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LIBERALISMO E NEOLIBERALISMO
TERESINA-PI
2023
ICARO HGLER; PRISCILA SABINO; LUCAS GABRIEL; JULIANA COSTA;
PABLO RODRIGUES; MARIA CLARA; MARIA THAYSA; ULYSSES CASILLAS;
LIBERALISMO E NEOLIBERALISMO
1. INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.1 JOHN LOCKE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.2. MONTESQUIEU. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1.3. IMMANUEL KANT . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1.4. ADAM SMITH . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1.5. DAVID RICARDO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2. DESENVOLVIMENTO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2.1. KEYNESIANISMO & NEOLIBERALISMO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
2.2. MILTON FRIEDMAN . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
2.3. FRIEDRICH HAYEK . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
3. CONCLUSÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
4. REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
1 INTRODUÇÃO
Para entrar no contexto que definirá o que é o Liberalismo, primeiro precisamos expor
e analisar as características da época em que ele se formou e desenvolveu; Com quais ideais
se fundou? O que quis combater? Em qual campo atuou? São todas perguntas essenciais que
terão de ser entendidas por meio dos representantes desse movimento.
De antemão, o Liberalismo foi uma corrente filosófica que surgiu na transição do
sistema feudal para o capitalismo, da idade média para a idade moderno. Quando falamos de
capitalismo, fazemos referência também à nova ideologia popular dominante da época,
representada pela burguesia, que controlava o sistema capitalista e exigia mais e mais espaço
para suas decisões e interesses.
John Locke foi o pioneiro no movimento Liberalista, mesmo que este também esteja
inserido na corrente contratualista. Ele, portanto, atuou principalmente na área da Política,
âmbito que explorou profundamente e, com o aprendizado, estruturou detalhadamente o
conceito de Política Moderna, moldado na sua obra Os dois Tratados do Governo Civil, a sua
obra mais importante para o movimento liberalista.
1.2 MONTESQUIEU
Outro fato que não recebe tanto destaque quanto o anterior, mas que partilha o espaço
da obra de Montesquieu, é sua atuação no campo da sociologia. Para Montesquieu, não há
uma divisão entre leis boas e más, pois as leis são sujeitas a realidade e às devidas
necessidades de uma população; ela molda-se de acordo com o contexto histórico e social, e
não pela vontade de uma única pessoa que legisla, e muito menos da vontade divina.
Como complemento para suas pesquisas políticas, Montesquieu, assim como vários
outros filósofos, determinou uma divisão para os tipos de Governo já existentes. Separou-lhes
em governos Puros e Impuros de acordo com seus respectivos princípios, valores que
Montesquieu citou ser os seus objetivos princípios; aquilo que o Governo toma de base para
exercer seu papel.
Para seu pensamento David acreditava que “os indivíduos deveriam ter direito de
possuir suas propriedades” defendendo a ideia da busca pelos seus interesses econômicos.
Defendia o livre mercado e se opunha a interferências governamentais na economia, como
subsídios, tarifas e restrições comerciais. Sua maior contribuição foi a Teoria das Vantagens
Comparativas, que fundamenta a ideia de que o comércio internacional pode ser benéfico
mesmo que um país seja mais eficiente em todos os setores econômicos. De acordo com
Ricardo, o comércio internacional é vantajoso quando os países se especializam na produção
daquilo que possuem uma vantagem comparativa em termos de custos de produção. Ele
argumentou que, mesmo que um país seja menos eficiente em todos os setores de produção
em comparação com outro país, ainda há benefícios para ambos ao se especializarem naquilo
em que são relativamente mais eficientes. Isso ocorre porque o comércio permite que ambos
os países comprem bens e serviços produzidos de forma mais eficiente por outros países e,
assim, aumentem seu “bem-estar econômico”.
Essa teoria de Ricardo forneceu um argumento econômico convincente para a defesa
do livre comércio e da abertura de mercados internacionais, reforçando a ideia de que o
comércio livre promove a eficiência econômica e o crescimento global. A contribuição de
Ricardo para o liberalismo econômico foi crucial, pois suas ideias influenciaram governos e
políticas econômicas ao longo do tempo
2 DESENVOLVIMENTO
Immanuel Kant, atuando no campo da Moral, não só atribuiu grande contribuição para
o significado de Liberdade, como foi forte impacto em influência na definição de Tolerância,
e Individualismo. Fez isto nas suas principais obras para o Liberalismo, Fundamentos da
Metafísica dos Costumes, e Crítica a Razão Pura.
Portanto, podemos definir um conceito bem fundado para cada um dos princípios em
que o Liberalismo rodeia-se:
Liberdade, para os liberais, é o estado onde o homem possui liberdade de pensamento,
expressão e religião, num estado de liberdade, devem ser evitados, ou extinguidos, o arbítrio
absoluto e as lutas religiosas, fundamentadas em Intolerância. Ao contrário das lutas religiosa,
o que deve ser cultivado é a Tolerância, que defende a liberdade religiosa das pessoas.
