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INSTITUTO FEDERAL DO PIAUÍ

ICARO HGLER; PRISCILA SABINO; LUCAS GABRIEL; JULIANA COSTA;


PABLO RODRIGUES; MARIA CLARA; MARIA THAYSA; ULYSSES CASILLAS;

LIBERALISMO E NEOLIBERALISMO

TERESINA-PI
2023
ICARO HGLER; PRISCILA SABINO; LUCAS GABRIEL; JULIANA COSTA;
PABLO RODRIGUES; MARIA CLARA; MARIA THAYSA; ULYSSES CASILLAS;

LIBERALISMO E NEOLIBERALISMO

Resumo feito do seminário sobre o tema Libera-


Lismo e Neoliberalismo, que será apresentado du-
Rante a aula do dia 14/11/2023, da disciplina de Fi-
Losofia, da Docente Isabel Cristina Rocha Hipólito.
TERESINA-PI
2023
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.1 JOHN LOCKE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.2. MONTESQUIEU. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1.3. IMMANUEL KANT . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1.4. ADAM SMITH . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1.5. DAVID RICARDO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2. DESENVOLVIMENTO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2.1. KEYNESIANISMO & NEOLIBERALISMO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
2.2. MILTON FRIEDMAN . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
2.3. FRIEDRICH HAYEK . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
3. CONCLUSÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
4. REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
1 INTRODUÇÃO

Para entrar no contexto que definirá o que é o Liberalismo, primeiro precisamos expor
e analisar as características da época em que ele se formou e desenvolveu; Com quais ideais
se fundou? O que quis combater? Em qual campo atuou? São todas perguntas essenciais que
terão de ser entendidas por meio dos representantes desse movimento.
De antemão, o Liberalismo foi uma corrente filosófica que surgiu na transição do
sistema feudal para o capitalismo, da idade média para a idade moderno. Quando falamos de
capitalismo, fazemos referência também à nova ideologia popular dominante da época,
representada pela burguesia, que controlava o sistema capitalista e exigia mais e mais espaço
para suas decisões e interesses.

Após o declínio do mercantilismo, do absolutismo, e por conta também da expansão


de grandes revoluções, principalmente, as guiadas por princípios iluministas, o Liberalismo,
ao se expandir pela Europa através da Revolução Francesa, ganhou dimensões tão grandes
quanto o próprio movimento Iluminista, que foi sua grande inspiração por defender conceitos
de liberdade e autonomia humana por meio da razão
Este movimento atuou nas áreas da política, economia, e moral, com os ideais
fundamentados em Liberdade, Tolerância, Propriedade Privada, Limitação do Poder, e
Individualismo. Estes princípios serão especificados mais a frente, no Desenvolvimento,
porém serão mostrados agora em meio às teorias e obras dos representantes desse movimento.

1.1 JOHN LOCKE

John Locke foi o pioneiro no movimento Liberalista, mesmo que este também esteja
inserido na corrente contratualista. Ele, portanto, atuou principalmente na área da Política,
âmbito que explorou profundamente e, com o aprendizado, estruturou detalhadamente o
conceito de Política Moderna, moldado na sua obra Os dois Tratados do Governo Civil, a sua
obra mais importante para o movimento liberalista.

Nesta obra, John Locke começa, no primeiro tratado, criticando os princípios


absolutistas e as justificativas que teóricos apropriavam ao sistema para que este continuasse
de pé, dentre elas, estão a representação divina que os Reis exerciam, apoiados pelas igreja
católica. John Locke criticou a forma com que os Reis eram citados como “supostos herdeiros
de Adão”.
No segundo tratado, John Locke põem em pauta o que dita ser a verdadeira origem,
meio e fim de um Governo Civil. Este é explicado pelo conceito de Lei natural e Contrato
Social, que significam, respectivamente, uma tese que aborda a existência de um conjunto de
normas que os humanos naturalmente seguem, estando ou não incluídos em um contexto
social, sendo estas normas voltadas a autopreservação e aos direitos invioláveis de liberdade e
propriedade, e a outra, uma relação que os homens formam consigo mesmos para sair do
Estado de Guerra, e assegurar a preservação dos seus direitos já preexistentes na Lei Natural.

