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SISTEMA DE ENSINO DE ENFERMAGEM SIENF

CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL EM TERAPIA RENAL SUBSTITUTIVA

ENF. ESP. TAMYRES PEREIRA DE SÁ


NEFROLOGISTA

Belém/PA – 2020
ANATOMIA E FISIOLOGIA
RENAL
Sistema Renal
Componentes anatômicos
• Rins
• Ureteres
• Bexiga urinária
• Uretra

• O sangue é filtrado nos rins, onde os resíduos são


coletados em forma de urina, que flui para pelve
renal, pelos ureteres até a bexiga urinária, onde será
armazenada até sua eliminação pela uretra.
ANATOMIA RENAL
• Estrutura macroscópica;
• Duas regiões distintas: córtex e medula;
Rins – Características histológicas

 Todos os rins independente da sua


classificação anatômica possuem 2 camadas
distintas:

 Córtex
 Medula
Unidades morfofuncionais
• RINS: unidade funcional do sistema
urinário.

• NÉFRONS: unidade funcional do rim.


Função renal: visão geral

• Os rins tem como função regular e purificar


a concentração da maioria dos constituintes
do liquido extracelular.
Fisiologia Renal
Funções do Rim

•Regulação do meio interno

•Excreção de resíduos e de toxinas exógenas

•Controle da pressão arterial (hormônio vasopressina)


(Vasopressina é sintetizada pelo
hipotálamo e é armazenada na neuro-
hipófise)

•Produção de hormônio (eritropoetina) e outras


substâncias (renina = enzima)

•Metabolismo de substâncias
Néfron
Unidade morfofuncional do rim
Néfrons
• Rim: aproximadamente 1 milhão de néfrons (cada);
• Funcionam independentemente;
• Composição: Glomérulo, Cápsula de Bowman
T.Proximal, Alça Henle, T.Distal, T. Coletor;

(Osmótico)
(Anidrase carbônica)
Néfrons

• Contem tufos capilares; glomérulo e um


longo tubo renal.

• O sangue flui para dentro do rim pela


artéria renal, que forma arteríola
capilares aferentes que são associados
ao glomérulo.
• Pressão arterial faz com que água e outros
solutos do sangue sejam filtrados para a
cápsula de bowman.

• O liquido filtrado (filtrado glomerular) flui para


o túbulo proximal onde ocorre a reabsorção
de nutrientes.

• Em seguida flui uma longa alça tubular (Alça


de Henle) onde ocorre troca continua para
manutenção dos constituintes líquidos.

• Em terceiro lugar para o túbulo distal, onde


ocorre a secreção de íons e toxinas.
• Finalmente, do túbulo distal o liquido é
esvaziado no túbulo coletor, onde a
urina já esta formada e passa para
pelve renal.

• Conforme o filtrado passa ao longo dos


diferentes segmentos tubulares, a maior
parte da água e dos eletrólitos são
reabsorvidos para o sangue, mas quase
todos os produtos finais do
metabolismo são eliminados pela urina.
GLOMÉRULO

• É UMA REDE CAPILAR QUE EMERGE DE


UMA
ARTERÍOLA AFERENTE,

• REVESTIDOS PELA CÁPSULA DE BOWMAN. (O


SANGUE É ULTRAFILTRADO PELAS PAREDES
CAPILARES DO GLOMÉRULO PARA A CÁPSULA
DE BOWMAN) .
SISTEMA TUBULAR

• O RESTANTE DO NEFRON É FORMADO POR


UMA ESTRUTURA TUBULAR, REVESTIDA POR
CÉLULAS EPITELIAIS, RESPONSÁVEIS PELA
FUNÇÃO DE REABSORÇÃO E SECREÇÃO.
Filtração Glomerular
• Dos cerca de 5 litros sangue
de
bombeados pelo coração a cada
minuto, aproximadamente 1.200 ml, ou
seja, pouco mais de 20% deste volume
flui, neste mesmo minuto, através dos
nossos rins.

(20% de 5 litros é 1 litro).


urina
alça
Túbulo contorcido proximal-
Túbulos transporta íons com gasto de
Energia. 75% do filtrado é
reabsorvido neste. Absorve
glicose, água, sódio,
proteínas de baixo peso
molecular, excreta creatinina
e digere várias drogas
(antibióticos, anestésicos,
Túbulo coletor- Absorve água
etc...)
Túbulo contorcido distal-
Absorve água, excreta H, K

Alça de Henle- absorção


de sais deixando a urina
isotônica, hipertônica ou
hipotônica
Eliminação da urina
• Cálices menores

• Cálices maiores

• Pelve

• Ureter

• Bexiga

• Uretra
Incisão
Insuficiência renal
Há dois tipos de insuficiência renal:

 Aguda

 Crônica

Vários são as causas do acometimento renal, e algumas


doenças curam sem deixar sequelas.

