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MODALIDADE DE ENSINO À

DISTÂNCIA
METODOLOGIA SEMIPRESENCIAL
Prof. Ms. Ranieri G. Barbosa

NUTRIÇÃO
FARMACOLOGIA APLICADA
À NUTRIÇÃO
UNIDADE 2 e 3

Apresentação: Prof. Ms. Ranieri


Polo UNIFRAN
Farmacocinética geral e interações
farmacocinéticas
Absorção: Magnitude e velocidade com que a substância química, fármaco, deixa o local
(tecido) de administração ou contato e chega à corrente sanguínea de onde será distribuído
para outros tecidos e órgãos (compartimentos).

Biodisponibilidade: Quantidade do fármaco administrado ou contatado que efetivamente


chegou à corrente sanguínea e está disponível para atuar no organismo.
A absorção é essencial para que ocorra efeitos sistêmicos e se diminuída os efeitos nos locais
de aplicação (efeitos tópicos).

Para ser absorvido, o fármaco deve atravessar membranas celulares e camadas de líquidos,
água ou óleo, presentes no local de absorção.
Existem 4 formas (Transportes) pelas quais as moléculas atravessam membranas:

1) Difusão direta através dos lipídeos (transporte passivo).


2) Difusão através dos poros aquosos (transporte facilitado passivo).
3) Proteína transportadora. Transporte facilitado (passivo ou ativo).
4) Pinocitose (transporte ativo).
Pinocitose (endocitose seguida de exocitose): Para substâncias de
elevado peso molecular (proteínas) diluídas em água
(hidrossolúveis). Feita por vários tipos celulares. Invaginação da
membrana. Gasta muita energia e é muito lento.
Fatores que Modificam a Absorção e a Biodisponibilidade
1) Fatores relacionados à molécula do fármaco:
a) Dose (mg ou mg/kg) ou Concentração do Fármaco (% ou mg/ml): proporção direta: maior dose,
maior absorção e biodisponibilidade, maior efeito (intensidade).
b) Características Físico Químicas: tamanho da molécula (inversamente proporcional ao peso
molecular) e diretamente proporcional ao grau de lipossolubilidade (determinado pelo coeficiente
de partição óleo/água).
c) Forma Farmacêutica Utilizada: vale somente para fármacos. Apresentação do medicamento para
comercialização e consumo.

2) Fatores relacionados a via de administração ou de contato: (tecido de administração) –


a) Tamanho da área - Proporção direta ao tamanho da área do tecido de absorção
b) Grau de irrigação (perfusão sanguínea) da área de absorção. Proporção direta (maior número de
vasos (ou maior dilatação de vasos) implica em uma maior absorção.
c) pH do Tecido de Absorção: Bases Fracas são absorvidas em pH básico e ácidos fracos em pH
ácido.
d) Número de barreiras fisiológicas do local (tecido) de Absorção. Barreiras fisiológicas = camadas
de água e óleo e camadas de células a serem atravessadas até o fármaco chegar à corrente
sanguínea. A relação e inversamente proporcional.
A velocidade de absorção é resultante da somatória da influência de todos estes fatores.
Vias de Administração de fármacos
Tecidos de Administração com absorção: (95% das vias). No caso da administração via sanguínea a
biodisponibilidade é de 100%.

- Pele : aplicação tópica ou para absorção transdérmica


- Mucosas: pulmonar, nasal, ocular, e do TGI (trato gastrointestinal)
Obs. Vias que utilizam o TGI são chamadas de Entéricas - via oral, via sublingual e retal).
- A absorção pela via oral ocorre principalmente no duodeno.
- Tecido subcutâneo (via subcutânea) – tecido adiposo
- Tecido Muscular esquelético (via intramuscular)
- Outras (peridural)

Sangue: Via endovenosa (intravenosa) - Via que não apresenta processo de absorção –
biodisponibilidade de 100%
Obs. Toda via que utiliza injeções é chamada parenteral
Interações Farmacocinéticas: Modificações nos parâmetros de absorção,
distribuição, metabolização e eliminação dos fármacos.
Interações que modificam a absorção: O aumento da absorção, aumenta a Cp da substância química e seu
efeito. O contrário também é observado.

– sucos ácidos X aminofilina, teofilina (broncodilatadoras de natureza alcalina): Modificações do pH do TGI -


diminuição da absorção dos fármacos no duodeno.
- Ferro, cálcio, zinco X antibióticos (tetraciclinas (tetrex); penicilinas – quelação; formação de compostos
insolúveis pesados – diminuição da absorção dos nutrientes e do antibiótico.
- Fibras vegetais X antidepressivo tricíclico (amitriptilina - elavin); cardiotônico (digoxina; lanoxin) – redução da
adsorção dos fármacos por adsorção das moléculas.
-Vitaminas A, D, E e K X Colestiramina (sequestrador de sais biliares) ou óleo mineral (laxativo) – adsorção das
vitaminas pela colestiramina e retardo na liberação para a absorção quando diluídas em óleo.
- AINEs, quimioterápicos e antibióticos X nutrientes em geral (sais, vitaminas) – redução da absorção (irritação
da mucosa, edema e diminuição do tamanho da área de absorção).
- Cimetidina X Vitamina B12 – diminuição da acidez = diminuição de fatore intrínseco = diminuição da absorção
da vitamina B12.
- Folato X Trimetropin (bactrin) + sulfalazina – diminuição da absorção do folato – competição com a proteína
transportadora de membrana.
- A presença de alimentos no Trato Gastrintestinal (TGI) aumenta a acidez X Cetoconazol (nizoral), cefuroxina
(ceftin), invirase (saquinavir) = + absorção dos fármacos (meio ácido) = maior efeito.
Distribuição
Definição: Saída do fármaco ou do toxicante do sangue em direção aos tecidos internos.