John Locke coloca a Vida, a Liberdade e a Propriedade Privada como os direitos


invioláveis que a Lei Natural preserva. Para Locke, Deus entregou as terras igualmente para
todos os homens, porém no momento que um deles decidiu delimitar um espaço de terra e
chamá-lo de “seu”, ele está tomando aquela terra como sua propriedade, e limitando o uso e
entrada desta terra apenas para ele, e aqueles que atenderem seus requisitos para entrar. O
Estado de Guerra é quando os homens violam estes direitos à propriedade privada e
liberdade; um exemplo é o sistema de trabalho escravista, ou a apropriação de terras e posses
de outrem.

1.2 MONTESQUIEU

Montesquieu foi um participante do movimento Liberalismo que atuou principalmente


no campo da política, tendo como referencial sua tese de divisão do Estado Liberal em 3
poderes representantes, a mais conhecida que deu o devido destaque ao princípio da limitação
do poder, um dos 5 do Liberalismo. Está tese foi publica em sua obra, o espírito das leis, que
foi proibida em escala continental pela igreja católica, por ser considerada pagã ao se opor ao
absolutismo fortemente.

Outro fato que não recebe tanto destaque quanto o anterior, mas que partilha o espaço
da obra de Montesquieu, é sua atuação no campo da sociologia. Para Montesquieu, não há
uma divisão entre leis boas e más, pois as leis são sujeitas a realidade e às devidas
necessidades de uma população; ela molda-se de acordo com o contexto histórico e social, e
não pela vontade de uma única pessoa que legisla, e muito menos da vontade divina.

Como complemento para suas pesquisas políticas, Montesquieu, assim como vários
outros filósofos, determinou uma divisão para os tipos de Governo já existentes. Separou-lhes
em governos Puros e Impuros de acordo com seus respectivos princípios, valores que
Montesquieu citou ser os seus objetivos princípios; aquilo que o Governo toma de base para
exercer seu papel.

1.3 IMMANUEL KANT


Immnuel Kant, sendo um filósofo com visões tanto liberais como antiliberais, pôde
encaixar-se no movimento Liberalista de forma extremamente única, assim como suas
definições de conceitos outrora uma dualidade, porém no seu Imperativo Categórico,
tornaram-se uma união. Estes são: Liberdade (Boa vontade) e Dever.
A liberdade seria a capacidade de agir segundo uma lei apenas, e apenas se, o
indivíduo acreditar nela como uma “máxima”; uma norma que ele acredita que esteja correta
e acima das coisas mundanas, uma lei que ele deva seguir, por vontade própria. Tendo está lei
despertado esses sentimentos de Dever no indivíduo, ele estará agindo segunda está máxima
de Boa Vontade.
Immanuel Kant há, também, o conceito de Tolerância embutido em sua obra.
Inspirado pelos ideais iluministas, Immanuel Kant julgou a Tolerância como uma Virtude, que
permite o indivíduo se correlacionar com os outros em uma troca de compaixão, assim sendo
tolerante diante a diferença de crenças existentes e aos defeitos dos outros homens que o
cercam, pois, como todos os homens tem seus respectivos defeitos, não é de papel de um
faltar o respeito com o outro por causa deles.
Como centro o seu pensamento filosófico, há a definição da razão humana como
autônoma, auto legisladora. No viés deste filósofo, a autonomia é o fator que permite os
humanos à, por meio de um processo de racionalização das coisas, analisarem as leis e normas
que os regem e decidirem por si mesmo se são válidas, ou não; é a capacidade de desmentir
(ou mentir) o que cercam-lhes, ou o que está dentro do campo das ideias. Com esse conceito,
Kant se aproxima fortemente do princípio de Individualismo do movimento Liberalista.