Independente da causa, se os rins deixarem de exercer


suas funções ocorre a insuficiencia renal, caracterizada
pelo aumento da uréia no sangue (azotemia).
A azotemia leva a um conjunto de sinais e sintomas
chamado uremia ou síndrome urêmica.
Manifestação Clínica
1. Uremia
-Náuseas, vômitos, mal estar e alteração
da consciência

2. Hipervolemia
-Edema periférico
-Hipertensão- rara
-Pulmões: Estertores e Derrame pleural

3. Avaliação Cardíaca
-Atrito pericárdico ( inflamação do
pericardio)
-Arritmias –Hipercalemia
4. Abdome
-Dor abdominal difusa, não específica

5. Sangramento
-Disfunção plaquetária ( diminuição da eritropoetina, que não
irá estimular a medula ossea a produzir hemácias.

6. Neurológico
-Confusão mental
-Convulsões
Devido o acúmulo de substâncias tóxicas.
INSUFICIÊNCIA RENAL
AGUDA
Classificação
da IRA
• Pré-renal

• Renal

• Pós-renal
Conceito da insuficiência
renal crônica
(IRC)
— Caracteriza-se por um estado de disfunção renal
persistente e irreversível, devido a um processo
patológico.

— Podendo ser lentamente progressivo ou acometido


rapidamente após uma agressão renal aguda, capaz de
deteriorar os rins
— Por ser lenta e progressiva, esta perda resulta em
processos adaptativos que, até um certo ponto,
mantêm o paciente sem sintomas da doença.

— Até que tenha perdido cerca de 50% de sua função


renal, os pacientes permanecem quase que sem
sintomas.
— Apartir daí começam a aparecer os primeiros sintomas
e sinais que nem sempre incomodam muito o
paciente.

— Como anemia leve, pressão alta, edema (inchaço) dos


olhos e pés, mudança nos hábitos de urinar (levantar
diversas vezes à noite para urinar) e do aspecto da
urina (urina muito clara, sangue na urina, etc.).
— Até que os rins estejam funcionando somente entre 10-
12% de sua função renal normal, pode-se tentar tratar
os pacientes com medicamentos e dieta.

— Quando a função renal se reduz abaixo destes valores


(10-12%), torna-se necessário o uso de outros métodos
de tratamento da insuficiência renal como a Diálise ou
o Transplante Renal.
Sinais e Sintomas mais frequentes da IRC

— Alteração na cor da urina (fica parecida com coca-


cola ou sanguinolenta)
— Dor ou ardor quando estiver urinando
— Passar a urinar toda hora
— Levantar mais de uma vez à noite para urinar
— Inchaço dos tornozelos ou ao redor dos olhos
— Dor lombar
— Pressão sangüínea elevada
— Anemia (palidez anormal)
— Fraqueza e desânimo constante
— Náuseas e vômitos freqüentes pela manhã.
Hemodiálise

Processo de filtragem e depuração do


sangue que tem por finalidade substituir
as funções renais prejudicadas por
insuficiência renal crônica ou aguda.
No dialisador, o sangue do paciente é
exposto a uma solução de diálise
(dialisato) que contem concentração do
plasma de um individuo normal.
Por difusão e ultrafiltração, as
moleculas de água, as toxinas e os
solutos presentes nas duas soluções
(sangue e dialisato) passam pela
membrana semipermeável através de
Para a realização da hemodiálise são
necessárias basicamente os seguintes
itens:
Via de acesso vascular
Equipamentos (maquina de
hemodiálise)
Agua tratada
Soluções de hemodiálise.
Dialisadores e linhas de sangue.
Fisiologia de hemodiálise
GAMBRO
VISTA FRONTAL
VISTA TRASEIRA
CUIDADOS GERAIS EM ENFERMAGEM COM
FÍSTULA ARTERIOVENOSA
(FAV)
FÍSTULA ARTERIOVENOSA

FONTE: Daugirdas, Manual de Diálise, 2008.


Fistula arteriovenosa

Indicada apenas em pacientes com IRC.


Anastomose subcutânea de uma artéria
com uma veia.
Ao longo do tempo o ramo venoso da fav
se dilata e suas paredes se espessam, o
que possibilita a inserção repetida das
agulhas de diálise.
Cada fav recebe a denominação de
acordo com o vaso ligado:
Radio cefálica
Braquicefalica
Ulnar-basilica
Braquiobasilica
Radiobasilica.
FÍSTULA ARTERIOVENOSA
(fav)
FÍSTULA ARTERIOVENOSA

A FAV ideal deve ser Rádio-Cefálica e ter as seguintes


características:

 Trajeto longo e superficial;


