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Instituto de Educação Aquarela

Alunos: Rafael Rodrigues, Ana Andrade, Miguel Araújo, Maria


Fernandes e Davi Lopes
Turma: 3° Ano

O Contrato Social

A priori, é necessário esclarecer que os contratualistas são os filósofos que


defendiam que o Estado e o homem fizeram um acordo, um contrato, para garantir
sua sobrevivência. Segundo esses filósofos, o ser humano vivia no estado de
natureza, onde não havia organização política.

Os contratualistas partiram do ponto que os humanos, quando se sentiam


ameaçados, passaram a ter a necessidade de se proteger, e que, para isso,
precisariam de alguém maior e imparcial que garantisse seus direitos naturais. Assim,
o ser humano abdicaria de sua liberdade plena para se submeter às leis da sociedade
e do Estado. Dessa forma seria firmado o contrato social, onde, em sua parte do
contrato, o Estado se comprometeria em defender o homem, o bem comum e
proporcionar as condições para que ele se desenvolva.

Em síntese, para os Contratualistas, o Contrato social é o que marca a transição


do estado de natureza para um contexto de sociedade, organizada através de um
pacto com um indivíduo denominado Estado. Entretanto, é necessário entender que
os principais teóricos contratualistas possuem percepções distintas acerca do que é o
estado de natureza do ser humano.

Thomas Hobbes (1588-1679)

Primeiramente, é importante expressar que, para ele, as relações naturais entre


humanos são pautadas em disputas. Isso se dá pois o estado de natureza humano é
individualista. Nesse sentido, para Thomas Hobbes, o contrato social é a contradição
onde o ser humano, que é egoísta, se submetia a um poder maior, somente para que
pudesse viver em paz e também ter condição de prosperar.

Devido a essa característica dominadora do Estado, Hobbes o apelida de


Leviatã, em referência a um monstro marinho da mitologia fenícia. Nesse sentido, o
Estado terá a obrigação de evitar conflitos entre os seres humanos, velar pela
segurança e preservar a propriedade privada. Dessa forma, somente o rei, o Estado,
o absoluto, que concentra o poder das armas, poderia garantir que os homens
vivessem em harmonia.

John Locke (1632-1702)

Segundo John Locke, o homem, antes da constituição do Estado, vivia num


estado natural em que não havia organização política e nem social. Isso acabava por
restringir sua liberdade e impossibilitava o desenvolvimento daqueles homens. O
problema, para o inglês, era que não havia um juiz. Um poder acima dos demais que
pudesse fiscalizar se todos estão gozando de seus direitos naturais. Diante disso, é
necessário explicitar que, para John Locke, os direitos naturais são baseados no
jusnaturalismo. Esses direitos são naturais e imutáveis, como o direito à vida, à
liberdade e à dignidade.

Nesse contexto, como não havia uma organização social que garantisse os
direitos inatos de todos, os homens vão concordar, livremente, em se constituir numa
sociedade política organizada.

O homem poderia influir diretamente nas decisões políticas da sociedade civil


através do exercício da democracia direta ou da representativa, na qual os cidadãos
elegem seus representantes. A principal atribuição do Estado, portanto, é a de zelar
pelos direitos dos homens a vida, a liberdade e a propriedade privada.

Jean-Jacques Rousseau (1712-1778)

Rousseau vai defender que o homem, no seu estado natural, viviam em


harmonia. Entretanto, conforme o desenvolvimento técnico foi ganhando espaço, o
ser humano se tornou egoísta e mesquinho, sem compaixão pelo próximo. Por sua
vez, a sociedade civil se tornou corrupta e corrompia o ser humano suas exigências
para suprir a vaidade.

Dessa forma, Jean-Jacques Rousseau relaciona o aparecimento da


propriedade privada com o surgimento das desigualdades sociais. Assim, o Estado
surgiria para garantir as liberdades civis e evitar o causa causado pela propriedade
privada. Vale ressaltar que essa concepção de Rousseau foi aproveitada por vários
participantes da Revolução Francesa e também pelos teóricos do socialismo.

Filósofo Thomas Hobbes John Locke J.J. Rousseau


O homem é bom, O homem é bom,
O homem é
Natureza Humana mas faz a guerra porém a sociedade
egoísta.
pra se defender. o corrompeu.
Proteger a Preservar a
Criação do Evitar a destruição propriedade e liberdade civil e os
Estado mútua. assim fazer o direitos dos
homem progredir. homens.

Monarquia Monarquia
Tipo de Governo Democracia Direta.
absoluta. parlamentarista.
Revolução Inglesa Revolução
Teoria do Direito
Influenciou e Constituição Francesa e
Moderno.
Americana Teorias Marxistas
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante do explicitado, cabe mencionar que a concepção de Rousseau sobre o


contrato social tem sido a mais semelhante com a realidade vivida. Isso se dá, pois,
se trouxéssemos as teorias para o contexto atual, a sociedade tem se mostrado
corruptora e vaidosa, prejudicando as relações sociais. Assim, ao invés de se mostrar
benéfica, manter uma integração social vem sendo desgastante para a maioria da
população, o que pode ser associado ao aparecimento das diversas enfermidades
mentais da contemporaneidade e à tendência ao isolamento social na atualidade.

Entretanto, a ideia de que o Estado ajudaria a mitigar os conflitos relacionados


à desigualdade social é utópica no contexto atual. Isso se dá devido ao fato de que,
cada vez mais a consciência de classe vem sendo deturpada. Assim, uma pessoa
pobre é iludida por uma ideia de ascensão social e passa a se comportar como rica,
elegendo representantes que governam para os ricos e, consequentemente, sendo
prejudicada pela falta da consciência de classe.

Portanto, a ideia de contrato social mais adequada à realidade contemporânea


está caminhando para a obsolescência pois a corrupção infiltrada nos sistemas atuais
não pôde ser prevista pelo próprio teórico, corroborando com a ideia de que o homem
nasce bom, mas a sociedade o corrompe.
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA

BEZERRA, Juliana. Contrato Social. Toda Matéria, 2020. Disponível em:


https://www.todamateria.com.br/contrato-social/. Acesso em: 01 de Novembro de
2021.

YUMI, Caroline. Contrato Social: existe um acordo entre Estado e sociedade?.


Politize!, 2019. Disponível em: https://www.politize.com.br/contrato-social/. Acesso
em: 31 de Outubro de 2021.

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