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FACULDADE VENDA NOVA DO IMIGRANTE

FAVENI

ALDENISE DE LIMA BATISTA

O PAPEL DA ENFERMAGEM NA ASSISTÊNCIA AO PACIENTE EM


TRATAMENTO HEMODIALÍTICO

CAPANEMA
2023
FACULDADE VENDA NOVA DO IMIGRANTE
FAVENI

ALDENISE DE LIMA BATISTA

O PAPEL DA ENFERMAGEM NA ASSISTÊNCIA AO PACIENTE EM


TRATAMENTO HEMODIALÍTICO

Trabalho de conclusão de curso


apresentado como requisito parcial
à obtenção do título especialista
em ENFERMAGEM EM
NEFROLOGIA.

CAPANEMA
2023
O PAPEL DA ENFERMAGEM NA ASSISTÊNCIA AO PACIENTE EM
TRATAMENTO HEMODIALÍTICO

Aldenise de Lima Batista1

Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo
foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou
integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente
referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por
mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e
administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos
direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços). “Deixar este texto
no trabalho”.

RESUMO- A enfermagem em nefrologia associa-se grandemente ao cuidado paliativo, realizado


com uso de tecnologias duras e de última geração, desenvolvido em unidades de diálise/hemodiálise
destinados a pacientes com falência renal, com vista a diminuir as complicações da perda da função do
órgão, promovendo qualidade de vida ao paciente mesmo nesta situação difícil. A doença renal é entendida
por uma alteração da função renal que se mantém por período variável. O presente trabalho científico tem
como objetivo estudar, como problema de pesquisa qual a assistência de enfermagem devida ao paciente
em tratamento hemodialítico. O questionamento abrange a análise da literatura cientifica sobre cuidados
de enfermagem aos pacientes de hemodiálise, tentativa de síntese dos principais atendimentos e reações
descritos pela equipe de enfermagem no atendimento desses pacientes, para enfim concluir pelo
tratamento de enfermagem que deve ser seguido para o cuidado com esses pacientes, destacados como
objetivos específicos deste artigo. O objetivo principal deste estudo foi descrever a atuação do enfermeiro
no processo de resiliência do paciente renal crônico em tratamento hemodialítico. O paciente renal crônico
é submetido a novos hábitos e um novo estilo de vida.

PALAVRAS-CHAVE: Tratamento Hemodialítico; Enfermagem; Cuidado de Enfermagem; Hemodiálise.

1 limaaldenise85@gmail.com
1 INTRODUÇÃO

A enfermagem em nefrologia associa-se grandemente ao cuidado paliativo,


realizado com uso de tecnologias duras e de última geração, desenvolvido em unidades
de diálise/hemodiálise destinados a pacientes com falência renal, com vista a diminuir as
complicações da perda da função do órgão, promovendo qualidade de vida ao paciente
mesmo nesta situação difícil.
De acordo com o ministério da Saúde doenças renais são definidas como
condições que afetam diretamente os rins a nível de funcionalidade, fazendo com que
eles percam a capacidade de desenvolver equilíbrio no organismo e executar suas
atividades endócrinas, excretoras e reguladoras, podendo ser crônico ou agudo. A
doença renal crônica não só afeta as funções, mas como também estruturas,
desenvolvidas por diversos fatores tendo o seu maior período de evolução da doença de
maneira assintomática, além disso a cronicidade leva a insuficiência renal. Já doença
renal aguda se torna fatal na maioria das vezes e bastante comum em pacientes já
hospitalizados. Se descoberta a tempo em caso de insuficiência renal aguda, o mais
indicado é realização do tratamento através de medicações ou até mesmo diálise para
uma possível cura, já o caso crônico não possui cura, contudo quando não é tratada
adequadamente pode evoluir para a falência renal, contudo o seu tratamento de maior
eficácia é a hemodiálise (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2022; BASTOS MG, 2021).
Os rins são responsáveis pela eliminação dos resíduos provenientes da digestão
dos alimentos depois que o organismo se aproveitou de todos os seus elementos
nutritivos. Quando os rins não estão trabalhando apropriadamente, é necessário fazer
ajustes na dieta para que o organismo não se sobrecarregue com esses resíduos
(CARVALHO, 2009).
2 DESENVOLVIMENTO

