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Seminário de Concentração

PRMIS – HC/UFPE

Assistência multiprofissional
integrada no pré e pós
transplante renal (doador vivo e
falecido): aspectos gerais
ANDRÉA DE FÁTIMA AMARAL BARBOSA
CAMILA PACHECO FREIRE
CIDLENE GOMES MARTINS
GABRIELA COSTA PIRES
ISABEL LINS NEUMANN FREITAS
MARIANA MARTINS BENVINDO
SÁVIO BRUNO ARAÚJO DINIZ
THAYNÃ CONCEIÇÃO FREIRE DA LUZ
Recife
Agosto, 2022
TRANSPLANTE RENAL

DEFINIÇÃO

❖ No transplante renal, um rim saudável


de uma pessoa viva ou falecida é doado
a um paciente portador de insuficiência
renal crônica avançada
TRANSPLANTE RENAL

DEFINIÇÃO

❖ Através de uma cirurgia, esse rim é


implantado no paciente e passa a
exercer as funções de filtração e
eliminação de líquidos e toxinas.

Seus próprios rins permanecem onde eles


estão, a menos que estejam causando
infecção ou hipertensão.
TRANSPLANTE RENAL

DOADOR VIVO

● Doação VOLUNTÁRIA;
● Deve ser feita por um
adulto;
● Juridicamente capaz;
● Doador deve estar saudável
no ato da doação;
● Deve existir compatibilidade
com o receptor.
TRANSPLANTE RENAL

DOADOR FALECIDO

❖ MORTE ENCEFÁLICA

● Situação irreversível de todas as funções


respiratórias e circulatórias ou cessação
irreversível de todas as funções do
cérebro, inclusive do tronco cerebral,
sendo consequência de processo
irreversível e de causa conhecida”
Nível de
consciência zero

Se faz necessário que ao menos um


dos médicos que realizam a Sem ciclo de Sem atividade no
sono e vigilia. Tronco cerebral
constatação de ME seja um
especialista em neurologia, MORTE
ENCEFÁLICA
neurocirurgia, medicina intensiva e
não podem ser integrantes das
Não mantém
equipes de transplante. Perda das respiração e
funções do circulação de
hipotálamo forma autônoma
Lei 9434/97
Lei 9434/97

6 Capítulos

Dispõe sobre a remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo humano


para fins de transplante e tratamento e dá outras providências
Lei 9434/97
Capítulo I - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art 1° A disposição gratuita de tecidos, órgãos e partes do corpo humano, em vida ou post
mortem, para fins de transplante e tratamento, é permitida na forma desta Lei.

Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, não estão compreendidos entre os tecidos a
que se refere este artigo o sangue, o esperma e o óvulo

Art. 2º A realização de transplante ou enxertos de tecidos, órgãos ou partes do corpo humano só


poderá ser realizada por estabelecimento de saúde, público ou privado, e por equipes médico-
cirúrgicas de remoção e transplante previamente autorizados pelo órgão de gestão nacional do
Sistema Único de Saúde.

Parágrafo único. A realização de transplantes ou enxertos de tecidos, órgãos e partes do corpo


humano só poderá ser autorizada após a realização, no doador, de todos os testes de triagem
para diagnóstico de infecção e infestação exigidos em normas regulamentares expedidas pelo
Ministério da Saúde
Lei 9434/97
Capítulo II - DA DISPOSIÇÃO POST MORTEM DE TECIDOS,
ÓRGÃOS E PARTES DO CORPO HUMANO PARA FINS DE TRANSPLANTE

Art 3° A retirada post mortem de tecidos, Art 4° A retirada de tecidos, órgãos e partes
órgãos ou partes do corpo humano destinados
do corpo de pessoas falecidas para
a transplante ou tratamento deverá ser
precedida de diagnóstico de morte encefálica,
transplantes ou outra finalidade terapêutica,
constatada e registrada por dois médicos não dependerá da autorização do cônjuge ou
participantes das equipes de remoção e parente, maior de idade, obedecida a linha
transplante, mediante a utilização de critérios sucessória, reta ou colateral, até o
clínicos e tecnológicos definidos por resolução segundo grau inclusive, firmada em
do Conselho Federal de Medicina documento subscrito por duas testemunhas
presentes à verificação da morte
● Prontuários com exames e laudos da
ME;
● Envio anual de relatório contendo os
Art. 5º A remoção post mortem de tecidos, órgãos
nomes dos pacientes receptores ao
ou partes do corpo de pessoa juridicamente
órgão gestor estadual do SUS;
● incapaz poderá ser feita desde que permitida
Permita presença de médico de
confiança da família. expressamente por ambos os pais, ou por seus
responsáveis legais
Lei 9434/97
Capítulo II - DA DISPOSIÇÃO POST MORTEM DE TECIDOS,
ÓRGÃOS E PARTES DO CORPO HUMANO PARA FINS DE TRANSPLANTE

