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REVISÃO DE

FILOSOFIA
CAP 08 E 09

JOSINELMA
MIRANDA
2 SÉRIE
1. (Uece 2019) “Portanto, deve-se dizer que como a lei escrita não dá
força ao direito natural, assim também não pode diminuir-lhe nem
suprimir-lhe a força; pois, a vontade humana não pode mudar a natureza.
Portanto, se a lei escrita contém algo contra o direito natural, é injusta e
não tem força para obrigar. Pois, só há lugar para o direito positivo,
quando, segundo o direito natural, é indiferente que se proceda de uma
maneira ou de outra, como já foi explicado acima. Por isso, tais textos
não hão de chamar leis, mas corrupções da lei, como já se disse. E
portanto, não se deve julgar de acordo com elas.”

Tomás de Aquino, Suma Teológica, II, Questão 60, Art. 5.

Com base na passagem acima, é correto afirmar que


a) a lei escrita só é legítima se for baseada no direito natural.
b) o direito positivo não é a lei escrita, mas dos costumes.
c) o direito natural só é legítimo se expresso na lei escrita.
d) não há diferença entre direito natural e direito positivo.
2. (Uece 2019) Em diálogo com Evódio, Santo Agostinho afirma: “parecia a
ti, como dizias, que o livre-arbítrio da vontade não devia nos ter sido dado,
visto que as pessoas servem-se dele para pecar. Eu opunha à tua opinião que
não podemos agir com retidão a não ser pelo livre-arbítrio da vontade. E
afirmava que Deus no-lo deu, sobretudo em vista desse bem. Tu me
respondeste que a vontade livre devia nos ter sido dada do mesmo modo
como nos foi dada a justiça, da qual ninguém pode se servir a não ser com
retidão”.

AGOSTINHO. O livre-arbítrio, Introdução, III, 18, 47.

Com base nessa passagem acerca do livre-arbítrio da vontade, em Agostinho,


é correto afirmar que
a) o livre-arbítrio é o que conduz o homem ao pecado e ao afastamento de
Deus.
b) o poder de decisão ‒ arbítrio ‒ da vontade humana é o que permite a ação
moralmente reta.
c) é da vontade de Deus que o homem não tenha capacidade de decidir pelo
pecado, já que o Seu amor pelo homem é maior do que o pecado.
d) a ação justa é aquela que foi praticada com o livre-arbítrio; injusta é
aquela que não ocorreu por meio do livre-arbítrio.
3. (Enem 2019) De fato, não é porque o homem pode usar a vontade livre
para pecar que se deve supor que Deus a concedeu para isso. Há, portanto,
uma razão pela qual Deus deu ao homem esta característica, pois sem ela não
poderia viver e agir corretamente. Pode-se compreender, então, que ela foi
concedida ao homem para esse fim, considerando-se que se um homem a usar
para pecar, recairão sobre ele as punições divinas. Ora, isso seria injusto se a
vontade livre tivesse sido dada ao homem não apenas para agir corretamente,
mas também para pecar. Na verdade, por que deveria ser punido aquele que
usasse da sua vontade para o fim para o qual ela lhe foi dada?

AGOSTINHO. O livre-arbítrio. In: MARCONDES, D. Textos básicos de


ética. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008.

Nesse texto, o filósofo cristão Agostinho de Hipona sustenta que a punição


divina tem como fundamento o(a)
a) desvio da postura celibatária.
b) insuficiência da autonomia moral.
c) afastamento das ações de desapego.
d) distanciamento das práticas de sacrifício,
e) violação dos preceitos do Velho Testamento.
4. (Enem PPL 2019) Tomás de Aquino, filósofo cristão
que viveu no século XIII, afirma: a lei é uma regra ou um
preceito relativo às nossas ações. Ora, a norma suprema dos
atos humanos é a razão. Desse modo, em última análise, a
lei está submetida à razão; é apenas uma formulação das
exigências racionais. Porém, é mister que ela emane da
comunidade, ou de uma pessoa que legitimamente a
representa.
GILSON, E.; BOEHNER, P. História da filosofia cristã.
Petrópolis: Vozes, 1991 (adaptado).

