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CASO 03

● Funcionamento adequado das nossas células exige a presença de um líquido


extracelular com concentrações constantes de eletrólitos
● É necessário que haja uma regulação da concentração total de solutos (e da
osmolaridade) desse líquido para evitar que as células inchem ou murchem
● OSMOLARIDADE = quantidade de soluto (principalmente NaCl)/volume de líquido
extracelular
● Osmolaridade é regulada pela quantidade extracelular de água
● Enquanto a água total do organismo é controlada pela ingestão de líquidos (regulada
por mecanismo da sede) e pela excreção renal de água (regulada por fatores que
influenciam a filtração e a reabsorção)

RINS EXCRETAM EXCESSO DE ÁGUA POR MEIO DA FORMAÇÃO DA URINA DILUÍDA


● Rins possuem a capacidade de variar a proporção entre água e solutos na urina em
resposta a diversos desafios
● Excesso de água no organismo → osmolaridade dos líquidos corporais reduzida >
rins podem excretar uma urina altamente diluída com 50 mOsm/ml (⅙ da
osmolaridade normal do LEC)
● Déficit de água no organismo → osmolaridade dos líquidos corporais aumenta →
rins podem excretar uma urina altamente concentrada com 1200-1400 mOsm/ml
● Assim como é possível que o rim elimina um grande volume de urina diluída ou
pequeno volume de urina concentrada sem que haja alterações nas taxas de
excreção de solutos como Na+ e K+ > apenas regulando a excreção de água
independente da excreção de solutos
● Isso é muito importantes em situações em que a ingestão de líquidos está limitada
● ADH CONTROLA A OSMOLARIDADE URINÁRIA
○ ADH (hormônio antidiurético/vasopressina) é um mecanismo de feedback
que regula a osmolaridade do plasma sem alterar a excreção de solutos,
alterando apenas a excreção de água
○ Quando a osmolaridade dos líquidos celulares está muito elevada →
neuro-hipófise secreta mais ADH
○ Isso aumenta a permeabilidade dos túbulos distais e ductos coletores à água
= maior reabsorção de água e menor volume urinário (porém isso não implica
em alterações na excreção de solutos) > urina concentrada
○ Quando a osmolaridade dos líquidos celulares está muito baixa →
neuro-hipófise secreta menos ADH
○ Isso diminui a permeabilidade dos túbulos distais e ductos coletores à água
→ menor reabsorção de água e maior volume urinário > urina diluída
○ Ou seja, o que irá determinar se a urina será mais concentrada ou mais
diluída é a taxa com que o ADH é secretado
● MECANISMOS RENAIS DE EXCREÇÃO DE URINA DILUÍDA
○ Quando há grande excesso de água no organismo → rim pode excretar até
20 l/dia com concentração de 50 mOsm/l
○ Isso é possível graças a uma grande e contínua reabsorção de solutos sem
reabsorver grandes quantidades de água lá no túbulo distal e ducto coletores
○ Respostas dos rins após ingestão de 1L de água
○ O que ocorreu? Volume urinário aumentou cerca de 6x em 45 minutos;
quantidade total de soluto excretada permaneceu relativamente constante;
formou-se uma urina diluída cuja osmolaridade diminuiu de 600 para cerca
de 100 mOsml/l
○ Importante para não provocar mudanças significativas na osmolaridade do
plasma

○ Osmolaridade do filtrado glomerular = 300 mOsml/l (próximo da plasmática)


○ Em casos de osmolaridade dos líq. corporais reduzida e de consequentes
baixos níveis de ADH reabsorvidos:

○ TÚBULOS PROXIMAIS > filtrado flui e água e solutos são reabsorvidos em


igual proporção; logo, há pouca alteração na osmolaridade, logo, líquido
tubular é isosmótico em relação ao plasma (300 mOsml/l)
○ SEGMENTO DESCENDENTE > reabsorção de água por osmose; equilíbrio
líquido tubular e líquido intersticial (que é bastante hipertônico; osmolaridade
de 2 a 3 vezes maior que o filtrado original), logo, aumenta a concentração
do líquido tubular à medida que desce para regiões mais profundas da
medula
○ ALÇA DE HENLE > no segmento espesso ascendente ocorre intensa
reasorção de Na+, K+ e Cl-, além de que essa porção é impermeável à água
mesmo com grande presença de ADH, logo, o filtrado se torna mais diluído
ao fluir daqui até o início do túbulo distal (100 mOsml/l no momento da
chegada no TD) > filtrado hiposmótico
○ TÚBULO DISTAL, DUCTO CORTICAL E COLETOR MEDULAR > conforme
o líquido passa, vai ocorrendo mais reabsorção de NaCl; na ausência de
ADH essas porções também são impermeáveis à água → desse modo, a
reabsorção adicional de solutos torna o filtrado ainda mais diluído (50
mOsml/l)
○ Em suma → ocorrerá uma contínua reabsorção de solutos no segmentos
distais com a diminuição da reabsorção de água
○ Em rins saudáveis, o filtrado que passa pelo segmento espesso ascendente
da Alça de Henle é sempre diluído independentemente do nível de ADH >
mas claro que na sua ausência, nos túbulos mais distais a urina será ainda
mais diluída