Art 6° É vedada a remoção post mortem de tecidos, órgãos ou partes do corpo de pessoas
não identificadas

Art. 8o Após a retirada de tecidos, órgãos e partes, o cadáver será imediatamente necropsiado,
se verificada a hipótese do parágrafo único do art. 7 o, e, em qualquer caso, condignamente
recomposto para ser entregue, em seguida, aos parentes do morto ou seus responsáveis
legais para sepultamento
Lei 9434/97
Capítulo III - DA DISPOSIÇÃO DE TECIDOS, ÓRGÃOS E PARTES DO CORPO
HUMANO VIVO PARA FINS DE TRANSPLANTE OU TRATAMENTO

Art. 9º É permitida à pessoa juridicamente capaz dispor gratuitamente de tecidos, órgãos e partes do
próprio corpo vivo, para fins terapêuticos ou para transplantes em cônjuge ou parentes
consanguíneos até o quarto grau, inclusive, na forma do § 4o deste artigo, ou em qualquer outra
pessoa, mediante autorização judicial, dispensada esta em relação à medula óssea

● Permitida retirada de tecidos e


orgãos duplos que não
● É vedado à gestante dispor de
apresente riscos ao doador;
tecidos, órgãos ou partes de
● Autorização do doador perante
seu corpo vivo, com única
testemunhas;
exceção;
● Possibilidade de revogação
● O auto-transpalte é permitido
do doador ou pelos
mediante autorização.
responsáveis legais a
qualquer momento antes
Lei 9434/97
Capítulo IV - DAS DISPOSIÇÕES COMPLEMENTARES

Art. 10º O transplante ou enxerto só se fará com o consentimento expresso do receptor,


assim inscrito em lista única de espera, após aconselhamento sobre a excepcionalidade e os
riscos do procedimento.

Art. 11. É proibida a veiculação,


Art. 13. É obrigatório, para todos
através de qualquer meio de
os estabelecimentos de saúde
comunicação social de anúncio
notificar, às centrais de notificação,
que configure:
captação e distribuição de órgãos
da unidade federada onde ocorrer, o
Campanhas são autorizadas, desde
diagnóstico de morte encefálica feito
que em meios adequados!
em pacientes por eles atendidos
Lei 9434/97
Capítulo V - DAS SANÇÕES PENAIS E ADMINISTRATIVAS

SEÇÃO I - Dos Crimes

Art. 14. Remover tecidos, órgãos ou partes do corpo de pessoa ou cadáver, em desacordo
com as disposições desta Lei:

Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa, de 100 a 360 dias-multa

Art. 15. Comprar ou vender tecidos, órgãos ou partes do corpo humano:

Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa, de 200 a 360 dias-multa

SEÇÃO II - Das Sanções


Administrativas
Art. 21. No caso dos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16 e 17, o estabelecimento de saúde e as
equipes médico-cirúrgicas envolvidas poderão ser desautorizadas temporária ou permanentemente
pelas autoridades competentes
PORTARIA Nº 2600:
SISTEMA NACIONAL DE
TRANSPLANTE
DA ESTRUTURA E DO FUNCIONAMENTO DO
SISTEMA NACIONAL DE TRANSPLANTES
CNCDO - Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos (divisão por
região) - coordenar as atividades de transplantes no âmbito estadual ou distrital;
aplicar penalidades às infrações da Lei 9434

GAE - Grupo de Assessoramento Estratégico (um membro em cada CNCDO)

CTNs - Câmaras Técnicas Nacionais (para cada parte do corpo, captação e ética)

OPOS - Organizações de Procura de Órgãos e Tecidos - organizar a logística da


procura de doadores

CIHDOTT - Comissões Intra-Hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos para


Transplantes
CLASSIFICAÇÃO:
CIHDOTT I: estabelecimento de saúde com até 200 (duzentos) óbitos por ano e leitos
para assistência ventilatória (em terapia intensiva ou emergência), e profissionais da
área de medicina interna ou pediatria ou intensivismo, ou neurologia ou neurocirurgia
ou neuropediatria, integrantes de seu corpo clínico;