No contexto do século XIII, a visão política do filósofo


mencionado retoma o
a) pensamento idealista de Platão.
b) conformismo estoico de Sêneca.
c) ensinamento místico de Pitágoras.
d) paradigma de vida feliz de Agostinho.
e) conceito de bem comum de Aristóteles.
5. (Enem 2015) Ora, em todas as coisas ordenadas a algum fim, é preciso haver
algum dirigente, pelo qual se atinja diretamente o devido fim. Com efeito, um
navio, que se move para diversos lados pelo impulso dos ventos contrários, não
chegaria ao fim de destino, se por indústria do piloto não fosse dirigido ao porto;
ora, tem o homem um fim, para o qual se ordenam toda a sua vida e ação.
Acontece, porém, agirem os homens de modos diversos em vista do fim, o que a
própria diversidade dos esforços e ações humanas comprova. Portanto, precisa o
homem de um dirigente para o fim.
AQUINO. T. Do reino ou do governo dos homens: ao rei do Chipre. Escritos políticos de São Tomás de Aquino. Petrópolis: Vozes, 1995
(adaptado).

No trecho citado, Tomás de Aquino justifica a monarquia como o regime de


governo capaz de
a) refrear os movimentos religiosos contestatórios.
b) promover a atuação da sociedade civil na vida política.
c) unir a sociedade tendo em vista a realização do bem comum.
d) reformar a religião por meio do retorno à tradição helenística.
e) dissociar a relação política entre os poderes temporal e espiritual.
6. (Uff 2011) Na Idade Média, se considerava que o ser humano
podia alcançar a verdade por meio da fé e também por meio da razão.
Ao mesmo tempo, o poder religioso (Igreja) e o poder secular (Estado)
mantinham relacionamento político tenso e difícil. O filósofo Tomás
de Aquino desenvolveu uma concepção destinada a conciliar FÉ e
RAZÃO, bem como IGREJA e ESTADO.

De acordo com as ideias desse filósofo,


a) o Estado deve subordinar-se à Igreja.
b) a Igreja e o Estado são mutuamente incompatíveis.
c) a Igreja e o Estado devem fundir-se numa só entidade.
d) a Igreja e o Estado são, em certa medida, conciliáveis.
e) a Igreja deve subordinar-se ao Estado.
7. (Uece 2019) Se na Ética a Nicômaco Aristóteles visa encaminhar o indivíduo
à felicidade, na Política ele tem por finalidade alcançar o bem comum, o bem
viver. Por isso, ele compreende que a origem da polis está na necessidade natural
do homem em buscar a felicidade. A comunidade natural mais incipiente é a
família, na qual seus membros se unem para facilitar as atividades básicas de
sobrevivência. E várias famílias se ligam para formar a aldeia. E as aldeias se
juntam para instituir a polis.

Sobre isso, é correto afirmar que


a) o homem não é naturalmente um animal político, mas é, por natureza, um
membro da família.
b) a polis não é uma noção artificial, mas natural, pois é o lugar do homem
desenvolver as suas potencialidades em vista ao bem-viver.
c) a felicidade do homem está nas condições que permitem sua sobrevivência no
âmbito da família.
d) a polis se constitui independente das famílias e das aldeias, pois é a única
comunidade natural a que o homem pertence.
8. (Enem PPL 2019) Vimos que o homem sem lei é injusto e o
respeitador da lei é justo; evidentemente todos os atos legítimos são, em
certo sentido, atos justos, porque os atos prescritos pela arte do legislador
são legítimos e cada um deles é justo. Ora, nas disposições que tomam
sobre todos os assuntos, as leis têm em mira a vantagem comum, quer de
todos, quer dos melhores ou daqueles que detêm o poder ou algo desse
gênero; de modo que, em certo sentido, chamamos justos aqueles atos que
tendem a produzir e a preservar, para a sociedade política, a felicidade e
os elementos que a compõem.
ARISTÓTELES. A política. São Paulo: Cia. das Letras, 2010 (adaptado).

De acordo com o texto de Aristóteles, o legislador deve agir conforme a


a) moral e a vida privada.
b) virtude e os interesses públicos.
c) utilidade e os critérios pragmáticos.
d) lógica e os princípios metafísicos.
e) razão e as verdades transcendentes.
9. (Uece 2019) Leia atentamente o seguinte excerto:

“A liberdade do homem em sociedade consiste em não estar submetido a nenhum outro


poder legislativo senão àquele estabelecido no corpo político mediante consentimento,
nem sob o domínio de qualquer vontade ou sob a restrição de qualquer lei afora as que
promulgar o poder legislativo, segundo o encargo a este confiado”.
LOCKE, John. Dois tratados sobre o governo. Martins Fontes, 1998, p. 401-402.
Adaptado.

