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Seminário de Categoria

PRMIS – HC/UFPE

Remoção de drogas
na terapia
hemodialítica
Mariana Martins Benvindo
Sávio Bruno Araújo Diniz

Recife
Março, 2021
MÁQUINA DE HEMODIÁLISE
O que é a hemodiálise?
A hemodiálise (HD) é uma terapia de
substituição renal (TSR), assim como a
diálise peritoneal (DP) e o transplante
renal. Tem como função remover
solutos desnecessários e tóxicos das
pessoas que possuem síndromes
urêmicas e que, por consequência,
cursam com desequilíbrio
hidroeletrolítico e acidose metabólica.
Ela é composta por um mecanismo de
circulação extracorpórea, no qual o
sangue, ao passar pela membrana do
dialisador, é filtrado. Após esse
processo de filtração, o sangue é
reinfundido no paciente.
CIRCUITO DE SOLUÇÃO
DE DIÁLISE OU
DIALISATO
SBN, 2022 +
FRESENIUS 4008 S
CIRCUITO DE SOLUÇÃO DE DIÁLISE OU DIALISATO

SOLUÇÕES CONCENTRADAS
+
ÁGUA PURIFICADA
=
SOLUÇÃO DE DIÁLISE OU DIALISATO

Empregam-se em hemodiálise duas soluções concentradas, uma


alcalina e outra ácida, para evitar as precipitações associadas ao
bicarbonato e os efeitos adversos atribuídos ao acetato.

O agente tamponante utilizado nas soluções concentradas é o


bicarbonato de sódio a 8,4%, componente da solução alcalina.
A solução ácida contém glicose, eletrólitos e pequena quantidade de
ácido orgânico (acético, lático ou cítrico).
(Daugirdas et al., 2016)
CIRCUITO DE SANGUE

DIALISADOR OU CAPILAR
Difusão: Solutos urêmicos e potássio,
difundem-se do sangue do paciente para a
solução de diálise, obedecendo a um
gradiente de concentração.

Ultrafiltração: Uma pressão hidrostática


maior no compartimento do sangue e menor
no compartimento do dialisato favorece a
passagem de líquido do sangue para o
dialisato, permitindo a retirada de volume do
paciente.

Convecção: A diferença de pressão entre o


compartimento do sangue e o dialisato
favorece a saída de líquidos do sangue,
arrastando consigo solutos de baixo peso
molecular. Esse arraste de solutos é
conhecido como convecção.

Adsorção: É a impregnação de substâncias


nas paredes da membrana semipermeável.
Modalidades de HD
DIALISADOR/CAPILAR (MEMBRANA)
+ BIODISPONIBILIDADE DOS
MODALIDADE DA HD MEDICAMENTOS EM USO
+
CARACTÉRISTICAS DO FÁRMACO

A dosagem
suplementar é
necessária
durante ou após
a hemodiálise
diálise?
A remoção do fármaco no plasma

➢ O fármaco se move por difusão do sangue através de uma membrana filtrante para o dialisato;
➢ Propriedade de difusão depende de:

1) Características do fármaco:
➔ Tamanho molecular;
➔ Solubilidade em água;
➔ Ligação de proteínas;
➔ Volume de distribuição.
(Talbert, 1994)
2) Características da membrana dialisadora :
➔ composição;
➔ poro;
➔ tamanho;
➔ área de superfície.

3)Taxa de fluxo sanguíneo e do dialisato;

4)Resistência sanguínea e do componente do dialisato.

(Talbert, 1994)
A dosagem de medicamentos na insuficiência renal

Individualizada baseada em princípios farmacocinéticos

Otimizar os resultados terapêuticos Minimizar a toxicidade

(Talbert, 1994)
Peso molecular (PM)

Classificação do fármaco conforme seu PM:

● Moléculas pequenas : PM inferior a 500 Da que são facilmente removidas por difusão
Ex: ciprofloxacina e gentamicina
● Moléculas médias:PM entre 500 e 15.000 Da que são removidas por convecção
Ex: vancomicina e daptomicina
● Moléculas grandes: PM maior que 15000 Da

A maioria dos antimicrobianos tem PM inferior a 500 Da, que passam facilmente pela membrana do
hemofiltro

Com o advento dos hemofiltros de alto fluxo com poros grandes, o PM deixou de
ser o principal determinante da remoção.