A doença renal é entendida por uma alteração da função renal que se mantém por
período variável, em geral surge quando os rins passam a ser incapazes de remover
água, eletrólitos e escórias metabólicas do organismo humano através da urina. Seus
sinais e sintomas surgem, de maneira inespecífica, logo é necessária muita suspeita para
seu diagnóstico. É classificada em aguda e crônica dependendo da evolução da doença,
e devido à possibilidade de intercorrências clínica é necessário cuidado intensivo, por
isso o interesse em pesquisar sobre o tema.
A hemodiálise na maioria das vezes representa uma esperança de vida, já que a
IRC é um processo irreversível. Contudo, observa-se que geralmente as dificuldades de
adesão ao tratamento estão relacionadas à não aceitação da doença, à percepção de si
próprio e ao relacionamento interpessoal com familiares e ao convívio social (SOUZA,
2007).
Os usuários em hemodiálise podem apresentar inúmeros problemas relacionados
com os vários sistemas orgânicos. Devido à repentina mudança nos hábitos de vida
desses pacientes, a doença renal pode gerar impactos negativos, como perda de
emprego, alterações na imagem corporal, restrições dietéticas e hídricas (FERMI, 2011).
A hemodiálise é um processo no qual uma máquina filtra e limpa o sangue, o que
pode completar parte do trabalho que um rim doente não pode fazer. Este procedimento
remove resíduos nocivos do corpo, como excesso de sal e líquidos. Também pode
controlar a pressão arterial e ajudar o corpo a manter o equilíbrio de substâncias como
sódio, potássio, ureia e creatina.
A doença renal é entendida por uma alteração da função renal que se mantém por
período variável. Em geral surge quando os rins passam a ser incapazes de remover
água, eletrólitos e escórias metabólicas do organismo humano através da urina. Seus
sinais e sintomas surgem, de maneira inespecífica, logo é necessária muita suspeita para
seu diagnóstico. É classificada em aguda e crônica dependendo da evolução da doença,
e devido à possibilidade de intercorrências clínica é necessário cuidado intensivo, por
isso o interesse em pesquisar sobre o tema.
A insuficiência renal (IR) trata-se de uma síndrome caraterizada pelas alterações
da função renal com retenção de metabólitos e eletrólitos no organismo. Dependendo do
tempo de desenvolvimento da doença, esta síndrome pode ser definida como
Insuficiência Renal Aguda (IRA) ou Insuficiência Renal Crônica (DRC).
A hemodiálise é um processo no qual uma máquina filtra e limpa o sangue, o que
pode completar parte do trabalho que um rim doente não pode fazer. Este procedimento
remove resíduos nocivos do corpo, como excesso de sal e líquidos. Também pode
controlar a pressão arterial e ajudar o corpo a manter o equilíbrio de substâncias como
sódio, potássio, ureia e creatina.
A hemodiálise é atualmente o tratamento de diálise mais comumente usados para
permitir que os pacientes sobrevivam ao estágio final da doença. Por ser um processo
doloroso e duradouro, pode causar grandes mudanças na vida do paciente e dos seus
familiares. Ademais, as doenças crônicas e os tratamentos são fatores estressantes que
podem levar os indivíduos a situações de isolamento social, desemprego, dependência
da seguridade social, inconveniências e dificuldades de locomoção, redução da atividade
física, perda de autoajuste, mudanças físicas e medo da morte.
Esse tratamento é feito através da utilização de máquinas “Dialisador” que faz o
desvio do sangue carregado de toxinas e resíduos nitrogenados do paciente para a
máquina que é limpa e em seguida devolvida para o paciente. Ocorrendo assim a
osmose, difusão e ultrafiltração do sangue, que é o princípio fundamental da hemodiálise.
Dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia indicam que 100 mil pessoas fazem
diálise no Brasil. E existem 750 unidades cadastradas no País. A taxa dos pacientes que
descobrem a doença tardiamente e de 70%. A DRC atinge cerca 10% da população
mundial. Essa doença afeta um em cada cinco homens e uma em cada quatro mulheres
com idade entre 65 e 74 anos.
A Insuficiência Renal Crônica (IRC) refere-se à perda progressiva e irreversível
da função renal. Se não houver tratamento, levará o paciente a morte. A IRC pode ser
tratada por meio da hemodiálise em pacientes selecionados, cujo principal critério é ter
uma função cardíaca estável (DALGIRDAS, 2003).
A insuficiência renal (IR) trata-se de uma síndrome caraterizada pelas alterações
da função renal com retenção de metabólitos e eletrólitos no organismo. Dependendo do
tempo de desenvolvimento da doença, esta síndrome pode ser definida como