Tecidos atingidos:

a) Tecido de ação (local de ação): onde ocorre os efeitos.

b) Tecidos de depósito: onde o fármaco, geralmente muito lipossolúveis, podem ficar


armazenados.
(SNC, Pele, Tecido Muscular esquelético, Fígado, Ossos, Tecido adiposo).
Impregnando membranas e vacúolos.

c) Tecidos de Metabolização (biotransformação): principal é o Fígado

d) Tecidos de Eliminação: Principal são os rins (urina), seguido pelas glândulas sudoríparas
(suor), salivares, lacrimais e mamárias (leite). Menos importantes temos: Via pulmonar e
Biliar (fecal).
Fatores que modificam a distribuição
1) Concentração Plasmática (Cp): Relação direta. Maior Cp = Maior distribuição.

2) Fluxo de sangue para os tecidos internos: relação direta com a quantidade de vasos por
área cúbica do tecido. Tecidos mais irrigados em ordem decrescente;

a) Sistema Nervoso Central (barreira hematoencefálica) – tecidos (células, membranas) entre o


sangue e os neurônios.
b) Sistema cardiovascular e renal
c) Sistema digestório e respiratório.
d) Sistema reprodutor e imunológico
e) Músculos e ossos
f) Pele
g) Cartilagens
h) Tecido adiposo
Barreira Hemato-encefálica

1. NEURNIOS
3) Lipossolubilidade do Fármaco e Volume de Distribuição

Volume teórico de água necessário para diluir a quantidade total do fármaco


administrado (Q=dose) na concentração encontrada no plasma (Cp).
Vd= Q(dose)/Cp inicial (Cp0)
Quanto maior o Vd menor a Cp. O fármaco tende a deixar o sangue para adentrar os
tecidos. É mais lipossolúvel tem mais capacidade de impregnar as membranas e os
vacúolos de gordura das células (quando existirem).
Maior capacidade de retenção no organismo. Necessitam de maior número de reações
de metabolização para serem eliminados. Ficam mais tempo em equilíbrio com o
sangue.
O Vd é calculado utilizando-se a via endovenosa.
4) Ligação com proteína plasmáticas (séricas): albumina, globulinas e lipoproteínas
(HDL e LDL):

a) Diluir substâncias químicas mais lipossolúveis no sangue (natureza aquosa): Ex.


oxigênio, monóxido de carbono e dióxido de carbono (hemoglobina), colesterol e
moléculas lipossolúveis (HDL ou LDL), corticóides (globulina), anti-inflamatórios não
esteróides como o diclofenaco, aspirina, paracetamol e a dipirona (albumina).

b) Garantir uma distribuição lenta das substâncias químicas para os tecidos, fazendo que
a mesma permaneça mais tempo no sangue, e que não seja distribuída somente
para os tecidos mais irrigados.

Obs. Modificações nas concentrações de proteínas séricas ou o uso de vários fármacos


ligantes na mesma proteína, podem alterar o efeito do fármaco.

Redistribuição: Saída da substância dos tecidos internos de volta para o sangue


(principalmente dos locais de armazenamento e de ação).
Interações no processo de distribuição:

Warfarina-marevam; fenitoína – hidantal X baixos níveis de albumina (subnutrição) – maior


distribuição e efeito dos fármacos.

Vitamina A X Anticoncepcionais (estrogênio) – estrogênios aumentam dos níveis de HDL


que liga a vitamina - diminuição da distribuição e dos efeitos da vitamina A. Quadro de
hipovitaminose.

Álcool X Psicotrópicos (antipsicóticos): O álcool é vasodilatador no SNC. Aumenta o fluxo


de sangue e a distribuição de psicotrópicos para os órgão e tecidos do SNC: aumenta o
efeitos do fármacos e das drogas.

Álcool X Penicilinas: Álcool provoca a inibição do ADH (vasopressina), produzindo uma


vasodilatação renal. Aumenta a filtração renal e a formação de urina. Penicilinas são
secretadas e eliminadas pela urina mais rapidamente. Ocorre queda da ação das
penicilinas.
Metabolização ou biotransformação de fármacos
Definição: Conjunto de reações químicas realizadas pela células do organismo vivo, catalisadas por enzimas
(proteínas).
Objetivo do processo: transformar o fármaco ou toxicante administrado ou contatado em um metabólito
menos lipossolúvel o que facilita a eliminação, ou seja, facilitar a excreção da substância química diminuindo
seu efeito (intensidade e duração).
O principal órgão de metabolização é o fígado.
As principais rações são: Hidrólise, oxidação, redução (Fase I ou primeira fase) e conjugação (reação de
fase II ou segunda fase).
Hidrólise: Hidrólise. é qualquer
.
reação química na qual uma molécula de água quebra uma ou mais ligações
químicas do fármaco.
Oxidação: Reação com oxigênio. A molécula do fármaco perde elétrons (hidrogênios) ou ganha oxigênio.
..
Redução: A molécula do fármaco ganha elétrons, hidrogênios, ou perde oxigênio.
Conjugação: A molécula do fármaco é conjugada com algum aminoácido ou parte deste: glicuronização,
sulfatação, conjugação com o glutatião (glutationa), conjugação com a glicina, acetilação e metilação.
Regra geral, o efeito do fármaco ou do nutriente e menor quanto maior for a velocidade de metabolização (o
contrário também é verdadeiro). Exceto para os pró-fármacos ou pró-drogas, cujo efeito é dependente do
processo de metabolização – os metabólitos é que tem atividade.
Muitos metabólitos podem ser tóxicos para o fígado e outros órgãos. Principalmente os resultantes
de reações de oxidação.
Fatores que modificam a velocidade de metabolização.
1) Genética: determina a quantidade e os tipos de enzimas (catalisadores rápidos ou lentos).
A Metabolização é variável de acordo com a espécie, raça, variedade e o sexo do indivíduo.

