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Abordagem do Paciente
Potencialmente Grave
A medicina de emergência submete o médico a alto nível de
estresse. Habitualmente diagnósticos e condutas devem
ser tomadas de maneira rápida e guiadas apenas por im-
pressões iniciais do paciente. Essa situação é uma grande
causa de erros médicos. Uma das maneiras de tornar as
condutas na emergência mais seguras e assertivas é crian-
do protocolos mentais. Esse é exatamente o objetivo des-
sa aula. Construir um protocolo de atendimento a qualquer
paciente grave, abrangendo as principais situações que
são imediatamente ameaçadoras à vida, e que devem ser
revertidas prontamente. Mas quem é o paciente grave? A
gravidade de um paciente pode ser, a princípio, algo abso-
lutamente subjetivo e inclusive isso é contemplado como
uma das definições do paciente grave. É a chamada pre-
ocupação subjetiva com o paciente.
Existem três grandes síndromes na medicina de emergên-
cia que merecem atenção e automaticamente tornam o
paciente grave: alteração aguda do sensório, insuficiência
respiratória aguda e choque. Reparem que nós temos uma
aula específica para cada uma dessas síndromes. O objeti-
vo aqui é uma abordagem geral e sistematizada.
Não é nenhuma surpresa que essas entidades afetem os
três grandes sistemas orgânicos responsáveis pela ma-
nutenção da vida: o sistema nervoso central, o sistema res-
piratório e o sistema cardiovascular. É muito importante ter
em mente que apesar de facilitar a abordagem do paciente
grave, o diagnóstico sindrômico é suficiente apenas para o
manejo inicial. É fundamental que simultaneamente o diag-
nóstico etiológico da síndrome também seja elucidado, por
exemplo um paciente que chega em franca insuficiência
respiratória aguda e incapacidade de manter boas trocas
gasosas mesmo com uso de dispositivos não invasivos,
deve ser intubado e conectado a ventilação mecânica.
Após os cuidados iniciais, a gente precisa buscar agressi-
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vamente a etiologia da insuficiência respiratória aguda. Se
havia história de tosse e febre, o tratamento deve ser volta-
do para uma provável pneumonia grave. Se havia história
de dor torácica, o tratamento deve ser voltado para uma
possível síndrome coronariana aguda complicada com in-
suficiência cardíaca aguda e até choque cardiogênico. En-
tão, a gente conclui que para todo diagnóstico sindrômico, é
necessário estabelecer um diagnóstico etiológico precoce-
mente. No entanto, no manejo emergencial, a abordagem
sindrômica inicial é capaz de salvar a vida do paciente.
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Todas as condutas citadas daqui para frente devem ser to-
madas de maneira simultânea. Por isso, o trabalho em equi-
pe é fundamental na medicina de emergência, inclusive, se
possível, com mais um colega médico. Para todos os pa-
cientes que dão entrada em uma sala de emergência, o fa-
moso “MOV” é mandatório: monitor, oxigênio se necessário,
e veia. A monitorização é feita pelo menos com cardioscó-
pio, frequência cardíaca, aferição não invasiva da pressão
arterial, frequência respiratória, saturimetria de pulso e
temperatura, que são dados disponíveis na grande maioria
dos monitores. A oxigenoterapia deve ser estabelecida ap-
enas se necessário, habitualmente visando uma saturação
em torno de 94%, em situações como o DPOC exacerba-
do ou na Síndrome Coronariana Aguda, alvos menores de
saturação são preconizados, então estejam atentos. Dois
acessos venosos periféricos calibrosos são mandatórios,
e devem ser puncionados precocemente. Nesse momento,
também já podem ser colhidos os exames séricos. Como
segunda opção temos o acesso intraósseo, que fornece
um leito venoso não colapsável, com excelente absorção
de medicamentos. Sempre que possível devemos evitar a
punção de acesso venoso central antes da estabilização
inicial do paciente. Não podemos nunca esquecer que, jun-
to ao MOV, precisamos de uma glicemia capilar. Isso é es-
pecialmente importante em pacientes com alteração agu-
da do sensório.
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mos a abordagem do ABCDE.
O A é avaliação da via aérea, o B a avaliação da respiração
e das trocas gasosas. O C é a avaliação da circulação, ou
seja, buscaremos sinais de choque. No D é feita uma aval-
iação neurológica sumária e no E, o paciente é exposto e
examinado da cabeça aos pés em busca de lesões de pele,
cicatrizes traumáticas, entre outros. A partir de agora va-
mos destrinchar cada um desses passos, muito embora a
avaliação seja sempre simultânea.
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Na abordagem da via aérea as perguntas chave são: o pa-
ciente é capaz de proteger a via aérea? A via aérea está
pérvia, ou seja, sem obstrução? O paciente pode evoluir mal,
com obstrução ou incapacidade de proteger a via aérea?
Se o paciente consegue falar, é muito provável que ele seja
capaz de proteger a via aérea e que não haja obstrução.
Da mesma forma, se ele tem tosse efetiva, muito provavel-
mente ele é capaz de proteger a via aérea. Por outro lado,
um paciente com Escala de Coma de Glasgow menor ou
igual a 8, na maioria das vezes é incapaz de manter a pro-
teção da via aérea. E se o estado de coma não puder ser
revertido prontamente, por exemplo, com naloxone na in-
toxicação por opióide, ele deve ser intubado. Na anafilax-
ia, a presença de estridor importante, um ruído inspiratório
proveniente da glote edemaciada, é um sinal de obstrução
iminente da via aérea e indica intubação imediata. Um pa-
ciente vítima de queimaduras deve ser avaliado de perto
quanto à possibilidade de lesão térmica da via aérea, prin-
cipalmente quando ocorre queimadura da face e pelos na-
sais. Se houver rouquidão progressiva ou estridor, a intu-
bação já pode ser indicada preventivamente.
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Percebam que pacientes em choque e em acidose láti-
ca ou de outras etiologias, também merecem atenção na
letra B. É preciso lembrar que habitualmente eles desen-
volvem uma taquipneia compensatória. Esse padrão, por
tempo prolongado pode levar a fadiga da musculatura res-
piratória culminado em hipoventilação e queda abrupta do
pH sérico, causando parada cardiorrespiratória. Isso deve
ser previsto. Pacientes com choque ou acidose grave, pre-
cisam ser intubados e conectados à ventilação mecânica.
É preciso lembrar ainda que, no contexto da insuficiência
respiratória aguda e do choque, a musculatura respiratória
pode ser responsável por grande parcela da extração do ox-
igênio arterial, tornando importante o controle do esforço
respiratório para diminuir o consumo corporal de oxigênio.
Precisamos também dar muita atenção ao uso da muscu-
latura acessória. Inicialmente ocorre tiragem subdiafrag-
amática, intercostal e de fúrcula. Quando ocorre fadiga des-
sa musculatura acessória torácica, sobrevém a respiração
paradoxal abdominal. É um sinal de parada respiratória im-
inente, e indica intubação imediata.
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micro-hemodinâmica” sejam consultadas. As três princi-
pais janelas são: O sistema nervoso central, que é extrema-
mente suscetível a hipoperfusão, então alterações do
sensório e confusão mental devem ser valorizadas. Tempo
de reenchimento capilar maior que 4,5 segundos, pele fria,
presença de livedo reticular em membro inferior e redução
da diurese para menos de 0,5 ml por quilo por hora. Alter-
ações desses parâmetros além de nos permitir inferir que
há hipoperfusão orgânica e choque, são preditores de mor-
talidade e hiperlactatemia. Então, seguindo, eu gostaria
que vocês conhecessem também o índice de choque, que
é uma relação de variáveis da macro-hemodinâmica, dada
pela frequência cardíaca dividida pela pressão arterial sis-
tólica. Esse simples cálculo, que pode ser realizado a beira
leito, se mostrou um poderoso preditor de mortalidade e
hiperlactatemia quando o valor é maior que 1 (um).
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clusão de meningite bacteriana. A avaliação pupilar é feita
rapidamente na emergência, e é de extrema importância
no paciente com rebaixamento do sensório. Reflexo pupi-
lar alterado é forte indício de lesão estrutural, uma vez que
é uma via resistente a insultos metabólicos. A anisocoria,
por exemplo, pode ser, no contexto clínico adequado, um
sinal ominoso de herniação cerebral.
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os dados referentes a paradas cardiorrespiratórias, 70%
das PCRs extra-hospitalares acontecem em casa, sendo
que aproximadamente metade destas não é presenciada. A
ressuscitação cardiopulmonar de alta qualidade associada
ao uso do desfibrilador externo automático (DEA) aumenta
em 2 a 3x a chance de sobrevida da vítima. Por isso é tão
importante capacitar o máximo de pessoas, pois assim, é
possível reduzir o número de mortes por PCR.
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lesado pode provocar o surgimento de um ritmo cardíaco
anormal, levando a uma PCR.
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socorrista. Posto isso, seguiremos para o atendimento à
vítima.
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imização das interrupções em até 10 segundos, isso porque
quando interrompem- se as compressões, o fluxo sanguí-
neo para os demais tecidos é cessado abruptamente e múl-
tiplas compressões são necessárias para atingir níveis ad-
equados novamente. As compressões devem ser sempre
realizadas sobre uma superfície rígida. Devem-se realizar
as compressões e ventilações numa relação de 30 para 2:
30 compressões e 2 ventilações. As ventilações devem du-
rar cerca de 1 segundo cada com intervalo de 1 segundo
entre elas, para verificar sua eficácia é necessário observar
a elevação do tórax. E cuidado com a ventilação excessi-
va. Vale destacar aqui que o ar que inspiramos tem 21%
de oxigênio, enquanto o ar que exalamos apresenta con-
centração de 17%, por isso, a ventilação consegue garantir
uma quantidade mínima de 02 para a vítima. Vamos ver
agora como administrar cada uma das manobras de forma
correta.
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Passaremos agora para o nosso terceiro passo, o uso
correto do DEA e a desfibrilação precoce. Primeiro é pre-
ciso conhecer o aparelho, o DEA, Desfibrilador Externo
Automático, é um dispositivo portátil projetado para ser
usado por qualquer pessoa nos casos de PCR extra-hos-
pitalar. Existem diversos modelos de DEA, mas todos eles
possuem pás auto-colantes com eletrodos que devem ser
aplicados na pele nua da vítima, como a gente pode ver
aqui nessas imagens. Através dessas pás o dispositivo
é capaz de identificar o ritmo cardíaco e indicar ou não a
desfibrilação, além disso, as pás também administram o
choque. Bom, e como isso ajuda a nossa vítima? (CLICAR)
Vocês se lembram dos 4 ritmos de parada, ne: fibrilação
ventricular, taquicardia ventricular sem pulso, assistolia e
atividade elétrica sem pulso. O choque é o tratamento para
PCR por fibrilação ventricular e por taquicardia ventricular
sem pulso. Isso porque o choque é capaz de interromper
estes ritmos patológicos e permite que o coração reesta-
beleça um ritmo cardíaco fisiológico. (CLICAR) Chamo aqui
a atenção de vocês para um fato importante, quanto mais
próximo da última compressão for administrado o choque,
maior sua taxa de sucesso em reestabelecer uma restau-
ração circulatória espontânea. Devemos, também, admin-
istrar compressões após o choque, pois elas contribuem
para que o músculo cardíaco reaja ao ritmo cardíaco or-
ganizado corretamente. O DEA é muito importante para o
atendimento de vítimas de PCR, inclusive, algumas cidades
no Brasil já possuem legislação vigente sobre a obrigatorie-
dade da sua presença em determinados locais de grande
circulação, confira as leis da sua cidade.
Vamos aprender agora como usar o DEA. Ele deve ser usa-
do tão logo quanto possível para aumentar a chance de so-
brevida da vítima. Caso sejam dois ou mais socorristas, um
deles opera o DEA enquanto o outro continua as manobras
de RCP, se você estiver sozinho, pare as manobras e dê
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prioridade ao uso do DEA. Bom, a primeira coisa que deve
ser feita quando estiver em posse do dispositivo é liga-lo,
pode parecer bobagem, mas muitas vezes as pessoas se
esquecem desta etapa. Assim que o DEA estiver ligado ele
vai te orientar quais serão os próximos passos, seja por
estímulo visual e sonoro ou dando comandos. Alguns dis-
positivos podem solicitar que as pás sejam conectadas,
enquanto em outros as pás já vêm acopladas. Depois de
ligado, o aparelho vai orientar a colar as pás sobre a pele
nua do paciente, conforme os desenhos nas mesmas, uma
na região infra mamária esquerda e outra na região subcla-
vicular direita. As pás também podem ser coladas uma na
parte anterior do tórax à esquerda e outra no dorso, também
a esquerda, esse posicionamento é utilizado, por exemp-
lo, em pacientes que possuem marcapasso na região infr-
aclavicular direita; para pacientes com adesivos que con-
tenham medicação, não é preciso modificar a posição das
pás, apenas retire o adesivo, seque o local e aplique a pá.