Insuficiência Renal Aguda (IRA) ou Insuficiência Renal Crônica (DRC).
Os cuidados de enfermagem envolvem a sistematização desde a entrada do
paciente até a saída deste da sessão de hemodiálise. Deve-se recepcionar o paciente ao
chegar à unidade de diálise, sempre observando seu aspecto geral e realizando uma
avaliação pré-hemodiálise, que envolve encaminhamento do paciente à balança para
registrar o peso, encaminhar o paciente à máquina, verificar sinais vitais; auxiliares e/ou
técnicos devem comunicar qualquer alteração para o enfermeiro responsável, conversar
com o paciente sobre qualquer sinal que ele tenha apresentado desde a última diálise,
etc. e se não houver restrição iniciar a sessão de diálise.
A hemodiálise, na maioria das vezes, representa uma esperança de vida, já que a
doença é um processo irreversível. Contudo, observa-se que geralmente as dificuldades
de adesão ao tratamento estão relacionadas à não aceitação da doença, à percepção de
si próprio e ao relacionamento interpessoal com familiares e ao convívio social.
A hemodiálise é atualmente o tratamento de diálise mais comumente usados para
permitir que os pacientes sobrevivam ao estágio final da doença. Por ser um processo
doloroso e duradouro, pode causar grandes mudanças na vida do paciente e dos seus
familiares. Ademais, as doenças crônicas e os tratamentos são fatores estressantes que
podem levar os indivíduos a situações de isolamento social, desemprego, dependência
da seguridade social, inconveniências e dificuldades de locomoção, redução da atividade
física, perda de autoajuste, mudanças físicas e medo da morte.
O procedimento hemodialítico gera complicações potenciais, por isso o enfermeiro
deve estar apto a intervir em tais complicações, entre elas: hipotensão e hipertensão
arterial, câimbras musculares, síndrome do desequilíbrio da diálise, náuseas, vômitos,
prurido, cefaléia, febres e calafrios, câimbras musculares, síndrome do desequilíbrio da
diálise, náuseas, vômitos, prurido, cefaléia, febres e calafrios.
O objetivo da assistência de enfermagem neste setor é identificar e monitorar os
efeitos adversos da hemodiálise e complicações decorrentes da própria doença,
desenvolvendo ações educativas de promoção, prevenção e tratamento. Segundo a RDC
nº 154, de 15 de Junho de 2004, o programa de hemodiálise deve integrar em cada turno,
no mínimo um enfermeiro para cada trinta e cinco pacientes. Nesse setor existem várias
intervenções específicas realizadas pelo enfermeiro, entretanto, os registros despendem
muito tempo, uma vez que são realizados de forma descritiva, e por isso acabam não
sendo feitos em virtude da alta demanda de atendimento.
Acredita-se que este estudo contribua para mostrar que os profissionais de
enfermagem têm um papel fundamental no tratamento destes doentes. É importante que
o Enfermeiro esteja presente nas sessões de hemodiálise coordenando a equipe e
identificando as necessidades particulares de cada paciente. Além disso, o enfermeiro
deve interver na educação da família e do paciente sobre a doença e suas complicações
e fornecendo orientações sobre o plano terapêutico, com aspectos técnicos e
psicológicos.
Mediante isso torna-se necessário e de fundamental importância a promoção de
cuidados, em todos os aspectos, para esses pacientes que vivenciam essas alterações
no estilo de vida. Estes convivem com limitações provocadas pela doença, com o
tratamento doloroso e com um pensamento de morte, além de dúvidas e expectativas
sobre a possibilidade do transplante renal e da melhora da qualidade de vida.
Diante desse contexto o enfermeiro como coordenador da equipe desempenha
papel fundamental devendo coordenar a assistência prestada, identificando as
necessidades individuais de cada cliente, proporcionando meios de atendimento que
visem uma melhor adequação do tratamento, ensinando o autocuidado (AC) garantindo
assim uma qualidade de vida melhor, aproveitando todos os momentos para criar
condições de mudanças quando necessário.
Entendemos que o paciente em hemodiálise requer um cuidado especializado que
não se reduz apenas ao serviço técnico em si, mas, pautado na ética entre cuidador e
cliente. Assim os profissionais de enfermagem devem estar capacitados e cientes de sua
responsabilidade e importância em relação à manutenção da qualidade de vida do
cliente. Diante do exposto, surge a questão principal que norteia este trabalho: Quais os
cuidados de enfermagem que devem ser prestados ao cliente durante o processo de
hemodiálise. E quais as principais complicações que podem surgir durante esse
processo?