RINS CONSERVAM ÁGUA CORPORAL POR MEIO DA EXCREÇÃO DE URINA


CONCENTRADA
● A água é perdida pelo organismo continuamente por diversas vias (pulmões, pela
evaporação pelo ar expirado, trato gastrointestinal por meio das fezes, pele por
evaporação e transpiração e rins por meio da urina)
● Apesar de ser necessário que o ganho de líquidos seja correspondente a perda, os
rins são capazes de formar pequeno volume de urina concentrado em situações na
qual há baixo suprimento de água
● Se há déficit de água no organismo → rins formam urina concentrada por meio da
excreção contínua de solutos junto com a reabsorção de água + consequente
diminuição do volume urinário
● Osmolaridade da urina pode ser no máximo 1200-1400 mOmsl/l
● Requisitos básicos para formação de urina concentrada
○ altos níveis de ADH
○ alta osmolaridade do líquido intersticial da medula renal → provoca
gradiente osmótico para a reabsrção de água mediante os altos níveis
de ADH
● O interstício da medula renal que circunda ductos coletores normalmente é
hiperosmótico → logo, quando há altos níveis de ADH a água se move do túbulo até
o interstício renal → a partir daí volta para o sangue pelos vasos retos
● LOGO, CONCLUI-SE QUE A CAPACIDADE DE CONCENTRAÇÃO DE URINA
LIMITA-SE PELO NÍVEL DE ADH E PELO GRAU DE HIPEROSMOLARIDADE DA
MEDULA RENAL
○ mas…o que torna esse líquido da medula renal hiperosmótico? um processo
chamado mecanismo multiplicador de contracorrente
■ sabe-se que a osmolaridade no líquido intersticial de quase todo
organismo é similar à do plasma (300 mOsml/l)
■ no entanto, no interstício da medula renal pode aumentar até
1200-1400 mOsml/l
■ isso significa que o interstício renal acumula mais solutos do que
água
■ fatores que contribuem para o acúmulo:
● transporte ativo de íons Na+ e cotransporte de K+, Cl- e outos
íons do segmento ascendente espesso da Alça de Henle para
o interstício
● transporte ativo de íons dos ductos coletores para o interstício
medular
● difusão facilitada da ureia dos ductos coletores para o
interstício medular
● difusão de apenas uma pequena qntdd de água dos túbulos
medulares para o interstício medular → muito menor se
comparada a reabsorção de solutos
■ uma vez que se atinge essa concentração, ela é mantida pelo fluxo
de entrada e saída de solutos e água na medula
● CARACTERÍSTICAS DA ALÇA DE HENLE QUE CAUSAM APRISIONAMENTO
DE SOLUTOS NA MEDULA RENAL
○ etapa 01> Inicialmente medula preenchida com filtrado de 300 mOsml/l (igual
à osmolaridade que deixa o túbulo proximal)
○ etapa 02> Em seguida, no segmento ascendente espesso da alça tem a
bomba iônica (transporte ativo de Na+ e cotransporte de K+ e Cl-) que irá
aumentar a concentração intersticial e reduzir a concentração no túbulo
○ essa bomba é capaz de estabelecer um gradiente de cerca de 200 mOsml/l
entre o líquido tubular e o filtrado
○ o limite de gradiente é os 200 pq a difusão paracelular de íons para o túbulo
contrapõe o transporte iônico para fora do lúmen
○ etapa 03> líquido tubular do segmento descendente da alça atinge o
equilíbrio com o interstício medular graças à osmose da água para fora do
túbulo
○ osmolaridade intersticial mantida em 400 mOsml/l devido ao transporte
contínuo de íons para fora do segmento ascendente espesso
○ etapa 04 > fluxo adicional do túbulo proximal para a alça de Henle
○ etapa 05> faz com que o líquido hiperosmótico flua para o ramo ascendente
(onde são bombeados; água permanece no túbulo e estabelece-se o
gradiente de 200 mOsml/l até que a osmolaridade do líquido intersticial
chega a 500 mOsml/l)
○ etapa 06> mais uma vez equilíbrio segmento descendente-interstício e então
→ líquido flui para o segmento ascendente espesso, onde mais soluto será
bombeado para fora dos túbulos e depositado no interstício medular
○ essas etapas se repetem várias vezes na perspectiva de gerar um efeito final
no qual haja mais soluto na medula do que água
○ com o tempo, esse processo gradualmente aprisiona solutos na medula e
multiplica o gradiente estabelecido pelo bombeamento ativo de íons para fora
do segmento ascendente espesso → isso por fim elevará a osmolaridade do
líquido intersticial para 1200-1400 mOsml/l (etapa 7)
○ logo, recebe esse nome de mecanismo multiplicador de contracorrente esse
processo de reabsorção repetitiva de cloreto de sódio pelo segmento
ascendente espesso da alça
● PAPEL DOS TÚBULOS COLETORES
○ O líquido tubular quando deixa a alça de Henle e flui para o TCD (no córtex
renal) está diluído com 100-140 mOsml/l