Considerando a definição de liberdade do homem em sociedade, de John Locke, atente


para as seguintes afirmações:

I. A concepção de liberdade do homem em sociedade de Locke elimina totalmente o


direito de cada um de agir conforme a sua vontade.
II. A concepção de liberdade do homem em sociedade de Locke consiste em viver sob a
restrição das leis promulgadas pelo poder legislativo.
III. A concepção de liberdade do homem em sociedade de Locke consiste em viver
segundo uma regra permanente e comum que todos devem obedecer.

É correto o que se afirma em


a) I e II apenas. b) I e III apenas. c) II e III apenas. d) I, II e III.
10. (Ufu 2012) Para bem compreender o poder político e derivá-lo de sua
origem, devemos considerar em que estado todos os homens se acham
naturalmente, sendo este um estado de perfeita liberdade para ordenar-lhes as
ações e regular-lhes as posses e as pessoas conforme acharem conveniente,
dentro dos limites da lei de natureza, sem pedir permissão ou depender da
vontade de qualquer outro homem.

LOCKE, John. Segundo Tratado sobre o Governo. São Paulo: Abril Cultural,
1978.

A partir da leitura do texto acima e de acordo com o pensamento político do


autor, assinale a alternativa correta.
a) Segundo Locke, o estado de natureza se confunde com o estado de servidão.
b) Para Locke, o direito dos homens a todas as coisas independe da
conveniência de cada um.
c) Segundo Locke, a origem do poder político depende do estado de natureza.
d) Segundo Locke, a existência de permissão para agir é compatível com o
estado de natureza.
11. (Uel 2011) Leia o texto a seguir.

Locke divide o poder do governo em três poderes, cada um dos quais origina um ramo de governo: o
poder legislativo (que é o fundamental), o executivo (no qual é incluído o judiciário) e o federativo (que é o
poder de declarar a guerra, concertar a paz e estabelecer alianças com outras comunidades). Enquanto o
governo continuar sendo expressão da vontade livre dos membros da sociedade, a rebelião não é permitida: é
injusta a rebelião contra um governo legal. Mas a rebelião é aceita por Locke em caso de dissolução da
sociedade e quando o governo deixa de cumprir sua função e se transforma em uma tirania.

(LOCKE, John. In: MORA, J. F. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Loyola, 2001. V. III. p. 1770.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre John Locke, é correto afirmar:
I. O direito de rebelião é um direito natural e legítimo de todo cidadão sob a vigência da legalidade.
II. O Estado deve cuidar do bem-estar material dos cidadãos sem tomar partido em questões de matéria
religiosa.
III. O poder legislativo ocupa papel preponderante.
IV. Na estrutura de poder, dentro de certos limites, o Estado tem o poder de fazer as leis e obrigar que sejam
cumpridas.

Assinale a alternativa correta.


a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
b) Somente as afirmativas I e III são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas.
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
ARISTÓTELES
Curiosidade:
Organização dos livros.
Principais ideias:
Platão (teoria da reminiscência) X Aristóteles
(experiência).
Substância:
Essência (é o que faz determinada substância
ser esta substância).
Acidente (é um atributo que se tiver ou não, não
faz a substância deixar de ser substância).
12. (Ueg 2019) Considerando a história contada por Platão no livro VII da
República, mais conhecida como Mito da Caverna, podemos deduzir que:
a) o homem, apesar de nascer bom, puro e de posse da verdade, pode desviar-se e
passar a acreditar em outro mundo mais perfeito de puras ideias.
b) não podemos confiar apenas na razão, pois somente guiados pelos sentimentos e
testemunhos dos sentidos poderemos alcançar a verdade.
c) a caverna, na alegoria platônica, representa tudo aquilo que impede o surgimento
da consciência filosófica, que possibilitaria uma ascensão para o mundo inteligível.

d) a razão deve submeter-se aos testemunhos dos sentidos, pois a verdade que está
no mundo inteligível só será atingida mediante a sensibilidade.
e) os homens devem se libertar da crença na existência em outro mundo e buscar
resolver seus conflitos aprofundando-se em sua interioridade.
13. (Uece 2019) “Chamo de princípio de demonstração às convicções comuns das
quais todos partem para demonstrar: por exemplo, que todas as coisas devem ser
afirmadas ou negadas e que é impossível ser e não ser ao mesmo tempo.”