2) Idade: As quantidades de enzimas são variáveis de acordo com a idade.


Recém nascidos: até 2 anos – poucas enzimas
Crianças: até 9 anos – aumento progressivo das enzimas
Adolescentes – Competição com hormônios internos – leve diminuição na metabolização.
Adultos – fase considerada para o cálculo das dosagens normais.
Idoso – Queda na atividade enzimática e da quantidade de enzimas.
3) Doenças: hepatopatias e cardiopatias – diminuição do processo.

4) Indução enzimática: Aumenta a metabolização. Substâncias indutoras de enzimas de metabolização: Solventes


orgânicos, álcool, nicotina, hidrocarbonetos (alcatrão, gasolina), canabinóides, anestésicos gerais, anticonvulsivantes,
sedativos, antipsicóticos. Causam um aumento de metabolização.

5) Bloqueio das enzimas: Nutrientes, venenos e fármacos podem causar um bloqueio da enzima de metabolização e
aumento do efeito do fármaco ou toxicante.
Oxidases hepáticas de função mista
A superfamília das proteínas chamadas enzimas do citocromo (CYP) P450 é envolvida na síntese e no
metabolismo de uma escala de componentes celulares internos e externos.

- C = citocromo P= proteína 450 = comprimento de onda refletido


- São metaloproteína, com Fe2+, do mesmo grupo da hemoglobina e mioglobina.
- Função ligada ao oxigênio, monóxido e dióxido de oxigênio.
- Os CP450 fazem reação de oxidação, principalmente, hidroxilação.
- Localização das enzimas – membranas internas do retículo endoplasmático liso.
- Metabolizam gorduras, lipídeos, hormônios esteroides, xenobióticos lipossolúveis.

Interações que envolvem a metabolização:


Exemplo: Penicilinas, levodopa (dopar) X Vit. B6 - bloqueio das oxidases e da conversão de Vit. B6 em
piridoxal -5 fosfato (forma ativa da vitamina).

Cimetidina (tagamet) X Anticonvulsivantes. Citocromo P 450 – aumento a Cp e os efeitos dos


anticonvulsivantes. Outros bloqueadores – Fluconazol, omeprazol, eritromicina.
Excreção
Representa o momento em que o fármaco, inativado ou não, deixa o
organismo por meio de órgãos (como os rins, pulmões, sistema hepatobiliar –
secreção biliar ou fecal) ou por secreções glandulares (saliva, lágrima, suor,
leite materno).

As principais vias de eliminação, excretam água do organismo, assim, as


substâncias mais hidrossolúveis e de pequeno peso molecular são eliminadas
facilmente.

Pela ordem de importância, quantitativa e qualitativa, decrescente, as


principais vias de eliminação são: a via renal, glandular sudorípara, pulmonar e
biliar ou fecal.
Principais vias de excreção: Eliminação de água
a) Renal (urina) – Formação da urina: filtração glomerular, secreção tubular ativa, recaptação
tubular (reabsorção tubular).

Filtração glomerular: Ocorre nos glomérulos dos néfrons. Substância de baixo PM não ligadas
à proteínas.

Secreção tubular ativa: Para substâncias não filtradas, que tenham proteínas secretoras, gasta
energia, nos túbulos renais (ác. Lático, ác. Úrico, penicilinas, É e outros).

Recaptação Tubular ativa: Para substâncias pouco lipossolúveis presentes nos túbulos, de
volta para o sangue. Através de proteínas de captação, gasta energia (glicose, íons e
outras S.Q.).

Reabsorção passiva (sem gasto de energia) – para S.Q. na forma molecular lipossolúvel,
atravessa as membranas de revestimento dos túbulos, , por difusão lipídica, de volta para
o sangue. Relacionada com o pH da urina.
Fatores que modificam a Eliminação renal
- O fluxo de sangue para os rins pode modificar a filtração. A relação é proporcionalmente direta. Maior
fluxo=maior filtração.

- A concentração plasmática da S.Q. modifica a filtração em proporção direta. Maior Cp=maior filtração.
Corticóides (aumenta PTH) X cálcio.

- Lipossolubilidade e peso molecular da Substância Química (S.Q.). Relação inversa, maior


lipossolubilidade e/ou o peso molecular, menor a eliminação.

- Ligação com proteínas no sangue. Relação inversa, maior extensão de ligação = menor eliminação
(menor filtração).