Caso seja uma pessoa com muitos pelos no tórax pode ser
necessário raspar ou depilar o local de aplicação das pás
para que elas se colem adequadamente, a depilação pode
ser feita utilizando o jogo de pás extras que acompanham o
DEA ou, quando disponível, a raspagem com um barbeador.
A seguir, o dispositivo deve fazer a análise do ritmo cardía-
co para indicar ou não o choque, neste momento devemos
nos certificar que ninguém está em contato com o paciente
para evitar interferências elétricas. Caso seja identificado
um ritmo não chocável, o DEA indica o retorno da RCP. Já
em um ritmo chocável o dispositivo carregará o choque,
neste intervalo, fazer compressões traz algum benefício.
Quando o choque estiver carregado é importante que o so-
corrista certifique-se que ninguém está em contato com a
vítima antes de administrar o choque, pois a sua energia
pode atingir outra pessoa em contato com a vítima e até
levar a uma PCR. Conte em voz alta antes de administrar o
choque: 3, 2, 1 e pressione o botão de choque com segu-
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rança. A seguir, reinicie as compressões cardíacas. A cada
2 minutos o DEA fará nova análise de ritmo e pode indicar
ou não o choque. Devemos nos atentar para casos em que
a vítima esteja em contato com grande volume de água ou
com o tórax encharcado, nestas situações devemos retirar
a pessoa de dentro da água e secar rapidamente o tórax
antes de colar as pás. Você não pode utilizar pás pediátri-
cas em adultos, mas o contrário pode ser feito caso as pás
pediátricas estejam indisponíveis. Os passos 4 e 5 do aten-
dimento à vítima em PCR serão feitos pelo suporte avança-
do de vida e equipe multidisciplinar na unidade coronaria-
na.
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SME e buscar o DEA. Claro que essa diferença só existe
se o socorrista estiver sozinho e impossibilitado de fazer o
acionamento pelo celular.
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a diferença na profundidade em se tratando de crianças e
lactentes. As compressões devem ser iniciadas até 10s de-
pois da identificação da parada, com uma frequência de
100 a 120 compressões por minuto, em uma profundidade
de 5 cm para crianças e 4 cm para lactentes, sempre per-
mitindo o retorno completo do tórax. Objetiva-se minimizar
as interrupções das compressões para até 10s e sempre
utilizar uma superfície rígida. Estão em destaque também
as ventilações, devido à sua importância neste cenário. Uti-
lizaremos uma razão de 30 compressões para 2 ventilações
quando em uma RCP com um socorrista e 15 compressões
para 2 ventilações em RCP com 2 ou mais socorristas para
crianças e lactentes. As ventilações devem ter duração de
1 segundo e elevar o tórax, sempre com cautela para não
realizar ventilação excessiva. Assim como no adulto uti-
lizaremos as manobras de abertura de via aérea, como a
elevação do queixo e a anteriorização da mandíbula. No en-
tanto, devemos ter cautela com os lactentes, tendo em vis-
ta que a extensão exagerada pode causar uma obstrução
da via aérea. Caso não haja dispositivo de barreira, deve-se
realizar a respiração boca a boca vedando o nariz ou boca
a boca nariz a depender do tamanho da criança.
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choque, quando recomendado, e reiniciar as compressões
logo após o choque ou a não indicação do choque pelo
DEA. Para lactentes recomenda-se o uso de desfibrilador
manual.
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o socorrista deve ajoelhar-se para fazer sua base de apoio
e comprimir o local na altura certa. Em caso de gestantes
e pessoas obesas, as compressões devem ser feitas de
forma similar, só que, desta vez, posicionando as mãos no
centro do tórax da vítima. Já na desobstrução de lactentes,
o socorrista deve ficar assentado ou ajoelhado, e deve se-
gurar a criança virada de barriga para baixo, apoiando seu
corpo no antebraço e a cabeça na mão, tomando cuidado
para manter a cabeça estável e via aérea livre. O antebraço
é apoiado sobre a coxa ou colo, mantendo a cabeça do
bebê mais baixa do que o tórax. Com a outra mão, o socor-
rista administra 5 pancadas firmes na região interescapu-
lar, utilizando a base da mão, região tenar e hipotenar. Com
a mão livre, o socorrista coloca a mão na face posterior da
cabeça do lactente e apoia o seu corpo sobre o antebraço.
Nesta posição gira o corpo do bebê para posicioná-lo so-
bre o antebraço em contato com o dorso, apoiado também
na coxa ou colo, sempre com a cabeça mais baixa do que
o tórax, mas dessa vez em decúbito dorsal. Assim, o so-
corrista administra 5 compressões torácicas e repete a se-
quência até que o lactente elimine o objeto ou pare de re-
sponder. Se a vítima, de qualquer idade, parar de responder,
inicie o protocolo de atendimento à PCR imediatamente. E
uma informação importante, não se deve tentar tirar o ob-
jeto da boca da vítima se ele não puder ser visualizado, se
durante as manobras você visualizar o objeto e conseguir
alcançá-lo sem empurrá-lo para dentro, você pode tentar
removê- lo. Sempre após uma manobra de desobstrução
a vítima deve ser levada ao hospital para ver se não houve
lesões durante o processo.
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Primeiro, precisamos dividir nossos pacientes em dois gru-
pos: os pacientes que chegam conscientes e aqueles in-
conscientes.. Vamos ver primeiro o fluxo do atendimento
inicial de um paciente inconsciente... que é feito pela aval-
iação do suporte básico de vida...
A primeira coisa a se fazer quando nos deparamos com um
paciente que teve um colapso e encontra-se inconsciente,
é checar sua responsividade, de forma tátil e verbal, ou
seja, tocando os ombros e chamando. Paciente irresponsi-
vo, o próximo passo é chamar a emergência. Dentro de um
hospital podemos ativar o código azul, indicando possível
parada cardiorrespiratória, e chamar a equipe de emergên-
cia... ou pedir o carrinho de parada.
O terceiro passo consiste em identificar propriamente se
o paciente encontra-se em uma parada cardiorrespiratória.
Vamos checar o pulso carotídeo e simultaneamente a res-
piração, observando a elevação do tórax. A checagem do
pulso deve demorar no mínimo 5 segundo, mas não mais
que 10 segundos.
Quanto à respiração, é importante lembrarmos da res-
piração agônica, ou gasping. Pacientes podem apresentar
esse tipo de respiração logo após a PCR. Nela, o paciente
apresenta movimentos agônicos que não devem ser con-
fundidos com uma respiração normal.
Gente, gasping é uma respiração anormal e indica PCR.
Então, paciente não responde, não respira, e não tem pul-
so... esse paciente está em uma parada cardiorrespiratória,
e devemos iniciar imediatamente a RCP com compressões
de alta qualidade.
E o que são compressões de alta qualidade? Segue o próx-
imo vídeo que a gente te explica e demonstra como real-
izá-las!
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Compressões de Alta Qualidade
Primeiro vamos nos lembrar como nos posicionar. A abor-
dagem sempre deve ser feita pela lateral do paciente. Vale
lembrar que o paciente deve estar em uma superfície rígida
e em decúbito dorsal.
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Avaliação Primária (ABCDE)
Agora abordaremos o segundo fluxograma, aquele em que
nos deparamos com um paciente consciente. Nele, utiliza-
remos a avaliação primária, indicada pelo mnemônico AB-
CDE, como avaliação inicial.
Você vai perceber que o simulador segue o raciocínio do
ABCDE:
A – Via aérea pérvia.. no paciente desacordado é aqui
que vai ter as opções de checar responsividade, pulso e
respiração..
B- Respiração.. aqui tem o exame pulmonar do paciente
C – de circulação.. tudo relacionado ao coração e vascular
tá aqui! iniciar RCP, acesso venoso, monitorização cardía-
ca...
D – de disfunção neurológica,
E - e por fim, a exposição do paciente, relacionado a con-
trole de temperatura etc…
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Soco Precordial
Primeiramente é importante falar que o soco precordial não
foi bem estudado no cenário da parada cardiorrespiratória!
Em estudos prospectivos observacionais de pacientes em
parada cardiorrespiratória (PCR) extra-hospitalar, o soco
precordial foi associado a maiores índices de retorno de
circulação espontânea quando aplicado em vítimas de PCR
presenciados, predominantemente quando o ritmo inicial
era assistolia. Em contexto de ritmo chocáveis ou atividade
elétrica sem pulso (AESP), o soco precordial não pareceu
ter efeito positivo e nem negativo.
Algumas séries de caso demonstraram que o soco precor-
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dial pode ajudar na conversão de ritmos, mas outros dados
controversos nos trouxeram resultados contrários a isso!
Com piora da frequência cardíaca de taquicardias ventricu-
lares e até mesmo degeneração para fibrilação ventricular!
Então, qual a recomendação da American Heart Associa-
tion?
O soco precordial pode ser considerado para vítimas que
estejam monitoradas e que evoluam para Taquicardia Ven-
tricular instável, sem ter um desfibrilador disponível no
momento. As evidências atuais são insuficientes para re-
alizarmos uma recomendação a favor ou contra o uso do
soco precordial em vítimas de PCR presenciada quando o
ritmo é assistolia.
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pele.
.Na ausculta cardíaca: bulha acessória B3 por sobrecarga
de volume, ausculta em galope por aumento da frequência
cardíaca, bulhas abafadas e/ou hipofonéticas e bradicar-
dia.
.Na ausculta pulmonar: estertores ou crepitações pul-
monares bilateralmente.
5. Sinais de choque: como exemplo, pode-se citar presença
de confusão mental, prostração, agitação excessiva, hipo-
tensão, taquicardia, alteração respiratória e tempo de en-
chimento capilar lentificado.
Não existe critério maior ou critério menor para os critérios
de instabilidade que acabamos de citar. Basta o paciente
ter um desses cinco critérios que citamos para considerar
o paciente instável hemodinamicamente.
Para finalizar, é importante ressaltar que a pressão arterial
não deve ser avaliada isoladamente e não deve ser con-
siderada como pré-requisito para determinar se o paciente
está estável ou instável hemodinamicamente. Pressão ar-
terial sistólica acima de 90mmHg não exclui instabilidade
hemodinâmica, sendo necessários avaliar os demais critéri-
os.
Instabilidade Hemodinâmica
Pessoal, nessa aula temos que nos atentar para o rápido
reconhecimento de instabilidade hemodinâmica no pa-
ciente que se apresenta na emergência consciente! Então
vamos relembrar agora rapidamente o que indica que o pa-
ciente tem instabilidade hemodinâmica!
• Alteração do estado neurológico;
• Hipotensão, representada por uma pressão sistólica
menor que 90 mmHg ou pela pressão arterial média
menor ou igual a 65 mmHg.
• Presença de dor torácica típica;
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• Presença de sinais de insuficiência cardíaca descompen-
sada;
• Presença de sinais de choque.
Se o paciente apresentar qualquer um desses achados, a
gente considera um paciente hemodinamicamente
instável!
Desfibrilador / Cardioversor
monofásico e bifásico
O objetivo dessa aula é aprender a identificar os aparel-
hos, os desfibriladores, os cardioversores monofásicos
e bifásicos e entender as diferenças entre eles e qual a
carga, qual os joules, recomendados para cada situação.
Antes de começarmos a falar dos aparelhos propriamente
ditos, tenha em mente: você tem a obrigação de conhecer
o aparelho que você vai lidar no dia a dia e deverá apren-
der a manuseá-lo em um momento tranquilo, ou seja, sem
estar em um atendimento de urgência ou emergência. A
parte que diz que, se você desconhece o aparelho que está
manuseando, dê, por exemplo, sempre a desfibrilação com
carga máxima, é inaceitável na prática. Deixa eu fazer uma
analogia aqui só para ilustrarmos o que eu acabei de falar.
Para isto, peço que imagine um cenário de guerra, você
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foi convocado e não conhece seu armamento, apenas no
momento exato de se defender te entregam sua arma, a
chance de você ter problemas é muito grande. Nesse caso
você deveria se familiarizar com a sua arma no momento
de preparação. Aí eu te falo, com o desfibrilador ou com
o cardioversor, não é diferente. Então, lembre-se: sempre
conheça bem tudo que você tem disponível de equipamen-
to e siga as recomendações dos fabricantes.
Mas vamos lá, para e pensa aqui: qual é a diferença de um
desfibrilador monofásico para um desfibrilador bifásico?
Você sabe? Pessoal, o próprio nome já nos remete a im-
aginação. Concorda? MONOfásico, “mono” faz referência
a UM. BIfásico, “bi” faz referência a DOIS. Ou seja, fazem
referência a quantas vezes a corrente passa pelo coração
após administrada uma descarga elétrica. Ok? Vamos sim-
plificar, imagine o posicionamento habitual das pás, uma pá
está posicionada na linha axilar em baixo da mama esquer-
da e a outra pá logo abaixo da clavícula direita. Uma pá tem
polaridade positiva e a outra pá polaridade negativa. Sabe-
mos da física que os opostos se atraem. Então, quando dis-
paramos uma descarga, a corrente de uma pá percorre o
tórax indo até a pá contralateral. Até aqui ok? Ótimo. Lem-
bra que mono faz referência a um e bi faz referência a dois?
