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ROUSSEAU: O CONTRATO

SOCIAL E A SOBERANIA
POPULAR
ROUSSEAU
BIOGRAFIA

Jean-Jacques Rousseau nasceu em 28 de junho de 1712 na Suíça


e faleceu em 2 de julho de 1778 na França. Rousseau foi um
filósofo, teórico político, escritor e compositor iluminista.

Apesar de escrever tratados filosóficos sobre a educação,


Rousseau destinou todos os seus 5 filhos a um orfanato na
França.
PRINCIPAIS OBRAS

Suas principais obras são: Do contrato social 1762,


Discurso sobre a origem e os fundamentos da
desigualdade entre os homens de 1755 e Emílio, ou da
Educação de 1762. Também escreveu sobre os mais
diversos assuntos nas artes.
CONCEITOS PARA COMPREENDER
ROUSSEAU
1º) Estado de natureza: Para Rousseau o ser humano nasce livre e em
perfeita igualdade. Os homens, portanto, vivem em perfeita harmonia
no estado de natureza, sobrevivendo do que a natureza lhes oferece.

Para Rousseau o homem no estado de natureza é bom e sua natureza


só se modifica após a entrada em sociedade. Por isso, ao contrário de
Hobbes o homem natural para Rousseau é naturalmente bom e
pacífico.
2º) A propriedade privada: A propriedade privada é a
responsável pela corrupção do ser humano. Com o surgimento
da propriedade Rousseau afirma, que está corrompe a natureza
harmônica do ser humano e o transforma em um ser ambicioso
e inescrupuloso.

Foi com o surgimento da propriedade privada, que houve o


surgimento da sociedade civil. Portanto, a corrupção através da
propriedade é que fez surgir a sociedade como entendemos
atualmente.
3º) O contrato social: Após a perda da liberdade natural pelo
surgimento da propriedade privada, Rousseau considera que
seja uma tarefa importante criar um contrato social, para que
os seres humanos adquiriam a liberdade civil.

Este contrato social que Rousseau estabelece é nada menos,


que a fundamentação de um poder político para a
regulamentação jurídica da convivência entre os homens.
Portanto, o pacto regula todas as relações entre os cidadãos.
Isso é o que chamamos de poder político.
Pensador multifacetado, é considerado um iluminista. O
iluminismo foi um movimento filosófico que considerava que
a racionalidade deveria ser defendida a todo custo em
contraposição com o que os historiadores designavam como
obscurantismo da Idade Média, nos quais a religião era tomada
como fator predominante na vida humana.
Rousseau também é um contratualista, assim como Hobbes e
Locke. Sua teoria política pode ser considerada como uma
crítica radical as posições de Hobbes e Locke, pois afirma que
no estado de natureza os homens eram iguais, livres e bons.

Podemos considerar que Rousseau inverte as proposições de


Hobbes e Locke, pois, para Rousseau o homem é bom por
natureza, ao contrário do pensamento hobessiano, e a
propriedade privada é a causa para sua corrupção.
Para Rousseau, a degeneração do homem só aconteceu com o
advindo da propriedade privada. Em uma famosa afirmação,
ele descreve como aconteceu a passagem a propriedade
privada: o primeiro homem que cercou um pedaço de terra, e
disse, isso é meu, foi o fundador da sociedade civil. Logo em
seguida ele completa a frase: de quantos crimes, guerras e
assassínios a humanidade teria se livrado, se arranca-se a cerca
e grita-se, este é um impostor.
Nesse sentido, o primeiro homem que no estado natural se
apropriou de um pedaço de terra e fez com que os demais
acreditassem que era seu, criou assim a sociedade civil. Foi
assim que toda a desigualdade humana começou a existir, pois
no estado de natureza os homens eram livres e iguais, só
sobrevivendo do que usufruiam da natureza.
Rousseau pode ser considerado o primeiro filósofo a defender os
oprimidos e explorados, pois, sua filosofia declara francamente que:
“Unamo-nos para defender os fracos da opressão, conter os ambiciosos
e assegurar a cada um a posse daquilo que lhe pertence, instituamos
regulamentos de justiça e de paz, aos quais todos sejam obrigados a
conformar-se, que não abram exceção para ninguém e que,
submetendo igualmente a deveres mútuos o poderoso e o fraco,
reparem de certo modo os caprichos da fortuna. Numa palavra, em
lugar de voltar nossas forças contra nós mesmos, reunamo-nos num
poder supremo que nos governe segundo sábias leis, que protejam e
defendam todos os membros da associação, expulsem os inimigos
comuns e nos mantenham em concórdia eterna”. ( WEFFORT apud
ROUSSEAU. 2001. p, 195).
É assim, que Rousseau considera que se encontra o mundo,
pois, a saída do reino da liberdade e igualdade se configurou
em que os seres humanos foram inocentes o suficiente para
que os opressores adquirissem poder sobre os demais, foi
assim que originou a sociedade e as leis que protegiam os mais
ambiciosos e os mais ricos, sempre em desfavor para os mais
pobres.
Dessa maneira é que nasceu a sociedade civil e a desigualdade,
mas não podemos voltar ao estado de natureza. O que
Rousseau deseja é o estabelecimento de um pacto social onde
os homens depois de terem perdido a sua liberdade natural,
ganhem, em troca a liberdade civil. Para isso é necessário que
os cidadãos dentro de um pacto social se alienem, ou seja,
concedam todos os seus direitos em prol de uma comunidade
política.
Sendo assim, o povo será por sua vez o soberano, e as leis
criadas pelo povo deverão ser obedecidas, pois, são criação
dos mesmos cidadãos. O que interessa agora para Rousseau é a
legitimidade do poder político, e essa legitimidade deve estar
baseada no poder popular, ou seja, na comunidade.

A alienação é um conceito filosófico que muitos significados.


Para Rousseau é a renúncia dos direitos individuais em
detrimento do poder da comunidade.
O poder popular tem total domínio sobre a coisa pública, sobre
as leis e até mesmo sobre a propriedade, essas por sua vez
deverão se submeter ao poder popular. Neste sentido, haveria
uma conjugação perfeita entre a liberdade e a obediência civil,
pois, obedecer a lei que serve a si mesmo é um ato de
liberdade.

Quando falamos em poder popular, logo pensamos na soberania popular, conceito formulado por
Rousseau.
É nesse sentido, que afirma-se que todo o poder provém do
povo e essa é a condição de legitimidade do poder político,
através de um pacto legítimo onde todos se alienam em
detrimento da condição de igualdade.

É necessário, porém, que não apenas o primeiro passo seja


dado, que é a formação de um corpo político, é necessário que
esse poder popular continue existindo através dos tempos, para
isso se tem a necessidade da criação de mecanismos adequados
para a construção do governo.
Para Rousseau, qualquer forma que o povo escolha para ser
adotada deve ter como fundamento a soberania popular,
mesmo em uma monarquia é possível que o poder popular seja
administrado.

Independente do modelo político adotado pela população, o


poder popular deve sempre prevalecer, ou seja, a maioria
sempre predomina sobre as minorias.
1º Como é o estado de natureza segundo Rousseau?

2º O que é a propriedade privada?

3º O que é o contrato social?


BIBLIOGRAFIA

WEFFORT, C, F. Os clássicos da política: Maquiavel,


Hobbes, Locke, Montesquieu, Rousseau, “O
Federalista”. 13º edição. Editora Ática. São Paulo, 2001.

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