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Fundamentos da

Filosofia Política
Aula 9
"Minha liberdade pode implicar não ajudar o outro?

É necessário igualar as riquezas?

Devemos respeitar os direitos dos indivíduos ou do


coletivo?“
Poder

Influência
Controle
Ameaça de sanções
Coerção

O Poder só se dá na
política
institucionalizada?
A filosofia política se ocupa do poder, do conflito pelo poder, da
conquista do poder e da manutenção do poder.
A partir disso algumas perguntas são fundamentais:
Qual o melhor ordenamento político?
Qual forma de poder é legítima?
Como o poder deve ser distribuído e organizado?
Quais direitos básicos devem ser reconhecidos?
O que é cidadania e quem deve ser considerado cidadão?
MAQUIAVELISMO

MAQUIAVÉLICO
A importância de Maquiavel
"Fazer política, para Maquiavel, não é mais sinônimo de uma atividade que tem suas regras
determinadas pela Igreja ou pela ética:É preciso entender que um príncipe, sobretudo um
príncipe novo, não pode observar todas aquelas coisas pelas quais os homens são considerados
bons, sendo-lhe frequentemente necessário, para manter o poder, agir contra a fé, contra a
caridade, contra a humanidade e contra a religião. (MAQUIAVEL, 1993, p. 84)" (Mattar, João, ,
Introdução à Filosofia)
Ponto fundamental: a política passa a ser estudada em si mesma, independentemente do ponto
ético e religioso.
O Príncipe" de MAQUIAVEL, escrito em 1512.

A partir das considerações políticas teóricas de Maquiavel, a política passou


a ser vista de outro modo. Maquiavel pensou a política como a arte de
conquistar e manter o poder.
Não levou em consideração que o Estado deveria ocupar se do bem comum.
Considerou que seriam legítimos todos os meios para um monarca
permanecer no poder.
Todos os recursos, horáveis ou não, devem ser utilizadas pela conquista e
manutenção do poder;
Natureza Humana e História
Não se trata de estudar o tipo ideal de Estado, mas entender a dinâmica de como
as organizações políticas se fundam, desenvolvem, persistem e, depois, decaem.
Duas abordagens são importantes aqui: a história e a psicologia humana. Com a
história se pretende analisar o transcurso dos fatos humanos cíclicos. Com a
psicologia humana, se procura traçar certo perfil do agir humano no qual os
desejos e as paixões, notadamente o egoísmo e a ambição. seriam os mesmos
em todos s povos e em todos os tempos.
Traços humanos imutáveis: ingratidão, dissimulação, covardia, avidez pelo
lucro.
Para pensar...

A quem Maquiavel dirige O Príncipe?


Hobbes (1588-1679)
"O inglês Thomas Hobbes (1588-1679) é considerado o fundador da filosofia moral e
política inglesa. É também um dos primeiros pensadores a teorizar sobre o estado da
natureza, que se caracterizaria ao mesmo tempo como um estado de plena liberdade e
constante terror, sendo o Estado, então, necessário como fundamento da sobrevivência
do ser humano. A existência coletiva, representada pelo Estado, teria o fim de
preservar e proteger a vida individual. Sua obra mais conhecida é Leviathan." (Mattar,
João, , Introdução à Filosofia)
Estado de natureza= estado de guerra
Liberdade = ausência de algo que limite as ações dos indivíduos.
Vontades não reprimidas – Discórdia- Competição
Os homens, no estado de natureza, são egoístas, luxuriosos, inclinados a agredir os outros e
insaciáveis, condenando-se, por isso mesmo, a uma vida solitária, pobre, repulsiva, animalesca e
breve. Isto é o que acarreta, segundo sua expressão clássica, a permanente "guerra de todos
contra todos
Razões para a discórdia