ARISTÓTELES. Metafísica, 996b27-30.

Em sua Metafísica, Aristóteles apresenta um conjunto de princípios lógico-


metafísicos que ordenam a realidade e nosso conhecimento acerca dela. Dentre
eles está o princípio de não contradição, o qual
a) indica que afirmações contraditórias são lógica e metafisicamente aceitáveis,
pois a contradição faz parte da realidade.
b) estabelece que é possível que as coisas que tenham tais e tais características não
as tenham ao mesmo tempo sob as mesmas circunstâncias.
c) afirma que é impossível que as coisas que tenham tais e tais características não
as tenham ao mesmo tempo sob as mesmas circunstâncias.
d) é normativo, ou moral; portanto, deve ser rejeitado como antimetafísico, ou seja,
não caracteriza a realidade.
14. (Ufu 2018) Considere o seguinte trecho

"No diálogo Mênon, Platão faz Sócrates sustentar que a virtude não pode
ser ensinada, consistindo-se em algo que trazemos conosco desde o
nascimento, defendendo uma concepção, segundo a qual temos em nós um
conhecimento inato que se encontra obscurecido desde que a alma
encarnou-se no corpo. O papel da filosofia é fazer-nos recordar deste
conhecimento"
MARCONDES, Danilo. Textos Básicos de Filosofia. Rio de Janeiro: Jorge
Zahar Editora, 2000. p. 31.

Nesse trecho, o autor descreve o que ficou conhecido como


a) a teoria das ideias de Platão.
b) a doutrina da reminiscência de Platão.
c) a ironia socrática.
d) a dialética platônica.
15. (Upe-ssa 1 2018) Leia o texto a seguir sobre o pensamento grego:

Platão escreveu diálogos filosóficos, verdadeiros dramas em prosa. Foi um dos


maiores escritores de todos os tempos, e ninguém conseguiu, como ele, unir as
questões filosóficas à tamanha beleza literária. As ideias filosóficas de Platão é a
primeira grande síntese do pensamento antigo. (Adaptado)
(REZENDE, Antonio. Curso de Filosofia, Rio de Janeiro: Zahar, 1998, p. 46.)

No tocante a essa temática, assinale a alternativa CORRETA sobre o pensamento


de Platão.
a) Enfatiza as ideias no mundo sensível, buscando a verdade na natureza.
b) Retrata a doutrina das ideias e salienta a existência do mundo ideal para fazer
possível a verdadeira ciência.
c) Prioriza a verdade do mundo concreto com a confiança no conhecimento dos
sentidos.
d) Sinaliza o valor dos sentidos como condição para o alcance da verdade.
e) Atenta para o significado da razão no plano da existência da realidade
sensível.
16. (Enem PPL 2015) Suponha homens numa morada subterrânea, em forma de caverna, cuja
entrada, aberta à luz, se estende sobre todo o comprimento da fachada; eles estão lá desde a
infância, as pernas e o pescoço presos por correntes, de tal sorte que não podem trocar de
lugar e só podem olhar para frente, pois os grilhões os impedem de voltar a cabeça; a luz de
uma fogueira acesa ao longe, numa elevada do terreno, brilha por detrás deles; entre a
fogueira e os prisioneiros, há um caminho ascendente; ao longo do caminho, imagine um
pequeno muro, semelhante aos tapumes que os manipuladores de marionetes armam entre eles
e o público e sobre os quais exibem seus prestígios.
. PLATÃO. A República. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2007

Essa narrativa de Platão é uma importante manifestação cultural do pensamento


grego antigo, cuja ideia central, do ponto de vista filosófico, evidencia o(a)
a) caráter antropológico, descrevendo as origens do homem primitivo.
b) sistema penal da época, criticando o sistema carcerário da sociedade ateniense.
c) vida cultural e artística, expressa por dramaturgos trágicos e cômicos gregos.
d) sistema político elitista, provindo do surgimento da pólis e da democracia
ateniense.
e) teoria do conhecimento, expondo a passagem do mundo ilusório para o mundo
das ideias.

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