1.4 ADAM SMITH

Representante árduo do Liberalismo Econômico, que defendia o mercado livre, ou


seja, livre concorrência, lei da oferta e procura, rejeição da intervenção do Estado no comércio
e na circulação das mercadorias, dentre outras características que serão mais bem exploradas
com o avanço do sistema capitalista, na década Neoliberalista.
Para Adam Smith, o comércio é um auto regulador de si mesmo por diversos fatores, e
por isso, não necessitava de intervenção Estatal para que forme uma estrutura organizada.
Estes fatores são apresentados na sua obra, A Riqueza das nações. Como jus ao próprio título,
um dos grandes motivos pelo qual o mercado é um auto regulador é o fato da Riqueza de uma
nação ser proporcionada a ela pelo trabalho de sua população, que promove o avanço por
conta da busca incessante pelos seus objetivos e interesses individuais.
Indo mais fundo nessa afirmação, podemos definir como os interesses individuais dos
comerciantes o desejo por vender seus produtos e serviços, e acumular capital com isso; para
conseguir esse capital, eles precisam atrair o interesse dos compradores, da população. Logo,
para satisfazer seus interesses individuais, os comerciantes precisam adequar sua gama de
venda aos interesses da população, e, portanto, sendo obrigados por essa relação de
dependência a submeter-se ao bem-estar social, coisa que antes era suposta a ser visada e
defendida apenas pelo Estado.
Adam Smith, também, defendia o aumento de salário para os trabalhadores da época,
pois com essa atitude a população se tornaria mais propensa a adentrar no ramo assalariado do
novo sistema regente (Capitalismo), com isso, além de, pela lógica, aumentar a riqueza do
geral, também geraria melhores condições de vida para a população e maior distribuição de
renda para as classes.

1.5 DAVID RICARDO


Para o liberalismo econômico, David Ricardo foi um dos principais economistas
clássicos que contribuiu significativamente para o desenvolvimento das teorias do liberalismo
Econômico. Também ficou conhecido por conta de suas notórias teorias acerca da economia,
como a teoria do trabalho de valor, da vantagem comparativa e da renda de terras (ou teoria
dos aluguéis).

Para seu pensamento David acreditava que “os indivíduos deveriam ter direito de
possuir suas propriedades” defendendo a ideia da busca pelos seus interesses econômicos.
Defendia o livre mercado e se opunha a interferências governamentais na economia, como
subsídios, tarifas e restrições comerciais. Sua maior contribuição foi a Teoria das Vantagens
Comparativas, que fundamenta a ideia de que o comércio internacional pode ser benéfico
mesmo que um país seja mais eficiente em todos os setores econômicos. De acordo com
Ricardo, o comércio internacional é vantajoso quando os países se especializam na produção
daquilo que possuem uma vantagem comparativa em termos de custos de produção. Ele
argumentou que, mesmo que um país seja menos eficiente em todos os setores de produção
em comparação com outro país, ainda há benefícios para ambos ao se especializarem naquilo
em que são relativamente mais eficientes. Isso ocorre porque o comércio permite que ambos
os países comprem bens e serviços produzidos de forma mais eficiente por outros países e,
assim, aumentem seu “bem-estar econômico”.
Essa teoria de Ricardo forneceu um argumento econômico convincente para a defesa
do livre comércio e da abertura de mercados internacionais, reforçando a ideia de que o
comércio livre promove a eficiência econômica e o crescimento global. A contribuição de
Ricardo para o liberalismo econômico foi crucial, pois suas ideias influenciaram governos e
políticas econômicas ao longo do tempo

2 DESENVOLVIMENTO

Agora, tendo conhecido grandes nomes que representam os campos de análise e


influência do Liberalismo, como John Locke (âmbito político), Adam Smith (âmbito
econômico), e Immanuel Kant (campo moral), podemos tornar a explora-los em um contexto
geral de Liberalismo, usando de exemplo suas concepções e teorias mais bem acabadas.
A política, como é de conhecimento, é um ramo que compreende àquilo que faz
referência à pólis, aos cidadãos incluídos nela, o conjunto que administra o destino e toma
decisões por essa nação, ou até comunidade, e com o tempo, a representação de política
variou fortemente entre as diversas formas de Estado e Governo que predominaram em
diferentes tempos históricos, tendo cada diferentes fundamentos, princípios e preocupações. O
movimento Liberalista defende um Estado Mínimo, de Política Liberal, que é, em um breve
resumo, uma oposição ao domínio do Absolutismo e do Mercantilismo, baseado na influência
do Iluminismo, da evolução da ciência, em todas as áreas, e o interesse incessante da nova
classe social (a burguesia) em expandir sua influência e riquezas, colocando o Estado fora de
seu caminho, pois as limitações impostas por ele acabavam se tornando um empecilho para a
prosperidade dessa classe e limitava o potencial do comércio capitalista em consolidação.
Esse desejo da Burguesia toma poder diante o pensamento de filósofos economistas
como Adam Smith e David Ricardo, que defendiam a capacidade do mercado de se auto
regular sem a interferência do Estado. Quanto ao âmbito social, que fazia referência à pólis
como um todo, e não só os comerciantes, John Locke entra em ação com a justificativa de que
os homens que entraram em um acordo para formar o Estado, visando proteger seu direito à
liberdade, e à propriedade privada, de forma que o dever do estado seria modalizar a
sociedade para que esta não entre em Estado de Guerra. Nunca, de forma alguma, citou que o
Estado deveria intervir em outras circunstâncias que não sejam consideradas violações ao
direito à Vida, Liberdade, e Propriedade Privada. Montesquieu, não só afirmou o mesmo
Dever para o Estado, como especificou uma estrutura ideal para este cumprir seu dever de
forma que minimize a corrupção e abuso de poder, tornando-o mais justo por meio da
Limitação do Poder imposta pela divisão do Estado em três poderes, independentes, porém
correlacionados.