○ O início do TD dilui mais ainda devido o transporte ativo de Na+ e Cl- sendo
ao mesmo tempo relativamente impermeável à água
○ À medida que o líquido flui pelo túbulo distal cortical, a quantidade de água
absorvida passa a depender criticamente da concentração plasmática de
ADH
○ Na sua ausência → o segmento é praticamente impermeável à água →
porém dilui a urina devido à contínua reabsorção de solutos
○ Na sua alta concentração → o segmento torna-se altamente permeável à
água = reabsorção de água para o interstício (CORTICAL → o que favorece
a manutenção da alta osmolaridade do interstício medular)
○ Ao fluir pelos ductos coletores → mais reabsorção de água para o interstício
(embora seja menos se comparada à quantidade reabsorvida pelo interstício
cortical)
○ A água reabsorvida é carreada pelos vasos retos para o sangue venoso
○ Com níveis altos de ADH → ductos coletores permeáveis à água, de modo
que sua porção final atinge a mesma osmolaridade do líquido intersticial da
medula renal (cerca de 1200 mOmsl/l)
○ Assim, reabsorvendo o máximo de água possível > os rins formam uma urina
altamente concentrada excretando qntdds normais de soluto ao mesmo
tempo que devolvem água ao líquido extracelular e compensam déficits no
no organismo
● UREIA
○ Contribui com cerca de 40-50% da osmolaridade do interstício medular renal
quando o rim forma urina com máxima concentração
○ Diferentemente do cloreto de sódio, a ureia é reabsorvida de forma passiva
(principalmente no TP)
○ Quando ocorre déficit de água e as concentrações de ADH aumentam →
grandes quantidades de ureia são reabsorvidas passivamente dos ductos
coletores medulares para o interstício (OU SEJA, PROTEÍNAS CANAIS QUE
REABSORVEM A UREIA DEPENDEM DO ADH PARA SEREM ATIVADAS)
○ Como ocorre essa reabsorção de ureia para a medula?
■ conforme a água flui pelo segmento ascendente espesso da alça de
henle (porção é impermeável a ela) → pouca ureia reabsorvida
■ na presença de altas concentrações de ADH → água passa a ser
reabsorvida → isso gera um aumento da concentração de ureia no
túbulo coletor cortical > assim vai
■ essa alta concentração de ureia nas regiões mais profundas do ducto
coletor medular causa difusão da ureia do líquido tubular para o
interstício renal
■ essa difusão é facilitada por transportadores de ureia especiais
(UT-A1 e UT-A3)
■ esses transportadores são ativados pelo ADH > aumentando mais o
transporte de ureia do ducto coletor medular qnd seus níveis estão
aumentados
■ Movimento simultâneo de ureia e água para fora dos ductos
coletores medulares mantêm alta a concentração de ureia no
líquido tubular e por fim na urina apesar da reabsorção
○ Papel fundamental da ureia em contribuir com a capacidade de concentração
da urina → tanto que pessoas com dieta com alto teor de proteínas (e
consequentemente mais ureia na urina como produto nitrogenado do
metabolismo) podem concentrar a urina melhor do que pessoas com dietas
de baixo teor proteíco e baixa produção de ureia
○ Inclusive , uma má nutrição é associada a menores concentrações de ureia
no interstício renal e comprometimento na capacidade de concentrar a urina
○ No TCP cerca de 40-50% da ureia filtrada sofre reabsorção → mas, ao longo
do túbulo, a concentração de ureia ainda assim aumenta
○ Pq?
■ rebasorção de água no ramo descendente
■ secreção de ureia nos segmentos delgados a partir do interstício
medular (essa secreção passiva é facilitada pelo UT-A2)
○ Pequenas qntdds de ureia são reabsorvidas no segmento ascendente
espesso da Alça, no túbulo distal e no túbulo coletor cortical, pois são menos
permeáveis
○ Conforme a ureia flui para o túbulo coletor medular profundo, sua alta
concentração e os transportadores UT-A1 e UT-A3 causam difusão de
ureia para o interstício medular
○ O que ocorre com a ureia reabsorvida? não fica parada no interstício;
vai recircular; é secretada para o segmento delgado da alça de henle
○ Ureia circula várias vezes por porções mais profundas dos túbulos
antes de ser excretada
○ Cada passagem contribui para manutenção de uma alta concentração
de ureia
○ Isso contribui para a formação de uma medula hiperosmótica
○ Mecanismo essencial à preservação de água no organismo quando
ocorre baixo suprimento de água
○ Em casos de excesso de água → filtrado diluído no TCM; baixa concentração
de ureia; menor gradiente de concentração; menor difusão para o interstício
renal. Além de que os baixos níveis de ADH tb refuzem a permeabilidade dos
ductos tanto à água quanto à ureia = maior excreção da ureia na urina

