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Aula 6: Filosofia Medieval

Videoaulas sobre a matéria d) não há diferença entre direito natural e direito positivo.

- https://www.youtube.com/watch?v=EIGiCMbPz60 3. “O maniqueísmo é uma filosofia religiosa sincrética e


dualística fundada e propagada por Manes ou Maniqueu,
Exercícios
filósofo cristão do século III, que divide o mundo
1. No século XIII surgiu a Escolástica, corrente filosófica simplesmente entre Bom, ou Deus, e Mau, ou o Diabo. A
que, a partir de então, dominou o pensamento medieval. matéria é intrinsecamente má e o espírito, intrinsecamente
bom. Com a popularização do termo, maniqueísta passou
(Rubim Santos Leão de Aquino. História das Sociedades: das a ser um adjetivo para toda doutrina fundada nos dois
Comunidades Primitivas às Sociedades Medievais) princípios opostos do Bem e do Mal.”

A Escolástica: Wikipédia. Disponível em:


https://pt.wikipedia.org/wiki/Manique%C3%ADsmo.
a) teve em Santo Agostinho seu maior expoente e era
teocêntrica; Contra o maniqueísmo, Agostinho de Hipona (Santo
b) teve em Alberto Magno seu maior expoente e refutava Agostinho) afirmava que
o teocentrismo, pregando o antropocentrismo;
c) teve em Tomás de Aquino seu principal expoente e foi a) Deus é o Bem absoluto, ao qual se contrapõe o Mal
uma tentativa de harmonizar a razão com a fé; absoluto.]
d) considerava que a razão podia proporcionar uma visão b) as criaturas só são más numa consideração parcial,
completa e unificada da natureza ou da sociedade; mas são boas em si mesmas
e) pregava o recurso racional da força, sendo este mais c) toda a criação era boa e tornou-se má, pois foi
importante do que o exercício da virtude ou da fé. dominada pelo pecado após a Queda.
d) a totalidade da criação é boa em si mesma, mas
2. “Portanto, deve-se dizer que como a lei escrita não dá singularmente há criaturas boas e más.
força ao direito natural, assim também não pode diminuir-
lhe nem suprimir-lhe a força; pois, a vontade humana não 4. Em diálogo com Evódio, Santo Agostinho afirma:
pode mudar a natureza. Portanto, se a lei escrita contém “parecia a ti, como dizias, que o livre-arbítrio da vontade
algo contra o direito natural, é injusta e não tem força para não devia nos ter sido dado, visto que as pessoas servem-
obrigar. Pois, só há lugar para o direito positivo, quando, se dele para pecar. Eu opunha à tua opinião que não
segundo o direito natural, é indiferente que se proceda de podemos agir com retidão a não ser pelo livre-arbítrio da
uma maneira ou de outra, como já foi explicado acima. Por vontade. E afirmava que Deus no-lo deu, sobretudo em
isso, tais textos não hão de chamar leis, mas corrupções vista desse bem. Tu me respondeste que a vontade livre
da lei, como já se disse. E portanto, não se deve julgar de devia nos ter sido dada do mesmo modo como nos foi dada
acordo com elas.” a justiça, da qual ninguém pode se servir a não ser com
retidão”.
Tomás de Aquino, Suma Teológica, II, Questão 60, Art. 5.
AGOSTINHO. O livre-arbítrio, Introdução, III, 18, 47.
Com base na passagem acima, é CORRETO afirmar que
Com base nessa passagem acerca do livre-arbítrio da
a) a lei escrita só é legítima se for baseada no direito vontade, em Agostinho, é CORRETO afirmar que
natural.
b) o direito positivo não é a lei escrita, mas dos costumes. a) o livre-arbítrio é o que conduz o homem ao pecado e ao
c) o direito natural só é legítimo se expresso na lei escrita. afastamento de Deus.
b) o poder de decisão ‒ arbítrio ‒ da vontade humana é o c) ensinamento místico de Pitágoras.
que permite a ação moralmente reta. d) paradigma de vida feliz de Agostinho.
c) é da vontade de Deus que o homem não tenha e) conceito de bem comum de Aristóteles.
capacidade de decidir pelo pecado, já que o Seu amor
pelo homem é maior do que o pecado. 7. Não é verdade que estão ainda cheios de velhice
d) a ação justa é aquela que foi praticada com o livre- espiritual aqueles que nos dizem: “Que fazia Deus antes
arbítrio; injusta é aquela que não ocorreu por meio do de criar o céu e a terra? Se estava ocioso e nada
livre-arbítrio. realizava”, dizem eles, “por que não ficou sempre assim no
decurso dos séculos, abstendo-se, como antes, de toda
5. De fato, não é porque o homem pode usar a vontade ação? Se existiu em Deus um novo movimento, uma
livre para pecar que se deve supor que Deus a concedeu vontade nova para dar o ser a criaturas que nunca antes
para isso. Há, portanto, uma razão pela qual Deus deu ao criara, como pode haver verdadeira eternidade, se n’Ele
homem esta característica, pois sem ela não poderia viver aparece uma vontade que antes não existia?”
e agir corretamente. Pode-se compreender, então, que ela
foi concedida ao homem para esse fim, considerando-se AGOSTINHO. Confissões. São Paulo: Abril Cultural, 1984.
que se um homem a usar para pecar, recairão sobre ele as
punições divinas. Ora, isso seria injusto se a vontade livre A questão da eternidade, tal como abordada pelo autor, é
tivesse sido dada ao homem não apenas para agir um exemplo da reflexão filosófica sobre a(s)
corretamente, mas também para pecar. Na verdade, por
que deveria ser punido aquele que usasse da sua vontade a) essência da ética cristã.
para o fim para o qual ela lhe foi dada? b) natureza universal da tradição.
c) certezas inabaláveis da experiência.
AGOSTINHO. O livre-arbítrio. In: MARCONDES, D. Textos básicos de d) abrangência da compreensão humana.
ética. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008. e) interpretações da realidade circundante.

