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Filosofia do Direito
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Sumário
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1. Contratualismo
Os autores a seguir analisados (Hobbes, Locke e Rousseau) buscam explicar o
surgimento da entidade estatal ou, mais precisamente, o motivo de os homens abrirem mão de
parte de sua liberdade, conferindo poderes a um grupo seleto de indivíduos – quer dizer,
analisam o surgimento dos Estados e as relações de poder. Para tanto, todos partem de um
mesmo ponto: um Estado de Natureza no qual o homem se encontrava antes do surgimento do
Estado.
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consolidada. Ao súdito deste poder absoluto caberia, assim, o dever de obedecer aos comandos
do soberano (ideia de liberdade dos súditos).
1.3. Rousseau
No Estado natural de Rousseau, o homem é bom; ele era solitário (grupo familiar, no
máximo) e os indivíduos respeitavam a liberdade uns dos outros. O eventual crescimento
populacional acaba por instituir o chamado Estado de sociedade, no qual alguns homens tomam
para si propriedade, dando início a uma sociedade desigual e corrompida. As leis protegem os
ricos etc. Há, portanto, a corrupção do homem pela sociedade. Não há liberdade, pois só alguns
fazem as leis.
O contrato social seria celebrado para se sair desse Estado de sociedade para um novo
modelo. Para isso, seria necessário romper a alienação inicial dos oprimidos e instaurar um
modelo de democracia participativa pautada na ideia de vontade geral – entendida como o
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substrato das vontades coletivas; o interesse comum “norteando” a sociedade; o que cada
homem quer em comum com seus semelhantes.
Em seu livro Leviatã, Hobbes fala de um direito natural à liberdade de preservar sua própria vida.
Porém, ele fala, também, da liberdade resultante do Pacto que institui o Estado Civil, isto é, da
liberdade dos súditos.
Assinale a opção que expressa essa ideia de liberdade dos súditos, segundo Hobbes no livro em
referência.
A) Agir conforme os princípios do direito internacional, das tradições e dos costumes que são
amplamente conhecidos pelos governos e pelos povos.
B) Ser livre para instaurar uma assembleia soberana que decida acerca das condutas que serão
permitidas, proibidas e obrigatórias no âmbito do Estado Civil.
C) O poder do mais forte de decidir sobre os mais fracos, tal qual fazem os Estados soberanos após
batalharem entre si e algum deles vencer a guerra.
D) A liberdade de fazer as coisas conforme elas foram reguladas pelo poder soberano, tais como
comprar, vender e realizar outros contratos mútuos.
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“Age de tal maneira que uses a humanidade, tanto na tua pessoa como na pessoa de
qualquer outro, sempre e simultaneamente como fim e nunca como meio.”
As coisas possuem preço, as pessoas possuem dignidade.
Ex.: por que não mentir? Segundo o imperativo hipotético, alguém pode contar uma
mentira buscando evitar sofrimento, ou para se livrar de uma situação negativa. Pela lógica do
imperativo categórico, o indivíduo não deve mentir pois não é o correto; é inviável para uma
ordem social que as pessoas mintam quando acharem que podem o fazer. Logo, o caráter
universal – por meio da razão, o ser humano já consegue chegar a esta conclusão, não importa
em qual cultura ele esteja inserido. Outrossim, a ação só estará conforme a moralidade, para
Kant, caso eu não minta por não querer mentir; se eu não o faço em virtude de minha boa
vontade, e não apenas por medo de uma punição. Logo, a boa vontade é elemento fundamental
na ação moral – o indivíduo deve agir daquela forma pois ela é correta, independentemente dos
fins.
Em outras palavras, o agente, ao agir, precisa querer o resultado bom, e não agir apenas
por interesse pessoal. A ação é boa independente dos fins que se alcança com ela. Essa boa
vontade, portanto, não deve ser afetada pelas inclinações, mas sim pela vontade de agir por
dever.
Exemplo de boa vontade: o comerciante que pratica preços justos por receio de que,
caso cobre valores elevados, acabe perdendo clientes para os concorrentes. Embora o resultado
seja a prática dos preços justos e em conformidade com os demais vendedores, a intenção do
comerciante está moralmente maculada, pois não o faz pensando ser o certo, seu dever e
obrigação, mas tão somente para evitar seu prejuízo. Caso esse comerciante exerça preços
justos motivado por uma noção de dever e obrigação moral, estará, portanto, imbuído de boa
vontade. Isso não quer dizer que o homem não deva se preocupar com sua felicidade (os
imperativos hipotéticos), a questão é que esta não pode ser considerada quando a questão
permeia a esfera do seu dever moral. É esse agir que nos tornaria, portanto, dignos da felicidade.
