A hemodiálise é um tipo de terapia de substituição renal,
que serve para remoção do excesso de fluído, bem como remoção de toxinas que se acumulam nos pacientes em estágio terminal da doença renal crônica, chamadas escórias nitrogenadas. O termo diálise significa difusão de solutos através de membrana semipermeável a favor de um gradiente de concentração. A hemodiálise consiste na difusão de solutos do sangue a partir de uma máquina (hemodialisador). Ultrafiltração • A ultrafiltração é o movimento do solvente (água) a favor de um gradiente de pressão. A passagem do solvente cria um gradiente de pressão que arrasta os solutos consigo, processo chamado de convecção. Indicações • As principais indicações de hemodiálise é insuficiência renal aguda ou crônica avançados, intoxicação e sobrecarga de volume. A indicação de diálise de urgência é feita em situações como acidose severa refratária, hipervolemia refratária, hipercalemia severa (> 6,5mEq/L), refratária e com alterações no ECG, na síndrome urêmica ou em manifestações neurológicas. Osmose é uma propriedade coligativa que funciona da seguinte maneira:Ocorre a passagem do solvente para uma solução ou a passagem do solvente de uma solução diluída para outra mais concentrada, por meio de uma membrana semipermeável.Abaixo podemos observar uma representação com cores-fantasia da passagem do solvente puro para uma solução Osmose Mecanismos de transferência de massas
• Difusão : Solutos urêmicos e potássio, difundem-se do sangue do paciente
para a solução de diálise, obedecendo a um gradiente de concentração. • Ultrafiltração: Uma pressão hidrostática maior no compartimento do sangue e menor no compartimento do dialisato favorece a passagem de líquido do sangue para o dialisato, permitindo a retirada de volume do paciente. • Convecção: A diferença de pressão entre o compartimento do sangue e o dialisato favorece a saída de líquidos do sangue, arrastando consigo solutos de baixo peso molecular. Esse arraste de solutos é conhecido como convecção. • Absorção: É a impregnação de substâncias nas paredes da membrana semipermeável. O equipamento de hemodiálise
• Os equipamentos de HD possuem três componentes básicos: o
dialisador (filtro), a solução de diálise (dialisato) e o circuito do sangue. Equipamentos Dialisador
• O dialisador é classificado de acordo com seu design, fibra oca ou
placa paralela. As fibras ou placas funcionam como uma membrana semipermeável através da qual o sangue e o dialisado fluem em direções opostas. As fibras ocas são os dialisadores mais comuns em uso. • As características da membrana influenciam diretamente na qualidade da diálise e depende da composição, área de superfície, volume de escorva, hidráulica permeabilidade e biocompatibilidade. Dialisato
• irá conter uma concentração variável de solutos e será a parte mais
importante para criar um gradiente de concentração e, com essa diferença, acontecer a difusão e remoção das escórias do sangue para a máquina. • Aproximadamente 120 L de água são utilizados em cada sessão de HD e esta água utilizada para formular a solução de diálise precisa ser hiper tratada a fim remover microrganismos, partículas, sais e metais pesados. Geralmente passa pelo processo de filtração, desmineralização, deionização e osmose reversa. • A concentração dos solutos determinará o grau de extração de eletrólitos, toxinas e escórias. O hemodialisado típico contém sódio, potássio, cálcio, magnésio, cloreto, bicarbonato e glicose em concentrações variadas, a depender do déficit ou superávit da substância do sangue do paciente Sódio • O sódio tem uma peculiaridade que é o modelamento de sua concentração durante a diálise, visto que este é principal composto osmótico do sangue. Por isso, inicialmente um dialisato com concentração aumentada de sódio irá difundir sódio e água para o sangue do paciente, diminuindo a chance dele fazer hipotensão durante a HD. Com o avançar da HD, o processo inverso é feito para diminuir a hipernatremia do paciente. Circuito do sangue
• A máquina de diálise necessita de uma bomba de sangue para mover
o sangue entre o paciente e o dialisador, um sistema de entrega para transportar a solução de diálise e dispositivos de monitoramento. • Fluxo de sangue pelo dialisador depende da permeabilidade da membrana do dialisador, variando em média entre 250 a 500ml/min. Membranas de alto fluxo, em comparação com membranas de baixo fluxo, têm poros maiores com maior permeabilidade, particularmente para moléculas maiores. Fluxos maiores tendem a repercutir mais • Já o dialisato segue um fluxo de contracorrente em relação ao sangue, variando de 500 a 800 ml/min, já que o fluxo do dialisato guarda menor relação com a hemodinâmica do paciente. Remoção de solutos na hemodiálise
• O soluto é eliminado do compartimento intravascular por transporte
difusivo ou convectivo. Tal transporte depende de múltiplos fatores, incluindo a magnitude do gradiente de concentração entre o sangue e o dialisado para um determinado soluto, a área de superfície da membrana e o coeficiente de transferência de massa. Este coeficiente, depende da porosidade e espessura da membrana, do tamanho da molécula e bom fluxo de sangue e dialisato. • O transporte difusivo ocorre quando o sangue que flui dentro de cada membrana encontra o fluido de dialisato e ocorre a difusão de solutos através da membrana devido a diferença de concentração do sangue para o dialisato ou do dialisato para o sangue (bidirecional). • O transporte convectivo ocorre quando há ultrafiltração, onde o alto fluxo de fluido do sangue para o dialisado gera um gradiente de pressão e os solutos são efetivamente arrastados junto com o fluido à medida que ele se move através da membrana, dependendo de seu tamanho em relação ao tamanho dos poros da membrana.
A hemodiálise e a diálise peritoneal são duas modalidades terapêuticas essenciais para o tratamento de insuficiência renal crônica, mas diferem significativamente em termos de como realizam a remo