● TROCA POR CONTRACORRENTE NOS VASOS RETOS PRESERVA A


HIPEROSMOLARIDADE DA MEDULA RENAL
○ características do fluxo sanguíneo medular que contribuem para preservar
altas concentrações de soluto:
■ fluxo sanguíneo baixo (5% do fluxo sanguíneo renal total) → esse
fluxo é lento o suficiente para suprir as necessidades emtabólicas dos
tecidos e minimiza perdas desnecessárias de soluto
■ vasos retos servem como mediadores de contracorrente, minimizando
a remoção de solutos do interstício renal
○ plasma torna-se hiperosmótico à medida que a água é difundida para fora do
sangue e que os solutos são reabsorvidos do interstício renal para o sangue
○ porém, no segmento ascendente desses vasos os solutos se difundem de
volta para o interstício e a água de volta para o sangue
○ formato em U > assim, os solutos da medula não são perdidos; mediam o
processo de contracorrente
○ não contribui para a geração de uma medula hiperosmótica, apenas
impedem que ela seja dissipada
○ o formato em U dos vasos minimiza a perda de solutos do interstício, mas
não impede que haja um alto fluxo de líquido e solutos para o sangue tendo
em vista a função das pressões coloidosmóticas e hidrostáticas nesse
processo
○ logo, em condições normais, levam embora mas preservam
○ alto fluxo renal (causada por alguns vasodilatadoras, por exemplo) podem
diminuir a capacidade de concentração da urina tendo em vista a diminuição
de hiperosmolaridade medular

SISTEMA DE FEEDBACK OSMORRECEPTOR-ADH


● pra que serve? forma de controlar a osmolaridade
● quando a osmolaridade de LEC (em termos práticos significa um aumento na
concentração de sódio), por exemplo, aumenta demais por conta um um défcit de
água, esse sistema agirá
● nesse caso em específico, as células osmorreceptores irão murchar seu volume
● essas células osmorreceptoras estão localizadas no hipotálamo anterior próximas ao
núcleo supraóptico
● esse é o estímulo para gerar um PA dos núcleos supraópticos até a terminação
nervosa na neuro-hipófise
● esse PA será responsável por abrir canais iônicos de cálcio, aumentando sua
permeabilidade, contribui para que as vesículas nas terminações nervosas liberem o
ADH
● ADH ganha cprremte sanguínea → é transportado até os rins → aumenta
permeabilidade da água nos túbulos distais, túbulos coletores corticais e ductos
coletores medulares
● Assim, a água consegue ser conservada enquanto o sódio e outros solutos
continuam sendo excretados na urian
● Isso tem como consequência a diluição do líquido extracelular corrigindo sua alta
concentração inicial
● Quando o líquido extracelular está muito diluído ocorre o oposto

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