Pois bem, no aparelho monofásico as pás apenas trocam
de carga e a carga que iniciou na pá esquerda vai “morrer”
na pá direita e vice e versa, ou seja, a corrente passou pelo
tórax, pelo coração, uma única vez, daí o nome MONOfási-
co. Entendeu? Por outro lado, gente, se estamos diante de
um aparelho bifásico, sua corrente funciona como um “bu-
merangue”, ou seja, a corrente vai, mas a corrente volta.
A carga que sai da pá direita percorre o tórax e chega a
pá esquerda, mas não “morre” lá e faz o caminho de volta
retornando a pá de origem. Isto funciona tanto com a pá
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direita quanto com a pá esquerda e, obviamente, a corrente
elétrica que passa duas vezes pelo mesmo local tem mais
chance de efetividade do que a que passa uma única vez.
Quem tenta duas vezes, tem mais chance de êxito do que
quem tenta apenas uma vez e quem passa duas vezes e
tem chance de resolver na ida e na volta, tem a opção de
usar uma energia menor, ou seja, no caso de uma descar-
ga elétrica uma carga, joules, menores. Portanto, aparelhos
bifásicos são mais efetivos e mais modernos do que apa-
relhos monofásicos. A tendência é encontrarmos cada vez
menos aparelhos monofásicos disponíveis no mercado.
E para sabermos se o aparelho é monofásico ou bifásico,
basta procurarmos o escrito com as respectivas palavras
que deve estar presente, mais comumente, na parte anteri-
or do desfibrilador, ou seja, na “cara” do desfibrilador.
Volta aqui então, agora vamos ver, qual carga, quantos
joules, escolher para cada tipo de aparelho? Pensa, quan-
to de carga, quantos joules, está indicado para cada situ-
ação? Antes de mais nada, pense, quando falamos em car-
ga máxima, SEMPRE estamos falando da carga máxima do
aparelho.
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guma alteração cardíaca compatível, mas erramos quando
pensamos que desfibrilação e CVE sincronizada são ações
similares.
Temos que entender que os nomes são diferentes, pois
tratam de ações diferentes para problemas diferentes. Isso
tudo apesar do manuseio do aparelho para administrarmos
uma carga ser igual nas duas ações. Tanto no que diz re-
speito à forma de selecionar a carga quanto na forma de
carregar a carga e disparar o choque propriamente dito. Ap-
enas a ação de sincronizar, ou seja, apertar o botão SINC é
que determina se aplicaremos ou não uma CVE sincroniza-
da ou uma desfibrilação.
Então, vamos lá! Primeiro ponto: quando administramos
uma descarga elétrica no tórax do paciente, temos um ob-
jetivo comum. Resetar o coração, ou seja, cessar os mov-
imentos mesmo que por um curto período de tempo para
dar a chance do miocárdio retomar os batimentos cardía-
cos normais. Quando nós falamos em desfibrilação, o que
vem na cabeça é “estou tratando um ritmo de parada cardi-
orrespiratória (PCR) chocável, desfibrilável, logo um ritmo
de PCR que é uma fibrilação ventricular, a FV, ou então uma
taquicardia ventricular sem pulso, a famosa tv sem pulso”.
Menos comumente, mas também importante tratamos
também com a desfibrilação a TV polimórfica, mesmo que
nessa o paciente se encontre com o pulso presente. Como
o próprio nome sugere, polimórfica significa várias morfo-
logias do QRS, então o QRS muda o tempo todo, não sendo
possível que o aparelho sincronize para disparar o choque.
Na FV, o ventrículo se encontra numa frequência de mov-
imento maluca, para lá de 300, 400 bpm que, na verdade,
não são batimentos normais, mas sim, movimentos por
minuto. E, portanto, o coração não consegue manter sua
função fisiológica de diástole e sístole mantendo-se, por
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exemplo, em movimentos anárquicos, fibrilando, tremen-
do. Em resumo, se o coração não apresenta diástole nem
sístole, significa que também não apresenta QRS ou onda t
no monitor. Então, não importa qual o momento que o cho-
que será aplicado, pois todos os momentos serão iguais.
Já no caso da TV sem pulso, apesar de haver QRS, não ex-
iste batimento efetivo.
Por outro lado, uma CVE sincronizada deve ser adminis-
trada sempre que o paciente estiver em uma taquicardia
instável, portanto, vivo, ou seja, com pulso presente. Nós
não podemos confundir instabilidade com PCR. Sendo as-
sim, não podemos desfibrilar um paciente que apresenta
despolarização e repolarização ventricular, o que é, respec-
tivamente, no ECG as ondas QRS e t.
O pensamento tem que ser automático, uma desfibrilar um
paciente instável é assumir um grande risco da descarga
elétrica cair no momento da repolarização ventricular, ou
seja, no momento de maior vulnerabilidade cardíaca o que
levaria o paciente a uma fibrilação ventricular. Então, o pa-
ciente que estava grave, instável, mas vivo, degeneraria
para um ritmo de PCR, agravando muito o quadro. O ato
de sincronizar é feito justamente para minimizar a chance
de o paciente degenerar para uma FV. Lembra como citei
agora pouco que o momento mais vulnerável do coração
é o momento da repolarização ventricular e, portanto, da
onda t? Pois bem, com a sincronização fazemos com que o
choque caia na despolarização ventricular, ou seja, no com-
plexo QRS e mais precisamente em cima da onda R, evitan-
do assim o momento mais vulnerável que seria a onda t.
Só a título de curiosidade: você acha que sempre que re-
alizarmos um CVE sincronizada num paciente, nós isentar-
emos por completo a chance de ele degenerar para FV? Cla-
ro que não. Nós minimizaremos o risco, mas não isentando.
32
Agora pensa o contrário aqui comigo. Se um paciente vivo
em taquicardia instável for desfibrilado e não cardiovertido
eletricamente, ele degenera para o ritmo de PCR por exem-
plo o ritmo de FV obrigatoriamente? Claro que não. Você
poderia dar a imensa sorte de o choque cair bem em cima
da despolarização ventricular. Bem em cima da onda R e
o paciente não evoluiria para uma FV. Obviamente se isso
acontecesse, seria um crime, pois o risco de matarmos o
paciente é muito grande e nesses casos esse risco seria
completamente criado pelo profissional que estaria con-
duzindo aquele atendimento.
Resumo:
Desfibrilação: para quando não importa em qual momento
o choque vai ser administrado porque o paciente já está
parado ou não tem como sincronizar o choque. É indicada
nas situações de FV ou TV sem pulso e se o paciente esti-
ver vivo, apenas na TV polimórfica.
CVE sincronizada: para quando o choque obrigatoriamente
tem que ser administrado no momento da despolarização
ventricular. Sincronização é sincronizar com a onda R. A
CVE sincronizada é indicada sempre que estiver em uma
taquicardia instável. Lembrando que para dizermos que o
paciente está instável, ele tem que estar, portanto, com pul-
so. As duas únicas taquicardias instáveis que o tratamento
não será a CVE sincronizada são taquicardia sinusal, que
nesse caso deve-se tratar a causa básica, e a outra situ-
ação é a que já citamos: os casos de TV polimórfica que
tratamos com desfibrilação.
33
DEA x Desfibrilador Manual
No Suporte Básico de Vida aprendemos a utilizar uma fer-
ramenta muito importante no atendimento de uma PCR: o
DEA, ou Desfibrilador Externo Automático. No curso avança-
do de vida cardiovascular, vamos utilizar o desfibrilador
manual. As próximas aulas serão pra ressaltar o manuseio
desse importante elo do atendimento. Mas você sabe qual
a diferença entre um DEA e um desfibrilador manual? E o
que eles têm em comum?
Bom, gente, tanto o DEA quanto o desfibrilador manual têm
a função em comum de provocar um reset no coração.
Mas eles se diferem quanto ao diagnóstico do ritmo de
parada e à função de cardioversão elétrica sincronizada,
presente apenas no desfibrilador manual.
34
Como manusear o
desfibrilador-cardioversor
Vamos fazer um vídeo demonstrativo para lembrar de como
manusear um desfibrilador ou um cardioversor na emergên-
cia, lembrando que é nosso dever conhecer os aparelhos
disponíveis no nosso serviço em um momento de calma e
tranquilidade, não é adequado manusear pela primeira vez
um aparelho desses durante um atendimento a uma PCR.
Não estamos adotando nenhuma marca de desfibrilador ou
de cardioversor, beleza? Bom, estamos vendo um aparelho
em que as pás estão posicionadas sobre o aparelho e um
outro no qual as pás estão na lateral, isso vai variar de fabri-
cante para fabricante. O importante vai ser conhecer quais
são as funções que vamos utilizar durante a emergência,
uma vez que são inúmeras as funções quando falamos de
configuração. É importante lembrar que não mexemos em
configurações durante a emergência, deixamos para alter-
ar isso durante o momento de tranquilidade.
35
ca sincronizada e apertar o botão “SINC” devemos conferir
se foi acionado o objetivo e a função primordial dele. Out-
ra coisa importante é que saibamos aumentar o ganho, ou
seja, aumentar o zoom. Temos que saber como aumentar
o ganho para poder visualizar melhor o traçado no moni-
tor, além disso não podemos nos esquecer de saber como
trocar as derivações. Quando escolhemos monitorizar um
paciente de forma contínua, escolhemos a derivação DII,
que é a derivação onde visualizamos melhor a função atrial
e a sístole atrial, portanto a presença da onda P e suas mor-
fologias, mas também possuímos outras derivações que
podem ser escolhidas durante certos cenários para confir-
marmos, por exemplo, a presença ou não de assistolia no
famoso protocolo da cagada.
Outra coisa muito importante é saber passar o marcapas-
so transcutâneo nos aparelhos que possuem essa função,
lembrando que não são todos os dispositivos que pos-
suem essa possibilidade. Vamos ter uma aula específica
para aprendermos detalhadamente como manusear aque-
le aparelho que possui essa função.
Então vamos lá, pessoal, vamos pegar esse aparelho cin-
za como referência. Nós falamos que a primeira coisa
que devemos fazer com aparelho é ligá-lo. Nós temos que
saber ligar o aparelho em duas possíveis formas de moni-
torização, são elas: monitorização por eletrodos, que será
quando utilizaremos o aparelho para monitorização propri-
amente dita do ritmo cardíaco daquele paciente, e temos
que saber ligar o aparelho já com uma carga selecionada
para situações, por exemplo, em que devemos monitorizar
um paciente durante uma PCR. A primeira monitorização
de um paciente durante uma PCR deve ser realizada da for-
ma mais rápida possível e, para isso, temos as pás. Então
vamos aprender a ligar o aparelho quando ele está sendo
36
monitorizado pelos eletrodos ou pelas pás.
No caso deste aparelho branco em questão vocês estão
vendo aqui que temos uma rodela e essa rodela é onde a
gente vai selecionar as variadas funções do aparelho que
a gente vai utilizar. Um ponto importante que eu estava es-
quecendo de falar: devemos identificar se estamos lidando
com um aparelho monofásico ou bifásico.
37
aqui comigo. O gel tem duas funções importantes: primei-
ra de evitar queimadura no tórax do paciente e a outra que
é melhorar a condução da carga elétrica. Portanto, nunca
esqueça de passar gel em ambas as pás antes de aplicar o
choque. Ok? Não esfregue uma pá na outra, passe as pás,
rapidamente, no tórax do paciente se quiser espalhar o gel
pela superfície de contato.
Um outro ponto muito importante pessoal e que influencia
diretamente no êxito ou não da aplicação da descarga elétri-
ca é a força que devemos fazer, apertando as pás contra o
tórax, contra o corpo do paciente. Para termos uma melhor
condução do choque é necessário fazermos uma força que
simula um peso que pode ir de 8 a 12, 13 quilos. Portanto,
comprima, faça força com as pás no tórax do paciente.
38
é que determina qual lado do algoritmo seguir. Então a
primeira pergunta que fazemos é: o ritmo é chocável ou
não chocável? Dos 4 ritmos de PCR que temos, dois se en-
caixam na categoria de ritmos chocáveis que são FV e TV
sem pulso e dois na categoria de ritmos não chocáveis que
são assistolia e AESP.
39
tiver apresentando sinal claro de vida, só checando o pulso.
Por isto, no caso de PCR, estamos nos referindo a uma TV
sem pulso. A TV pode ainda encontrar-se de duas manei-
ras: TV monomórfica e TV polimórfica. Qual é a diferença
entre elas? É simples, como o próprio nome sugere, MONO
faz menção a UM e POLI faz menção a VÁRIOS e o “mórfi-
ca” faz menção a que? A morfologia do traçado, ou seja,
monomórfica traçado que apresenta apenas uma morfolo-
gia, em outras palavras, todas as ondas e complexos são
iguais. Já polimórfica, faz menção a vários, significa que
o traçado é todo diferente, tendo vários traços diferentes,
seja em amplitude, formato... se nós formos fazer uma
associação, o poli é “bagunçado”, já o mono é “bonitinho”.