 Permitir vários pontos de punção;
 Permitir boa distância entre as punções;
 Economizar vasos e possíveis acessos futuros;
 Propiciar conforto para o paciente durante as
sessões de HD ( Posição, local de inserção das
agulhas e outros);
 Apresentar baixo índice de complicações.
Complicações
Fluxo baixo
Trombose: ocorre por baixo fluxo,
desidratação, hipotensão grave ou
hipercoagulação.
Isquemia da mão: mais comuns em
pacientes com circulação previamente
comprometida (idoso, diabético).
Manifesta se por dor na mão e sensação
de suor frio.
Infecções
ENFERMAGEM

A enfermagem é grande responsável pela prevenção


de complicações e preservação dos acessos
vasculares, a partir da utilização de medidas corretas,
tais como: evitar lesões adquiridas, educar os
pacientes e a equipe em manter cuidados com o
acesso vascular para evitar a falência do mesmo.
A falência do acesso vascular é a maior causa de
morbidade entre a população de pacientes com IRC
em programa de hemodiálise.
Complicações que os pacientes
podem apresentar com uma
Má diálise;falência de acesso:
Aumento da morbidade e mortalidade;
Aumento das internações;
Maior custo;
Sofrimento para o paciente;
Aumenta o cuidado da equipe;
A uremia e suas complicações.
Como posso evitar complicações
nos cuidados com a fav ?
CUIDADOS COM A FAV
Para a realização da HD é necessário:
 Um vaso sanguíneo que permita a
remoção de altos fluxos de sangue;
 Que o fluxo de sangue seja constante;
Que o vaso permita a inserção repetida de
agulhas.
Cuidados com fav antes da punção
(pré- diálise)

Estimular a higiene do membro da FAV com


água e sabão neutro ou anti- séptico;
Avaliar condições do Acesso ( Frêmito e
permeabilidade do vaso);
Inspecionar a FAV, com o objetivo de detectar
possíveis sinais de infecção: dor, rubor, calor,
edema e presença de secreção;
Selecionar os locais de punção;
cuidados com a fav durante a punção

• Prevenir estenose dos vasos,


Variar os locais da punção aneurisma, sangramento pós HD e
infecção.

• Evitar traumatismo na cicatriz


interna, evitar hematomas.
cuidados com a fav durante a punção

• Evitar a recirculação do sangue.

• Evitar agressão à pele, risco de


expulsão das agulhas durante HD e
sangramentos.
CUIDADOS COM A FAV APÓS HEMODIÁLISE

Retirar as agulhas com cuidado, Prevenir hematoma,


fazendo compressão suave com sangramento, trombose por
gaze até a hemostasia total compressão excessiva durante
a hemostasia

Fazer curativos compressivos


nos locais de punção sem Evitar trombose de FAV
garroteamento do membro da
FAV

Orientar o paciente quanto ao


cuidado com a fav Evitar a falência do acesso
Cuidados de enfermagem com a fav nova

Aguardar a maturação da FAV por Proporcionar correta cicatrização


30 a 45 dias (evitar punção cirúrgica e desenvolvimento do
prematura) acesso

Delegar um profissional com muita Reduzir risco de trombose precoce e


experiência (enfermeiro para fazer hematoma
as 1ª punções)
Cuidados de enfermagem com a fav nova

Evitar fazer múltiplas Prevenção a traumas no


tentativas endotélio

Estimular exercícios para o Acelerar a arterialização da


desenvolvimento do acesso veia
Calibre das agulhas para punção
deAGULHA
fav AGULHA AGULHA
Nº 17 Nº 16 Nº 15
• Crianças • Fístulas maduras sem • Fav de alto fluxo
• Fístulas novas complicações, pois • Fav com alta resistência
• Fístulas com veias muito oferecem um bom fluxo venosa
fina sanguíneo • Fístulas com fluxo maior
• Fluxo entre 250 e 300ml • Fluxo de 300 a 350 ml que 350 ml/min.

15 G
Fav- cuidados gerais de
enfermagem
Observar a FAV a cada diálise para detectar
possíveis problemas;

Informar imediatamente qualquer (baixo fluxo


e/ou aumento da pressão venosa)
anormalidade- o tempo é fundamental para
salvar o acesso;

Orientar o paciente para inspecionar a FAV


diariamente- redução do frêmito, dor, sinais de
infecção e informar imediatamente a unidade
Fav- cuidados gerais de enfermagem

Fugir de mecanização durante as punções;

Economizar os vasos do membro da FAV para


possíveis acessos futuros;
Fav- cuidados gerais de enfermagem

Evitar punções nos vasos principais do braço


contrário a FAV- evitar desgaste das veias
superficiais dos membros superiores;

Iniciar o tratamento para hematoma


imediatamente após o ocorrido;

Manter boa comunicação com a equipe


cirúrgica.
Considerações finais
O acesso é de vital importância para o paciente,
independente dele ser permanente ou
temporário;

A qualidade de diálise e sobrevida do paciente


na terapia, estão diretamente relacionadas a
manutenção do acesso;

Nossos pacientes dependem de nós (equipe de


enfermagem), para manterem seus acessos
vasculares;
Cálculo para UF

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