2.1 JUSTIFICATIVA
O presente trabalho científico tem como objetivo estudar, como problema de
pesquisa qual a assistência de enfermagem devida ao paciente em tratamento
hemodialítico. O questionamento abrange a análise da literatura cientifica sobre cuidados
de enfermagem aos pacientes de hemodiálise, tentativa de síntese dos principais
atendimentos e reações descritos pela equipe de enfermagem no atendimento desses
pacientes, para enfim concluir pelo tratamento de enfermagem que deve ser seguido para
o cuidado com esses pacientes, destacados como objetivos específicos deste artigo.
O presente estudo trata-se de uma pesquisa de revisão integrativa da literatura. A
revisão integrativa é um método possibilita ao pesquisador realizar a síntese de
conhecimento a partir de um processo rigoroso que consiste em etapas delimitadas:
construção da pergunta da revisão; seleção dos estudos; extração de dados dos estudos;
avaliação dos estudos primários incluídos na revisão; síntese dos resultados da revisão
e apresentação dos resultados. O levantamento bibliográfico foi realizado a partir de
busca de artigos no banco de dados da Biblioteca Virtual em Saúde, a qual integra as
bases de dados BDENF, MEDINE e LILACS.

2.2 REVISÃO DE LITERATURA


De acordo com Riella (2001) entende-se como hemodiálise, um processo no
qual um rim artificial (hemodialisador) é usado para depurar o sangue.
Sendo assim, compreende-se que a pessoa que perde sua função renal de
forma crônica, deverá ser auxiliada e ser orientada a fazer o tratamento de hemodiálise.
Com isso, a hemodiálise terá o papel de substituir a função dos rins, depurando o
plasma sanguíneo por meio de um filtro ligado a um rim artificial – máquina de
hemodiálise (RIELLA, 2001).
Segundo Cardoso e Sade (2012), o paciente realiza hemodiálise 3 vezes por
semana e precisa ficar conectado na máquina por cerca de 3 a 4 horas, é nessa
convivência diária que os pacientes desenvolvem um estreito relacionamento com o
profissional enfermeiro gerenciador da unidade, peça fundamental na assistência
prestada ao paciente renal.

No início, o tratamento dialítico era um procedimento realizado pela equipe


médica. No decorrer dos anos, a enfermagem passou a participar ativamente do
tratamento da terapia de substituição renal, sendo responsável por toda parte
técnica e de relação do paciente com o meio ambiente. Hoje, quem realiza esse
procedimento, na maior parte das vezes, é a equipe de enfermagem. (SILVA;
THOMÉ, 2009, p.34)
A Insuficiência Renal Crônica (IRC) refere-se à perda progressiva e irreversível
da função renal. Se não houver tratamento, levará o paciente a morte. A IRC pode ser
tratada por meio da hemodiálise em pacientes selecionados, cujo principal critério é ter
uma função cardíaca estável (DALGIRDAS, 2003).