- O pH da urina modifica a reabsorção.


Acidificação – aumento da reabsorção tubular de ác. Fraco e reduz sua eliminação. Ex: fenobarbital.
Alcalinização - aumento da reabsorção tubular de base fraca e reduz sua eliminação. Ex: Aminofilina.
b) Vias glandulares: suor, saliva, lágrimas, leite.

c) Via pulmonar : para substâncias voláteis e gases (nicotina, álcool).

d) Via biliar (fecal): pouco importante – cloranfenicol, opiáceos (morfina e derivados), anticoagulantes orais,
rifampicina, hipoglicemiantes orais. Estrogênios (anticoncepcional oral).
Pode ocorrer reabsorção intestinal do metabólito ou do fármaco ainda não metabolizado.
Ciclo Entero-Hepático
Exemplos de Interações farmacocinéticas na Excreção
Quinidina (base fraca) – Dura-tabs (antiarrítmicos) X leite, suco de frutas alcalinas, antiácidos
tamponantes -alcalinizantes = aumento da reabsorção tubular do medicamento – aumento do
efeito.

Diuréticos de alça (furosemida) X nutrientes (potássio, cálcio, sódio, magnésio..) – perda de


nutrientes na urina. Bloqueio da recaptação.

Clorpromazina – amplictil X riboflavina – aumento da secreção (por proteínas secretoras


tubulares) de riboflavina nos túbulos renais.

Corticóides X cálcio – aumento da filtração de cálcio e diminuição de sua recaptação (diminui


as proteínas recaptadoras).

Penicilinas X probenicida – competição com proteínas de secreção nos túbulos renais. A


probenicida é eliminada primeiro. A penicilina permanece por mais tempo na corrente
sanguínea.
Farmacodinâmica, Fármacos que atuam
no sistema nervoso central e sistema
nervoso autônomo e interações.
Farmacodinâmica - Mecanismos de ação
Como os fármacos produzem os efeitos no local de ação sem receptores específicos:
a) Reações químicas no local de ação. Ex: antiácidos tamponantes, antissépticos (peróxido de hidrogênio,
iodo).

b) Atividade Física:
Adsorção de moléculas menores: fibras vegetais (agar) – moduladores intestinais (natureti).

Fármacos osmoticamente ativos: Laxantes e moduladores intestinais - lactose, fenolftaleína, bisacordil.

Tensoativos: simeticona – dissolve bolhas de gás na água da mucosa intestinal.

c) Bloqueio de enzimas nas células alvo no local de ação.


- Anti-inflamatórios não esteróides (diclofenaco, aspirina, dipirona, paracetamol) – bloqueadores da
Ciclooxigenase = redução de prostaglandinas.
- Anti-hipertensivos bloqueadores da ECA – enzima conversora de angiotensina (captopril, enalapril).
- Venenos anticolinesterásicos – carbamato (neostrigmina – neocid) e organofosforados (paration, malation).
Mecanismo de ação: Reação química de neutralização, tampona o excesso de concentração
de hidrogênio e aumenta o pH.

NaHCO3 + HCl → NaCl + H2O + CO2 Mg(OH)2 + 2HCl → MgCl2 + 2H2O


Receptores específicos: macromoléculas (proteínas e glicoproteínas), capazes de modificar
a bioquímica geral da célula e suas funções. Receptores de membrana (três tipos) e Receptor
citoplasmático

a) Ativação ou bloqueio de receptores ligados a canais iônicos: Nicotina (sódio – gerando potenciais
de ação); galamina (relaxante muscular – bloqueio de canal de sódio – diminuindo potenciais de ação.

b) Ativação de receptores ligados a cinases (enzimas de fosforilação): Insulina – fosforilação ativa


proteínas de captação de nutrientes (glicose) e enzimas de síntese (glicogênio). Inativação das enzimas
de catabolismo (glicogenólise).

c) Receptores ligados à proteína G: Ativação interna de adenilato ciclase ou fosfolipase, produção


respetivamente de AMPc e abertura de canais de cálcio (modulador enzimático). Ex: Noradrenalina,
nafazolina (descongestionante nasal - vasoconstrictor).

d) Receptores citoplasmáticos: Corticóides, anticoncepcionais, anabolizantes, Tiroxina e triiodotironina.


Ativam receptores no citoplasma que vão ao DNA estimular ou (dependendo da célula) bloquear a
transcrição e a síntese de proteínas específicas. Corticóides X Insulina = hiperglicemia
A - Canais iônicos
B - Cinases ou quinases
Tirosina cinase – insulina
C - Receptor ligado proteína G –
receptor alfa 1 - adrenérgico
C - Receptores adrenérgicos alfa 2 e Beta 1 e
2
D - Receptores citoplasmáticos
Agonistas e antagonistas do Receptor
Agonista Total Farmacológico: Fármaco que liga aos receptores e apresenta efeito intrínseco em todos, ou seja,
modifica a bioquímica da célula. Apresenta efeito máximo quando ocupa todos os receptores.

Agonista Parcial Farmacológico: Fármaco que liga os receptores apresenta efeito intrínseco em alguns. Não tem
efeito bioquímico máximo.

Antagonista Farmacológico: Fármaco que liga aos receptores e não apresenta efeito intrínseco. Bloqueia o
Receptor e não deixa os agonistas se ligararem.