Aqui é importante citar rapidamente, que a TV polimórfica,
ao contrário da TV monomórfica, o paciente nunca se apre-
senta estável hemodinamicamente. Nos referimos a TV
poli como um ritmo de PCR ou então um ritmo de pré PCR.
Devemos tratá-la então, imediatamente com desfibrilação
e continuidade do protocolo se o paciente estiver em PCR.
A única coisa que vemos é QRS e olha como eles estão!
Largos!
40
diagnosticar uma Assistolia”, eu sugiro que veja esse vídeo,
pois nele falamos de todos os tipos de monitorização para
diagnosticarmos assistolia. CAGADA significa CA de cabo;
GA de ganho, que é a amplitude, que vulgo, dar o zoom, e
DA de derivações. Beleza? Então pessoal, antes de afirmar-
mos que uma linha reta é uma assistolia, faça o protocolo
da CAGADA, se conferido o protocolo da CAGADA e man-
tido linha reta, aí sim damos o diagnóstico de assistolia.
Agora eu te pergunto: tem algum senso checarmos o pul-
so de um paciente que está com uma possível assistolia?
Então, só devemos fazer a CAGADA e ponto. Ou seja, se o
paciente está mesmo com uma linha reta no monitor, não
tem a menor chance dele ter pulso presente.
41
pois tem-se a presença de ritmo no monitor, mas não temos
uma captura mecânica, porque o paciente encontra-se sem
pulso. E AESP é qualquer ritmo organizado, com exceção
das TVs, mas que o pulso esteja ausente. Pode ser AESP
um ritmo de FA por exemplo? Pode... AESP pode ser um rit-
mo de BAVT? Pode... AESP pode ser um ritmo TSV? Pode...
AESP pode ser um ritmo de sinusal regular? Pode... ou seja,
AESP pode ser qualquer ritmo organizado no monitor, mas
que não tenha pulso, com exceção das TVs.
42
dois ritmos são Fibrilação Ventricular, que chamamos de
FV e a Taquicardia Ventricular Sem Pulso, que chamamos
de TV sem pulso.
43
compressões cardíacas.
Então, vamos lá, compressões cardíacas de alta qualidade
englobam:
Frequência entre 100 e 120 compressões por minuto
Profundidade de 5 a 6 cm
Retorno total do tórax após cada compressão
Máximo de 10 segundos sem compressões cardíacas
Em resumo: Comprima rápido e forte. Deixe o tórax retor-
nar para a posição neutra após cada compressão cardíaca
e tente não parar de comprimir por mais de 10 segundos.
Eu tenho certeza que você não esqueceu que RCP significa
ressuscitação CARDIOPULMONAR, nós falamos até agora
das compressões cardíacas, mas para virar RCP propria-
mente dita, falta falarmos das ventilações.
44
mos este paciente, um adulto médio, precisamos de cerca
de 500 a 600 mL de ar, o que, normalmente equivale, cer-
ca de metade da bolsa da maioria dos AMBUs. Mas como
que na prática você vai ter certeza do peso do paciente?
É empírico! Então, voltamos mais uma vez no ponto que
realmente indica se nossa ventilação está sendo efetiva ou
não: expansibilidade torácica. Independente de quanto da
bolsa você apertou ou quanto de ar você expirou em uma
ventilação boca-a-boca, se o tórax elevou, significa que a
sua ventilação está OK. Assim fica mais tranquilo, indepen-
dente do peso ou do tamanho do paciente, você vai oferecer
oxigênio, até o momento em que perceber expansibilidade
torácica. Expandiu o tórax? Significa que você ofertou um
volume de ar necessário, adequado. Pare por aí.
Vamos citar rapidamente outros pontos diretamente liga-
dos a uma boa ventilação:
De cara, nós não podemos esquecer que antes de venti-
larmos o paciente, devemos abrir bem a sua via aérea, ou
seja “jogar bem a cabeça para trás”. Mas pessoal, aqui é
óbvio, que estamos falando de pacientes sem suspeita de
trauma cervical. Para pacientes com suspeita de trauma
cervical, existe outra manobra, que depois vamos ver no
vídeo de abertura das vias aéreas. Voltando aqui, é impor-
tante também tomar cuidado para você não pegar na parte
mole do paciente, lembre-se que para abrir a via, temos que
pegar na parte óssea do paciente. Isso evita que a língua
do paciente obstrua a passagem de ar;
45
força ou pressão positiva exacerbada, tem que ser um mov-
imento, uma ventilação, o mais natural possível. Tem gente
que para ventilar boca-a-boca ou utilizando uma máscara
facial faz até valsava, fica com o rosto toda vermelho por
causa da força da expiração ou então até fica tonto. Não
dá ne?! Lembra que respirar é algo fisiológico, “nós não sof-
remos” para respirar. Então ventile com calma, cerca de 1
segundo. Aqui aproveito para abrir um parêntese muito im-
portante: você tem que lembrar que nunca devemos nos
colocar em risco para salvar alguém. Portanto, nós não so-
mos obrigados a realizar ventilações boca-a-boca. Só de-
vemos fazê-las se nos sentimos confortável para tal e se
a vítima não apresentar nenhuma secreção como muco,
sangue ou vômito que possamos entrar em contato e nos
contaminar. Se por exemplo, você estiver em um ambiente
extra hospitalar e sem nenhum dispositivo de barreira para
realizar as ventilações e, não se sentir confortável para re-
alizar a respiração boca-a-boca, você poderá apenas re-
alizar as compressões cardíacas de forma ininterruptas. É
o que chamamos de hands only!
46
avançada estabelecida. Por exemplo, com o atendimento
sendo realizado apenas com AMBU ou então por ventilação
boca-a-boca ou boca-máscara, devemos manter a relação
de compressões cardíacas/ventilações de acordo com a
idade da vítima.
47
o IDEAL é ofertarmos a ventilação sempre no momento do
retorno da compressão cardíaca, momento em que o tórax
do paciente não está sendo comprimido e não jogamos
duas pressões, uma contra a outra, pressão da compressão
cardíaca com a pressão positiva da ventilação. Aí você está
pensando, mas esse ponto muitas vezes é muito difícil na
prática devido a velocidade das ações no atendimento! E te
respondo que concordo com você. Mas estou te passando
aqui, o que é preconizado. Tente o máximo possível seguir
essa recomendação na vida real.
48
mais próximo possível da última compressão cardíaca e
devemos retomar a RCP o quanto antes possível após a
desfibrilação. RCP isolada ou desfibrilação isolada não tra-
ta com êxito ritmo de parada em ritmo chocável. Imagine
um paciente com FV: seu coração encontra-se em um rit-
mo completamente desorganizado (anárquico), tremendo
em uma frequência para lá de 300-400 por minuto. É im-
possível que em tamanha velocidade o coração consiga
realizar sístole e diástole. Sendo assim, de forma simples
e objetiva, através da desfibrilação nós queremos “resetar
o coração”. Quando aplicamos a descarga elétrica no pa-
ciente, seu coração suspende os movimentos e o coração
para de se mexer. Logo em seguida, devemos então, iniciar
a RCP e, se o coração ainda apresentar alguma parte viáv-
el de voltar a funcionar, com a ajuda da RCP ele começa
a liberar estímulos e contagiar o restante do coração (im-
agine aqui, que esse coração é como se fosse um carro
velho voltando a pegar, para o carro velho voltar a pegar,
nós precisamos empurrá-lo. Assim, para o coração voltar a
bater, temos que comprimi-lo). Então pessoal, após a des-
fibrilação, quando o coração começa a retornar ao ritmo
normal, ele tem o que chamamos de miocárdio atordoado,
esse miocárdio não consegue nesse primeiro momento ser
capaz de gerar um débito cardíaco fisiológico e, assim, nós
precisamos manter os dois minutos de RCP para ajudá-lo,
ou pelo menos manter a RCP até o paciente apresentar um
sinal claro de circulação espontânea, por exemplo, falar
ou se mexer de forma não duvidosa. Você lembra do que
citamos lá atrás, no início da aula? O correto e o mais pre-
conizado possível é: RCP – Desfibrilação – RCP, você vê
então que em nenhum momento eu citei que devemos che-
car pulso interpondo essa ordem. Não existe checar pulso
após a desfibrilação, isso é erro grave! Nós só avaliaremos
49
a possibilidade de pulso após os dois minutos de RCP que
procederam ao choque e se no momento da análise do
monitor, o paciente apresentar um ritmo organizado, que
representa assim, uma possível despolarização ventricular
e consequentemente débito cardíaco.
50
sempre em bolus. O intervalo de tempo entre as dosagens
também é fixo (mínimo de 3 e máximo de 5 minutos) e não
apresenta dose máxima durante o atendimento. O que nós
não podemos esquecer é quando devemos iniciar a admin-
istração da epinefrina, pois é diferente em ritmo chocáv-
el e em ritmo não chocável. Concorda comigo? Quando
falamos em ritmos chocáveis, levando em consideração o
que já falamos lá atrás: que o que realmente trata um rit-
mo chocável é a RCP e a desfibrilação, devemos esperar
um tempo para avaliarmos se teremos êxito no atendimen-
to com os dois tratamentos citados antes de iniciarmos a
adrenalina. Então, sendo assim, sempre, deveremos iniciar
a Epinefrina apenas após a segunda desfibrilação (isso
porque já teremos avaliado o monitor uma segunda vez e
na situação de aplicado o segundo choque, teremos visto
que o tratamento foi refratário à primeira desfibrilação e
aos dois minutos de RCP realizado até ali). Em resumo, di-
ante de um ritmo chocável, inicie a aplicação de epinefrina
apenas após a segunda desfibrilação.
51
máxima durante a PCR e a dose máxima é de 450 mg. Es-
sas 450 mg de amiodarona devem ser divididas em duas
doses; a primeira dose de Amiodarona é de 300 mg feita
em bolus e a segunda dose de Amiodarona é de 150 mg
também seguida de bolus. Vamos facilitar o raciocínio, se
pensamos em ritmo chocável, iniciada epinefrina (ou seja
após a aplicação do segundo choque) e administrado uma
terceira desfibrilação, automaticamente devemos entrar
com a primeira dose de amiodarona – 300mg.
52
pares e assim já sabemos que a droga deverá ser adminis-
trada após o segundo, o quarto, o sexto, o oitavo, o décimo
choque e assim em diante; e que nunca poderemos admin-
istrar a epinefrina após as desfibrilações ímpares, pois o
intervalo de mínimo de 3 minutos ainda não foi suficiente.
Vamos um pouco mais adiante, vem cá. Se falamos ago-
ra há pouco que uma vez iniciada epinefrina diante de um
ritmo chocável, não podemos ficar nenhum ciclo sem dar
droga, se ainda temos a amiodarona para ser administra-
da, sabemos que as duas doses de amiodarona entrarão
automaticamente após a terceira e a quinta desfibrilação.
Vamos seguir o seguinte esquema sempre que estivermos
diante de um ritmo chocável:
Para facilitar mais ainda vou deixar uma dica para vocês:
você deverá sempre pedir para a pessoa que estiver fa-
zendo o papel do anotador em um atendimento junto com
53
você, na realidade, sempre contar em voz alta o número
da desfibrilação que se encontra! Isso o ajudará a não se
perder na administração das drogas! Choques pares sem-
pre pensar em epinefrina. Choque ímpares avaliar se é o
momento de administrar a amiodarona ou não, se não for
administrar amiodarona, ou seja, não for a 3ª ou a 5ª desfi-
brilação, você deverá realizar apenas RCP.
54
55
56
Tratamento ritmos chocáveis - FV e TVSP
Agora que você já conhece os ritmos que se beneficiam
do choque, a FV e a TV sem pulso, e já treinou um pouco
no simulador, vamos fazer um breve resumo do manejo da
PCR em ritmos chocáveis.
57
É durante esse período que ocorre a troca dos socorristas
que estão revezando na função de comprimir! Caso o ritmo
ainda seja chocável, vamos aplicar novo choque!
58
Ritmo organizado e frequência
cardíaca no monitor
Em algumas situações em que visualizamos um ritmo or-
ganizado ou até mesmo uma fibrilação ventricular nesses
aparelhos, é importante notarmos que a presença de uma
frequência cardíaca na tela, independente do seu valor, não
necessariamente quer dizer que o paciente tem pulso, en-
tenderam?
59
mentos totalmente distintos. Algumas vezes a monitor-
ização gera um valor de frequência cardíaca independente
da presença de pulso central e eficaz.
Resumindo:
Checagem de pulso na
taquicardia ventricular
Vamos falar aqui rapidamente sobre um ponto de discussão
importante no manejo do paciente que inicialmente apre-
senta-se com uma taquicardia ventricular sem pulso.