(JANG et al., 2021)


Peso molecular (PM)
Ligação proteica
● Principal determinante para remoção do fármaco pela hemodiálise
● Apenas o fármaco livre pode ser removido pela hemodiálise
● O grau de ligação às proteínas é determinado por:

Concentração molar tanto do fármaco quanto Presença de fármacos livres


pH
da proteína

Bilirrubina Ácidos graxos livres circulantes


Heparina (Mueller et al., ,2022)
Hidrossolubilidade

● Dialisato: solução aquosa

● Fármacos com alta solubilidade em água serão dialisados em maior extensão do que aqueles com alta
solubilidade em lipídios.

Drogas altamente lipossolúveis tendem a ser distribuídas pelos tecidos e pequena fração da droga está
presente no plasma e acessível para diálise.

(Curtis,2010)
Volume de distribuição

Um medicamento com um grande volume de distribuição distribui-se amplamente


pelos tecidos e está presente em quantidades relativamente pequenas no sangue.
Fatores que contribuem para um grande volume de distribuição incluem um alto
grau de solubilidade e baixa ligação às proteínas plasmáticas.
Os medicamentos com grande volume de distribuição geralmente são dialisados
minimamente.

(JOHNSON; SIMMONS, 2010)


Clearance plasmático

Depuração plasmática é um conceito largamente aplicado no estudo de eliminação de substâncias do organismo,


tanto exógenas quanto endógenas.

Resumindo: o quanto de volume de plasma se torna completamente livre da substância em uma dada
unidade de tempo.

A depuração metabólica inerente - a soma de depuração renal e não-renal - é muitas vezes denominado de
“clearence plasmático” de uma droga. Em pacientes em diálise, a depuração renal é amplamente substituída por
depuração da diálise. Se a depuração não renal for grande comparado com a depuração renal, a contribuição do
diálise para remoção total do fármaco é baixa. No entanto,
se a depuração renal (diálise) aumentar a depuração plasmática em 30% ou mais, a depuração de diálise é
considerada clinicamente importante.

(JOHNSON; SIMMONS, 2010)


Membrana dialisadora

As características da membrana de diálise


determinam em grande medida a diálise de
medicamentos.

Tamanho do poro, material, área de


superfície e geometria (disposição das
fibras) são os principais determinantes do
desempenho de um determinada
membrana.

SCHMIDT, HOLLEY, 2020.


Taxa de fluxo sanguíneo e do dialisato
● Expresso em mL/min

● Um dos principais determinantes do desempenho de um dialisador

● Quanto mais alto o fluxo sanguíneo e do dialisato maior será a remoção do fármaco

(JANG et al., 2021)


Concluindo….

● A importância do farmacêutico dominar a temática


● Conhecer o que é utilizado no serviço no qual atua bem como qual seu paciente utiliza
● Contribuição com farmacoeconomia e efetividade da terapia medicamentosa
REFERÊNCIAS

CURTIS , A. J. Dialysis of Drugs guidelines. Wisconsin: CKD Insights, LLC, 2010. 56 p.

JANG, Soo Min et al. Drug dosing considerations in continuous renal replacement therapy. Seminars In
Dialysis, [S.L.], v. 34, n. 6, p. 480-488, 3 maio 2021. Wiley. http://dx.doi.org/10.1111/sdi.12972.

JOHNSON, Curtis A.; SIMMONS, William D. Dialysis of drugs. City, State: Nephrology Pharmacy Associates
Inc, p. 1-9, 2010.

Manual de diálise / John T. Daugirdas, Peter G. Blake, Todd S. Ing; tradução Claudia Lucia Caetano de Araujo;
revisão técnica Luis Yu e Hugo Abensur. – 5. ed. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.

MUELLER, B. A;GOLPER, T. A. Drug removal in continuous kidney replacement therapy. Uptodate.2022.


https://www.uptodate.com/contents/drug-removal-in-continuous-kidney-replacement-therapy?search=medicam
ento%20hemodialise&source=search_result&selectedTitle=1~150&usage_type=default&display_rank=1
.

TALBERT, R. L. et al. Drug Dosing in Renal Insufficiency. The Journal Of Clinical Pharmacology, [S.L.], v.
34, n. 2, p. 99-110, fev. 1994. Wiley. http://dx.doi.org/10.1002/j.1552-4604.1994.tb03973.x.
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