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Persa
Como trabalhar Luz e Trevas
que há em mim (sendo
realista sem demagogia)
Aula 4: A interpretação sem
véu de Luz e Trevas
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Frater Gusac
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Prólogo
A humanidade, desde os tempos mais remotos, perceberam que há Luz e há
Trevas, não só neste mundo como em todo o cosmos. Os povos mais
antigos percebiam também que um não podia existir sem o outro, mas foi
na idade média, com as expansões violentas do cristianismo que novos
conceitos de Luz e Trevas surgiram, conceitos dos quais até hoje são vistos
em nossa sociedade.
A partir daqui, temos uma mudança total na forma como o ser humano vê o
mundo e interpreta suas particularidades intrínsecas. Tudo se torna uma
guerra onde apenas um lado pode sair com o triunfo. Aqui surgem também
o ideal de deus versos satã, como uma batalha divina entre agonista e
antagonista, o clichê de que é essencial lugar para que o cosmos não caia
nas garras das trevas.
Mas hoje você verá que isso é só uma visão equivocada, deliberadamente
criada para o controle das massas através do medo das Trevas e manter
nessa massa o espírito de luta, tornando assim, as pessoas mais suscetíveis
a agressão ou até mesmo irem para a guerra por seus ideais, acreditando
que estão lutando contra o mal.
Vamos estudar a visão sem o viés cristão da idade média, da verdade sobre
Luz e Trevas, tal como elas realmente são em sua natureza última. Assim
entenderemos porque há o mal no mundo e porque supostamente os
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deuses não o destrói como nos vem à cabeça uma solução simples e óbvia
para o problema de bem vs mau.
Oras, dia sem noite ou noite sem dia seriam totalmente insalubres para a
manifestação da vida neste planeta, extremo de apenas frio ou calor,
também inviabilizaria qualquer desenvolvimento da vida, demasiada
atração criaria uma aglomeração inoportuna as formações planetárias,
demasia repulsa também faria o mesmo.
A oposição da Luz e das Trevas, não é uma guerra onde apenas um dele
vencer, mas sim uma dança cósmica que proporciona o verdadeiro
equilíbrio diante do caos dos extremos.
Portanto entendam, que Ahura Mazda, embora "lute" contra Ahriman, são
autênticos irmãos, que se um deixar de existir, o outro, por consequência
natural, também deixa de existir.
Essa batalha entre Ahura Mazda e Ahriman, foi mal interpretada por todos
que beberam das fontes do Zoroastrismo, aqui me refiro às religiões que
surgiram inspiradas ou influenciadas pelo pensamento Zoroastrista. O
judaísmo surgiu a partir dessa inspiração e influenciando diretamente o
cristianismo, que por sua vez influenciou o islamismo.
2. A Luz no homem
Aqui tudo que tem sido falado do homem é a mais pura demagogia
surrealista, tanto que milhares de gurus e mestres espirituais dizendo que
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o homem que se santifica é aquele que faz apenas o bem, como se isso
fosse possível, nem mesmos estes supostos mestres e gurus foram capazes
de manter essa postura de bondade em todo lugar, momento e ocasião.
É importante ser bom, justa e de conduta adequada, mas tudo tem seu
momento certo e ocasiões certas. Um fundamento, por melhor que seja,
não pode ser aplicado da mesma forma a todo lugar e ocasião, é preciso
usar da maleabilidade. Oras, imagine você sendo atacado por bárbaros que
querem sua morte, acreditas que ser bondoso e amoroso com eles irá lhe
salvar? Muito pelo contrário, isso lhe tornará um presa ridiculamente fácil.
Morrerá sem chance de defesa e essa falsa bondade lhe será inútil.
Se afaste da tolice de acreditar que ser bom atrai bondade, não barganhe
valendo a sua vida ou a de seus queridos, pode ser uma decisão sem
retorno.
Quando fizemos, através do Ocultismo Persa, que o homem dele ter sua
parte Ahura Mazda, não significa que deve ser totalmente bom em
circunstâncias até mesmo desfavoráveis, mas sim de que deve lutar contra
sua parte Ahriman e do advento desta "luta" estabelecer ordem dentro do
caos. Já vimos antes que ser só luz e se aniquilar, isso é totalmente
aplicável ao ser humano.
Muito cuidado com os homens que aparentam extrema bondade, pois estes
se fazem de totalmente bons, para ocultar a predominância de trevas que
há no fundo de seus corações.
Não existe, nunca existiu e nunca existirá alguém totalmente bom, cegos
são aqueles que ainda acreditam nisso, pois vai contra as leis naturais e
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Entendendo que há Luz, mas que ela não deve ser predominante, isso
possibilita que tenhas um grau mais elevado de discernimento, pois não
verá apenas as coisas de forma unilateral, terá visão com amplitude, sem
sonhos utópicos inalcançáveis.
Buscar evoluir no bem é essencial para manter sua parte má sob controle,
mas bondade demais é tolice e ingenuidade, na verdade é um atentado
direto contra sua própria vida e liberdade. Esqueça de uma vez por todas,
toda essa tagarelice sem sentido de que você deve ser bonzinho e capacho,
entenda que quando há desequilíbrio na bondade, você atrai é a maldade
para você, que por ordem natural que vem tomar o seu lugar de volta, uma
vez que foi afastada de sua posição intrínseca.
3. Trevas no homem
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Existem pessoas que por natureza própria ou por sofrerem muito, querem
se tornar o mau em pessoa, realizando os mais puros atos de barbárie, estes
também se equivocam. Aqueles que praticam o mau a todo tempo,
apresentam grandes frutos e se dão bem muitas vezes, pela compensação,
mas não percebem o quanto estão se afundando na lama do sofrimento
auto infligido.
Não caias na demagogia de achar que os maus se dão bem sempre, por mais
que eles possam até se dar bem, não sabem desfrutar disso, nada lhes tem
valor senão migalhas.
Se queres ser um homem miserável a vida toda, faça o mau a todo instante
e logo perceberá que a maior vítima do seu mau é si mesmo. Não é nem
necessário um observador que te julgues, vós mesmos serás seu carrasco.
Não podes aproveitas e beleza de nada, pois recusastes a luz que poderia
lhe mostrar as belezas ocultas.
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Mas para aquele que tem discernimento, saberás que há momento sim para
se aplicar o mau de forma muito consciente e perspicaz. E é justamente
isso que verás da firma prática como jamais viu antes em sua vida, na
próxima aula.
Epílogo
O mau e o bem ou Luz e Trevas, não existe na natureza da forma que as
pessoas modernas pensam, por isso muitos de seus pensamentos são
contraditórios, pois tentam caracterizar eventos de formas utópicas e
surrealista, essa é a natureza da contradição humana.
Mas aquele que pode ver a natureza tal como ela realmente é, sem viés ou
construção demagógica, entende bem as polaridades da luz e das trevas que
há em tudo, sabendo que isso é natural e que um não existe sem o outro, o
homem pode finalmente usar de forma seletiva cada uma dessas duas
polaridades, ao invés de cair em recusas frustrantes que empata sua
evolução como ser consciente e inconsciente ao mesmo tempo.
tem essa chave em sua mão, assuma o controle de si mesmo e pare de negar
sua natureza pessoal e a grande natureza última.
A batalha de Ahura Mazda com seu irmão Ahriman, não é pela destruição
de um ou do outro, mas sim para forçar o caos a encontrar equilíbrio entre
suas polaridades extremas, toma-te este grande segredo para você e sejas
livre da demagogia e da utopia impraticável.