo, eles o admitiram e ele estava
com eles saindo e entrando. E é razoável que a igreja concorde nestes pontos, assim
como às pessoas que são recebidas em sua comunhão; não só por um testemunho de
suas vidas apropriadas, mas ao dar um relato do que Deus tem feito por suas almas, e a
razão da esperança que há nelas; bem como expressando o seu acordo com eles em
relação aos seus artigos de fé.

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2b1b5. Algo deste tipo pode ser observado em todas as sociedades religiosas; desde o
início, elas eram caracterizadas por acordo e confederação; assim foram as primeiras
sociedades religiosas nas famílias, e sob a dispensação patriarcal, que nasceram pelo
acordo das famílias, e o comum acordo entre elas, que encontravam e se uniam para o
culto público e para invocar o nome do Senhor (Gênesis 4:26), de modo que a igreja
Judaica, embora nacional, em algum sentido, por outro lado era constituída por confede-
ração; Deus prescreveu para eles leis no deserto, e eles pactuaram e consentiram em
obedecê-las (Êxodo 24:7), Ele os declarou como o Seu povo, e eles O declararam como o
seu Deus; e depois, e não antes, eles foram chamados de ―igreja‖ (Atos 7:38) e por isso a
igreja evangélica foi descrita da profecia, como a que deve ser constituída e crescer por
acordo e pacto (Isaías 44:5; 56:6-7; Jeremias 50:5). Tudo isto concorda com a linguagem
do Novo Testamento; donde parece ser verdade, que era por consentimento e concordân-
cia que as primeiras igrejas foram formadas, como anteriormente foi observado, e não o
contrário; e nada além de mútuo consentimento pode fazer um homem tornar-se um
membro da igreja, não a fé, o coração não pode ser conhecido até que um homem o
declare e o professe; nem uma profissão de fé aberta, que, embora seja necessária para
o seu ingresso, não declara um homem como membro de uma igreja mais do que de
outra, nem dá direito mais a uma do que a outra; a não ser que ele dê a si mesmo a uma
igreja, e professe seu desejo de andar com ela em sujeição ao evangelho de Cristo; nem
o batismo, embora seja um pré-requisito para a comunhão da igreja, não faz de um
homem um membro de uma igreja, como não fez o eunuco; nem ouvir a palavra, pois os
homens ignorantes e incrédulos podem entrar em uma assembleia e ouvir a palavra (1
Coríntios 14:24), sim, as pessoas podem ouvir a palavra corretamente, ter fé e a profes-
sarem e serem batizadas, e ainda assim não serem membros da igreja; é apenas por
consentimento mútuo que isso pode acontecer. As pessoas devem candidatar-se a uma
igreja, e darem-se a ela, para andarem juntos, em observância das ordenanças de Cristo
e dos deveres da religião; e a igreja deve voluntariamente recebê-los no Senhor. E,

2b1b6. Esse acordo mútuo é razoável, pois como ―andarão dois juntos, se não estiverem
de acordo?‖ (Amós 3:3), e a menos que as pessoas voluntariamente se deem a uma
igreja e ao seu pastor, eles não podem exercer nenhum poder sobre elas, na qualidade
de igreja; eles não têm nenhuma referência quanto à vigilância e cuidados deles; nem
eles têm o direito de fazer isso, a não ser que ―sujeitem-se uns aos outros no temor de
Deus‖ [Efésios 5:21]; eles não têm poder para repreender, advertir ou censurá-los na
qualidade de igreja; nem pode o pastor exercer autoridade pastoral sobre eles, a não ser
por meio de consentimento eles concordem a ceder a isso; nem podem esperar que ele
cuide de suas almas como quem deve prestar contas por pelas, não tendo o pastor
nenhum compromisso com eles por qualquer um de seus atos. Agora,

2b1b7. É esta confederação, por consentimento e acordo é a causa formal de uma igreja;

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é isto que não só distingue uma igreja do mundo, e de todos os professos que andam por
aí, um sendo interiormente, e o outro exteriormente, mas de todas as outras Igrejas parti-
culares; assim a igreja em Cencréia não era a mesma com a igreja em Corinto, mas, não
porque havia alguma distância entre elas, mas porque ela consistia de pessoas que
haviam se entregado a ela, e não para a igreja em Corinto; e assim eram membros de
uma não de outra; ―um dos vossos‖, como Onésimo e Epafras eram da igreja de Colos-
sos, e não de outra (Colossos 4:9, 12). De tudo o que se segue é,