Immanuel Kant, atuando no campo da Moral, não só atribuiu grande contribuição para
o significado de Liberdade, como foi forte impacto em influência na definição de Tolerância,
e Individualismo. Fez isto nas suas principais obras para o Liberalismo, Fundamentos da
Metafísica dos Costumes, e Crítica a Razão Pura.
Portanto, podemos definir um conceito bem fundado para cada um dos princípios em
que o Liberalismo rodeia-se:
Liberdade, para os liberais, é o estado onde o homem possui liberdade de pensamento,
expressão e religião, num estado de liberdade, devem ser evitados, ou extinguidos, o arbítrio
absoluto e as lutas religiosas, fundamentadas em Intolerância. Ao contrário das lutas religiosa,
o que deve ser cultivado é a Tolerância, que defende a liberdade religiosa das pessoas.
O princípio da Propriedade Privada é característico do capitalismo, e portanto, do
Liberalismo também, pois é por meio da propriedade privada que o ser humano pode ter um
lugar em meio à sociedade e ser considerado um cidadão ativo; tanto é que a propriedade
privada é considerada um direito inviolável, junto com a liberdade e a própria vida. Como dito
por Locke, as pessoas que não possuem propriedade privada “possuem de restante, apenas, a
sua força de serviço para vender e oferecer”. Montesquieu, Limitando o Poder do Estado
sobre as decisões e legislação da nação, teve como objetivo defender a integridade da política,
evitando que esquemas corruptos guiados pela ambição do ser humano afetem esses direitos
invioláveis. Para Montesquieu, “o homem é incapaz de resistir as tentações que a posse de
um grande poder exerce”, logo teria de dividir o poder entre os homens, para que uns vigiem
os outros.
O Individualismo, para fechar, é a maior expressão da influência que o Iluminismo
exerceu nesse movimento, e também a grande justificativa pela qual o Estado Absoluto não
seria viável, diante da possibilidade de um Estado Liberal. O Individualismo segue a lei de
que “o indivíduo é um fim em si mesmo”, e, por isso, este é capaz de desenvolver seu próprio
pensamento crítico em relação ao pré-existente, e se auto legislar, além de também ter o
devido direito de respeito aos seus respectivos direitos, que seriam, de acordo com os
Liberalistas, o de propriedade privada e Liberdade. Este conceito recebeu diversas críticas que
o assemelham ao Egocentrismo e Egoísmo, contudo, os Liberais dizem que o individualismo
não deve ser confundido com a definição de Egoísmo, pois este, é muito mais voltado para a
confiança no próprio Indivíduo, pois este tem as capacidades e dotes mentais da razão, e
consegue executar o que foi dito acima.

2.1 KEYNESIANISMO & NEOLIBERALISMO

O Keynesianismo foi uma escola que nasceu após a perda de influência sofrida pelo
Liberalismo durante a Crise de 1929, considerada a maior crise econômica do mundo. Os
ideais de livre comércio do liberalismo foram os considerados culpados por gerar essa enorme
inflação, e, portanto, nasceu o grupo de pessoas que eram opostas ao capitalismo Liberal, os
Keynesianos.
Essa regência econômica visava o crescimento econômico por meio de,
principalmente dois planos de ação: Alcançar o patamar de Pleno Emprego, e o Equilíbrio do
PIB(Produto Interno Bruto). Esses dois objetivos são, respectivamente, um patamar onde toda
a população apta e autoriza a trabalhar consegue adentrar no mercado de trabalho sem muitas
dificuldades e sem muito tempo de espera, e igualar os valores de Oferta Agregada e Procura
Agregada, assim, também, equilibrando o PIB da nação. A Oferta Agregada seria a
disponibilidade de produtos e serviços no mercado, e a Procura Agregada é a demanda da
população por esses produtos e serviços. Para os keynesianos, o país entra em colapso quanto
a Oferta Agregada é maior que a Procura Agregada, pois há um baixo ganho econômico, baixa
circulação de capital e alta perda desses produtos por parte das empresas.