Competição;
Desconfiança;
Glória.
Como pôr termo a esse A passagem do estado de natureza à sociedade civil se dá por
meio de um contrato social, pelo qual os indivíduos
conflito? renunciam à liberdade natural e à posse natural de bens,
riquezas e armas e concordam em transferir a um terceiro – o
soberano – o poder para criar e aplicar as leis, tornando-se
autoridade política.
Rousseau
"Um nome essencial na história da filosofia política, da ética e dos princípios
do direito, como representante do espírito do iluminismo, é Jean-Jacques
Rousseau (1712-1778). Duas de suas obras são, nesse sentido, fundamentais:
Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens
(1754/55) e Do contrato social (1757/62). Rousseau introduz o mito do bom
selvagem: o homem seria originalmente bom, e a sociedade, a responsável por
corrompê-lo: ao instinto e à amoralidade da vida natural, a sociedade viria
impor a razão e a moral. As desigualdades no estado natural, para Rousseau,
seriam muito menores do que na vida social. A invenção da propriedade seria o
primeiro passo para aumentar significativamente a desigualdade entre os
homens. As leis e os magistrados surgem, então, para garantir o domínio dos
mais fortes, e o direito natural é substituído pelo poder dos mais fortes. "
(Mattar, João, , Introdução à Filosofia)
O pacto social Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entRe os homens
(1755)– construir uma história hipotética da humanidade da sua condição de liberdade
natural, passando pela propriedade e os inconvenientes que daí surgiram.

O contrato social (1762)– apresentar o dever ser de toda a nação. Estabelecer as


condições de possibilidade de um pacto legítimo, através do qual os homens, após terem
perdido as liberdade natural ganhem em troca a liberdade civil.
O bom Nos primórdios na existência
humana os homens viviam de
selvagem forma “natural” e tinham poucas
necessidades. Não havia
desigualdade entre os homens,
que viviam em paz e com
liberdade. Contudo, o
estabelecimento da propriedade
privada, o desenvolvimento da
civilização teria tornado os
homens gananciosos
mesquinhos, avarentos e
invejosos, estabelecendo a
desigualdade entre os homens e
desfigurando a naturalidade
humana e a sua bondade.
O bom selvagem
Propriedade/desigualdade/
hostilidade

“O verdadeiro
fundador da sociedade
civil foi o primeiro que,
depois de haver
delimitado um terreno,
pensou em dizer ‘isso é
meu’, e falou ao outros,
tão ingênuos para nele
acreditar”
Locke
É em Locke que vemos a constituição inaugural do perfil do liberalismo político
sustentando a necessidade da limitação do poder e das funções do Estado.

O contratualismo de Locke representou a apoteose do sentimento individualista


moderno: os direitos pessoais provém da natureza, como dádiva de Deus, e estão
longe de dissolver-se no pacto social. Com o direito de resistência, ele ampliou o
princípio individualista de vontade e consentimento.
 O consentimento dos governados e a única fonte do poder político
legítimo.
 O estado de natureza era relativamente pacífico, cada um busca
defender seus próprios interesses.
 Locke insere a questão o direito natural: todos os indivíduos tem
direito à vida, à liberdade e aos bens necessários para conservá-las.
Tais bens são alcançados pelo trabalho.
 O contrato social é um pacto de consentimento em que os
indivíduos resolvem que uma união mediada por leis é mais efetiva
no sentido de garantir a manutenção dos direitos que já possuíam no
estado de natureza. Ou seja, O Estado tem a função de garantir o
direito natural.
Teoria da Propriedade “O homem era naturalmente livre e
proprietário de sua pessoa e de seu
trabalho”
Deus “deu a terra aos filhos dos homens”.

“ainda que a terra e todas as criaturas inferiores pertençam em comum a todos os homens, cada
um guarda a propriedade de sua própria pessoa”.

Se o corpo é meu, o resultado do trabalho por ele realizado também é meu.

Mas tem uma condição –  desde que o que restar seja “suficiente aos outros, em quantidade e em
qualidade.
Indivíduo/trabalho/Propriedade
O direito à propriedade é
legítimo pelo trabalho. As
pessoas são donas de si
mesmas e daquilo que
produzem por intermédio
do seu trabalho junto a um
bem que é natural.
Dentro dessa lógica existia
limite para a propriedade?
O contrato em Locke

o contrato social é um pacto de


consentimento em que os homens
concordam livremente em formar a
sociedade civil para preservar e consolidar
ainda mais os direitos que possuíam
originalmente no estado de natureza.
Direito de resistência
Desobediência civil

Qual o motivo de transição do EN para o EC?


Os indivíduos só obedecem o Estado quando o
Estado cumpre a sua obrigação.
Sem o respeito ao “acordo”, a situação no EC
poderia ficar pior do que no EN.
Qual a diferença entre desobediência civil e
desobediência criminosa?
O que retiramos de
tudo isso?

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