A lei, por sua vez, é algo cumprido pelo medo da coação, logo, é externa ao indivíduo. A
boa vontade, por sua vez, é interna – a vontade de agir de forma ética está dentro do próprio
sujeito.
Por fim, temos que, para Kant, a justiça consiste em agir conforme o imperativo
categórico, pois ao assim fazê-lo, estamos adequando nossa conduta a uma máxima universal
benéfica para todos.
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2.2. Utilitarismo
O utilitarismo foi uma corrente filosófica pragmática e consequencialista, isto é, estava
preocupada com o resultado das ações, e não com os meios. Em outras palavras, o que importa
são os fins obtidos, e não os meios utilizados para se chegar até eles.
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A) O homem é um animal político e como tal possui o sentimento do bem e do mal, do justo e do
injusto, sobre os quais pode se manifestar graças ao dom da fala e de sua capacidade de comunicação.
B) A normatização que regula a relação entre o todo e as partes deve ser considerada justa, de forma
a realizar a distribuição proporcional dos bens comuns.
C) Age de tal maneira que uses a humanidade, tanto na tua pessoa como na pessoa de qualquer outro,
sempre e simultaneamente como um fim e nunca como um meio.
D) O mundo ético vivo é o espírito em sua verdade; assim que o espírito chega ao saber abstrato de
sua essência, a eticidade decai na universalidade formal do Direito.
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alguém é errado ou o ser humano é capas de compreender, naturalmente, que tal prática é
incorreta?
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Um dos principais pontos da teoria kelseniana consiste na teoria da norma fundamental. Considerando o
trecho acima e o pensamento do autor, podemos afirmar que a norma fundamental é:
A norma superior = moldura (esfera de ação da norma inferior). Há, assim, dois momentos:
1) Determinação objetiva da moldura colocada pela norma superior, por meio de um
ato cognoscitivo;
2) Escolha subjetiva, por meio de um ato de vontade, de uma daspossíveis opções
apresentadas pela norma superior para transformação em Direito positivo.
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Todavia, caso o magistrado realize uma interpretação fora da moldura, esta também será
direito, pois se trata de intérprete autêntico. O próprio Kelsen deixa claro em sua obra que, pela
via da interpretação autêntica (quer dizer, pelo órgão jurídico que a tem de aplicar), também é
possível se produzir uma norma que se situe completamente fora da moldura que a norma a ser
aplicada representa.
Por meio dessa interpretação, poder-se-ia, então, criar direito não só no caso em que a
interpretação tem caráter geral, em que, portanto, existe interpretação autêntica no sentido usual
da palavra, mas também no caso em que é produzida uma norma jurídica individual por meio
de um órgão aplicador do Direito, desde que o ato deste órgão já não possa ser anulado, desde
que ele tenha transitado em julgado (KELSEN, 2009).
É notório que, pela via de uma interpretação autêntica deste tipo, é muitas vezes criado
Direito novo, especialmente pelos tribunais de última instância.
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Outro ponto relevante para a prova abordado por Hart é a questão da textura aberta do
direito que ocorrem por dois motivos:
1) Imprecisão linguística na descrição de uma norma prejudicando o método da
subsunção e do silogismo;
2) Impossibilidade de prever todas as condutas possíveis.
Para o primeiro caso, Hart utiliza como exemplo uma norma que proíbe o ingresso de
veículos automotores em determinado local, mas, conforme novas tecnologias se desenvolvem,
exsurge a questão acerca de se novos inventos de locomoção enquadram-se na categoria de
veículos automotores.
Muito embora exista tal indeterminação, ainda há grande margem de segurança na
maioria dos casos, quer dizer, as normas apresentam noção de sentido. Essa noção de sentido
é um núcleo de sentido fixo, o que, segundo Hart,afasta a ideia de que o direito é o que os juízes
dizem. Assim, a discricionariedade estaria em um plano intermediário entre arbitrariedade e
aplicação literal da lei.