Agonistas farmacológicos podem ser competitivos (ligação reversível) e não competitivos (ligação irreverssível –
muito forte)

Agonistas fisiológicos: Quando fármacos produzem os mesmos efeitos mas em receptores (mecanismos)
diferentes. Ex: Histamina - vasodilatação (receptor H1), Acetilcolina - vasodilatação (receptor M3).

Antagonistas Fisiológicos: Quando fármacos produzem efeitos opostos, atuando em diferentes receptores. Ex.:
Adrenalina - Taquicardia (receptor Beta1), Acetilcolina - Bradicardia (receptor M2).
Efetividade do Fármaco

Eficácia: grau de produção do efeito. Vários anti-hipertensivos o que abaixou melhor a


pressão tem mais eficácia. Varia com o paciente e o mecanismo de ação.

Eficácia Máxima: Fármaco que apresenta 100% do efeito máximo, quando todos os
receptores estiverem ocupados. Efeito máximo. A partir do efeito máximo não mais ocorre
aumento na resposta.

Potência: Mais potente - fármaco que conseguir eficácia máxima em menor dose.

Margem de segurança ou índice terapêutico (IT): Relação da dose efetiva/dose letal.

IT=Dose efetiva/Dose letal – quanto maior o IT, maior margem de segurança para o fármaco.
Interações Medicamentosas Farmacodinâmicas
Tipos de Sinergismo:

Adição: fármacos com mecanismo de ação semelhantes (efeito aditivo). Mesmo


local de ligação do receptor ou enzima alvo. Agonistas de receptor competitivos.
-Ex. Dipirona e Diclofenaco

Somação: fármacos com mecanismos diferentes mas com efeitos semelhantes:


Paracetamol e Codeína (analgésicos). Agonistas fisiológicos.

Potencialização: fármacos com mecanismo de ação no mesmo sistema de


receptores ou nas mesmas estruturas celulares no tecido de ação. Sedativos
Benzodiazepínicos e Álcool.

O efeito maior que a adição e a somação. Considerado não desejado.


Interações Medicamentosas Farmacodinâmicas
Antagonismo:

Competitivo com o receptor: Bloqueio da estrutura impedindo a ligação de outro fármaco.


Propranolol X Adrenalina (endógena ou exógena)

Fisiológico: mecanismo de ação diferentes (receptores diferentes) e efeitos opostos.


Cafeína X Barbitúricos (tiopental sódico)

Nos dois casos o antagonismo podem ser utilizado clinicamente:

– O Beta bloqueador pode ser utilizado para tratamento de taquicardias induzidas por
adrenalina e outros fármacos adrenérgicos.

– A cafeína é utilizada para reverter intoxicação com depressores do SNC.


Farmacologia do SNC – principais fármacos
Ansiolíticos: Benzodiazepínicos e Buspirona

Benzodiazepínicos:
São Também: Tranquilizantes, anticonvulsivantes, hipnóticos e pré-anestésicos.

Exemplos: Alprazolam (Frontal), bromazepam (Lexotam), clordiazepóxido (Libriurm), clonazepam (Rivotril), cloxazolam
(Olcadil), clorazepato (Tranxilene), diazepam (valium), flurazepam (Dalmadorm), flunitrazepam (Rohypnol), lorazepam
(Lorax), midazolam (Dormonid), oxazepam (Serax), triazolam (Halcion).

Depressores do SNC: Atuam potenciando o neurotransmissor GABA - abrindo canais de cloro por mais tempo,
hiperpolarização e inibição das Células nervosas

Farmacocinética geral:
As principais vias de administração são a via oral e as injeções intramusculares e endovenosas. São fármacos que
tem baixa capacidade de se acumular no organismo Sofrem metabolização hepática, CP 450, podem formar
metabólitos ativos, e os metabólitos inativos (conjugação) são eliminados na urina.

Mecanismo de ação: Potencia o neurotransmissor GABA em receptores GABA a – abrindo canais de cloreto
Efeitos adversos:
Centrais – Sedação, sonolência, relaxamento muscular, alterações motoras e sensoriais, anti-anorexia, confusão
mental, dificuldades de memorização e aprendizado, depressão, depressão respiratória (doses altas). São fatores de
risco para o desenvolvimento de doenças psiquiátricas (depressão, neuroses).
Em idosos e jovens: agressividade, agitação. Tolerância e Dependência (com abstinência – insônia, irritabilidade,
delírios, agressividade, convulsões).
Periféricos – Hepatotoxicidade.

Interações: Com antiácidos a base de alumínio - o alumínio atrasa o esvaziamento gástrico e torna lenta a absorção
do CBZ.
- Com a cimetidina, dissulfiram, eritromicina, estrogênios, fluoxetina, inibidores das MAOs e isoniazida - causam
aumento do nível sanguíneo dos benzodiazepínicos. Bloqueio das oxidases de metabolização.
- Outros depressores do SNC - anti-histamínicos, barbitúricos, antidepressivos tricíclicos e etanol – potenciam o efeito
depressor – potencialização farmacodinâmica – interação perigosa.
- Alimentos em geral diminuem a biodisponibilidade dos Benzodiazepínicos. Dieta hiperlipídica aumenta a absorção e
biodisponibilidade do fármaco.
- A erva de São João diminui as concentrações dos benzodiazepínicos.
- O suco de toranja (grapefruit) pode contribuir para o aumento das concentrações plasmáticas do fármaco;
- A cafeína - diminuição dos efeitos sedativos e ansiolíticos.
- Plantas calmantes, pode potencializar os efeitos depressores. Por serem inibidoras do citocromo P450 (CYP 2C9 e
2C19), a arnica e a garra- -do-diabo, usadas como anti-inflamatórias, podem aumentar as concentrações de
benzodiazepínicos e causar efeitos colaterais.
Ansiolítico Buspirona
Nomes comerciais: ANSIENON, ANSITEC, BROZEPAX, BUSPANIL, BUSPAR.