CIHDOTT II: estabelecimento de saúde de referência para trauma e/ou neurologia e/ou
neurocirurgia com menos de 1000 (mil) óbitos por ano ou estabelecimento de saúde
não-oncológico, com 200 (duzentos) a 1000 (mil) óbitos por ano;

CIHDOTT III: estabelecimento de saúde não-oncológico com mais de 1000 (mil) óbitos
por ano ou estabelecimento de saúde com pelo menos um programa de transplante de
órgão (coordenador obrigatoriamente médico)

Atribuições: organizar, no âmbito do estabelecimento de saúde (UTIs, Emergência) o


protocolo assistencial de doação de órgãos; articular-se com IML, SVO, CNCDOs,
OPOs)
Sistema de Lista Única
Art. 27. Todos os tecidos, órgãos, células ou partes do corpo obtidos de doador
falecido que, para a sua destinação, contarem com potenciais receptores em regime
de espera, deverão ser distribuídos conforme o Sistema de Lista Única

Art. 28. O Sistema de Lista Única será constituído pelo conjunto de potenciais
receptores brasileiros, natos ou naturalizados, ou estrangeiros residentes no país
inscritos para recebimento de cada tipo de órgão, tecido, célula ou parte do corpo, e
regulado por um conjunto de critérios específicos para a distribuição deles a estes Módulo
potenciais receptores, assim constituindo o Cadastro Técnico Único - CTU rim

Parágrafo único. É vedado o transplante,com órgãos, tecidos, células ou partes do


corpo humano, provenientes de qualquer tipo de doador, de potenciais receptores
estrangeiros que não possuam visto de residência permanente no Brasil, salvo a
existência de tratados internacionais em bases de reciprocidade
Quem será aceito para o Tx renal?
Doadores falecidos com idade acima de 7 (sete)
Receptores que integrem o CTU
dias, com função renal preservada.

Doadores com critérios expandidos

As equipes especializadas deverão informar dados complementares na


ficha de inscrição no CTU, com manifestação expressa do receptor e
da equipe a respeito das condições do órgão que são aceitáveis para
seu receptor.

Deverá ser baseada em Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, a respeito


do uso de órgãos de doador com critério expandido, firmado pelo receptor.
Doadores com critérios expandido
Os doadores com critérios expandidos de rim podem ser utilizados a critério da equipe transplantadora:

1º doadores com critérios expandidos quanto à função:

Doadores com mais de 60 anos, ou entre 50 e 59 anos com 2 dos 3 critérios abaixo

- Hipertensão;

- Nível de creatinina superior a 1,5 mg/dL ou depuração de creatinina estimada - DCE (Cockroft/Gault) entre
50 e 70 mL/min/m² no início do atendimento;

- Acidente vascular cerebral (AVC) hemorrágico como causa de morte;

- Doador falecido pediátrico com peso menor ou igual 15 kg ou idade menor que ou igual a 3 anos, que deve
ser considerado para transplante de rins em bloco;
Doadores com critérios expandido
Os doadores com critérios expandidos de rim podem ser utilizados a critério da equipe transplantadora:

2º doadores com critérios expandidos quanto ao potencial de transmissão de doenças:

- Hepatite B: rins de doadores com anti-HBctotal (+) positivo isolado, HBsAg e Anti-HBs (-) negativo poderão
ser oferecidos para potenciais receptores Anti-HBs positivo (+) ou HBsAg positivo (+) e a Rins de doadores
HBsAg positivo (+) poderão, a critério da equipe de transplante, ser oferecidos para potenciais receptores Anti-
Hbs positivo (+) ou HBsAg positivo (+);

- Hepatite C: rins de doadores HCV positivo (+) somente poderão ser oferecidos para potenciais receptores
com HCV positivo (+); e

3º doadores com critérios expandidos quanto a outras situações:

- Rins com anomalias anatômicas/histológicas.


Doadores Vivos
- Juridicamente capaz;
- Rigorosa investigação clínica, laboratorial e de imagem;
- Esteja em condições satisfatórias de saúde;
- Possibilitando que a doação seja realizada dentro de um limite de risco aceitável.