Hans Kelsen
Sobre a relação entre validade e justiça da norma, o jusfilósofo Hans Kelsen, em seu livro O Problema da
Justiça, sustenta o princípio do positivismo jurídico, para afirmar que:
A) a validade de uma norma do direito positivo é independente da validade de uma norma de justiça.
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B) o direito possui uma textura aberta que confere, ao intérprete, a possibilidade de buscar um equilíbrio
entre interesses conflitantes.
C) o valor de justiça do ato normativo define a validade formal da norma; por isso valor moral e valor
jurídico se confundem no direito positivo.
D) a validade de uma norma jurídica se refere à sua dimensão normativa positiva, à sua dimensão
axiológica, e também, à sua dimensão fática.
Unidade
Coerência
Completude
• Possibilidade de que todo caso seja resolvido pelo ordenamento.
É nesse último ponto que a Fundação Getúlio Vargas (FGV) tem insistidona prova: nas
lacunas e nas antinomias.
Lacunas podem ser:
1) Próprias: espaço vazio no sistema;
2) Impróprias: originam-se da comparação do sistema real versus ideal (ex.: a lei
sobre aborto brasileiro é injusta se comparada com a legislação alemã sobre o
tema).
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A) Deve ser feita uma ponderação de princípios entre a lei geral e a lei especial, de forma que a lei que
se revelar menos razoável seja revogada.
B) Deve prevalecer a lei especial sobre a lei geral, de forma que a lei geral seja derrogada, isto é, caia
parcialmente.
C) Deve ser verificada a data de edição de ambas as leis, pois, nesse tipo de conflito entre lei geral e lei
especial, deve prevalecer aquela que for posterior.
D) Deve prevalecer a lei geral sobre a lei especial, pois essa prevalência da lei geral é um momento
ineliminável de desenvolvimento de um ordenamento jurídico.
4. John Rawls
Rawls foi um autor liberal, quer dizer, utiliza em sua teoria a ideia de que se cada um
seguir seu interesse a sociedade poderia ser mais justa.
A teoria de Rawls possui influência contratualista: imagina que em determinado momento
na formação de uma sociedade as pessoas se juntam para decidir os princípios básicos que irão
reger a sociedade.
Para que os mais fortes/ inteligentes não imponham sua vontade sobre os mais fracos,
todos devem estar “vestindo” um “véu da Ignorância”, quer dizer, ninguém sabe se é ou não forte;
se é ou não inteligente.
Como ninguém sabe se é forte/ fraco, por exemplo, todos, na busca de seus interesses,
decidirão de maneira que todos se beneficiem ao máximo.
Assim, os dois princípios básicos de uma sociedade serão:
1) Princípio da liberdade: cada pessoa deve ter um direito igual ao mais abrangente
sistema de liberdades básicas iguais que sejam compatíveis com um sistema de
liberdade para as outras.
2) Princípio da igualdade: as desigualdades económicas e sociais devem ser
distribuídas por forma a que, simultaneamente: a) redundem nos maiores
benefícios possíveis para os menos beneficiados, de uma forma que seja
compatível com o princípio da poupança justa, e b) sejam a consequência do
exercício de cargos e funções abertos a todos em circunstâncias de igualdade
equitativa de oportunidades.
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“Na sessão de ontem (25), em que foi iniciada a análise da matéria, o relator afirmou que as políticas de
ação afirmativa adotadas pela UnB estabelecem um ambiente acadêmico plural e diversificado, e têm o
objetivo de superar distorções sociais historicamente consolidadas. Além disso, segundo ele, os meios
empregados e os fins perseguidos pela UnB são marcados pela proporcionalidade, razoabilidade e as
políticas são transitórias, com a revisão periódica de seus resultados”.
A) Rawls defende que a loteria natural é a base para um princípio de justiça, pois não é papel da sociedade
regular questões determinadas naturalmente.
B) A teoria de Rawls reconhece que existem diferenças em uma sociedade, contudo, para ser justa, é
preciso que todos possuam igualdade de oportunidades.
C) O princípio da igualdade defendido por Rawls consiste em tratar todos de forma igual, sendo o autor
contrário à adoção de medidas alternativas.
D) A ideia da igualdade de oportunidades defendida por Rawls em sua obra representa um problema
presente nas sociedades modernas, pois obriga os sujeitos a competirem uns contra os outros.
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