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O pecado e críticas à

religião
01
Definição de
pecado
“O pecado é uma falta contra a razão, a verdade, a
consciência reta. É uma falta ao amor verdadeiro para
com Deus e para com o próximo, por causa de um apego
perverso a certos bens. Fere a natureza do homem e
ofende a solidariedade humana. O pecado foi definido
por Santo Agostinho como uma palavra, um ato ou um
desejo contrários à Lei eterna.”
–Catecismo da Igreja Católica
O Judaísmo considera a violação de um mandamento divino
como um pecado. Ele ensina que o pecado é um ato e não um
estado do ser. A humanidade encontra-se num estado de
inclinação para fazer o mal e de incapacidade para escolher o
bem em vez do mal.
O Judaísmo usa o termo “pecado” para incluir violações da Lei
Judaica que não são necessariamente uma falta moral. De
acordo com a Enciclopédia Judaica, “o homem é responsável
pelo pecado porque é dotado de behirah (vontade livre)”.
No protestantismo, a ideia de pecado diz que o mesmo é inerente à
humanidade, já que todos carregam o pecado original. Todos pecam e
não alcançam a Glória de Deus. Porém é colocada uma separação clara
entre os seres humanos que se esforçariam em não pecar, mesmo isso
sendo um objetivo impossível devido à imperfeição; e os que são
praticantes do pecado e não demonstram remorso algum.
Os umbandistas acreditam na ideia de responsabilidades sobre os atos
ao invés de pecado. Entende-se que o ser humano está sujeito às
consequências do mal que faz – mas também do bem que deixa de
fazer. Desse modo, afirma-se que não há falta tão grave ao ponto de
não ser resgatada através de sucessivas reencarnações de expiação, e
não existe tampouco falta leve que passe despercebida à justiça,
sempre temperada com amor e misericórdia, cada qual pagando até o
último ceitil de seu débito. E, por fim, no hinduísmo, o termo pecado é
frequentemente usado para descrever ações que criam karma negativo,
violando códigos morais e éticos.
Gravidade e diferenciação de pecados
“Para que um pecado seja mortal são requeridas três condições ao
mesmo tempo: ‘É pecado mortal todo o pecado que tem por objeto
uma matéria grave, e que, além disso, é cometido com plena
consciência e deliberadamente.’
A matéria grave é precisada pelos dez mandamentos [...] A gravidade
dos pecados é maior ou menor: um assassinato é mais grave que um
roubo. A qualidade das pessoas lesadas é levada também em
consideração: a violência exercida contra os pais é mais grave que
contra um estranho.” (CIC, 1857-1858)
“Comete-se um pecado venial quando não se observa, em matéria
leve, a medida prescrita pela lei moral, ou então quando se
desobedece à lei moral em matéria grave, mas sem pleno
conhecimento ou sem pleno consentimento.” (CIC, 1862)
Reconciliação 03
com Deus
“No sacramento da penitência, os fiéis que confessam os
seus pecados ao ministro legítimo, estando arrependidos
de os terem cometido, e tendo também o propósito de se
emendarem, mediante a absolvição dada pelo mesmo
ministro, alcançam de Deus o perdão dos pecados
cometidos depois do batismo, ao mesmo tempo que se
reconciliam com a Igreja, a qual ofenderam ao pecar.”
(Código de Direito Canônico, §960)
O sacramento da confissão do catolicismo foi um dos
principais pontos criticados por Lutero. Para os protestantes,
todos os crentes têm livre acesso a Deus, e, portanto, não há
necessidade de um intermediário na figura de um sacerdote ou
de um padre.

Para o judaísmo, a doutrina da expiação é um conceito de


justiça e misericórdia baseado no arranjo figurativo do
sacrifício de animais. O sangue de um animal é derramado no
altar como “resgate” dos pecados de natureza menor cometidos
contra a Lei de Deus.
O Pecado Original
Santo Agostinho de Hipona pontua que o pecado original é uma
herança pecaminosa que a humanidade adquiriu de Adão. Depois da
queda, o homem passou a viver com tendência intrínseca para o mal, a
sua natureza foi corrompida e se tornou propensa para o pecado.
Segundo o Catecismo da Igreja Católica, “Adão havia recebido a
santidade e a justiça originais não exclusivamente para si, mas para
toda a natureza humana: ao cederem ao tentador, Adão e Eva
cometeram um pecado pessoal, mas este pecado afeta a natureza
humana, a qual eles transmitirão em um estado decaído. [...] Por isso, o
pecado original é denominado ‘pecado’ de maneira analógica: é um
pecado ‘contraído e não ‘cometido’, um estado e não um ato.”
Críticas à religião
As primeiras críticas à religião feitas no pensamento ocidental vieram
dos filósofos pré-socráticos, que criticaram o politeísmo e o
antropomorfismo. Em outras palavras, afirmaram que, do ponto de
vista da razão, a pluralidade dos deuses é absurda, pois a essência da
divindade é a plenitude infinita, não podendo haver senão uma
potência divina. Declararam também absurdo o antropomorfismo,
uma vez que este reduz os deuses à condição de seres super-humanos,
isto é, as qualidades da essência divina não podem confundir-se com
as da natureza humana.
Uma outra crítica à religião foi feita pelo grego Epicuro e retomada
pelo latino Lucrécio. A religião, dizem eles, é fabulação ilusória,
nascida do medo da morte e da natureza: é superstição.
Já no século XVII, o filósofo Espinosa retoma essa crítica, mas em
lugar de começar pela religião, começa pela superstição. Os
homens, diz ele, têm medo dos males e esperança de bens.
Movidos pelas paixões, não confiam em si mesmos nem nos
conhecimentos racionais para evitar males e conseguir bens.
Passional ou irracionalmente, depositam males e bens em forças
caprichosas, como a sorte e a fortuna, e as transformam em
poderes que os governam arbitrariamente, instaurando a
superstição. Observamos, portanto, que as críticas à religião
voltam-se contra dois aspectos: o encantamento do mundo,
considerado superstição; e o poder teológico-político institucional,
considerado tirânico.
Obrigada
pela atenção!

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