O documento discute as visões de Estado e sociedade em Locke e Rousseau comparadas com Hobbes. Locke via o Estado como proteção da propriedade privada enquanto Rousseau via a sociedade civil como corrompida, necessitando de um contrato social que restabeleça o estado de natureza originalmente pacífico.
O documento discute as visões de Estado e sociedade em Locke e Rousseau comparadas com Hobbes. Locke via o Estado como proteção da propriedade privada enquanto Rousseau via a sociedade civil como corrompida, necessitando de um contrato social que restabeleça o estado de natureza originalmente pacífico.
O documento discute as visões de Estado e sociedade em Locke e Rousseau comparadas com Hobbes. Locke via o Estado como proteção da propriedade privada enquanto Rousseau via a sociedade civil como corrompida, necessitando de um contrato social que restabeleça o estado de natureza originalmente pacífico.
Os jusnaturalistas ou contratualistas: ▪ Jusnaturalismo – desenvolvimento da ideia do “direito natural” (início do séc. VII e fins do séc. VIII). ▪ Ao Estado cabe respeitar e legitimar os direitos natos dos indivíduos, o que reduz o poder estatal a uma função derivada dos direitos individuais. ▪ A ordem política tem por finalidade coibir qualquer violação desses direitos. ▪ Contrato social – pacto estabelecido entre os homens, sobre a autoridade e as normas de convivência social, aos quais passam a se submeter, renunciando à sua liberdade individual e natural. Este pacto é o fundamento da instituição do Estado. Os jusnaturalistas ou contratualistas: ▪ Para Hobbes e Locke, a “sociedade civil” não se contrapõe ao “Estado” nem remete à sua coexistência, mas significa a sucessão de dois momentos, dois estados: um natural, sem leis e autoridades, e o outro, o estado, ou sociedade civil ou político, após um contrato social, em que se estabelecem normas, leis e autoridades. ▪ Sociedade civil (organizada, institucionalizada) opõe-se à sociedade natural (espontânea, primitiva, anárquica). Os jusnaturalistas ou contratualistas: ❑Sociedade civil = sociedade política (Estado). ❑Estado-civil ≠ Estado de natureza (renegado por Hobbes). ▪ No “estado de natureza” os indivíduos vivem isolados e atuam seguindo suas paixões, instintos e interesses. Nele os indivíduos são livres e iguais, sendo o local do exercício dos direitos individuais naturais. Já no “estado civil” (ou “político”), os indivíduos estão unidos e vivem segundo os ditames da razão a partir de normas e autoridades constituídas. ▪ O Estado seria produto do contrato social, ou seja, conjunção das vontades individuais. Os jusnaturalistas ou contratualistas: ▪ Thomas Hobbes (Inglaterra, 1588-1679) – principal obra: Leviatã (1651).
É um estado configurado pela existência de um
Estado de desejo perpétuo de poder pelos homens. O natureza = poder é definido pela capacidade individual de adquirir riqueza, reputação e de comandar e guerra de dominar os outros. Todo homem vê os outros todos contra como concorrentes, pois são iguais na capacidade todos de alcançar seus fins, podendo até causar um ao outro a morte, na defesa de seus semelhantes. Hobbes:
▪ No estado de natureza, além do medo da morte violenta, “não há
propriedade, nem domínio, nem distinção entre o meu e o teu; só pertence a cada homem aquilo que ele é capaz de conseguir, e apenas enquanto for capaz de conservá-lo”. ▪ Para evitar a “guerra de todos contra todos”, os indivíduos entregariam seus direitos naturais, sua liberdade e propriedade a um só soberano – o Estado -, que manteria o controle sobre todos. ▪ O Estado e o governante deveriam ser dotados de poderes absolutos, para que pudessem fazer frente aos instintos destrutivos dos indivíduos (burguesia ascendente) e protegê-los de si mesmos. Hobbes: ▪ 3 atributos fundamentais da soberania do pacto de união: Irrevogabilidade – O pacto que institui o poder do soberano é feito por todos os indivíduos, assim, a rescisão do contrato requer a aceitação de todos, ou seja, requer a unanimidade. ▪ Caráter absoluto – A