O princípio da Propriedade Privada é característico do capitalismo, e portanto, do
Liberalismo também, pois é por meio da propriedade privada que o ser humano pode ter um
lugar em meio à sociedade e ser considerado um cidadão ativo; tanto é que a propriedade
privada é considerada um direito inviolável, junto com a liberdade e a própria vida. Como dito
por Locke, as pessoas que não possuem propriedade privada “possuem de restante, apenas, a
sua força de serviço para vender e oferecer”. Montesquieu, Limitando o Poder do Estado
sobre as decisões e legislação da nação, teve como objetivo defender a integridade da política,
evitando que esquemas corruptos guiados pela ambição do ser humano afetem esses direitos
invioláveis. Para Montesquieu, “o homem é incapaz de resistir as tentações que a posse de
um grande poder exerce”, logo teria de dividir o poder entre os homens, para que uns vigiem
os outros.
O Individualismo, para fechar, é a maior expressão da influência que o Iluminismo
exerceu nesse movimento, e também a grande justificativa pela qual o Estado Absoluto não
seria viável, diante da possibilidade de um Estado Liberal. O Individualismo segue a lei de
que “o indivíduo é um fim em si mesmo”, e, por isso, este é capaz de desenvolver seu próprio
pensamento crítico em relação ao pré-existente, e se auto legislar, além de também ter o
devido direito de respeito aos seus respectivos direitos, que seriam, de acordo com os
Liberalistas, o de propriedade privada e Liberdade. Este conceito recebeu diversas críticas que
o assemelham ao Egocentrismo e Egoísmo, contudo, os Liberais dizem que o individualismo
não deve ser confundido com a definição de Egoísmo, pois este, é muito mais voltado para a
confiança no próprio Indivíduo, pois este tem as capacidades e dotes mentais da razão, e
consegue executar o que foi dito acima.
O Keynesianismo foi uma escola que nasceu após a perda de influência sofrida pelo
Liberalismo durante a Crise de 1929, considerada a maior crise econômica do mundo. Os
ideais de livre comércio do liberalismo foram os considerados culpados por gerar essa enorme
inflação, e, portanto, nasceu o grupo de pessoas que eram opostas ao capitalismo Liberal, os
Keynesianos.
Essa regência econômica visava o crescimento econômico por meio de,
principalmente dois planos de ação: Alcançar o patamar de Pleno Emprego, e o Equilíbrio do
PIB(Produto Interno Bruto). Esses dois objetivos são, respectivamente, um patamar onde toda
a população apta e autoriza a trabalhar consegue adentrar no mercado de trabalho sem muitas
dificuldades e sem muito tempo de espera, e igualar os valores de Oferta Agregada e Procura
Agregada, assim, também, equilibrando o PIB da nação. A Oferta Agregada seria a
disponibilidade de produtos e serviços no mercado, e a Procura Agregada é a demanda da
população por esses produtos e serviços. Para os keynesianos, o país entra em colapso quanto
a Oferta Agregada é maior que a Procura Agregada, pois há um baixo ganho econômico, baixa
circulação de capital e alta perda desses produtos por parte das empresas.
Em 1970, porém, essa doutrina econômica veio a decair rapidamente por conta da
Crise do Petróleo e a Estagnação da Economia. Como foi considerada a culpada, as nações
foram encontrar acolhimento, novamente, nós ideais Liberalistas, porém estes foram
modificados por conta dos erros anteriores, para que não voltem a acontecer. Com essas
implementações, formou-se o Neoliberalismo.
Esse movimento herdou as características do Liberalismo, contudo, a ideia de Laissez-
faire foi revisada, e deixada de lado pelos atuantes do movimento Neoliberalista. O que
realmente o movimento quis defender, era um mercado livre para acomodar os comerciantes e
desencadear competitividade, ao mesmo tempo que este seria vigiado e fiscalizado pelo
Estado, que deveria ser forte e influente o suficiente para interferir, caso necessário.
As ideias defendidas por esse movimento são, além do Livre comércio e a tolerância
pela intervenção Estatal, a desregulamentação, privatização de empresas e fiscalização severa.
Ao passar da história, o termo Neoliberalismo e a concepção dos seus adventos foi
deturpada por uma gama de eventos, que, de certa forma, levaram a opinião pública (e até
acadêmica) a manchar a imagem desta palavra, “Neoliberal”. Por ser comparada com
governos ditatoriais, o neoliberalismo passou a ser considerada uma doutrina radical e
extremista ao Laissez-faire Liberalista, quando na verdade queria se distanciar do conceito.