60
mais 150 mg.
Particularidades da taquicardia
ventricular sem pulso
61
Gente, a taquicardia ventricular sem pulso também é um
ritmo que tem maiores chances de reverter com uma des-
fibrilação. Desse modo, igual a gente viu na aula de FV, a
prioridade é o choque.
62
circulação sanguínea e do fluxo de oxigênio para os órgãos
vitais.
63
o primeiro item da nossa lista da tríade tem que ser medu-
lar: todas as vezes que estamos diante de um ritmo de PCR,
independente de qual ritmo, devemos iniciar ressuscitação
cardiopulmonar (RCP) de alta qualidade, lembrando que a
RCP de alta qualidade é composta tanto por compressões
quanto por ventilações efetivas. Para não ficar repetitivo,
fiquei nas características de uma RCP de alta qualidade na
aula de ritmos chocáveis e na aula de suporte básico de
vida. Recomendo que você assista ambas as aulas para
que esgotemos ao máximo esse tema tão importante.
64
da mais nosso raciocínio e nossa sistematização. Quanto
tempo dura um ciclo de RCP? Dura em média 2 minutos
ou 5 ciclos de 30 compressões para 2 ventilações. Então,
quando pensamos em ciclos ao invés de minutos, fica mui-
to mais tranquilo. Nós já falamos que o intervalo entre as
doses de epinefrina deve ser de no mínimo 3 e no máximo
5 minutos, se nós já comentamos também que cada ciclo
de RCP dura 2 minutos, daremos epinefrina sempre ciclo
sim - ciclo não, respeitando sempre o intervalo de 3 a 5
minutos entre as doses.
65
gavetinha cerebral. RCP e epinefrina. Mas falta falar do
terceiro e último item da tríade dos tratamentos. Te peço
para refletir aqui comigo. Nós já falamos e reforçamos que
ritmos não chocáveis são ritmos de PCR de prognóstico
péssimo. Eu te pergunto: se estamos diante de ritmo de
pior prognóstico e, portanto, de mais difícil reversão, o que
você não pode deixar de pensar? Tem que pensar e rep-
ensar sempre nas possíveis causas de PCR que estamos
atendendo.
66
sempre que estivermos diante de uma PCR com ritmo não
chocável:
67
um ritmo elétrico organizado, isto é, uma onda P seguida
de complexo QRS, um eletro aparentemente normal, né?
Bom, por isso é importante que no atendimento de uma
PCR em que foi identificado no monitor um ritmo aparen-
temente normal, cheque o pulso da vítima! Pode ser que
tenha ocorrido retorno da circulação espontânea, ou pode
ser que seu paciente tenha deteriorado para uma atividade
elétrica incapaz de gerar pulso. E agora vamos relembrar o
que fazer nessa situação.
68
Causas reversíveis de PCR - 5H’s e 5T’s
Vocês se lembram que em ritmos não chocáveis, além de
RCP de alta qualidade e administração precoce de epinefri-
na, devemos também pensar e corrigir as possíveis causas
que levaram ao desenvolvimento da PCR?
69
Como diagnosticar assistolia nas
diferentes formas de monitorização
Como diagnosticar uma Assistolia nas diferentes formas
de monitorização disponíveis? Esse tema costuma ser
alvo de muita confusão porque muitos têm o hábito erra-
do de generalizar qualquer linha reta, falando que se trata
já de uma assistolia. O protocolo de verificação da linha
reta, ou linha isoelétrica pode ser realizado de três formas
diferentes, uma quando a monitorização é realizada com
os eletrodos, quando o paciente está em monitorização
contínua, outra quando é realizada com as pás manuais e
a última quando a monitorização do paciente é realizada
com as pás adesivas, que também, é um tipo de monitor-
ização contínua.
1. Eletrodos
70
os eletrodos, estão corretamente conectados no tórax do
paciente, inclusive, com as cores corretas nos locais indi-
cados. Presta atenção! Nunca esqueça que cabos soltam,
então, sempre devemos verificá-los e reverificá-los. Ainda
falando dos cabos, nós devemos analisar também se não
pode haver algum fio desconectado do tórax do paciente
ou então com mal contato no aparelho; tranquilo?
- GA é igual a ganho, nada mais é do que o famoso dar o
zoom, ou seja, quando apertamos o botão do ganho no
aparelho, estamos buscando aumentar a amplitude das
ondas do ritmo presente no monitor com o objetivo de fa-
cilitar a visualização. Isso é feito gente, por exemplo, para
verificamos se não estamos na verdade, diante de um rit-
mo chocável que nesse caso pode ser uma Fibrilação Ven-
tricular (FV), mas sendo essa FV uma FV que se apresenta
com uma baixa amplitude das ondas, dificultando a visu-
alização. Como você sabe bem, ritmo chocável é igual a
prognóstico melhor, ou seja, tomará que quando você esti-
ver diante de uma linha reta, se o paciente estiver mesmo
em uma parada cardiorrespiratória (PCR), quando você au-
mentar o ganho, apareça um FV de baixa amplitude.
- Derivação: A Derivação DII é a melhor que permite a visual-
ização da onda P, que representa a despolarização atrial e
que é naturalmente uma onda de menor amplitude quando
comparada ao complexo QRS, que por sua vez representa
a despolarização ventricular. Como o QRS é de grande am-
plitude pessoal, não temos dificuldade para visualizá-lo, in-
dependente da derivação; o que não acontece com a onda
P. Quando estamos diante de uma linha reta, só para você
não esquecer, nós temos que ter como se fosse o mesmo
raciocínio que temos diante de um infarto com supra do
segmento ST por exemplo, ou seja, nós não podemos dar
o diagnóstico de infarto agudo do miocárdio (IAM) vendo
71
apenas uma derivação isolada. Nós temos que confirmar o
supra em pelo menos uma outra derivação. Pois é, na linha
reta não é diferente. Nós temos que trocar a derivação de
DII para uma outra derivação, por exemplo, para a derivação
DI ou DIII.
72
2. Pás manuais
73
reta com um ritmo de FV de baixa amplitude, não sendo
necessário, portanto, que mexemos no ganho. Vamos pen-
sar então, você está com as pás manuais nas mãos, então
não tem eletrodos conectados ao tórax do paciente, sendo
assim, existe a possibilidade da pá não estar conectada
ao desfibrilador. Logo, checar os cabos nesse caso seria
verificar se as pás realmente estão conectadas.
3. Pás adesivas
Existem poucas diferenças comparando as pás adesivas
com as pás manuais. A conferência do protocolo de linha
reta com as pás adesivas é bem objetiva já que como o
nome sugere, pás adesivas, se removidas, perdem sua
função. As pás adesivas são descartáveis, pois tem um
mecanismo de cola que é comprometido após o uso. En-
tão a conferência da linha reta com as pás adesivas en-
volve confirmar se as pás estão bem aderidas ao tórax do
paciente e conectadas no aparelho.
74
final da análise do ritmo não mudará. O que pode mudar é
o tempo para exercer cada função, principalmente em situ-
ação de PCR no qual o tempo máximo recomendado sem
RCP é de 10 segundos e tempos maiores que esse, aí sim,
podem comprometer o sucesso do atendimento.
75
Tratamento ritmos não
chocáveis - Assistolia
Então, como vocês viram, a assistolia, juntamente com a
AESP, formam os chamados ritmos não chocáveis numa
PCR. Mas vamos relembrar como diagnosticamos uma as-
sistolia? Já que nem toda linha reta significa que estamos
lidando com um paciente em assistolia, o protocolo da
CAGADA vai ajudar a gente a identificar o que realmente é
assistolia do que não é. Chamamos de protocolo da “CAGA-
DA” o mnemônico que lembra a gente de quais parâmetros
devemos checar durante uma possível assistolia, vamos
entender melhor.
76
Beleza, mas e se você fizer todo esse protocolo direitinho
mas mesmo assim a linha permanecer reta? Significa que
aquele ritmo é realmente uma assistolia e que não será re-
vertido por desfibrilação.
77
Reconhecimento de ritmos cardíacos
na Urgência
A habilidade de reconhecimento de ritmo cardíaco no mon-
itor ou cardioscópio é de extrema importância porque a
identificação do ritmo permite a tomada de decisão de ma-
neira rápida e precisa. A leitura de ritmo no cardioscópio é
muito mais simples e objetiva que no eletrocardiograma.
A melhor maneira de se realizar a leitura de ritmo é organizar
o raciocínio e sistematizar a abordagem, para descrever de
maneira rápida e precisa tudo aquilo que é necessário ser
observado em um traçado eletrocardiográfico no monitor.
Todas as vezes que você olhar para um traçado no moni-
tor, você deve fazer cinco perguntas. São elas:
78
hipotensão arterial (PA sistólica menor que 90 mmHg e/ou
PA média menor que 65 mmHg); presença de dor precor-
dial típica, sinais de choque e sinais de insuficiência cardía-
ca descompensada.
79
Exemplos de traçados no monitor:
A. Taquicardia Sinusal
FC: 110 bpm; Presença de onda P; QRS estreito; R-R regular; Linha de base limpa
FC: 180 bpm; Sem presença de onda P; QRS alargado; R-R regular; Linha de base limpa
80
C. Taquicardia Supraventricular
D. Fibrilação Atrial
FC 200 bpm; Onda P?; QRS estreito; R-R irregular; Linha de base suja.
E. Fibrilação Ventricular
81
G. Bradicardia Sinusal
FC: 55 bpm; presença de onda P, onda P precede QRS; QRS estreito; R-R regular.
FC: 45 bpm; presença de onda P; Nem toda onda P conduz QRS; QRS alargado;
R-R regular; Linha de base limpa.
82
K. Bloqueio atrioventricular de 2º Grau tipo 2:1
L. Ritmo Idioventricular
FC: 30 bpm; sem onda P; QRS alargado; R-R regular. Ritmo cardíaco muito comum em
casos de atividade elétrica sem pulso.
M. Assistolia
83
Arritmias sustentáveis:
quando considerar?
Quando usar o termo SUSTENTÁVEL para uma arritmia
cardíaca? Para afirmar que a arritmia é sustentável, é
necessário pelo menos um dos critérios abaixo:
1º: Persistência do ritmo no monitor por mais do que 30
segundos, mesmo que o paciente esteja estável he-
modinamicamente.
2º: Instabilidade hemodinâmica independente do tempo
de persistência do ritmo.
Como exemplo, podemos citar um paciente que está es-
tável hemodinamicamente, mas apresenta um ritmo que
persiste no monitor por mais do que 30 segundos. Esse pa-
ciente preenche um dos critérios, portanto, pode-se afirmar
que a arritmia é sustentável.
É importante ressaltar que um mesmo ritmo pode ser con-
siderado sustentável pelo fator tempo e pelo fator hemod-
inâmico, ou seja, apresentar esses dois fatores que carac-
teriza um ritmo como sustentável em uma mesma situação.
Pode-se citar como exemplo uma taquicardia ventricular
monomórfica com instabilidade hemodinâmica e que o rit-
mo persiste por mais de 30 segundos na tela do monitor.
Nesse caso, o paciente apresentará um ritmo sustentáv-
el tanto pelo fator da instabilidade hemodinâmica, quanto
pelo fator tempo.
Arritmia sustentada
Bom, gente, vamos relembrar aqui rapidinho sobre quando
devemos considerar que a arritmia está sustentada.
Para classificar uma arritmia como sustentável ou não,
podemos avaliar dois fatores: o fator tempo e o fator he-
84
modinâmico. Se seu paciente apresenta uma arritmia que
dura por mais de 30 segundos, ela já é considerada como
sustentada, independente de como esteja o estado hemod-
inâmico do seu paciente, beleza?
85
Taquiarritmias estáveis e instáveis
Bom, conceitualmente uma taquiarritmia é definida como
frequência cardíaca (FC) acima de 100 bpm. Nós sabemos
que geralmente a FC acima de 100 - 150 bpm não vai causar
nenhum sintoma para o nosso paciente. Mas quando essa
frequência está acima de 150 pode causar sintomas para
os nossos pacientes.
86
ou não, fazemos também uma glicemia para complemen-
tar a abordagem inicial do paciente.
Sinais de instabilidade
Então, alguns passos que devemos ter em mente para
saber como está nosso paciente do ponto de vista hemod-
inâmico. Primeiro, alteração aguda do estado mental. Até
que se prove ao contrário, o coração não está conseguindo
mandar sangue para o cérebro e por isso o rebaixamento
do nível de consciência.
87
de membros inferiores.
O último sinal de instabilidade hemodinâmica são os sinais
de choque. Como vamos saber se nosso paciente está com
sinais de choque? Se a perfusão capilar periférica for maior
que 3 segundos, diaforese, sudorese fria, pele fria e pegajo-
sa. Então, reforço para vocês: para o paciente estar instável
basta apenas um critério.
Identificando as Taquiarritmias
Após isso, vamos olhar para o monitor e identificar se ex-
iste alguma taquiarritmia associada a essa instabilidade
hemodinâmica. Então, existem algumas perguntas que
faremos para poder identificar as principais taquiarritmias
na sala de urgência.