2b1b8. Que uma igreja de Cristo não é paroquial, ou seja, os homens não se tornam
membros da igreja por habitarem na região de uma paróquia; pois os Turcos e os Judeus
podem morar na mesma paróquia; nem é diocesana; pois nunca lemos de mais igrejas
sob o pastoreio de um bispo ou pastor, embora possa ter havido, onde as igrejas eram
grandes, mais bispos ou pastores em uma única igreja (Filipenses 1:1); nem provincial,
pois lemos de igrejas em uma província; como das igrejas da Judéia e da Galácia e da
Macedónia; nem nacional; não, longe disto, não somente lemos de mais igrejas em uma
nação, mas mesmo de igrejas em casas (Romanos 16:5; 1 Coríntios 16:19; Colossenses
4:15; Filemom 1:2), nem presbiteriana; pois nunca lemos de uma igreja de presbíteros ou
anciãos, apesar de haverem presbíteros ordenados nas igrejas; pois parece havia igrejas
antes que houvesse presbíteros ou anciãos nelas (Atos 14:23). Mas, uma igreja evan-
gélica visível particular é congregacional; e até mesmo a igreja da Inglaterra, que é a uma
nacional em si mesma, define uma ―igreja visível como sendo uma congregação de fiéis‖.
E, de fato, a igreja nacional dos Judeus era em certo sentido congregacional; às vezes é
chamada de ―congregação‖ (Levítico 4:13-15) eles eram um povo separado de outras
nações, e peculiarmente santos ao Senhor; eles se encontraram em um lugar, chamado
de ―tenda da congregação‖, e ofereciam seus sacrifícios em um altar (Levítico 1:3-4; 17:4-
5), e três vezes no ano todos os seus homens apareciam juntos em Jerusalém; e além
disso, como Lightfoot [13] observa, havia homens fixos em Jerusalém, que eram repre-
sentantes de toda a congregação, e eram eles que sacrificavam por eles. As sinagogas
também, embora não sejam de instituição Divina, foram encorajadas pelo Senhor, e
tinham uma grande semelhança com as sociedades congregacionais; e é a palavra que
responde a ―congregação‖ na versão Septuaginta que é usada para uma assembleia
cristã no Novo Testamento (Tiago 2:2), a que pode ser adicionado que tais congregações
e assembleias como igrejas evangélicas foram profetizadas que assim deveriam ser nos
tempos do evangelho (veja Eclesiastes 12:11; Isaías 4:5). A igreja dos santos, assim,
essencialmente constituída, com membresia e forma, tem neste estado poder de admitir e
rejeitar membros, como todas as sociedades têm; e também de escolher os seus próprios
oficiais; que, quando feito, eles vêm a ser uma igreja organizada e completa.

***

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Notas:

[1] Topon ton topon, alla para ayroisma twn eklektwn ekklhsian kalw, Clemente de Alexandria.
Stromat. l. 7. p. 715.

[2] ―Ecclesia est verum templum Dei, quod non est em parietibus, sed em corde et fide hominum
qui credunt em eum et vocantur fideles‖, Lactâncius de vera sap, l. 4. C. 13.

[3] ―Ecclesia, ut omnes norunt, Graeca vox est, quae apud nos coetum, concionem,
congregationem----que significat hujusmodi erant particulares dictae ecclesiae, ut Laodicaea‖, &c.
Aonii Palearii Testimonium, c. 10. p. 321.

[4] Apud Eusébio de Cesaréia. História Eclesiástica. l. 4. c. 15.

[5] Adv. Haeres. l. 1. c. 2 e 3.

[6] Apud Eusébio de Cesaréia. l. 6. c. 25.

[7] Eusébio de Cesaréia. História Eclesiástica. l. 3. c. 5.

[8] Ib. l. 7. C. 30.

[9] Deut. Batismo, c. 6.

[10] Misn. Sanhedrin, c. 1. s. 6.

[11] ―Fiunt, non nascuntur Christiani‖, Tertuliano. Apologia c. 18.

[12] kollasyai autoiv, ―proprie notat glutine coadunare, e etc. metaphorice estruturalmente
arctiorem conjunctionem, e etc. quia quae sunt glutine coadunata, arcte conjuncta sunt, adhaerent
tenaciterque, ut non facile queant separar‖, Stockius in voce.

[13] Temple-service, cap. 7. s. 3.

Sola Scriptura!
Sola Gratia!
Sola Fide!
Solus Christus!
Soli Deo Gloria!