2.3 REALIDADE DO PACIENTE PORTADOR DE INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA


EM HEMODIÁLISE
Conforme censo da Sociedade Brasileira de Nefrologia existia, no Brasil, em 2010,
92.091 pacientes em terapia renal substitutiva. Desses pacientes, 57,0% eram do sexo
masculino, 30,7% tinham mais de 65 anos de idade, 67,7% tinham entre 19 e 64 anos e
1,6% eram menores de 18 anos. As duas principais causas da IRCT foram hipertensão
e diabetes correspondendo a 62,7% do diagnóstico de base. Dos pacientes, 85,8%
realizava o tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e a hemodiálise foi a
modalidade dialítica realizada por 90,6% dos pacientes.
Em virtude do aumento da taxa de incidência de doenças como hipertensão
arterial, diabetes mellitus, obesidade e a expectativa de vida aumentada, a doença renal
crônica (DRC) é considerada atualmente como um problema de saúde mundial. No Brasil
a estimativa de portadores de diabetes para 2000 foi de 177 milhões enquanto para 2030
será de 366 milhões (MERCADO MARTINEZ et al., 2015).
Pessoa e Linhares (2015) acrescentam que existem em média 651 centros de
diálise no Brasil onde são atendidos 97.586 pacientes por ano, destes a maioria são
portadores de hipertensão arterial (33,8%) e diabetes mellitus (28,5%).
Os usuários em hemodiálise podem apresentar inúmeros problemas relacionados
com os vários sistemas orgânicos. Devido à repentina mudança nos hábitos de vida
desses pacientes, a doença renal pode gerar impactos negativos, como perda de
emprego, alterações na imagem corporal, restrições dietéticas e hídricas (FERMI, 2011).
Destaca-se, que o indivíduo com DRC precisa ser orientado sobre: a enfermidade
em si e o seu tratamento, as formas de terapia renal substitutiva e os riscos e benefícios
associados a cada modalidade terapêutica, sobre os acessos vasculares, sobre a
confecção precoce do acesso dialítico (fístula artério-venosa ou cateter para diálise
peritoneal), dieta, restrição hídrica, uso de medicamentos, controle da pressão arterial e
da glicemia. Essa orientação é fundamental para reduzir o estresse inicial, viabilizar o
AC, diminuir as intercorrências decorrentes do tratamento e aumentar a adesão ao
esquema terapêutico (SANTOS, 2011).