88
1. Qual a FC? Falo com vocês que a FC está 120 bpm
2. Existe onda p? Existe! Aquela ondinha bem for-
madinha, bem bonitinha antes do QRS. E essa onda p? Ela
gera um QRS? Sim! Toda onda p conduz um QRS. Quer diz-
er que todo estímulo atrial conduz um estímulo ventricular.
3. O QRS está estreito ou largo? Neste caso, podemos ver
que o QRS está estreito parecendo o fio de um cabelo ou
uma ponta de agulha.
4. Como está o intervalo RR? Neste caso, podemos
ver que o QRS está regular.
Portanto, qual o nome dessa arritmia? Taquicardia Sinusal.
Continuemos olhando para o monitor para identificar out-
ras arritmias na sala de urgência.
89
3. O QRS está estreito ou largo? Neste caso, o QRS está
estreito. Fio de cabelo, ponta de agulha. Provavelmente
o problema está acima do ventrículo.
4. Como está o intervalo RR? Neste caso, está regular.
Então, qual seria esse diagnóstico?
Taquicardia Paroxística Supraventricular ou TPSV ou TSV
90
1. Qual é a FC? Eu falo com vocês que a FC está variando
de 160-180 bpm.
2. Existe onda p? Nesse traçado, eu não consigo
identificar onda p.
3. O QRS está estreito ou largo? Neste caso, o QRS está
estreito.
4. Como está o intervalo RR? Neste caso, está irregular.
Identificando então a arritmia Fibrilação Atrial.
Continuando a nossa identificação das principais taqui-
arritmias, olhamos o monitor novamente e veremos essa
arritmia:
91
largo. Parecendo um V. Se está parecendo um V provav-
elmente a arritmia está no ventrículo.
4. Como está o intervalo RR? Neste caso, está
regular.
92
Taquiarritmias com Instabilidade
Hemodinâmica
Então, pessoal, devemos saber se a nossa taquiarritmia
está associada a instabilidade hemodinâmica. Então, deve-
mos nos perguntar se a taquiarritmia que estamos vendo
no monitor está causando sinais de instabilidade hemod-
inâmica no nosso paciente. Se sim, qual vai ser a nossa
conduta? Cardioversão Elétrica (CVE) sincronizada. Porém,
existem duas exceções: a primeira delas é a taquicardia si-
nusal. Sabemos que a taquicardia sinusal é a resposta do
organismo a uma injúria, portanto não vamos fazer a CVE e
sim tratar a causa base como febre, trauma, desidratação.
A segunda exceção é a taquicardia ventricular polimórfica.
Mais pra frente falaremos sobre ela.
Portanto pessoal, para realizarmos
a CVE sincronizada, que seria um
disparo de energia em cima da onda
R do QRS. O nosso aparelho, o nos-
so desfibrilador, deve reconhecer a
onda R do paciente. Portanto, ex-
iste um botão de sincronização nos
desfibriladores para poder desenca-
dear essa atividade. Alguns aparel-
hos dão sinais de pisca em cima do
QRS, outros ficam com o botão ati-
vado piscando na tela do monitor para alertar você de que
o aparelho está sincronizado. O objetivo é promover uma
despolarização dos miócitos a fim de restaurar o ritmo do
nosso paciente. Caso não façamos a sincronização, a en-
93
ergia pode disparar em cima da onda t e com isso causar
o fenômeno de R sobre t. Portanto, o paciente que estava
numa taquiarritmia pode fibrilar e fibrilação ventricular é
igual a Parada Cardiorrespiratória (PCR). Daí a importân-
cia de sincronizar o aparelho antes de fazer uma CVE sin-
cronizada.
Alguns cuidados que devemos ter para realização do pro-
cedimento. Primeiro, sempre que possível, avisar o paciente
sobre o procedimento que será realizado. Segundo, proced-
er com uma sedação e uma analgesia leve, mas que isso
não atrase o seu procedimento. Logo em seguida, passar
gel sobre as pás. Procedimento básico que devemos sem-
pre ter em mente. Associado a isso devemos realizar o co-
mando de “AFASTE”. Tanto uma confirmação visual quanto
verbal para assegurar a cena do atendimento e que nen-
hum profissional da nossa equipe esteja em risco. Logo em
seguida, devemos selecionar uma carga adequada, bem
como disparar energia sobre o tórax no local correto, cul-
minando em permanecer com as pás sobre o tórax após o
disparo da energia para ver se o seu procedimento foi efe-
tivo ou não.
Em relação a carga adequada, devemos ter em mente aval-
iar primeiramente o QRS. Se está estreito e regular a carga
inicial é de 50 a 100 J. Se o QRS é estreito e o RR irregular,
a carga inicial é de 120-200 J. Se o QRS está largo e o RR
regular, a carga inicial é de 100 J. E se o QRS está largo e
o RR irregular, eu te pergunto: o aparelho consegue achar
a onda R do QRS? Não. Por isso, nesse caso, vamos usar a
desfibrilação. Está aí o exemplo da taquicardia ventricular
polimórfica.
Falando um pouquinho mais das cargas, essas são as car-
gas iniciais. Caso o seu procedimento não seja eficaz, ou
seja, se seu paciente permanecer na taquiarritmia com in-
94
stabilidade, podemos fazer CVE sincronizadas sucessivas
com aumento progressivo da carga de 50 em 50 J ou de
100 em 100 J.
95
A primeira delas seria a de QRS estreito e RR regular que
seria a Taquicardia Paroxística Supraventricular. A primeira
conduta na TPSV estável do ponto de vista hemodinâmico
seria a manobra vagal. A manobra vagal é a estimulação do
nervo vago. Temos dois modos de fazer isso: massagem
do seio carotídeo e manobra de valsalva.
Vamos para a técnica da massagem do seio carotídeo. En-
tão, com dois dedos na região do seio carotídeo vamos faz-
er uma massagem circular ou uma compressão contínua
por 5 a 10 segundos. Podemos repetir do lado contralater-
al caso não haja resposta adequada. Devemos ter cuidado
naqueles pacientes que possuem doença carotídea conhe-
cida ou sopro carotídeo na ausculta. Aqui eu lembro para
você que a ausência de sopro carotídeo não prediz ausên-
cia de doença carotídea. Portanto, vamos ficar atentos a
esse tipo de paciente. Existem também algumas contrain-
dicações à massagem do seio carotídeo. Primeira delas:
IAM no último mês, mas também AVE ou AIT nos últimos 3
meses. Caso isso ocorra, podemos optar pela manobra de
valsalva.
96
portanto esse estímulo vai sair do átrio e não vai chegar
no ventrículo. Este ventrículo vai ficar alguns segundos
sem bater e por isso o mal estar. Este medicamento tem a
meia-vida fugaz e por isso deve ser feito de maneira rápida.
Colocamos um three way próximo a veia do paciente. De
um lado injetamos 6 mg, de outro lado 20 mL de solução
fisiológica e levantamos o braço. Aí sim teremos o resulta-
do esperado. Caso isso não aconteça, podemos após 1 ou
2 minutos, lançar mão da segunda dose de 12mg seguindo
as mesmas recomendações.
Cerca de 50 a 60% das taquiarritmias de QRS estreito são
supraventriculares. Caso isso não resolva, podemos lançar
mão do controle de frequência cardíaca. Portanto, as de-
mais taquiarritmias que poderiam ser taquicardia por reen-
trada atrioventricular, taquiarritmia de Coumel, taquicardia
ortodrômica. Elas são controladas com esses medicamen-
tos: bloqueador de canais de cálcio não dihidropiridínicos,
beta- bloqueadores ou digitais.
Outra taquiarritmia de QRS estreito e RR regular que pode-
mos nos deparar seria o flutter atrial. Aqui há um question-
amento muito grande. Primeiro devemos saber se é agudo
(< de 48h) ou crônico (> de 48h). Julga- se que após 48h de
evolução já existe a formação de trombos intracardíacos.
A segunda coisa que devemos ter em mente é se vamos
realizar um CVE ou cardioversão química. A terceira coisa
é se vamos optar por controle de frequência e anticoagu-
lação ou não. Essa é uma aula a parte que falaremos de-
pois.
Devemos também avaliar se o QRS está estreito e irregu-
lar. Qual arritmia pensamos nesse caso? Fibrilação atrial.
Como nosso paciente está estável do ponto de vista hemod-
inâmico, as condutas são semelhantes ao do flutter atrial.
A primeira pergunta seria saber se é aguda ou crônica. A
97
segunda é se vamos realizar CVE ou cardioversão química.
Existem trabalhos mostrando que o início de alguns antiar-
rítmicos prévios à CVE pode ser benéfico e melhorar o seu
atendimento. Devemos optar também pelo controle de fre-
quência e anticoagulação do nosso paciente. Isso vai de-
pender também do tempo de evolução do nosso paciente.
98
Quando temos um QRS largo e um RR irregular, estamos
falando de taquicardia ventricular polimórfica. É pou-
co provável que um paciente com taquicardia ventricular
polimórfica esteja estável. Sabemos que esse é um ritmo
pré-fibrilação. Ou o paciente vai estar instável do ponto de
vista hemodinâmico ou em PCR. Caso após a desfibrilação
o paciente permaneça na taquicardia ventricular polimórfi-
ca, podemos lançar mão do sulfato de magnésio: 1 a 2 g
em 15 minutos.
Caso Clínico
Paciente ELF, 82 anos, passado de angioplastia, HAS, dis-
lipidêmico, deu entrada no pronto socorro com quadro de
mal estar, sudorese, vertigem e palpitações. Nega demais
alterações. Nega alergias. Em uso irregular de AAS, clopi-
dogrel, metoprolol, sinvastatina e furosemida.
99
Lembrando a vocês que o paciente chegou movimentando
então vamos aplicar o MOV que é o monitor, oxigênio e veia.
Enquanto está sendo providenciado, vamos complementar
nosso exame físico.
100
regular a carga inicial seria de 100 J.
101
Digamos então que o paciente não tenha nenhum desses
sinais de instabilidade. Ufa! Ainda bem.. Mas afinal, que
ritmo é esse que ele está apresentando? Já sabemos que
é uma taquicardia pela frequência respiratória.. O próximo
passo é observar o complexo QRS... ele está alargado? Se
o QRS for maior que 3 quadradinhos pense nas taquiarrit-
mias ventriculares, como TV e FV. Claro que há exceções,
mas em geral esses serão os ritmos. A TV sem pulso e a FV
são ritmos de parada chocáveis, lembre-se disso.
102
O que fazer quando, logo após uma cardioversão elétrica
sincronizada, o paciente degenera para um ritmo de FV?
A cardioversão elétrica sincronizada é o tratamento
recomendado para todas as taquicardias instáveis, exceto
taquicardia sinusal, em que se deve tratar a causa base,
e taquicardia ventricular polimórfica, que deve sempre ser
tratado com desfibrilação. Mesmo sendo o tratamento cor-
reto recomendado, existe o risco de o paciente degenerar
para um ritmo de Fibrilação Ventricular após a cardioversão.
Por causa do risco do paciente evoluir para FV e por conta
da maior gravidade do ritmo de PCR chocável comparado
ao um ritmo de taquicardia instável, o cardioversor é pro-
gramado para retornar automaticamente para o modo des-
fibrilador após disparado o choque sincronizado, ou seja, o
aparelho anula o modo sincronizado e retorna para o modo
desfibrilador. Após uma cardioversão elétrica sincronizada,
deve- se manter atento para realizar uma desfibrilação ou,
se o paciente mantiver o ritmo de taquicardia instável, parar
proceder com uma nova cardioversão.
Sendo assim, o que fazer quando o paciente evolui para um
103
ritmo de FV após cardioversão elétrica sincronizada? Para
responder essa pergunta, vamos exemplificar três cenários
possíveis.
1º CENÁRIO: O paciente está sendo monitorizado com
os eletrodos, de forma contínua, as pás manuais es-
tão sendo utilizadas apenas para executar a cardioversão
elétrica sincronizada. Nessa situação, após efetuada a car-
dioversão sincronizada, ou seja, após disparado o
choque, mantenha as pás no tórax do paciente tempo
suficiente para analisar o que houve após a cardioversão.
Se o paciente evoluir para um FV, realize a desfibrilação de
imediato e inicie o protocolo de PCR de ritmo chocáv-
el. Se o paciente mantiver a taquiarritmia inicial, retire as
pás do tórax do paciente, ressincronize o aparelho, au-
mente a carga caso necessário e realize uma nova cardi-
oversão, sempre repetindo todo o ciclo de manter as pás
no tórax após disparado o “choque”. Por fim, se o paciente
apresentar reversão da arritmia, guarde as pás e avalie o
que mais é necessário.