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Fonte: Pbministries.org | Título Original: Of the Nature of a Gospel Church, the Seat of Public
Worship

As citações bíblicas desta tradução são da versão ACF (Almeida Corrigida Fiel)

Tradução e Capa por William Teixeira │ Revisão por Camila Almeida

***

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Título – Autor
Corpo do texto
Fonte: PBMinistries.org
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Uma Biografia de John Gill

John Gill (1697- 1771)

John Gill nasceu em 23 de novembro de 1697 e faleceu em 14 de outubro de 1771. Seus pais,
Edward e Elisabeth Gill, eram cristãos piedosos, membros de uma Igreja Batista Particular
[Calvinista]. Ele provou ser um estudante extremamente capaz, superando até seu tutor.

Na sua juventude estudou no Kettering Grammar School, onde alcançou o grau de mestre em
latim clássico, aprendendo o grego aos onze anos de idade. O jovem aluno continuou se
autoinstruindo no campo da língua hebraica. Seu amor pelo hebraico seguiria por toda a sua vida.

Aos 12 anos de idade, Gill ouviu um sermão de seu pastor, William Wallis, sobre a passagem de
Gênesis 3:9 (E chamou o SENHOR Deus a Adão, e disse-lhe: Onde estás?). A mensagem
marcou Gill e eventualmente levou a sua conversão, mas somente sete anos depois, quando fez
uma pública profissão de fé aos dezenove anos de idade.

Quando contava aproximadamente 20 anos, ele já era conhecedor de latim e grego e estava
iniciando o estudo do hebraico. Foi um estudioso de tremenda capacidade, mas recebeu pouca
educação formal, parcialmente porque nem ele e nem seus pais podiam submeter-se aos
programas religiosos dos estabelecimentos educacionais controlados pela Igreja Anglicana.

Seu primeiro trabalho pastoral foi como assistente de John Davis em Higham Ferrers em 1718
quando tinha vinte e um anos. Logo depois foi chamado para pastorear a Strict Baptist Church em
Goat Yard Chapel em Horsleydown, Southwark em 1719. Em 1757, sua congregação precisou
mudar para Carter Lane, St. Olave’s Street, também em Southwark. Seu pastorado durou 51

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anos. Sua igreja batista viria mais tarde a se tornar o Metropolitan Tabernacle, pastoreado por
Charles Spurgeon.

Em 1748, Gill recebeu o grau honorífico de doutor em divindade pela universidade de Aberdeen.
Sobre este título do qual nunca se gabou, ele disse: ―Não o procurei, não pensei sobre ele e nem
o comprei‖. Muito da controvérsia em torno de Gill se deve ao fato de que por ter raízes entre os
batistas particulares ingleses era tachado de hiper-calvinista, porém, durante o seu ministério, a
sua igreja apoiou fortemente a pregação de George Whitefield, um dos maiores, senão o maior
dos evangelistas de sua época. A verdade é que Gill em toda a sua vida procurou combater os
males provindos do Arminianismo e do Unitarianismo. Essa combatividade muitas vezes o levou a
entrar em sérias controvérsias com seus opositores tais como John Wesley e Andrew Fuller. Ele
foi reconhecidamente um estudioso meticuloso e um prolífico escritor.

Dr. Gill leu muito e foi, provavelmente, o hebraísta mais aclamado que já adornou o cenário
cristão. Contudo, era um homem pacífico e recatado. Apesar disso, entraria numa controvérsia
quando ―A causa de Deus e a verdade‖ fossem atacadas e, de fato, escreveu um livro magnífico
com esse mesmo título. Sua melhor obra talvez seja a ―Exposição de Cantares de Salomão‖.
Entretanto, sua maior contribuição é a exposição monumental do Antigo e Novo Testamento na
qual comenta cada palavra da Bíblia. Nenhum outro escritor cristão foi bem-sucedido nessa tarefa,
nem Calvino, nem [Matthew] Henry — ninguém antes e ninguém depois.

O último grande escrito desse venerável estudioso foi A body of Divinity [Teologia sis-temática; lit.,
―Um corpo de teologia‖], publicado em 1769, apenas dois anos antes de sua morte. É provável
que essa seja a teologia sistemática mais completa já escrita; apinhada de doutrina não-maculada
com filosofia. A lista dos escritos e realizações do dr. Gill é muito longa para figurar neste breve
resumo. Além dos encontros regulares com muitos cristãos e das diversas pregações proferidas a
cada semana, ele escreveu aproximadamente dez milhões de palavras com uma simples caneta,
e foi seu próprio revisor.