Para resolver ou evitar a situação descrita acima, os keynesianos propunham que o


Estado deveria aumentar os seus gastos e ser o maior acumulador de produtos e serviços, pois
assim faria a economia girar, e teria uma vasta gama de melhorar o bem-estar social e avanço
da Nação.

Em 1970, porém, essa doutrina econômica veio a decair rapidamente por conta da
Crise do Petróleo e a Estagnação da Economia. Como foi considerada a culpada, as nações
foram encontrar acolhimento, novamente, nós ideais Liberalistas, porém estes foram
modificados por conta dos erros anteriores, para que não voltem a acontecer. Com essas
implementações, formou-se o Neoliberalismo.
Esse movimento herdou as características do Liberalismo, contudo, a ideia de Laissez-
faire foi revisada, e deixada de lado pelos atuantes do movimento Neoliberalista. O que
realmente o movimento quis defender, era um mercado livre para acomodar os comerciantes e
desencadear competitividade, ao mesmo tempo que este seria vigiado e fiscalizado pelo
Estado, que deveria ser forte e influente o suficiente para interferir, caso necessário.

As ideias defendidas por esse movimento são, além do Livre comércio e a tolerância
pela intervenção Estatal, a desregulamentação, privatização de empresas e fiscalização severa.
Ao passar da história, o termo Neoliberalismo e a concepção dos seus adventos foi
deturpada por uma gama de eventos, que, de certa forma, levaram a opinião pública (e até
acadêmica) a manchar a imagem desta palavra, “Neoliberal”. Por ser comparada com
governos ditatoriais, o neoliberalismo passou a ser considerada uma doutrina radical e
extremista ao Laissez-faire Liberalista, quando na verdade queria se distanciar do conceito.

Visando desenvolver sua própria identidade como movimento econômico, os


estudiosos associaram o Neoliberalismo aos autores Milton Friedman e Friedrich Hayek.

2.2 MILTON FRIEDMAN

Milton Friedman foi um Neoliberal da escola Monetarista, movimento que acreditava


no potencial que a oferta da moeda nacional pelo banco poderia trazer ao crescimento
econômico e uma possível fuga da inflação. Fora isso, em um de seus livros mais famosos,
Capitalism and Freedom, Milton Friedman demonstra sua plena contribuição ao movimento
Neoliberal, onde defende que a liberdade econômica é essência para que um indivíduo tenha
liberdade, no sentido geral.
Com isso, argumentou a favor dos termos já antes defendidos por Liberais como Adam
Smith: Livre mercado, redução da intervenção estatal, incentivo a concorrência e liberalização
ao comércio internacional.

2.3 FRIEDRICH HAYEK

Nascido no último ano do século XIX na Áustria, Friedrich August von Hayek foi um
dos grandes símbolos do século XX. Sua obra “O Caminho da Servidão”, publicada ainda na
década de 1940, talvez ilustre mais do que nenhuma outra a ascensão de sistemas totalitários
como a Alemanha Nazista, a Itália Fascista e a União Soviética. Ela também foi um grande
alerta ao caminho que o Ocidente trilhava ao optar por controlar cada vez mais a economia de
seus países.
As contribuições do austríaco para a comunidade científica lhe renderam uma famosa
disputa intelectual.
Dentre suas ideias, destaca-se a defesa de maior liberdade econômica na busca por
uma sociedade verdadeiramente livre. Isso porque, para Hayek, a vontade individual não é
algo previsível e muito menos esperado. Desta forma, a individualidade faz com que cada um
tenha inúmeras oportunidades e desejos diferentes para realizar durante a vida.
Diante disso, surge a economia como um meio para alcançar essas vontades
individuais da sociedade. Uma vez que a economia tenha em seus alicerces um princípio
econômico conservador e fechado, com poucos pilares liberais para sustentá-la, esta economia
estaria sujeita ao poder de alguém que a controla e não sobre o poder dos indivíduos.

