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FILOSOFIA DO DIREITO

PROF. ODAIR JOSÉ


odairjoseprofessor@gmail.com
FILOSOFIA CLÁSSICA

A justiça se encontra no campo da ética, diz respeito à práxis


humana (razão prática). É tida como uma virtude que se
realiza na pólis, corpo cívico composto por homens para
realização do bem comum.
QUESTÃO 1 (FGV/OAB/EXAME XXIX/2019)

Mas a justiça não é a perfeição dos homens?

PLATÃO, A República. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1993.

O conceito de justiça é o mais importante da Filosofia do Direito. Há uma


antiga concepção segundo a qual justiça é dar a cada um o que lhe é devido.
No entanto, Platão, em seu livro A República, faz uma crítica a tal concepção.

Assinale a opção que, conforme o livro citado, melhor explica a razão pela
qual Platão realiza essa crítica.
a) Platão defende que justiça é apenas uma maneira de proteger o que é mais
conveniente para o mais forte.
b) A justiça não deve ser considerada algo que seja entendido como virtude e
sabedoria, mas uma decorrência da obediência à lei.
c) Essa ideia implicaria fazer bem ao amigo e mal ao inimigo, mas fazer o mal não
produz perfeição, e a justiça é uma virtude que produz a perfeição humana.
d) Esse é um conceito decorrente exclusivamente da ideia de troca entre
particulares, e, para Platão, o conceito de justiça diz respeito à convivência na
cidade.
FILOSOFIA ARISTOTÉLICA
Acepções de Justiça
(1) justiça distributiva que cuida da igualdade material e se refere a
distribuição proporcional dos recursos realizada pelo Estado aos
particulares;
(2) justiça corretiva que se refere a igualdade formal, divide-se em reparativa,
quando resultante de relações involuntárias, e comutativa, quando
resultante de relações voluntárias.
QUESTÃO 2 (FGV/OAB/EXAME XX/2016)

A partir da leitura de Aristóteles (Ética a Nicômaco), assinale a alternativa


que corresponde à classificação de justiça constante do texto:

“... uma espécie é a que se manifesta nas distribuições de honras, de


dinheiro ou das outras coisas que são divididas entre aqueles que têm
parte na constituição (pois aí é possível receber um quinhão igual ou
desigual ao de um outro)...”
a) Justiça Natural.

b) Justiça Comutativa.

c) Justiça Corretiva.

d) Justiça Distributiva.
CONTRATUALISMO

Teoria que pretende justificar as razões de existência do


Estado. Parte da concepção segundo a qual, sem o Estado, os
indivíduos se encontrariam numa condição de igualdade e de
liberdade, cujas ações se guiariam pelos próprios instintos,
tendo como limitações a própria natureza.
QUESTÃO 3 (GRANCURSOS/3º SIMULADO DO XXII EXAME/2021)
“A natureza fez os homens tão iguais, quanto às faculdades do corpo e do espírito, que,
embora por vezes se encontre um homem manifestamente mais forte de corpo, ou de
espírito mais vivo do que outro, mesmo assim, quando se considera tudo isso em
conjunto, a diferença entre um e outro homem não é suficientemente considerável para
que qualquer um possa com base nela reclamar qualquer benefício a que o outro não
possa também aspirar, tal como ele”. HOBBES, Thomas. O Leviatã. São Paulo: Abril
Cultural, 1983. A condição de natureza é elemento que justifica a necessidade do Estado
no pensamento hobbesiano e isso se dá porque, segundo essa teoria, o estado de
natureza se caracteriza como:
a) o império da lei do mais forte que se impõe através do medo, usando da
violência contra aqueles que contrariam sua vontade.
b) governo dos mais sábios que se impõem através da ideologia, porque os
sábios, mesmo fracos de corpo, são capazes de dominar o espírito.
c) conflito generalizado, porque cada homem é livre para usar seu poder, da
maneira que quiser, para preservação de sua própria vida.
d) guerra de todos contra todos em razão da ausência da lei natural, o que leva
ao caos social, tornando a vida impossível.
FILOSOFIA MORAL KANTIANA

Direito e moral, embora distintos, não se encontram completamente


separados. A conduta moral se refere à vontade interna do indivíduo,
enquanto o direito é imposto por uma ação exterior e se concretiza no seu
cumprimento, ainda que as razões da obediência da pessoa não sejam
morais.
QUESTÃO 4 (FGV/OAB/EXAME X/2013)
“Manter os próprios compromissos não constitui dever de virtude, mas dever de
direito, a cujo cumprimento pode-se ser forçado. Mas prossegue sendo uma ação
virtuosa (uma demonstração de virtude) fazê-lo mesmo quando nenhuma coerção
possa ser aplicada. A doutrina do direito e a doutrina da virtude não são,
consequentemente, distinguidas tanto por seus diferentes deveres, como pela
diferença em sua legislação, a qual relaciona um motivo ou outro com a lei”.
Pelo trecho acima podemos inferir que Kant estabelece uma relação entre o direito e
a moral. A esse respeito, assinale a afirmativa correta
A

a) O direito e a moral são idênticos, tanto na forma como no conteúdo prescritivo.


Assim, toda ação contrária à moralidade das normas jurídicas é também uma
violação da ordem jurídica.
b) A conduta moral refere-se à vontade interna do sujeito, enquanto o direito é imposto
por uma ação exterior e se concretiza no seu cumprimento, ainda que as razões da
obediência do sujeito não sejam morais.
c) A coerção, tanto no direito quanto na moral, é um elemento determinante. É na
possibilidade de impor-se pela força, independentemente da vontade, que o direito e
a moral regulam a liberdade.
d) Direito e moral são absolutamente distintos. Consequentemente, cumprir a lei, ainda
que espontaneamente, não é demonstração de virtude moral.
IMPERATIVOS KANTIANOS
• Imperativo categórico: ação moral, boa em si mesma e que tem a humanidade
como um fim.
• Imperativo hipotético: ação técnica, pragmática, busca um finalidade, tem a
humanidade como meio.
• Do imperativo categórico se extrai a concepção de dignidade humana, ou seja,
um valor que se coloca acima de qualquer outro, que coloca a humanidade
como um fim em si mesmo.
QUESTÃO 5 (FGV/OAB/EXAME XIX/2016). Segundo o filósofo Immanuel Kant, em sua obra
Fundamentação da Metafísica dos Costumes, a ideia de dignidade humana é entendida
a) como algo que está acima de todo o preço, pois quando uma coisa tem um preço pode-se pôr
em vez dela qualquer outra como equivalente; mas quando uma coisa está acima de todo o
preço, e portanto não permite equivalência, então ela tem dignidade.
b) como qualidade própria de todo ser vivo que é capaz de sentir dor e prazer, isto é, característica
de todo ser senciente.
c) quando membros de uma mesma espécie podem ser considerados como equivalentes e,
portanto, iguais e plenamente cooperantes se eles possuem dignidade.
d) como valor jurídico que se atribui às pessoas como característica de sua condição de sujeitos de
direitos.

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