104
ou seja, não está monitorizado nem com eletrodos, nem
com pás adesivas. Neste caso, após aplicada uma
cardioversão sincronizada, para avaliar a próxima conduta,
mantenha sempre as pás no tórax do paciente. Se o
paciente degenerar para uma FV, carregue as pás e proceda
com a desfibrilação. Se o paciente mantiver a taquicardia,
faça uma nova sincronização. Tenha em mente que é
necessário estabelecer uma monitorização contínua, o
mais rápido possível.
Bradicardias Instáveis
Todas as vezes que estiver diante de paciente com instab-
ilidade hemodinâmica e bradicardia, deve-se relembrar de
três pontos referentes ao tratamento, a “Gavetinha da bra-
di”.
1. Atropina
A atropina age nos receptores muscarínicos sendo útil ap-
enas para bloqueios altos, supra-hissianos e benignos, que
acometem os átrios. A atropina é o tratamento de primeira
linha para bradicardia sinusal, bloqueio atrioventricular de
1º grau e bloqueio atrioventricular de 2º grau mobitz tipo I.
Para auxiliar na memorização, bloqueios benignos são os
que têm o número 1 em seu nome ou que não tem nenhum
número associado ao seu nome.
A atropina deve ser administrada na dose de 0,5mg, com
intervalo entre as doses de no mínimo três minutos e no
máximo cinco minutos e com dose máxima de 5 mg, ou
seja, pode ser administrada até seis vezes.
A contraindicação para atropina é se o paciente piorar
após alguma das doses, como por exemplo, no caso de
um paciente instável hemodinamicamente, com PA 80x50
mmHg, que após dose atropina diminui a PA para pa 60 x
105
30 mmHg. Caso o paciente mantenha a clínica inalterada
e se foi respeitado o intervalo de tempo entre as doses,
o profissional pode escolher se quer ou não repetir com a
mesma droga ou prefere tentar outra opção terapêutica.
A atropina não é útil para bloqueios avançados como blo-
queio atrioventricular total ou bloqueio atrioventricular de
2º grau mobitz tipo II. Nesse caso, se houver diagnóstico
de bloqueio maligno, não é necessário administrar a atropi-
na e pode ir direto para outra opção terapêutica. Se dúvida
no diagnóstico, prossiga com a atropina, avalie a resposta
e depois da primeira dose decida a conduta a seguir.
2. Marca-passo transcutâneo
O marca-passo transcutâneo está indicado para bradicardia
refratária à atropina ou bloqueios malignos BAVT ou BAV
2º grau mobitz II. Para bloqueios malignos o marca-passo
transcutâneo pode ser utilizado como terapia de primeira
linha.
O marca-passo está em segunda posição porque é comum
que em alguns serviços o marcapasso não esteja junto ao
cardioversor, sendo necessário solicitá-lo. A ordem entre
marca-passo transcutâneo e aminas vaso ativas não é im-
utável.
O marca-passo não é um tratamento definitivo, deve ser uti-
lizado apenas para emergências para garantir estabilidade
do paciente para marcapasso definitivo transvenoso. É im-
possível prever quanto tempo o marcapasso transcutâneo
irá garantir a estabilidade do paciente, por isso, a troca para
um marcapasso definitivo deve ser realizado o mais rápido
possível.
106
3. Aminas vasoativas
epinefrina e dopamina
As aminas vasoativas também representam uma terapia
avançada para bloqueios malignos e também podem ser
utilizadas como terapia de primeira linha. As opções dis-
poníveis são a Epinefrina e a Dopamina.
A Epinefrina e Dopamina não podem ser utilizadas simul-
taneamente, não apresentam diferença de eficácia se dos-
es máximas e devem sempre ser administradas em bomba
de infusão contínua. A dose da Epinefrina é de 2 a 10 mcg /
min e a de Dopamina é de 2 a 20 mcg/kg/min. Se optar por
uma aminas não se podemos trocar pela outra.
107
Tratamento de bradiarritmias
na emergência
Agora parece que nosso quadro mudou um pouco: pas-
samos da taquiarritmia para a bradiarritmia. Dessa vez o
paciente chegou confuso, obnubilado, uma alteração agu-
da do estado mental.. Vamos fazer a monitorização e so-
licitar acesso venoso, já que se trata de um paciente poten-
cialmente grave. Você observa no monitor uma frequência
de 45 (quarenta e cinco) batimentos por minuto.
108
Bem, se o nosso paciente
não apresentasse sinais de
instabilidade hemodinâmica,
a nossa conduta seria manter
a monitorização e observar.
109
Marca-Passo Transcutâneo
Relembrando rapidamente, a primeira linha de tratamento
das bradicardias sintomáticas é o uso de atropina. Apesar
disso, a atropina não é ideal para o tratamento de bradi-
cardias avançadas, como as bradicardias com condução
predominantemente ventricular. Um exemplo é o bloqueio
atrioventricular total, ou BAVT. Nesse cenário, temos duas
opções terapêuticas, o uso de medicamentos que façam a
frequência cardíaca aumentar como a epinefrina ou a do-
pamina, e o uso de um marca-passo transcutâneo como
ponte para o marca passo transvenoso.
110
aparelho disponível, podemos mexer na miliamperagem, na
pulsação por minuto e no modo como o marca passo está
configurado. A partir desse momento temos duas opções:
ou o modo sob demanda ou o modo fixo.
111
anteriormente consegui realizar a captura elétrica e a cap-
tura mecânica. Se com 70mA consegui esses dois feitos,
eu aumento em 10% esse valor, o que torna 77mA a minha
miliamperagem de segurança.
Cuidados pós-PCR
Como realizar os cuidados Pós Parada Cardiorrespiratória
(PCR)? Quais são os principais pontos que devem ser aval-
iados após o paciente o retorno da circulação espontânea?
Se a ressuscitação cardiopulmonar for bem sucedida po-
demos ter duas situações diferentes. A primeira é se o pa-
ciente der algum sinal muito claro de que está vivo, como
mexer de forma voluntária, falar ou respirar. A segunda é
que temos QRS presente, pulso. As duas indicam Retorno
da Circulação Espontânea (RCE) e, portanto, devemos ini-
ciar os cuidados pós PCR.
Como realizar os cuidados Pós Parada Cardiorrespiratória?
Quais são os principais pontos que devem ser avaliados
após o paciente o retorno da circulação espontânea? Para
facilitar a memorização, vamos apresentar o cuidado pós
PCR de duas formas diferentes e você deverá escolher a
forma que prefere lembrar.
112
A-B-C-D-E:
A de Airway, ou vias Aéreas:
É importante avaliar se o paciente está respirando espon-
taneamente e, caso não esteja com uma respiração inefi-
caz, deve-se realizar o manejo da via aérea do doente da
maneira mais apropriada possível. Existem várias formas
de acessar as vias aéreas de um paciente crítico e todas
elas passam pelo correto posicionamento da vítima, com
elevação da cabeça e inclinação do queixo. Aqui vale dest-
acar a diferença entre dispositivos avançados e disposi-
tivos de vias aéreas definitivos, para denominar um dispos-
itivo definitivo, é necessário que tenhamos um balonete
insuflado na traqueia do doente, minimizando as chances
de uma macroaspiração. Portanto, podemos acessar as
vias aéreas com tubo endotraqueal, máscara laríngea, ou
até mesmo somente com o posicionamento de uma cânula
orofaríngea. Independente do dispositivo, o importante é
garantirmos uma boa ventilação.
B de Breath ou respiração:
113
C de Circulation, ou circulação:
114
as vias aéreas acessadas com um dispositivo avançado
e é boa prática que façamos exame de imagem após os
procedimentos. Além disso, a imagem pode nos auxiliar no
diagnóstico diferencial. Num contexto de PCR é plausível
que alterações miocárdicas tenham acontecido e que o
ECG pode nos ajudar a determinar condutas.
E de ectoscopia detalhada e
de encaminhamento:
Após uma PCR, o paciente deve ser encaminhado a um
setor de cuidados intensivos para que seja melhor moni-
torizado e acompanhado.
Essa sequência mnemônica do ABCDE é apenas mais uma
maneira organizada de nos lembrarmos de tudo aquilo
que o nosso doente precisa de receber após a reanimação
cardiopulmonar. Existe ainda uma outra possibilidade de
memorização para os cuidados pós PCR.
Vamos dividir o cuidado pós PCR então em cinco passos
e todas as vezes que estivermos diante de um cuidado
pós PCR, vamos colocar uma de nossas mãos fechada na
frente do rosto e começar a abrir os dedos, um por um.
DEDOS:
1. Primeiro Dedo:
115
sponsivo. Temos então alguns cenários: Se o paciente tiver
respiração espontânea avalie a necessidade de estabelecer
uma via aérea avançada e/ou oferecer oxigênio suplemen-
tar, você deve avaliar a escala de coma de Glasgow. Se
o paciente agora não apresenta respiração espontânea e
encontra-se em parada respiratória, você deverá manter
uma ventilação com AMBU a cada 5 a 6 segundos enquan-
to providencia uma via aérea avançada para colocá-lo em
um ventilador mecânico e evitar uma nova PCR por hipóx-
ia. Se possível, coloque sempre a capnografia em forma
de onda acoplada ao dispositivo de via aérea. Lembre-se,
cuide primeiro da via aérea. Caso contrário seu paciente
parará por hipóxia. O dedão então é o dedo do TUBO. É o
dedo mais grosso.
2. Dedo Indicador:
116
mente:
Falamos agora a pouco que PA baixa nos preocupa, temos
que elevá-la. Mas como elevá-la, depende dos pulmões:
- PA baixa e pulmões limpos: trate a PA baixa com in-
fusão de volume (1 a 2 L de SF 0,9% ou Ringer Lactato).
- PA baixa e pulmões congestos: trate a PA baixa com
alguma amina vasoativa (norepinefrina ou epinefrina ou
dopamina).
- PA normal ou alta: monitorize e observe o paciente
Não se trata PA baixa sem antes analisar os pulmões. Se
for infundir volume no paciente com o objetivo de elevar
sua PA, lembre-se que o paciente pode tornar-se congesto
e ter necessidade de suspender a infusão. Sendo assim,
pelo menos a cada 500 mL de volume infundido, refaça a
ausculta pulmonar.
2. Dedo Médio:
3. Dedo Anelar:
117
4. Mão Aberta:
Intubação orotraqueal
A Intubação Orotraqueal (IOT) tem como finalidade o con-
trole da via aérea, garantir a oxigenação adequada do pa-
ciente bem como a proteção da via aérea do doente. São
indicações para IOT:
118
da musculatura respiratória, por isso se beneficiam de IOT
e ventilação mecânica;
119
abéticos de longa data, a dificuldade de IOT seja 10 vezes
maior que no indivíduo sadio.
120
5- Conformação do palato: palato altamente arqueado
ou muito estreito dificulta a IOT.
121
masculino, idade acima de 70 anos, IMC > 30, presença de
ronco, ausência de dentes, presença de barba, Mallampati
III ou IV, protrusão mandibular, histórico de radioterapia em
região cervical.
Materiais:
122
ha do diâmetro adequado em crianças pode ser feito pela
fórmula diâmetro =idade/4 + 4.
- Aspirador;
- Fonte de oxigênio;
123
laríngeo. Para isso, o paciente deve estar em posição olfa-
tiva. Essa posição é obtida com flexão do pescoço sobre o
tórax, através de um coxim occipital, associada a extensão
da cabeça sobre o pescoço. A altura do coxim deve ser fei-
ta traçando uma linha que ligue o tragus ao ângulo da man-
díbula e o coxim deve garantir que essa linha seja paralela
ao paciente.
Medicação:
124
pode ser usado com a finalidade de abolir os reflexos de
via aérea, além de diminuir a dor associada a infusão de
drogas como o Propofol e Etomidato.
125
queimados e trauma raquimedular. Além disso, causa el-
evação da pressão intracraniana e da pressão ocular, por
isso deve ser evitado em trauma crânio encefálico e trau-
ma ocular penetrante. A molécula de succinilcolina apre-
senta semelhanças com a molécula de acetilcolina, poden-
do causar bradicardia, sobretudo em crianças. Depois do
surgimento do Sugamadex (antagonista do rocurônio), seu
uso diminui.
126
igênio a 100%, ocorre substituição de 95% de gás alveolar
por oxigênio. Se o tempo for muito curto, pode-se atingir
esses valores em um minuto, através da realização de oito
manobras de capacidade vital , ou seja, oito inspirações e
expirações máximas.
Procedimento:
- Mão direita realiza extensão da cabeça do doente, enquan-
to a mão esquerda manuseia o laringoscópio.
127
- Grau I: epiglote e fenda glótica totalmente visíveis;
Confirmação da IOT:
Fixação:
128
a fixação deve ser guiada pela fórmula idade/2 + 12.
