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MMXXIII

Introdução ao Direito

Lic. 1 SOCIEDADE E DIREITO

O que é o Direito?

Vamos responder esta questão partindo dos seguintes brocardos latinos: " Ubi societas ib ius,"
; "Ubi ius, ib societas"; " Ubi homo ib ius" . Ou seja: (onde existe uma comunidade de pessoas,
aí existem leis). (Onde há leis, aí existe uma comunidade estabilizada). ( Onde há homens aí
há leis")

Pela experiência, observação, e intuição, todos temos uma noção de Direito, que é por assim
dizer vivida a todos os momentos perante factos correntes e vulgares da vida.
Deparamo-nos com a expressão "Direito" todos os dias da nossa vida. Ao vermos ao
assistirmos a televisão, ou ao ouvirmos rádio,ao lermos jornais, ao falarmos com os familiares,
e amigos ao exercermos a nossa actividade profissional, etc.etc. mesmo ao ocuparmo-nos do
nosso tempo de lazer.

Pensemos no seguinte: uma lei altera as tabelas dos impostos que pagamos; uma sentença do
tribunal condena o vizinho ao pagamento dos danos causados pelo desabamento do muro
porque construído em violação das normas de segurança na construção, um regulamento
administrativo obriga-nos a usar determinados equipamentos de segurança na fábrica.
Em todas essas situações o Direito anda associado a ideia de um conjunto de regras de
comportamento social ou de cada uma dessas regras.

A lei é Direito, o regulamento é Direito, os estatutos são Direito. Todos constituem Direito que
preside a nossa vida em sociedade.
'A estas regras que acompanham e definem até ao pormenor o nosso quotidiano, chama-se
Direito positivo. Criado na sociedade para regular a sociedade. Não há Direito sem sociedade.

O Direito, traduz-se em normas de conduta social, preceitos que regulam com carácter de
generalidade a convivência dos homens em sociedade mediante a imposição de acções ou
abstenções.
Ou seja o Direito diz o que deve ser feito e aquilo que não deve ser feito, em ordem a
proporcionar a cada um a possibilidade de prefigura as consequências dos seus actos:
Prevenir eventuais litígios, resolver os litígios já desencadeados, potenciar a cooperação entre
os homens, assegurar a atribuição a cada um o que é seu.
Em suma o Direito visa a realizar a paz, o bem comum, a justiça que que é o fim último do
mesmo.

O Direito efetiva-se pela força quando necessário e possível.

O Código Penal por Exemplo Proíbe o furto, o homicídio. Comanda abstenção ou omissão. Não
furtar, não matar. Fa-lo porque é absolutamente imprescindível a coexistência social; fa-lo
porque para que entre os homens haja tranquilidade, justiça, e todos possam realizar os seus
fins.

Obs: Se a proibição não for respeitada, a autoridade constituída intervém com a força
organizada de que dispõe, e se lança contra o infrator prende-o, condena-o e sujeita-o a uma
pena.

O devedor, por exemplo, por lei está obrigado a restituir o capital ao credor. Em caso de
incumprimento, por parte do devedor, activa-se a execução forçada. Um processo com vista a
restabelecer a paz social.

Tendo em conta a exposto, sobre o Direito pode dar-se a seguinte ideia: conjunto de normas de
conduta social, estabelecidas em vista da justiça, paz, e do bem comum, dotadas de
generalidade e impostas pela força quando necessário e possível.

MMXXIII

Lic. 2

Direito positivo e Direito Natural


( Jus positivismo e jus naturalismo)

Direito Positivo ou jus positivismo


Teoria do Direito Positivo

Direito positivo, "jus in civitate positum" Direito posto na sociedade. Forma o direito positivo, os
Códigos civis; penais; leis avulsas. Cuja a origem é convencional, vontade externa. ( o
legislador- Estado)
Portanto, o positivismo jurídico ou teoria do Direito positivo, considera o direito como sendo
aquele posto ou dado por uma vontade externa ( autoridades competentes do Estado)
Para o positivismo jurídico, o único direito válido é o direito positivo. São precursores desta
Teoria, Norberto Bobbio, Hans Keksen; John Austin. Para os quais, o objeto da jurisprudência é
o Direito positivo. Que é o Direito posto, pelas autoridades políticas superiores 'a inferiores
políticos. O Direito é um comando pronunciado por quem tem um poder de infligir uma pena no
caso em que não se cumpra o seu desejo. A quem é dirigido o comando, é obrigado a
obedecer.
Vamos analisar o Direito positivo quanto a origem; espaço de aplicação; vigência e modo de
conhecer.
Quanto à fonte ou origem, foi antes referido que a origem é convencional, uma vontade
externa que cria, põe o Direito. Portanto o legislador. ( O Estado)
No que concerne espaço de aplicação: sendo um Direito particular posto por uma vontade
dentro de um grupo ou comunidade política ( Estado) , é aplicado dentro desta mesma
comunidade política.
Ex: o povo angolano é uma comunidade política. Portanto o Direito o, o Ordenamento Jurídico
positivo angolano é particular porque é dirigido ao povo angolano.
Tempo de vigência: o Direito positivo, é mutável no tempo. É contigente isto é varia no tempo.
Porque algumas leis podem servir numa época e mudar sucessivamente.
E o ponto de referência para conhecer o Direito Positivo é sempre a vontade externa do
legislador.
E observa-se o Direito positivo por medo da sanção.

Direito Natural ou jusnaturalismo.


Teoria do Direito Natural.

A Teoria do do Direito Natural, tem como expoentes: Thomas Hobbes; John Locke; Cícero.
Para o jusnaturalismo, as leis da natureza, representam o reflexo imediato da justiça. Que a
traduzem e realizam na sua plenitude. São regras normativas fundadas na essência humana,
não são localizadas no tempo nem no espaço. Não estão contidas em qualquer código. Não
são criadas pelo homem.
A razão humana esclarecida pode erguer-se 'a elas ou tentar erguer-se 'a elas como padrão
superior 'a luz do qual se deve nortear e avaliar o Direito Positivo.
Portanto, no que concerne a fonte ou origem do Direito Natural, dizer que é a natureza
humana. Não depende da vontade humana. É fundado na essência humana.
Espaço de aplicação: é um Direito Universal dirigido a todos e existe em todos os lugares.
Tempo de vigência: O Direito Natural é um direito imutável. O tempo não determina a mudança
do direito natural.
Quanto ao modo de conhecê-lo, dizer que o homem descobre o Direito natural através da
razão humana.
A diferença do Direito positivo, cujo cumprimento é motivado pelo medo da sanção; aqui no
direito natural Observa-se o mesmo não pelo medo da sanção. Bem sim porque exprime um
valor de justiça

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