Mecanismo de ação: Antagonista dopaminérgico e agonista de receptores de serotonina do subtipo 1 – 5HT


(inibitório), pré sináptico.
Efeito desejado começa após duas semanas de uso.

Farmacocinética geral: Administrado via oral, pouco armazenado e sofre metabolização por oxidases
hepáticas (CYP3A4), metabólitos eliminados na urina.

Efeitos adversos: cefaléia, tonturas, náusea, tensão, excitação, taquicardia, palpitação, dor no peito, fadiga,
sudorese.
Vantagens: dependência (baixo potencial), poucos efeitos motores e sedativos.

Interações: Sucos cítricos, ácidos, (grapefruit ou toranja) – reduzem a absorção da buspirona.


- Cetoconazol, ritonavir, cimetidina – bloqueio do citocromo de metabolização. Aumento o efeito da
buspirona.
- Anticonvulsivantes (fenobarbital, fenitoína, carbamazepina) – indutores enzimáticos, aumentam a
metabolização – Reduzem o efeito da buspirona.
Fármacos Antipsicóticos
Outras Denominações: neurolépticos, fármacos anti-esquizofrenia, tranquilizantes ou
sedativos maiores.
Usos: Esquizofrenia, episódios de mania, estados mistos maníaco-depressivos, depressões
psicóticas, distúrbios de comportamento em doenças de Alzheimer, Parkinson, psicoses
orgânicas, controle de náuseas e vômitos, tratamento dos soluços incoercíveis, pré-medicação
cirúrgica - BDZ são preferidos.

Classificação:
Tradicionais: Haloperidol (Haldol), Flufenazina (Anatensol), Pimozida (Orap), Clorpromazina
(Amplictil), Levomepromazina (Neozine)

Atípicos: Tioridazina (Melleril), Sulpirida (Equilid), Clozapina (Leponex), Risperidona


(Risperdal), Olanzapina (Zyprexa), Quetiapina (Seroquel), Aripiprazol (Abilify).

Mecanismo de ação: Principal - Bloqueio dos receptores de dopamina D2 e de serotonina 5-


HT2.
Efeitos adversos:

a) Neurológicos: distonia aguda (rigidez da mandíbula, língua, pescoço), parkinsonismo,


distonia crônica (movimentos faciais e orais involuntários), dificuldades respiratórias. Acatisia:
Inquietação mental e motora.
b) Endócrinos: aumento de prolactina, amenorréia, galactorréia, infertilidade (queda de
progesterona e bloqueio da ovulação).
c) Síndrome neuroléptica maligna: hipertermia, instabilidade só SNA, oscilação do nível de
consciência. óbito numa proporção de 20 a 30% dos casos.
d) Efeitos anticolinérgicos: boca ressecada, visão turva constipação, retenção urinária.
e) Efeitos anti-histaminérgicos: sedação
f) Efeitos antiadrenérgicos: hipotensão, arritmia.
g) Efeitos alérgicos: urticária, dermatites, coloração da pele (azul, cinza ou púrpura).
Outros efeitos adversos: Hepatotóxicos, indutores de tolerância e dependência (com
abstinência semelhante aos ansiolíticos).
Farmacocinética Geral:

- São altamente lipossolúveis. Bem absorvidos via Oral (biodisponibilidade de 25 a 65%).


- Alcançam a Cpmáx. Entre 2 e 3 horas (V.O.). A Cp estável é atingida entre 4 e 7 dias.
- Tem alta ligação com proteínas séricas (albumina) e altos volumes de distribuição.
Apresentam impregnação dos tecidos.
- A metabolização hepática é intensa por oxidases do sistema microssomal e redutases. Os
metabólitos, inativos, são eliminados na urina.

Interações com nutrientes:


- Cafeína – aumenta neurotransmissão de serotonina, dopamina, noradrenalina e adrenalina.
Antagonisa o efeito desejado dos fármacos antipsicóticos.
- Clorpromazina – reduz a absorção de vitamina B12, riboflavina.
- Haloperidol – nutrientes aumentam a absorção do fármaco – aumenta efeitos adversos.
Antidepressivos
Antidepressivos tricíclicos: primeira e segunda geração – Imipramina (tofranil), desipramina
(norpramin), amitripitilina (elavil), nortriptilina (pamelor), clomipramina (anafranil), doxepina (sinequan).

Antidepressivos Heterocíclicos: amoxamina (asedin), maprotilina (ludiomil), trazodone (desyrel)

Mecanismo de ação: Bloqueio da recaptação de catecolaminas na fenda sináptica. Aumento (tempo) da


neurotransmissão noradrenérgica, dopaminérgica e serotoninérgica.