Augustus Toplay escreveu: ―Caso se pense que algum ser humano tenha trilhado todo o círculo
do aprendizado humano, esse homem é o dr. Gill? Seria necessário, talvez, metade dos
acadêmicos da Inglaterra apenas para ler, com cuidado e atenção, tudo o que Gill escreveu‖.

Faleceu em 14 de outubro de 1771.

______________________
Esta biografia é baseada nas seguintes fontes:

♦ GREEN, JAY. John Gill (1697–1771). Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto. Revisão: Rogério Portella,
2005. Disponível no Site Monergismo.Com. Acessado em 25 de Março de 2014.
♦ Site: DiscernimentoBíblico.Net. Tradução: Edimilson de Deus Teixeira, a partir de The Baptist Page.

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Quem Somos
O Estandarte de Cristo é um projeto cujo objetivo é proclamar a Palavra de Deus e o Santo
Evangelho de Cristo Jesus, para a glória do Deus da Escritura Sagrada, através de traduções
inéditas de textos de autores bíblicos fiéis, para o português. A nossa proposta é publicar e
divulgar traduções de escritos de autores como os Puritanos e também de autores posteriores
àqueles como John Gill, Robert Murray McCheyne, Charles Haddon Spurgeon e Arthur
Walkington Pink. Nossas traduções estão concentradas nos escritos dos Puritanos e destes
últimos quatro autores.

O Estandarte é formado por pecadores salvos unicamente pela Graça do Santo e Soberano,
Único e Verdadeiro Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, segundo o testemunho das
Escrituras. Buscamos estudar e viver as Escrituras Sagradas em todas as áreas de suas vidas,
holisticamente; para que assim, e só assim, possamos glorificar nosso Deus e nos deleitar-
mos nEle desde agora e para sempre.

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Baixe estes e outros gratuitamente no site.
 A Prática da Piedade, por Lewis Bayly – Editora PES
 10 Sermões – Robert Murray M’Cheyne
 Graça Abundante ao Principal dos Pecadores, por
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2 Coríntios 4
1
Por isso, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não
2
desfalecemos; Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, não andando
com astúcia nem falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à
3
consciência de todo o homem, na presença de Deus, pela manifestação da verdade.
4
Mas, se ainda o nosso evangelho está encoberto, para os que se perdem está encoberto.
Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não
5
resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus. Porque
não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos
6
vossos servos por amor de Jesus. Porque Deus, que disse que das trevas
resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações, para iluminação do
7
conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo. Temos, porém, este tesouro
8
em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós. Em tudo
9
somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, Viste asmas não
páginas quedesanimados.
administramos no Persegui-
Facebook
10
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dos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos; Trazendo sempre por toda
Baixe a
estes e outros gratuitamentedo no site.  Facebook.com/oEstandarteDeCristo
parte a mortificação Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus se
11  Facebook.com/ESJesusCristo
manifeste também nos
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entregues à morte por amor
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12 13
nossa
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Robert Murray maneira que em nós opera a morte, mas em vós a vida.
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temos Predestinação
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C. H. Spurgeon  escrito: Cri, por isso falei; nós cremos
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14
 Justificação, Propiciação e Declaração – C. H. Spurgeon  Facebook.com/JonathanEdwards.org
também, por isso também falamos. Sabendo que o que ressuscitou o Senhor Jesus nos
 A Livre Graça – C. H. Spurgeon 15
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ressuscitará também por Jesus, e nos apresentará convosco. Porque tudo isto é por
 A Paixão de Cristo – Thomas Adams  Facebook.com/PaulDavidWasher
amor de vós, para que a graça, multiplicada por meio de muitos, faça abundar a ação de
 Quem São Os Eleitos? – C. H. Spurgeon 16  Facebook.com/RobertMurrayMCheyne
graças para glória de Deus. Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem
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 Reforma – C. H. Spurgeon 17
exterior
 Salvação se corrompa,
Pertence Ao Senhor –oC.interior, contudo, se renova de dia em dia. Porque a nossa leve e
H. Spurgeon
18
momentânea
 O Sangue tribulação produz para nós um pesoPágina
– C. H. Spurgeon Parceira:
eterno de glória mui excelente; Não
atentando
 Semper nós nas
Idem – Thomas coisas que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se
Adams
 Facebook.com/AMensagemCristocentrica
OEstandarteDeCristo.com
veemsobre
 Tratado sãoa temporais,
Oração, Um – e asBunyan
John que se não veem são eternas. 18
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