Doadores não aparentados


- Autorização judicial;
- Aprovação da Comissão de Ética do estabelecimento de saúde transplantador CNCDO;
- Comunicado ao Ministério Público.
Para inscrição em lista de espera para
transplantes renais com doadores falecidos
Serão aceitos potenciais receptores com diagnóstico de insuficiência renal crônica (IRC):

- Estejam realizando alguma das modalidades de terapia renal substitutiva;

- Apresentem depuração da creatinina endógena menor que 10 ml/min/m 2;

- Tenham idade inferior a 18 anos e apresentam depuração da creatinina endógena menor que 15
mL/min/m2;e
Para inscrição em lista de espera para
transplantes renais com doadores falecidos
- Para os potenciais receptores já inscritos, será dado um prazo de 3 (três) meses para que as equipes especializadas enviem
as informações complementares.

Status específicos para classificação quanto à manutenção do CTU de potenciais receptores de rim:

- ATIVO: paciente com soro atualizado (com menos de 90 dias de coleta e ausência de procedimento imunizante) e
avaliação de reatividade contra painel linfocitário atualizada (com menos de 120 dias);

- SEMIATIVO: sem soro no laboratório, soro vencido (coleta há 90 dias ou mais, ou anterior a procedimento imunizante),
avaliação de reatividade contra painel linfocitário desatualizada (120 dias ou mais);

- REMOVIDO: função renal recuperada, removido pela equipe, removido sem condições clínicas, não quer ser
transplantado, removido por semiatividade prolongada (mais de 365 dias cumulativos), abandonou o tratamento,
transferido para outro Estado, transplantado fora do Estado;e

- INATIVO: ficha complementar não atualizada.

No caso de retransplante, se a reinscrição ocorrer em até 180 dias após o


transplante, o receptor manterá a data de inscrição anterior.
Receptores que não realizam diálise
Ocorrendo a existência de um ou mais potenciais receptores com 0 incompatibilidade para o mesmo doador.

- Será considerada apenas a compatibilidade no sistema ABO e terá prioridade o receptor que estiver priorizado de
inscrito para transplante duplo rim-pâncreas.

É considerado critério de urgência a iminência de impossibilidade técnica total e permanente para obtenção de acesso para a
realização de qualquer das modalidades de diálise.

A manutenção da urgência terá validade de 30 dias

Para fins de realização de transplante de rim preemptivo, com doador falecido, serão aceitas inscrições de potenciais
receptores que preencham os seguintes critérios:

I - idade menor que ou igual a 18 anos;e

II - depuração da creatinina menor que ou igual a 15 mL/min/m2.

- A restrição de idade não se aplica a diabéticos em tratamento conservador nem a potenciais receptores de
transplantes com doador vivo, desde que atendam às demais condições.
- Em caso de doação intervivos, a prova cruzada com o doador deverá ser negativa.
CUIDADOS PRÉ TRANSPLANTE

AVALIAÇÃO
AVALIAÇÃO FÍSICA
PSICOLÓGICA

DOADOR RECEPTOR
AVALIAÇÃO FÍSICA
❖ CONSULTAS

Nefrologista
Outras
MEDICINA especialidades
Urologista

Acolhimento inicial Orientações


EQUIPE
MULTIPROFISSIONAL Auxílio na
Avaliação e cuidados
preparação

(PALMA, 2020)
AVALIAÇÃO FÍSICA
❖ VACINAÇÃO

Vacinas do Vacinas de vírus vivos


calendário básico
Aplicadas até 6 semanas antes do tx
Proibidas após o tx renal

Hepatite A
Vacinas de Hepatite B
Gripe ● Sabin (“gotinha”)
agentes
inativados Pólio injetável ● Varicela (catapora)
Tétano/coqueluche ● Febre amarela
Antes ou após (6 meses) tx
Pneumococo
● MMR (caxumba, sarampo e rubéola)
Meningite

(PALMA, 2020)
AVALIAÇÃO FÍSICA
❖ AVALIAÇÕES E TESTES

Avaliação clínica Avaliação laboratorial

Tipagem sanguínea ABO Tipagem HLA Prova cruzada

(Google imagens)
(Google imagens) (Google imagens)
(PALMA, 2020)
CUIDADOS PÓS TRANSPLANTE

❖ IMEDIATO ❖ LONGO PRAZO


Não carregar
Repouso TRIPÉ DO TRANSPLANTE
objetos pesados
40 dias (variável) Comparecer às Cuidado com a
consultas dieta

Uso de máscaras
Uso adequado dos
medicamentos
CONSULTAS

Semanais - Até o 3º mês


O Transplante não é a cura da DRC!!
Quinzenais - Até o 6º mês
Mensais - Até o final do 1º ano
(PALMA, 2020)
RELEMBRANDO ALGUNS CONCEITOS
RELEMBRANDO ALGUNS CONCEITOS
● HLA (Human Leucocyte Antigen): grupo especial de proteínas localizadas na superfície de quase todas as
células do corpo humano. Elas são responsáveis pela apresentação das moléculas estranhas aos leucócitos.