Farmacocinética: Altamente absorvidos por via oral. Alta ligação com albumina no sangue. Alta
distribuição para os tecidos. Sofrem metabolismo hepático por oxidases e os metabólitos conjugados e
eliminados na urina.

Efeitos adversos: boca seca, visão turva, obstipação e retenção urinária, taquicardia, hipotensão
postural, tremores de mãos, sedação, parestesias, agitação, insônia, estados confusionais, delírios,
alucinações e convulsões, aumento da secreção de prolactina, hiponatremia, exantemas, urticária,
eritema multiforme, dermatite esfoliativa e fotossensibilidade, alterações de função hepática, toxicidade
hepática, hesitação urinária, tolerância e dependência.
Antidepressivos Inibidores da recaptação de serotonina (ISRSs)
Fluoxetina (prosac), Sertralina (zoloft), Paroxetina (Aropax), Citalopram (Cipramil),
Escitalopram (Lexapro), Fluvoxamina (Luvox).

Farmacocinética: Todos bem absorvidos via oral. Apresentam alta ligação proteica no sangue. São
metabolizados por oxidases de função mista CP450 (CYP). A fluoxetina é um bloqueador enzimático. Os
metabólitos são eliminados na urina.

Efeitos adversos: gastrintestinais (náuseas, vômitos, dor abdominal, diarréia), psiquiátricos (agitação,
ansiedade, insônia, ciclagem para mania, nervosismo), alterações do sono, fadiga, efeitos neurológicos
(tremores, efeitos extrapiramidais), perda ou ganho de peso, disfunções sexuais, reações
dermatológicas.Hipersensibilidade. Tolerância e dependência.

Interações com alimentos:


- Aminoácidos tiramina (derivados do leite e de uvas): Inibe a MAO, potencializa os antidepressivos IMAO e
também os ISRSs. Aumento dos efeitos adversos.
- Fibras vegetais: Reduzem a absorção, por adsorção de lipídeos, dos antidepressivos tricíclicos e atípicos.
- Ferro Ferroso: aumenta os efeitos adversos dos ISRSs. Mecanismo não conhecido.
Inibidores da MAO (monoamino oxidase)
Reduzem a metabolização das catecolaminas no citoplasma do neurônio pré sináptico, levando a um
aumento da neurotransmissão das catecolaminas.

Inibidores inespecíficos da MAO (A e B): Fenelzina (nardil), Isocarboxazida (marplan), Tranilcipromina


(parnate) (inespecíficos).

Inibidores específicos da MAO A (IMAO A): Moclobemida (AURORIX )

Farmacocinética Geral: São bem absorvidos pelo trato gastrintestinal, sofrem biotransformação
hepática rápida por oxidação e têm metabólitos ativos. A eliminação, inclusive dos metabólitos, ocorre
principalmente pela via renal.

Efeitos adversos: Frequentes: hipotensão ortostática grave (vertigens e tonturas, especialmente ao


levantar; diarréia, edema nos pés e tornozelos; estimulação simpática (taquicardia e palpitação),
nervosismo e excitação, hepatite, leucopenia, síndrome de Parkinson, síndrome serotonérgica na
combinação com medicamentos serotonérgicos (amitriptilina, clomipramina, doxepina, imipramina;
fluoxetina, sertralina, paroxetina ou trazodona). A síndrome pode se manifestar por confusão mental,
hipomania, inquietação, mioclonias, hiperreflexia, arrepios, calafrios, tremores, diarréia, incoordenação e
febre.
Estabilizantes do humor e anticonvulsivantes:
Estabilizantes de humor - Medicamentos usados com objetivo de manter o humor estável em pacientes
portadores de Transtorno Afetivo Bipolar.

Anticonvulsivantes: Tratamento de epilepsias.

1) Lítio (Carbolitium): Ação profilática na reincidência dos transtornos bipolares do humor

Cátion monovalente: Inibição do metabolismo do inositol trifosfato (IP3), e da fosfoquinase - interferindo na transdução
de sinais, na transcrição e na expressão gênica de novas proteínas.

Farmacocinética geral: via oral, baixo volume de distribuição, lenta entrada nas células, não sofre metabolização,
eliminado na urina.

Efeitos adversos: tremores, agitação, confusão mental, hipotireoidismo, arritmia, leucocitose, nefrotoxicidade.

Interação: Com íon iodeto – forma o iodeto de lítico - reduz captação do iodeto pela Tireóide – reduz produção de
hormônios.
Obs. O lítio é o único estabilizador de humor que não pode ser utilizado como anticonvulsivante.
2) Carbamazepina (Tegretol): pró-fármaco – precisa ser metabolizado no fígado, oxidação, para ter o metabólito
ativo.
Mecanismo de ação: bloqueio dos canais de sódio, reduz a geração e condução de potenciais de ação nos
neurônios.

Farmacocinética Geral: via oral. Ligação com proteínas séricas, alto volume de distribuição, retenção nos tecidos,
metabolização por oxidases microsomais hepáticas, metabólito ativo. Após conjugação, eliminação na urina

Efeitos adversos: Sedação, sonolência, relaxamento muscular, alterações motoras e sensoriais, anti-anorexia,
confusão mental, dificuldades de memorização e aprendizado, depressão, depressão respiratória (doses altas).
Tolerância e dependência.

3) Ácido Valpróico (Depakene):

Mecanismo de ação: bloqueio da enzima GABA Transaminase (que metaboliza o GABA na fenda sináptica)- aumenta
o tempo do neurotransmissor na fenda.

