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O que é o Jusnaturalismo

Jusnaturalismo é o Direito Natural, ou seja, todos os princípios, normas e


direitos que se têm como ideia universal e imutável de justiça e
independente da vontade humana.

De acordo com a Teoria do Jusnaturalismo, o direito é algo natural e


anterior ao ser humano, devendo seguir sempre aquilo que condiz aos
valores da humanidade (direito à vida, à liberdade, à dignidade, etc) e ao
ideial de justiça.

Desta forma, as leis que compõem o jusnaturalismo são tidas como


imutáveis, universais, atemporais e invioláveis, pois estão presentes na
natureza do ser humano. Em suma, o Direito Natural está baseado no bom
senso, sendo este pautado nos princípios da moral, ética, equidade entre
todos os indivíduos e liberdade.

Saiba mais sobre o Direito Natural.

Jusnaturalismo e Juspositivismo
São ambos instâncias jurídicas com pressupostos diferentes, sendo o
jusnaturalismo (Direito Natural), como dito, correspondente aos princípios
que são norteados pela natureza humana.

De acordo com a doutrina jusnaturalista a ser observada, existem


diferentes explicações sobre a origem ou ponto de vista da natureza desta.
Por exemplo:

 Jusnaturalismo teológico: direitos estabelecidos e revelados por


Deus. Surgiu durante a Idade Média e tinha como princípio a ideia de
uma divindade onipotente, onisciente e onipresente;

 Jusnaturalismo cosmológico: seguindo as leis que são consideradas


naturais em todo o Universo. Esta corrente foi vigente durante a
antiguidade clássica;

 Jusnaturalismo racionalista: leis naturais da vida que são


estabelecidas pelos humanos com base na razão e bom senso.
Surgiu durante o século XVII e XVIII, num período em que as
revoluções liberais dos burgueses estavam em alta (evidência da
razão humana).

Ao contrário do jusnaturalismo, o juspositivismo (Direito Positivo) admite o


direito estabelecido pelo Estado. Neste caso, são formadas as leis que
regulamentam as questões intrínsecas de determinada sociedade. O Direito
Positivo, neste caso, pode variar de sociedade para sociedade e costuma
sofrer alterações ao longo do tempo.

No entanto, atualmente, as leis baseadas no Direito Positivo são


subordinadas aos princípios ditados pelo Jusnaturalismo. A Declaração
Universal dos Direitos Humanos, por exemplo, representa um modelo da
essência das normas que regem o Direito Natural.

Principais diferenças:
Jusnaturalismo - leis superiores, direito como produto de
ideais (metafísico), valores como pressuposto e existência de
leis naturais.

Juspositivismo- leis impostas, leis como produto da ação


humana (empírico-cultural), o próprio ordenamento positivo
como pressuposto e existência de leis formais.

A obra de Thomas Hobbes tem dois pontos centrais: um da Filosofia teorética e


outro da prática.
Na perspectiva teorética, Hobbes era um empirista, ou seja, defendia que
não há nenhuma ideia anterior à experiência.

A grande produção filosófica dele está ligada à prática, ou seja, à Filosofia


política. No cenário político ele defendia:

 O estado de natureza humano como momento de inaptidão natural para a vida


social;
 A sociedade como uma composição complexa de “átomos”, que são os
indivíduos;
 O Contrato social como formação da comunidade humana que retira o homem de
seu Estado de Natureza;
 A necessidade da monarquia para estabelecer a ordem entre as pessoas.

O que é o Contrato Social?


É uma teoria que defende que em algum momento determinados
agrupamentos humanos formaram uma espécie de contrato estabelecendo
uma ordem social e um Estado. Esse contrato social transformou esse grupo em
uma sociedade civilizada e o tirou do Estado de Natureza.
Hobbes entendia que houve um momento onde os seres humanos viviam
em um Estado de Natureza, ou seja, sem civilização ou freios para seus
impulsos naturais. Além do mais, ele acreditava que a natureza humana era má,
ou seja, sem os freios civilizacionais, imperava a barbárie.
“O lobo é o lobo do homem”, essa frase criada por Plauto e popularizada por
Thomas Hobbes, demonstra como o ser humano é quem causa mal a ele
próprio. 

Hans Kelsen, considerado o principal pensador do positivismo jurídico, entendia que


“somente o direito posto por seres humanos é direito positivo, não havendo normas
justas ou injustas, mas válidas ou inválidas”

Os aspectos principais que definiram o pensamento social de Rousseau


foram: a concepção de que a natureza humana é boa (o que o colocou
frontalmente em oposição ao filósofo do século XVI Thomas Hobbes) e
de que, derivada dessa concepção, a sociedade é quem a corrompe. A
bondade natural do homem seria então, para esse filósofo francês,
paulatinamente destruída e corrompida pela civilização. Seria necessário,
portanto, uma redução do poder do Estado soberano sobre os cidadãos
livres, que se organizariam sobre a forma do contrato social, livres das
imposições do Estado e articulados nos princípios da sociedade civil. Seu
pensamento inspirou tanto liberais quanto socialistas do século XIX,
além de ter sido uma das bases para o processo revolucionário francês
do fim do século XVIII.
Um dos principais opositores das ideias de Rousseau foi o filósofo
irlandês Edmund Burke (1729-1797), que defendia a posição de que
Rousseau e os revolucionários franceses não haviam compreendido a
“natureza humana”, cuja ordem moral seria transcendente e não passível
de alteração pela vontade humana.
A principal obra de Rousseau que expressou seu pensamento social foi
o Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os
homens, publicada em 1755, da qual destacamos, a seguir, um trecho
decisivo:
“O verdadeiro fundador da sociedade civil foi o primeiro que, tendo
cercado um terreno, lembrou-se de dizer isto é meu e encontrou pessoas
suficientemente simples para acreditá-lo. Quantos crimes, guerras,
assassínios, misérias e horrores não pouparia ao gênero humano aquele
que, arrancando as estacas ou enchendo o fosso, tivesse gritado a seus
semelhantes: 'Defendei-vos de ouvir esse impostor; estareis perdidos se
esquecerdes que os frutos são de todos e que a terra não pertence a
ninguém.' [...]”. (ROUSSEAU, Jean-Jacques. Discurso sobre a origem e os
fundamentos da desigualdade entre os homens. In: Rousseau. São Paulo:
Abril Cultural, 1978.)

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