● DSA: anticorpo específico contra o doador

NAKAMURA et al., 2019


Prova cruzada (crossmatch)

Simulação “in vitro” do transplante.


Células do doador são colocadas em
contato com o soro do receptor. No As células dos doadores potenciais são misturadas em recipientes
caso de existirem anticorpos anti-HLA de ensaio com soro do receptor.

do receptor as células do doador são


“atacadas e destruidas”. A presença de
uma prova cruzada positiva determina
alto risco de rejeição hiperaguda após
o transplante.
Painel de células de doadores (ao contrário de um doador específico)

PRA (Painel de Reatividade de


Anticorpos)

Exame utilizado para detectar


anticorpos dirigidos contra proteínas
HLA, nos soros de pacientes à espera
de transplantes de órgãos. É
determinado testando-se
periodicamente o soro do paciente
contra um grande painel de moléculas
HLA diferentes, e indica o grau de
sensibilização do receptor em relação a
possíveis doadores

AZZI et al., 2013


IMUNOSSUPRESSÃO INTRA-HOSPITALAR

1. A terapia de indução é o tratamento com um


agente biológico, seja um agente depletor de
linfócitos ou um antagonista do receptor de
interleucina 2 (IL2-RA), iniciado antes, no
momento ou imediatamente após o transplante.

2. O objetivo da terapia de indução é esgotar ou


modular as respostas das células T no momento
da apresentação do antígeno.

3. A terapia de indução destina-se a melhorar a MAPK


eficácia da imunossupressão, reduzindo a
rejeição aguda ou permitindo a redução de NFkB

outros componentes do regime, como inibidores


de calcineurina (CNIs) ou corticosteroides.

LIM et al, 2017


Protocolo instituido pelo HC Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para
Imunossupressão em Transplante Renal (2019)
Indução intraoperatória

● Metilprednisolona 1g EV
( todos os receptores)

● Basiliximab 20mg EV- a


depender do protocolo de
imunossupressão

● Timoglobulina 3-6mg/kg- a
depender do protocolo de
imunossupressão
Imunossupressão
● Objetivo: evitar a rejeição do aloenxerto;
● Regime de manutenção → Geralmente iniciada no momento do transplante e continuada ao longo da
duração do enxerto.
Imunossupressão
Imunossupressão
Atuação da equipe
multiprofissional no transplante
ASPECTOS NUTRICIONAIS NO TX

FASES DO TRANSPLANTE CARACTERÍSTICAS

Período pré-tx Avaliação nutricional criteriosa


Melhorar prognóstico cirúrgico

Período cirúrgico Estresse da cirurgia

Período pós tx imediato Enxerto renal funcionante -> reversão do quadro urêmico
(4 - 6 semanas) Retardo na função do enxerto -> necessidades de DP ou HD
Uso de altas doses de medicamentos imunossupressores;
Aumento do apetite

Período pós Tx tardio Função renal estável -> sem distúrbios metabólicos graves
(após 6 semanas) Início ou persistência de diabete melito, sobrepeso,
obesidade, hipertensão, doença óssea.

CUPARI, 2013
SOBREPESO E OBESIDADE
- Ganho de peso excessivo;

Estilo de vida sedentário Liberação de restrições alimentares Terapia inmunosupresora

- Desenvolvimento de doenças;

Diabetes Hipertensão Hiperlipidemia Hiperuricemia

Doenças cardiovasculares

Principal causa de morte em receptores


adultos de TX

CUPARI, 2013
SOBREPESO E OBESIDADE
- Receptores obesos X Receptores não obesos;

Duração do ato cirúrgico Complicações pós-operatórias Tempo de hospitalização

Rejeição aguda Retardo da função do enxerto

DESNUTRIÇÃO
- Desnutrição proteico-energética

Efeitos catabólicos Insuficiência do enxerto Presença de infecções Acidose metabólica