129
Intubação orotraqueal durante PCR
130
nada invasiva e, na grande maioria das vezes, mais rápi-
da para ser realizada. Portanto gente, eu pergunto, como
definir se é momento ou não de mantermos o AMBU ou se
devemos partir para a IOT? Uma forma simples é avaliar-
mos a expansibilidade do tórax do paciente, se estiver visív-
el apenas com o AMBU, ótimo, mantenha-a e postergue a
IOT. Se a elevação do tórax não estiver visível, opa reveja
a técnica com o AMBU. Será que a vedação da máscara
na face do paciente está ok? Será que a hiperextensão da
cabeça do paciente está ok? São, por exemplo, dois pontos
que temos que reavaliar. Se visto e revisto que a técnica da
ventilação com o AMBU está ok, mas sem expansibilidade
torácica, aí sim, devemos avaliar a necessidade de IOT du-
rante a PCR. Beleza até aqui? Então vamos seguir...
131
Vamos seguir mais um pouquinho. Aqui vale a pena lem-
brarmos também dos diversos outros dispositivos de via
aérea avançada que temos e que podemos lançar mão du-
rante uma PCR: máscara laríngea, tubo laríngeo, combitubo
são alguns dos exemplos. Sendo que nenhum destes req-
uer laringoscopia e sendo que a máscara laríngea, trata-se
de um dispositivo supraglótico, pode ser introduzido sem a
interrupção das compressões cardíacas.
132
febre no pós RCE é nocivo ao cérebro durante as primeiras
72 horas.
133
• Não podemos esquecer também que temos mantas tér-
micas;
• E mais uma forma de baixo custo, por exemplo, é se o pa-
ciente estiver hipotenso e com os pulmões limpos, e para
elevar essa PA estivermos utilizando soro. Neste caso,
podemos administrar fluido gelado para o paciente, ou
seja, trocar o volume com temperatura do ar ambiente
para volume gelado.
Para finalizar, resta sabermos apenas como aferir a tem-
peratura do paciente. Nós lembramos que na medicina não
existe receita de bolo, então, o que é bom para uma pessoa,
não necessariamente vai ser bom para outra. Temos en-
tão três possibilidades distintas que apresentam a mesma
fidedignidade, da temperatura interna do paciente. Essas
três formas são:
134
oscilar. Já nas outras 48 horas, para completar as 72 horas
que citamos, podemos deixar a temperatura variar, desde
que seja entre o intervalo de 32 a 36º, mas não deixar sair
dele. Como opção podemos lançar mão de volume gela-
do, gelo nas extremidades do paciente, manta térmica e
ar condicionado. Não podemos esquecer de monitorar a
temperatura interna do paciente, o que pode ser feito com:
um termômetro esofágico, um cateter vesical se diurese
preservada ou Swan Ganz.
135
de creatinina e uréia são também interessantes, até mesmo
para termos um parâmetro para a evolução do paciente. A
busca por distúrbios hidroeletrolíticos é fundamental pois
é relativamente frequente antes e após a PCR. Vale lem-
brar aqui que hiper ou hipocalemia, assim como distúrbios
ácido-básicos fazem parte dos 5 Hs e 5Ts. A gasometria
arterial é interessante e nos fornece informações valiosas
como o lactato sérico e a pressão parcial média de oxigê-
nio no sangue arterial. Lembremos aqui que além disso,
outras informações como ânion gap podem nos auxiliar na
tomada de condutas. Por isso mesmo, a correção do ânion
gap com a albumina sérica também é interessante. Outra
vantagem é que em muitas salas de emergência temos dis-
ponível ou de fácil acesso, gasômetros que rapidamente
nos fornecem os dados pesquisados.
136
137
QUESTÕES
Paciente mulher, 23 anos, sem comorbidades prévias, dá
entrada à urgência do Hospital queixando-se de “palpi-
tações”. Apresentava-se ansiosa, FC: 170 bpm, PA: 130x80
mmHg, saturação de O2 89% em ar ambiente, nega dor ret-
roesternal.
138
a. Flutter Atrial.
b. Taquicardia Supraventricular.
c. Taquicardia Ventricular Monomórfica.
d. Fibrilação Atrial.
e. Fibrilação Ventricular.
139
4. Qual a conduta você deve tomar?
a. Iniciar compressões na proporção 30:2 ventilações e
chamar ajuda.
b. Iniciar as ventilações fazendo o máximo que você con-
seguir e com a maior quantidade de volume.
c. Chamar por ajuda e iniciar ventilação com bolsa-vál-
vula-máscara, na proporção de 01 ventilação a cada 5 a 6
segundos, até via aérea avançada.
d. Iniciar RCP e solicitar carrinho de parada para aplicar
choque imediatamente.
e. Iniciar ventilação boca-a-boca, na proporção de 01 ven-
tilação a cada 10 segundos.
140
d. Verificar a glicose, solicitar uma TC de crânio sem con-
traste, realizando-a em no máximo 25 minutos, fazer ex-
ame neurológico.
a. BAV 1º Grau.
b. BAV 2º Grau
Mobitz tipo I.
c. BAVT.
d. BAV 2º Grau
Mobitz tipo II.
e. BRD.
141
Paciente D. Maria, 59 anos, chega ao pronto atendimen-
to queixando-se de fraqueza generalizada, perda de força
nos quatro membros e com certo desconforto respiratório.
Informa fazer tratamento com medicamentos orais para
hipertensão (anlodipino e furosemida) e para enxaqueca
(nortriptilina). Ainda relata que na noite anterior, fez uso in-
devido de diversos comprimidos do remédio para enxaque-
ca. Ao exame: hipocorada, hidratada, afebril, FC 46 bpm,
FR 23 irpm, PA 120x70 mmHg, SatO2 90%, pulso presente
nos quatro membros, ausculta cardíaca hipofonética, uso
leve de musculatura acessória, e crepitações bilaterais em
terço inferior do tórax.
142
Paula, 25 anos, chega ao pronto atendimento acompan-
hada do namorado, relatando história de palpitações e
síncope. Informa que na noite anterior fez uso intenso de
bebida energética. Ao exame físico: apresentava-se confu-
sa, com dificuldade respiratória, FC 180 bpm, SatO2 88%,
PA 85x50 mmHg. Após ser corretamente monitorada e
ofertado oxigênio, eis que no monitor aparece o seguinte
traçado:
a. Fibrilação Atrial.
b. Taquicardia Supraventricular.
c. Torsades de pointes.
d. Taquicardia Atrial.
e. Taquicardia Ventricular Monomórfica Sustentada.
143
12. Caso Paula estivesse estável, qual seria a primeira con-
duta a ser considerada?
144
15. Após o segundo ciclo de RCP, qual medicação e sua
dose deve ser utilizada no atendimento, segundo o ACLS?
145
a. Ritmo desorganizado - chegar a respiração.
b. Bradicardia atrial - checar o pulso.
c. Taquicardia atrial - checar a respiração.
d. Ritmo juncional organizado - checar o pulso.
e. Ritmo sinusal organizado - checar o pulso.
146
e. Manter a temperatura do paciente entre 32 e 36ºC por
pelo menos 48 horas após RCE.
a. 1-3-4-2
b. 3-1-4-3
c. 1-2-3-4
d. 4-2-1-3
e. 4-1-2-3
147
23. Quais critérios abaixo podem ser analisados a fim
de caracterizar o paciente como instável hemodinamica-
mente?
a. II e III.
b. Nenhuma das alternativas.
c. I e III.
d. I e II.
e. I, II e III.
148
25. No caso de criança de 5 anos que teve colapso súbi-
to não presenciado, qual o momento correto de acionar o
serviço de atendimento médico de urgência e buscar o DEA
(Desfibrilador Externo Automático)?
a. Assistolia.
b. Taquicardia Ventricular com pulso.
c. Fibrilação Ventricular.
d. Fibrilação Atrial.
e. Atividade Elétrica Sem Pulso.
149
Sobre a intubação orotraqueal, o posicionamento correto é
fundamental para o êxito do procedimento. Nesse cenário,
a posição olfativa, como demonstrado na figura, é ideal na
maioria dos procedimentos.
a. Hipertensão arterial
b. Diabetes mellitus
c. Sedentarismo
d. Tabagismo
e. Hipotireoidismo
150
30. Paciente de 2 anos de idade apresentou parada cardi-
orrespiratória. Está sendo atendido por 2 socorristas. Assi-
nale a relação correta de compressões/ventilações:
151
a. Dar tapas nas costas.
b. Apresentar-se e realizar a manobra de Heimlich.
c. Deitar a vítima no chão e realizar compressões toráci-
cas.
d. Ligar para a emergência.
e. Tentar retirar o objeto com as mãos.
a. 20 segundos.
b. 60 segundos.
c. 30 segundos.
d. 15 segundos.
e. 10 segundos.
152
c. Entrar em contato com a família da criança.
d. Levar a criança para o hospital.
e. Usar o DEA.
153
d. Checando com a mão se sai ar do nariz do paciente.
e. Deixando sair ar ao redor da máscara.
154
43. Você está atendendo uma vítima adulta em parada res-
piratória com pulso presente. Qual a frequência ideal para
fornecer ventilações?
155
diciais. Qual é um dos efeitos da ventilação excessiva?
156
a. Amiodarona.
b. Atropina.
c. Adenosina.
d. Massagem jugular.
e. Manobra vagal.
a. Administrar noradrenalina.
b. Cardioversão elétrica sincronizada.
c. Administrar adenosina.
d. Desfibrilação.
e. Implante de marca-passo transcutâneo.
157
Homem, 60 anos, hipertenso em uso de losartana 50 mg
duas vezes ao dia, obeso, tabagista, sedentário, chega ao
atendimento de urgência sudoreico, queixando-se de inten-
sa dor retroesternal, em aperto, irradiando para mandíbula
de início há 4 horas. Ao exame físico: sat. O2 89%, presença
de pulso simétrico nos 4 membros, pulso radial 105 bpm,
afebril, PA 150 x 100 mmHg.
158
55. O objetivo do time de resposta rápida (TRR) é:
a. 28ºC - 34ºC.
b. 35ºC - 38ºC.
c. 32ºC – 36ºC.
d. 28ºC – 32ºC.
e. 32ºC – 34ºC.
a. Por 12h.
b. Por no mínimo 24h.
c. Por no mínimo 48h.
d. Até o paciente ser extubado.
e. Por no mínimo 36h.
159
58. As metas hemodinâmicas que devem ser atingidas
como parte inicial dos cuidados pós-PCR, compreendem:
a. PAD ≥ 15mmHg.
b. PAD ≥ 10 mmHg.
c. PAM ≥ 90mmHg.
d. PAD ≥ 20 mmHg.
e. PAM ≥ 65 mmHg.
160
61. A qualidade da RCP em adultos intubados deve ser
guiada pelo PetCO2 que deve se manter em:
a. Hipocalemia.
b. Hipóxia.
c. Hipovolemia.
d. Acidose.
e. Hipercalcemia.
63. Qual dos seguintes critérios não faz parte dos chama-
dos 5Ts nas causas reversíveis de PCR por ritmos não
chocáveis?
a. Hemotórax.
b. Infarto agudo do miocárdio.
c. Pneumotórax.
d. Trombose pulmonar.
e. Intoxicação exógena.
161
66. O paciente apresenta uma frequência cardíaca de
220 bpm e você observa esse traçado no monitor. Qual o
provável diagnóstico?
a. 90 mmHg.
b. 100 mmHg.
c. 110 mmHg.
d. 80 mmHg.
e. 120 mmHg.
162
69. Sobre o tratamento de bradicardias instáveis com At-
ropina é correto afirmar, EXCETO?
163
conectá-los novamente para corrigir o mau contato no apa-
relho.
164
b. Avaliar a circulação, transferir o paciente para o CTI ou
departamento de hemodinâmica e controlar a temperatura
no CTI. Solicitar ECG e raio-x somente, pois a revisão labo-
ratorial não é necessária.
c. Avaliar vias aéreas e intervir caso necessário para
manter sua permeabilidade, avaliar a circulação, solicitar
exames, transferir o paciente para o CTI ou departamento
de hemodinâmica e controlar a temperatura no CTI.
d. Nenhuma das opções.
e. Avaliar vias aéreas e intervir caso necessário para
manter sua permeabilidade, avaliar a circulação, transferir
o paciente para o CTI ou departamento de hemodinâmica e
controlar a temperatura no CTI.
165
do disponível, a via aérea definitiva deve ser obtida ainda
que atrase o início da RCP.
166
167
GABARITO
1. B 27. C 53. A
2. B 28. C 54. B
3. D 29. E 55. E
4. C 30. B 56. C
5. D 31. B 57. B
6. C 32. C 58. E
7. E 33. B 59. C
8. A 34. C 60. D
9. C 35. E 61. D
10. B 36. E 62. E
11. A 37. C 63. A
12. C 38. A 64. E
13. C 39. B 65. C
14. D 40. C 66. A
15. B 41. B 67. C
16. C 42. B 68. C
17. B 43. A 69. D
18. E 44. A 70. E
19. D 45. D 71. E
20. C 46. A 72. A
21. A 47. A 73. A
22. D 48. D 74. C
23. E 49. E 75. B
24. D 50. C 76. C
25. A 51. E 77. E
26. E 52. B
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