2.4 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM HEMODIÁLISE

O desenvolvimento da nefrologia como especialidade se deu mediante novas


descobertas ao aprimoramento das técnicas de diálise e transplante renal. Dentro deste
contexto houve a necessidade de que houvesse enfermeiros especializados para
manipulação dos equipamentos e ao cuidado adequado aos pacientes. O marco para a
especialidade foi à criação em 1983 da Sociedade Brasileira de Enfermagem em
Nefrologia (SOBEN), com o objetivo principal de oferecer uma assistência com mais
qualidade aos portadores de insuficiência renal crônica (OLIVEIRA et al., 2015).
De acordo com a Portaria nº 154 de 15 de Junho de 2004 a qual estabelece o
regulamento técnico para o funcionamento dos Serviços de Terapia Renal Substitutiva e
as normas para o cadastramento desses estabelecimentos junto ao Sistema Único de
Saúde, é regulamentado que na unidade de Hemodiálise deve haver um médico
nefrologista para cada 35 pacientes com título de especialidade registrado no Conselho
Federal de Medicina, um enfermeiro para cada 35 pacientes devendo possuir treinamento
em diálise reconhecida pela Sociedade Brasileira de Enfermagem em Nefrologia, um
técnico ou auxiliar de enfermagem para cada 4 pacientes por turno de Hemodiálise
(BRASIL, 2004).
Norteando o trabalho profissional e o cuidado prestado, a resolução 358/2009 do
Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) dispõe sobre a Sistematização da
Assistência de Enfermagem (SAE) e a implementação do Processo de Enfermagem (PE),
a serem realizados nos ambientes em que o cuidado profissional ocorre, sejam eles
públicos ou privados. A SAE organiza o trabalho profissional no que diz respeito a
método, pessoal e instrumentos, viabilizando a operacionalização do processo de
enfermagem. Por sua vez, o PE é um instrumento metodológico que orienta o cuidado
de Enfermagem e a documentação da assistência.
Na hemodiálise a equipe de enfermagem torna-se uma presença constante na
unidade de hemodiálise, sendo assim um elemento de maior contato com o paciente,
acarretando parte de suma importância, como educadores para saúde, transmissão de
segurança e apoio quando necessário para os pacientes.
Durante o tratamento a equipe de enfermagem tem uma importância primordial,
pois deve acompanhar diretamente e orientar estes pacientes quanto às infecções e
complicações que podem ser causadas pela hemodiálise. Como o enfermeiro é o
profissional que assiste o paciente nas sessões de hemodiálise de forma mais presente,
ele deve estar apto/treinado para prontamente intervir e assim evitar outros potenciais
complicações. Os cuidados de enfermagem envolvem a sistematização desde a entrada
do paciente até a saída deste da sessão de hemodiálise.
Quando administrada por pessoal competente e com os recursos técnicos
indispensáveis, a hemodiálise é um processo terapêutico praticamente isento de riscos
para a vida do paciente. Todavia, algumas complicações podem ocorrer, mesmo quando
é realizada dentro da melhor técnica. O profissional de enfermagem deve orientar quanto
ao funcionamento da hemodiálise, terapia nutricional, ingestão de líquidos, complicações
da hemodiálise e formas de prevenção, cuidados com acesso venoso, anticoagulação e
seus cuidados, importância da atividade física, do lazer e da associação a grupos de
apoio.
O profissional de enfermagem de diálise está em assistência constante durante a
hemodiálise aguda. A pressão arterial e o pulso são registrados pelo menos a cada meia
hora quando a condição do paciente está estável. Todas as pressões do aparelho e
velocidades do fluxo são verificadas e registradas com regularidade. O enfermeiro avalia
as respostas do paciente à remoção de líquido e soluto e a condição e função do acesso
vascular do paciente.
Na avaliação pós-hemodiálise deve-se cuidar para sinais de sangramento no local
da punção venosa, checar sinais vitais, verificar o peso, não permitir que o paciente
sintomático deixe a unidade sem atendimento médico. Além da observação contínua do
paciente, a verificação do sistema (capilar/linha) e os parâmetros do equipamento
(pressão venosa, pressão arterial, pressão transmembrana, temperatura do dialisato,
concentração de sódio e ultrafiltração) devem ser realizados pela equipe de enfermagem
antes de iniciar o sistema dialítico, a fim de que a prescrição de diálise seja cumprida de
forma efetiva e problemas como coagulação do sistema e baixo fluxo do acesso vascular
possam ser identificados e corrigidos prontamente. Porém, esses parâmetros são
verificados, novamente pelo enfermeiro no momento da visita de enfermagem.
A compreensão das complicações da hemodiálise e do funcionamento do seu
circuito é indispensável para que o enfermeiro realize uma assistência segura e de
qualidade, compreendendo o processo de monitorização, detecção e rápida intervenção.
O profissional enfermeiro deve ser o principal agente facilitador desse processo, uma vez
que ele pode compreender e oferecer conhecimentos sobre a doença, a fim de que o
paciente desenvolva autorresponsabilidade, mudança de comportamento em relação ao
seu estilo de vida, esperança, perseverança e alegria de viver.
É um tratamento que prolonga o tempo de vida do paciente e que combate muitas
das complicações por falta de funcionamento dos rins. Mas que também é responsável
por algumas complicações relacionadas ao próprio procedimento. Neste contexto,
evidenciou-se a partir do objetivo traçado para o estudo, que o profissional de
enfermagem possui papel de grande importância no cuidado de pacientes que realizam
tratamento de hemodiálise.
Com ações de prevenção de complicações e promoção da saúde. Suas ações
incluem acompanhamento dos pacientes e familiares, com medidas educativas,
identificação de problemas, elaboração de diagnósticos e intervenções relacionadas à
manutenção do equilíbrio hidroeletrolítico do paciente, alimentação e administração de
medicamentos.
Partindo destes conceitos é necessário ressaltar que não basta o enfermeiro ficar
somente preocupado com a utilização de recursos tecnológicos e adequação estrutural
dos serviços de hemodiálise. É de suma importância que este profissional compreenda o
paciente renal crônico como uma pessoa singular que possui sua forma de pensar, agir
e sentir, oferecendo maneiras que possam promover a sua adaptação ao tratamento
hemodialítico.
Desta forma é importante que o enfermeiro avalie periodicamente o nível de
adaptação do paciente renal crônico em tratamento hemodialítico, informando sobre
outras modalidades de tratamentos, vantagens e desvantagens e quais as probabilidades
de mudança de tratamento. O enfermeiro necessita ter, além da fundamentação científica
e da competência técnica, conhecimentos dos aspectos que levam em consideração os
sentimentos e as necessidades dos pacientes renais crônicos em tratamento
hemodialítico.
A Insuficiência Renal Crônica é uma doença lenta e progressiva que apesar de ter
tratamento não possui cura, a pessoa que é acometida por tal, passa a ter uma mudança
radical em sua vida cotidiana, sem falar no tratamento doloroso, a hemodiálise, que este
paciente é submetido para que não haja sua morte precoce.
A equipe de enfermagem atua de maneira ampla na hemodiálise, é notória a sua
força e a necessidade da atuação da equipe de enfermeiros para o cuidado do paciente
renal crônico e principalmente em hemodiálise. O protagonismo da enfermagem dentro
de um setor tão específico e com tantos riscos mostra ainda mais a sua eficiência para
um cuidado com qualidade. Os cuidados realizados pela equipe de enfermagem ao
paciente em tratamento hemodialítico é de suma importância pois é ele que vai colaborar
e evitar possíveis complicações com base em seus conhecimentos técnicos e científicos,
além disso também utilizando o seu lado humano com acolhimento ao paciente no
momento de difícil adaptação.
O sucesso na realização do tratamento de hemodiálise está relacionado com a
disponibilidade de uma equipe de enfermagem capacitada para este tratamento, logo, o
processo permanente de educação é fundamental para o domínio da equipe. Portanto,
diante de todas essas complicações discutidas neste estudo é essencial para o sucesso
da terapia, profissionais capacitados dispostos a trabalhar em articulação com a equipe
multiprofissional, com os pacientes e seus familiares, objetivando minimizar os índices
de complicações e aumentando a qualidade de vida dos pacientes em terapia
hemodialítica.
3 CONCLUSÃO