- Glicocorticosteroides

Gliconeogênese hepática Catabolismo proteico e aa Redução do anabolismo proteico

Doses elevadas + estresse cirúrgico


CUPARI, 2013
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA - PRÉ TX

Ferramenta de auxílio na compreensão e na tomada de decisão sobre


diagnóstico, tratamento e prognóstico

ENTREVIST
A DOADOR(A)
Anamnese Exame psíquico

RECEPTOR(A
)

(CARNEIRO et al, 2021; PEREIRA, FERNANDES,


2022)
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA - PRÉ TX
ASPECTOS COGNITIVOS ASPECTOS COMPORTAMENTAIS

Crenças sobre o TX e a doação renal Uso/abuso de substâncias psicoativas

Compreensão sobre cirurgia e riscos inerentes Comportamento de autocuidado em saúde

Compreensão dos autocuidados após a doação Comportamento de risco para a saúde

Motivação para a doação Comportamento de adesão às orientações

Capacidade e preservação das funções Comprometimento com o processo de avaliação


cognitivas para doação (frequência às consultas, etc)

(PEREIRA, FERNANDES,
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA - PRÉ TX
ASPECTOS PSÍQUICOS ASPECTOS SOCIAIS

Histórico de doenças psiquiátricas Suporte sociofamiliar

Expectativas e medos relativos à doação Coerções sociais para a doação

Habilidades de enfrentamento Ganhos secundários com a doação

Emoções referentes ao paciente Composição e dinâmica familiar

Presença de sentimento de culpa com a Comunicação interpessoal com a equipe


doença ou assunto referente a esta de saúde

(PEREIRA, FERNANDES,
RECEPTOR
● Dados sociodemográficos
● História pessoal/ adoecimento / adesão ao tratamento
● Compreensão a respeito da doença, tratamento e processo de transplante - O que entende pelo
transplante ?
● Expectativas em relação ao TX - O que espera desse TX?
● Compreensão dos riscos e benefícios - O Tx é a cura da sua doença ? / TRIPÉ DO TX
● História sobre decisão da doação - Como foi o processo de escolha do doador?
● Relacionamento com doador
● Situação económico - social
● Expectativas e receio sobre a cirurgia
● História de uso e dependência de substâncias psicoativas
● Rede de apoio social/familiar
● História de doença/ tratamento psiquiátrico
DOADOR

● História do adoecimento / doador e receptor


● Motivos para doação - O que te motiva a doar?
● Possíveis repercussões após doação
● Relacionamento de subordinação com o receptor ou seus familiares
● Coerção familiar, recompensa financeira ou outro ganho
● Habilidade e autonomia do doador em decidir sobre a doação
● Ambivalência em relação a doação
● * DIREITO DE RECONSIDERAR
FISIOTERAPIA E
TRANSPLANTE DE RIM
CUIDADOS DA FISIOTERAPIA

❖ PRÉ-OP ❖ POS-OP IMEDIATO ❖ POS-OP TARDIO

● Avaliar e intervir na ● Prevenir efeitos


capacidade funcional e deletérios do imobilismo ● Melhorar funcionalidade
cardiopulmonar ● Reabilitar alterações ● Estimular uma vida mais
● Prevenir complicações cardiopulmonares, ativa
intra e pós-operatórias neurológicas e
musculoesqueléticas
ATENÇÃO FARMACÊUTICA NO
TRANSPLANTE RENAL
Foco na QUALIDADE e no
ACESSO ao MEDICAMENTO

Foco no PACIENTE

Figura 1- Modelo lógico-conceitual da assistência farmacêutica integrada ao processo de cuidado em saúde.


Correr, CJ; Soler, O; Otuki, MF. Assistência farmacêutica integrada ao processo de cuidado em saúde: gestão clínica do medicamento. Rev Pan_Amaz Saúde 2011; 2(3):41-49.
● Revisão da farmacoterapia diária e contínua para os pacientes internados e ambulatoriais;

● Acompanhamento farmacoterapêutico hospitalar e ambulatorial;

● Gestão da condição de saúde;

● Educação em saúde, sobretudo para os pacientes pré-transplante e recém transplantados;

● Dispensação de medicamentos, principalmente na alta hospitalar e ambulatorial;

● Monitorização terapêutica de medicamentos, em especial dos imunossupressores;

(Costa, I. H. F., Silva, R. M., & Guedes, M. M., 2019)


OBRIGADO!

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