Farmacocinética Geral: via oral. Ligação com proteínas séricas, alto volume de distribuição, retenção nos tecidos,
metabolização por oxidases microsomais hepáticas, metabólito ativo. Após conjugação, eliminação na urina

Efeitos adversos: Sedação, sonolência, relaxamento muscular, alterações motoras e sensoriais, anti-anorexia,
confusão mental, dificuldades de memorização e aprendizado, depressão, depressão respiratória (doses altas).
Tolerância e dependência.
4) Fenobarbital (Gardenal; Edhanol):
Mecanismo de ação: Potencia o neurotransmissor GABA em receptores GABA a, abrindo canais de cloreto.

Farmacocinética Geral: Elevada absorção via oral. Altas taxas de ligação com albumina no sangue. Elevada distribuição
para todos os tecidos. Metabolismo hepático via CP 450. São potentes indutores enzimáticos. Metabolitos são conjugados
e eliminados na urina.

Efeitos adversos: Sonolência, hepatotoxicidade, irritabilidade, rash cutâneo. Indução enzimática CYP famílias 2C e 3A do
sistema P450. Em crianças: hiperatividade e irritabilidade e em Idosos: agitação e confusão. Anemia megaloblástica.
Osteomalácia.

5) Fenitoína (Fenital):
Mecanismo de ação: bloqueio de canais de sódio. Reduz geração e condução dos potenciais de ação pelos neurônios..

Farmacocinética Geral: Elevada absorção via oral. Altas taxas de ligação com albumina no sangue. Elevada distribuição
para todos os tecidos. Metabolismo hepático via CP 450. São potentes indutores enzimáticos. Metabolitos são conjugados
e eliminados na urina.

Efeitos adversos: Disfunção cerebelar, ataxia e vertigem. Hirsutismo e hiperplasia da gengiva. Osteomalácia - alteração
do metabolismo de Vitamina D e absorção de Cálcio. Aumento do metabolismo de vitamina K Anemia (deficiência de
ácido fólico e vitamina B12).
Interações com anticonvulsivantes
Fenitoína; fenobarbital X vitaminas lipossolúveis – aumento de CP 450 = aumento da metabolização das
vitaminas = diminuição do efeito das mesmas.

Fenitoína; fenobarbital X Cimetidina (tagamet); Omeprazol (losec; peprasol) – bloqueio do CP 450 pela
cimetidina = aumento da Cp dos anticonvulsivantes = aumento do efeito depressor do SNC.

Fenobarbital; Fenitoína X Contraceptivos anovulatórios – indução enzimática = redução do efeito dos


contraceptivos.

Anticonvulsivantes X fluoxetina – fluoxetina bloqueador de CP 450 – aumento do efeito dos


anticonvulsivantes.

Anticonvulsivantes X Corticóides. Estatinas – redução do efeito dos anti-inflamatórios esteroides e dos


Hipocolesterolêmicos, por indução do aumento das enzimas de metabolização – CP 450.
Sistema Nervoso Autônomo
Sistema Nervoso Autônomo é constituído por nervos motores que conduzem impulsos do sistema nervoso central à
musculatura lisa de órgãos viscerais, músculos cardíacos e glândulas e tem a função de controle da digestão, sistema
cardiovascular, excretor e endócrino.

Divisão: Simpático e parassimpáticos. Geralmente apresentam ações contrárias nas vísceras.

Principais ações e neurotransmissores:

Parassimpático: resposta - repouso – pânico.


Liberação de Acetilcolina, principal
neurotransmissor, na junção neuroefetora.

Fármacos: agonistas e antagonistas de


acetilcolina.

Simpático: resposta - medo, defesa e Estresse.


Liberação de noradrenalina, principal
neurotransmissor, e adrenalina (hormônio) na
junção neuroefetora.

Fármacos: agonistas e antagonistas de


noradrenalina e adrenalina (serão estudados
posteriormente).
Principais fármacos que atuam no parassimpático:
Pilocarpina: Diminui a pressão intraocular no glaucoma de ângulo amplo ou estreito; • Liga-se preferencialmente nos
receptores muscarínicos; • É amina terciária não ionizada que pode entrar no SNC.

Betanecol: Usado no tratamento da retenção de urina; Liga-se preferencialmente aos receptores muscarínicos.

Carbacol: Produz miose durante a cirurgia ocular; • É usado topicamente para diminuir a pressão intraocular de
ângulo amplo ou estreito, particularmente em pacientes que se tornaram tolerantes à pilocarpina.

Neostigmina: Previne a distensão abdominal pós-cirúrgica e a retenção de urina; • É usada no tratamento da


miastenia grave; • É usada como antagonista dos bloqueadores neuromusculares competitivos; • Tem duração de
ação intermediária (0,5 a 2h).

Fisostigmina: Aumenta a motilidade intestinal e da bexiga; Reverte os efeitos dos antidepressivos tricíclicos no
coração e no SNC; Reverte os efeitos da atropina no SNC; É uma amina terciária não ionizada que pode entrar no
SNC.

Edrofônio: É usado para o diagnóstico de miastenia grave; É usado com antagonista dos bloqueadores
neuromusculares competitivos; Tem ação de curta duração (10-20 min)
ATÉ A
PRÓXIMA!

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