O objetivo principal deste estudo foi descrever a atuação do enfermeiro no


processo de resiliência do paciente renal crônico em tratamento hemodialítico, o paciente
renal crônico é submetido a novos hábitos e um novo estilo de vida.
A escolha da temática na assistência de enfermagem ao paciente em tratamento
hemodialítico deve-se a grande importância que esse profissional tem durante o
tratamento de hemodiálise no paciente com insuficiência renal crônica. Porém essa
relevância no contexto da assistência é ainda desconhecida por alguns profissionais da
área de enfermagem
A partir deste estudo, pode-se constatar que o atendimento aos pacientes em
hemodiálise é exaustivo, o que indica a necessidade de uma equipe multiprofissional para
cuidar desses pacientes. O enfermeiro é responsável por organizar e planejar seu
trabalho diário, coordenando a prática e as atividades administrativas de acordo com a
segurança dos serviços de hemodiálise e assistência ao paciente.
Além disso, é importante ressaltar que a formação e profissionalização dos
profissionais demonstra o entendimento de que a consolidação e a qualificação podem
ampliar o conhecimento e a prática profissional. Pois na área da hemodiálise, dada a
complexidade e particularidade deste ambiente e de seus pacientes, tal treinamento não
pode ser prescrito. Estudos têm demonstrado que o alto nível de experiência do
enfermeiro é um facilitador da assistência da qualidade da assistência prestada.
Em conclusão ao estudo, percebe-se que a doença renal é um grave problema de
saúde e que causa muitas complicações aos indivíduos acometidos, podendo progredir
até um estágio em que há a necessidade de tratamento extracorpóreo para manutenção
das funções. Nesse sentido evidencia-se que a hemodiálise é o tratamento mais utilizado
em pacientes com perda da função renal.
Desse modo, conclui-se que todas as ações adequadas desenvolvidas pelo
enfermeiro às diferentes situações na avaliação clínica do paciente em tratamento
dialítico terão como resultado uma assistência de enfermagem técnica, de qualidade e
segura. A monitorização, detecção e intervenção de tais complicações é um diferencial
para a realização de um procedimento dialítico com segurança.
REFERÊNCIAS

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