Nascido no último ano do século XIX na Áustria, Friedrich August von Hayek foi um
dos grandes símbolos do século XX. Sua obra “O Caminho da Servidão”, publicada ainda na
década de 1940, talvez ilustre mais do que nenhuma outra a ascensão de sistemas totalitários
como a Alemanha Nazista, a Itália Fascista e a União Soviética. Ela também foi um grande
alerta ao caminho que o Ocidente trilhava ao optar por controlar cada vez mais a economia de
seus países.
As contribuições do austríaco para a comunidade científica lhe renderam uma famosa
disputa intelectual.
Dentre suas ideias, destaca-se a defesa de maior liberdade econômica na busca por
uma sociedade verdadeiramente livre. Isso porque, para Hayek, a vontade individual não é
algo previsível e muito menos esperado. Desta forma, a individualidade faz com que cada um
tenha inúmeras oportunidades e desejos diferentes para realizar durante a vida.
Diante disso, surge a economia como um meio para alcançar essas vontades
individuais da sociedade. Uma vez que a economia tenha em seus alicerces um princípio
econômico conservador e fechado, com poucos pilares liberais para sustentá-la, esta economia
estaria sujeita ao poder de alguém que a controla e não sobre o poder dos indivíduos.
Desta forma, ao controlar esta economia, o estado estaria controlando o meio pelo qual
o indivíduo recorre para atingir seus objetivos. Assim sendo, a liberdade do indivíduo para
alcançar seus desejos estaria em parte subordinada ao estado e, consequentemente, a liberdade
individual da sociedade é reduzida como um todo, tornando-a menos livre.
Para Hayek, uma sociedade ideal é aquela que preza pelas liberdades individuais, de
modo a quase nunca usar a coação. Para ele, há o que ele chama de Ordem Espontânea: isto é,
uma espécie de ordem que surge pelos indivíduos naturalmente. Importante dizer, neste ponto,
que Hayek não se coloca contra todo e qualquer Estado, tendo, inclusive, dedicado seus
últimos anos na elaboração da brilhante obra “Direito, Legislação e Liberdade” em que
defende a existência de um Estado que proteja as liberdades individuais. O austríaco, na
verdade, critica modelos estatais intervencionistas – sobretudo na economia, pois, segundo
ele, há um forte risco de que planejamentos econômicos estatais nos levem a autoritarismos,
já que tal modelo constrange a ordem espontânea.
Esse constrangimento ocorre da seguinte maneira: prega-se um maior controle estatal
das forças econômicas presentes na sociedade, usando como justificativa um certo ideal. Esse
pode ser maior justiça social, o fim da exploração do trabalhador pelos grandes
empresários/países estrangeiros, a salvação da natureza – e tais medidas não funcionam como
esperado. As consequências são aumento do desemprego, queda na produção de bens e
serviços, perda do poder de compra dos cidadãos, entre outros efeitos maléficos do controle
estatal sobre a economia. Como resposta a tais efeitos, prega-se maior controle estatal sobre a
economia, levando a um ciclo vicioso rumo à ruína de um país.
3 CONCLUSÃO
Em conclusão dessa pesquisa, podemos afirmar que o termo mais recorrente e mais
forte quando falamos de liberalismo é, justamente, a liberdade, que é citada nos mais diversos
e minuciosos âmbitos do começo ao, ainda não alcançado, fim do movimento Liberalista.
Essa doutrina foi essencial no campo da política e moral nas épocas da Idade Média e
Moderna, onde havia escassez de confiança na autonomia do indivíduo e o potencial da razão
humana ainda era uma ideia em dissimulação, incessantemente engolida pela fé e pela Igreja
Católica.
Quanto se trata de política e moral, as ideias provindas do Liberalismo mantiveram-se
firmes através do tempo, servindo como uma luz no horizonte que guiou a humanidade até os
dias de hoje. Contudo, no campo da economia, sofreu grandes alterações com o surgimento da
sociedade contemporânea e novas formas de comercializar, foi por essas alterações que
nasceu o movimento Neoliberalista, que voltou seu foco para a economia, justamente por esta
parte ter sofrido grande erosão com o tempo, e já não era uma estrutura adequada para a
sociedade atual.
Como grande finalidade, o movimento Liberalista ajudou a chegarmos no patamar de
civilização capitalista que vemos hoje. Talvez ainda estaríamos em governos Absolutistas e
em uma realidade que, comparada com a nossa atual, fosse completamente atrasada e escassa
de propriedades como Liberdade, Tolerância e Individualismo, onde as pessoas não teriam o
direito de chamar as coisas de suas, mesmo tendo adquirido elas com esforço e trabalho
árduo; não teriam propriedade para proclamar, pois não haveria limitações quando ao poder
que seria exercido de forma absurda sobre essa classe menosprezada.
4 REFERÊNCIAS
• SILVESTRE, Tadeu. Notas sobre a economia ricardiana. Revistas PUC, São Paulo,
n.13, p.6-26, 2003.