Desta forma, ao controlar esta economia, o estado estaria controlando o meio pelo qual
o indivíduo recorre para atingir seus objetivos. Assim sendo, a liberdade do indivíduo para
alcançar seus desejos estaria em parte subordinada ao estado e, consequentemente, a liberdade
individual da sociedade é reduzida como um todo, tornando-a menos livre.

Para Hayek, uma sociedade ideal é aquela que preza pelas liberdades individuais, de
modo a quase nunca usar a coação. Para ele, há o que ele chama de Ordem Espontânea: isto é,
uma espécie de ordem que surge pelos indivíduos naturalmente. Importante dizer, neste ponto,
que Hayek não se coloca contra todo e qualquer Estado, tendo, inclusive, dedicado seus
últimos anos na elaboração da brilhante obra “Direito, Legislação e Liberdade” em que
defende a existência de um Estado que proteja as liberdades individuais. O austríaco, na
verdade, critica modelos estatais intervencionistas – sobretudo na economia, pois, segundo
ele, há um forte risco de que planejamentos econômicos estatais nos levem a autoritarismos,
já que tal modelo constrange a ordem espontânea.
Esse constrangimento ocorre da seguinte maneira: prega-se um maior controle estatal
das forças econômicas presentes na sociedade, usando como justificativa um certo ideal. Esse
pode ser maior justiça social, o fim da exploração do trabalhador pelos grandes
empresários/países estrangeiros, a salvação da natureza – e tais medidas não funcionam como
esperado. As consequências são aumento do desemprego, queda na produção de bens e
serviços, perda do poder de compra dos cidadãos, entre outros efeitos maléficos do controle
estatal sobre a economia. Como resposta a tais efeitos, prega-se maior controle estatal sobre a
economia, levando a um ciclo vicioso rumo à ruína de um país.

3 CONCLUSÃO

Em conclusão dessa pesquisa, podemos afirmar que o termo mais recorrente e mais
forte quando falamos de liberalismo é, justamente, a liberdade, que é citada nos mais diversos
e minuciosos âmbitos do começo ao, ainda não alcançado, fim do movimento Liberalista.
Essa doutrina foi essencial no campo da política e moral nas épocas da Idade Média e
Moderna, onde havia escassez de confiança na autonomia do indivíduo e o potencial da razão
humana ainda era uma ideia em dissimulação, incessantemente engolida pela fé e pela Igreja
Católica.
Quanto se trata de política e moral, as ideias provindas do Liberalismo mantiveram-se
firmes através do tempo, servindo como uma luz no horizonte que guiou a humanidade até os
dias de hoje. Contudo, no campo da economia, sofreu grandes alterações com o surgimento da
sociedade contemporânea e novas formas de comercializar, foi por essas alterações que
nasceu o movimento Neoliberalista, que voltou seu foco para a economia, justamente por esta
parte ter sofrido grande erosão com o tempo, e já não era uma estrutura adequada para a
sociedade atual.
Como grande finalidade, o movimento Liberalista ajudou a chegarmos no patamar de
civilização capitalista que vemos hoje. Talvez ainda estaríamos em governos Absolutistas e
em uma realidade que, comparada com a nossa atual, fosse completamente atrasada e escassa
de propriedades como Liberdade, Tolerância e Individualismo, onde as pessoas não teriam o
direito de chamar as coisas de suas, mesmo tendo adquirido elas com esforço e trabalho
árduo; não teriam propriedade para proclamar, pois não haveria limitações quando ao poder
que seria exercido de forma absurda sobre essa classe menosprezada.

4 REFERÊNCIAS

• FERNANDES, Michelle; WIHBY, Alessandra; DE ALMEIDA, Neide. Liberalismo


Clássico: Origens históricas e fundamentos básicos.

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https://estadodaarte.estadao.com.br/montesquieu-espirito-leis-liberdade-gtm/. Acesso
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• MARTINS, Gabriel. As noções kantianas de liberdade e dever. PÓLEMOS, n.12, p.
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https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Adam_Smith. Acesso em 11 nov.2023

• DAVID RICARDO. Wikipedia, 2023. Disponível em:


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• MARIA, Amanda. Doutrina econômica que defende a ação do Estado na economia.


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https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Friedrich_Hayek. Acesso em: 11 Nov.2023

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