O documento discute a filosofia de Agostinho e como ela influenciou o pensamento cristão. Ele argumentou que a alma deve governar o corpo e que a vontade humana é inclinada ao pecado, necessitando da graça divina. Sua visão de que os humanos precisam da ajuda de Deus para a salvação foi adotada pela Igreja Católica no Concílio de Cartago de 417, rejeitando a noção pelagiana de autonomia moral.
O documento discute a filosofia de Agostinho e como ela influenciou o pensamento cristão. Ele argumentou que a alma deve governar o corpo e que a vontade humana é inclinada ao pecado, necessitando da graça divina. Sua visão de que os humanos precisam da ajuda de Deus para a salvação foi adotada pela Igreja Católica no Concílio de Cartago de 417, rejeitando a noção pelagiana de autonomia moral.
O documento discute a filosofia de Agostinho e como ela influenciou o pensamento cristão. Ele argumentou que a alma deve governar o corpo e que a vontade humana é inclinada ao pecado, necessitando da graça divina. Sua visão de que os humanos precisam da ajuda de Deus para a salvação foi adotada pela Igreja Católica no Concílio de Cartago de 417, rejeitando a noção pelagiana de autonomia moral.
5- Uma das principais correntes da filosofia patrística, inspirada na
filosofia greco-romana, tentou munir a fé de argumentos racionais, ou
seja, buscou a conciliação entre o cristianismo e o pensamento pagão. Seu principal expoente foi Agostinho, posteriormente consagrado santo pela igreja Católica.
6- Em sua obra, agostinho argumenta em favor da supremacia do
espírito sobre o corpo (a matéria). Para ele, a alma teria sido criada por Deus para reinar sobre o corpo, dirigindo-o para a prática do bem. O pecador, entretanto, utilizando-se do livrearbítrio (conceito que veremos adiante), costumaria inverter essa relação, fazendo o corpo assumir o governo da alma. Provocaria, com isso, a submissão do espírito à matéria, o que seria, para agostinho, equivalente à subordinação do eterno ao transitório, da essência à aparência. A verdadeira liberdade, para agostinho, estaria na harmonia das ações humanas com a vontade de Deus e seria obtida pelo caminho ascendente, que vai do mundo exterior dos sentidos ao mundo interior do espírito. Ser livre é servir a Deus, diz o filósofo, pois o prazer de pecar é a escravidão. Ser livre é fazer o que se deve, inspirado no amor verdadeiro a Deus.
7- Outro aspecto fundamental da filosofia agostiniana é o
entendimento de que a vontade não é uma função específica ligada ao intelecto, conforme diziam os gregos: ela é um impulso que nos inclina, desde nosso nascimento, às paixões pecaminosas. Agostinho reiterava, assim, as palavras do apóstolo Paulo: “não faço o bem que quero, mas o mal que não quero. ora, se faço o que não quero, não sou quem age, mas o pecado que habita em mim” (romanos, cap. 7, vers. 19-20). Portanto, para o filósofo medieval, a liberdade humana derivaria de uma vontade viciada que alimenta o pecado – não da razão que tende a discernir o que é bom do que é mau.
8- No concílio de Cartago do ano de 417, o papa Zózimo condenou o
pelagianismo como heresia e adotou a concepção agostiniana de necessidade da graça divina, doada por Deus aos seus eleitos. A condenação do pelagianismo explica-se pelo fato de que conservava a noção grega de autonomia da vida moral humana, isto é, a noção de que o indivíduo pode salvar-se por si só (isto é, sendo bom e fazendo boas obras), sem a necessidade da ajuda divina. Essa noção chocava-se com a ideia de submissão total do ser humano ao Deus cristão, defendida pela igreja. “o fato de assim a igreja ter se pronunciado por tal doutrina assinalou o fim da ética pagã e de toda a filosofia helênica.”