vontade única do soberano vai substituir a vontade de todos, a todos representando. “A obrigação dos súditos para com o soberano dura, enquanto durar o poder mediante o qual ele é capaz de protegê-los”. (Hobbes). ▪ Indivisibilidade do poder e da autoridade – A soberania é indivisível e a melhor forma de governo é a monarquia (absolutista). Os jusnaturalistas ou contratualistas: ▪ John Locke (Inglaterra, 1632-1704) – obra política: Segundo tratado sobre o governo (1690). ▪ “Estado de natureza” = estado de absoluta liberdade, passível de conflitos em razão da ausência de leis e de coerção, porém, o possível conflito ameaça a paz natural. ▪ Para Locke, a propriedade privada não é objeto de disputa pela força (como em Hobbes), mas tem como fundamento originário o trabalho. Locke:
▪ Os homens tornavam-se proprietários à medida que
transformavam o “estado comum” da natureza através de seu trabalho, visando a sua subsistência e satisfação. ▪ A existência de homens ricos e pobres é justificada pela capacidade de trabalho de cada um de criar valores. ▪ A passagem do estado de natureza à sociedade civil ou política, mediante o contrato social, se faz para assegurar e conservar o direito natural à propriedade. Ou seja, a garantia da propriedade é a finalidade em função da qual os homens instituem o Estado. Locke: ▪ Entende que a propriedade já existe no estado natural, sendo esta uma instituição anterior à sociedade civil ou política. Ou seja, a propriedade é um direito natural do indivíduo a partir do seu trabalho. (DIFERENÇA COM HOBBES!) ▪ Rejeitava a noção de um Estado absoluto e defendia a divisão dos poderes. (DIFERENÇA COM HOBBES!) ▪ Predomina a ideia de superioridade do poder legislativo, devendo ser o poder executivo a ele subordinado. ▪ O contrato é um pacto de consentimento dos indivíduos para a proteção da propriedade. Institui um poder limitado (executivo é subordinado ao legislativo), prevendo o direito de resistência, a revogação da autoridade. Os jusnaturalistas ou contratualistas: ▪ Jean Jacques Rousseau (Suíça, 1712-1778) – difere radicalmente dos demais. ▪ O estado originário do homem (estado de natureza) não é o de “guerra de todos contra todos”, mas um estado feliz e pacífico, já que o homem , não tendo outros carecimentos além daqueles que podia satisfazer em contato com a natureza, não se via no dever nem de se unir nem de combater os próprios semelhantes. Rousseau: ▪ “O homem é bom a sociedade o corrompe”. ▪ É a instituição da propriedade privada que origina a emergência das “grandes desigualdades” de acesso à riqueza, rivalidade de interesses e a concorrência, as quais tornam o egoísmo a motivação básica da vida social. ▪ SOCIEDADE CIVIL = SOCIEDADE CIVILIZADA Rousseau: ▪ “Civilizado” tem conotação negativa. ▪ Considerava que a sociedade civil é civilizada (cheia de defeitos, usurpações, banditismos, explorações) porque ainda não é política. Esta só surgirá quando houver um contrato social que recupere o Estado de natureza (civilizado). ▪ São os indivíduos que devem criar as leis que regulam suas vidas e o governo deve se submeter à soberania do povo. ▪ O soberano, constituído pelo pacto social, é o povo, ditando a vontade geral, cuja expressão é a lei, e esta não pode ser injusta. Só o soberano (o povo) tem qualidade para fazer a lei. Somente o poder legislativo dispõe de força soberana. EM SÍNTESE, TEMOS: ▪ Jusnaturalistas modernos/liberais clássicos SOCIEDADE CIVIL ≠ SOCIEDADE NATURAL (estado de guerra) SOCIEDADE CIVIL = SOCIEDADE POLÍTICA = ESTADO
A sociedade civil equivale à sociedade civilizada
em oposição à sociedade primitiva percebida como em permanente estado de guerra. EM SÍNTESE, TEMOS:
▪ Rousseau: SOCIEDADE CIVIL ≠ SOCIEDADE POLÍTICA (ou Estado) SOCIEDADE CIVIL = SOCIEDADE CIVILIZADA (estado de guerra)
A sociedade civil (civilizada) é quem vive em estado de
guerra e a sua superação (recuperação do estado de natureza) se dá com a sociedade política surgida mediante contrato social.
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