Nesse texto, o filósofo cristão Agostinho de Hipona 8. Agostinho, em Confissões, diz: "Mas após a leitura
sustenta que a punição divina tem como fundamento o(a) daqueles livros dos platônicos e de ser levado por eles a
buscar a verdade incorpórea, percebi que 'as perfeições
a) desvio da postura celibatária. invisíveis são visíveis em suas obras' (Carta de Paulo aos
b) insuficiência da autonomia moral. Romanos, 1, 20)".
c) afastamento das ações de desapego.
d) distanciamento das práticas de sacrifício, Agostinho de Hipona. Confissões, livro VII, cap. 20, citado por:
e) violação dos preceitos do Velho Testamento. MARCONDES, Danilo. Textos Básicos de Filosofia. Rio de Janeiro:
Jorge Zahar Editora, 2000. Tradução do autor.

6. Tomás de Aquino, filósofo cristão que viveu no século


Nesse trecho, podemos perceber como Agostinho
XIII, afirma: a lei é uma regra ou um preceito relativo às
a) se utilizou da Bíblia para conhecer melhor a filosofia
nossas ações. Ora, a norma suprema dos atos humanos é
platônica.
a razão. Desse modo, em última análise, a lei está
b) utiliza a filosofia platônica para refutar os textos
submetida à razão; é apenas uma formulação das
bíblicos.
exigências racionais. Porém, é mister que ela emane da
c) separa nitidamente os domínios da filosofia e da
comunidade, ou de uma pessoa que legitimamente a
religião.
representa.
d) foi despertado para o conhecimento de Deus a partir da
GILSON, E.; BOEHNER, P. História da filosofia cristã. Petrópolis: Vozes, filosofia platônica.
1991 (adaptado).
9. Ora, em todas as coisas ordenadas a algum fim, é
No contexto do século XIII, a visão política do filósofo preciso haver algum dirigente, pelo qual se atinja
mencionado retoma o diretamente o devido fim. Com efeito, um navio, que se
move para diversos lados pelo impulso dos ventos
a) pensamento idealista de Platão. contrários, não chegaria ao fim de destino, se por indústria
b) conformismo estoico de Sêneca. do piloto não fosse dirigido ao porto; ora, tem o homem um
fim, para o qual se ordenam toda a sua vida e ação.
Acontece, porém, agirem os homens de modos diversos
em vista do fim, o que a própria diversidade dos esforços
e ações humanas comprova. Portanto, precisa o homem
de um dirigente para o fim.

AQUINO. T. Do reino ou do governo dos homens: ao rei do Chipre.


Escritos políticos de São Tomás de Aquino. Petrópolis: Vozes, 1995
(adaptado).

No trecho citado, Tomás de Aquino justifica a monarquia


como o regime de governo capaz de

a) refrear os movimentos religiosos contestatórios.


b) promover a atuação da sociedade civil na vida política.
c) unir a sociedade tendo em vista a realização do bem
comum.
d) reformar a religião por meio do retorno à tradição
helenística.
e) dissociar a relação política entre os poderes temporal e
espiritual.

10. Se os nossos adversários, que admitem a existência


de uma natureza não criada por Deus, o Sumo Bem,
quisessem admitir que essas considerações estão certas,
deixariam de proferir tantas blasfêmias, como a de atribuir
a Deus tanto a autoria dos bens quanto dos males. Pois
sendo Ele fonte suprema da Bondade, nunca poderia ter
criado aquilo que é contrário à sua natureza.

AGOSTINHO. A natureza do Bem. Rio de Janeiro: Sétimo Selo, 2005


(adaptado).

Para Agostinho, não se deve atribuir a Deus a origem do


mal porque

a) o surgimento do mal é anterior à existência de Deus.


b) o mal, enquanto princípio ontológico, independe de
Deus.
c) Deus apenas transforma a matéria, que é, por natureza,
má.
d) por ser bom, Deus não pode criar o que lhe é oposto, o
mal.
e) Deus se limita a administrar a dialética existente entre
o bem e o mal.

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