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CAPÍTULO II

TOMADAS DE IMPULSO
BIBLIOGRAFIA
• Curtis D. Johnson, Controlo de processos-tecnologia da
instrumentação, Edição da Fundação Calouste
Gulbenkian, 1991
• Gustavo silva, instrumentação industrial, Edição da
Escola Superior de tecnologia de Setúbal, 1999
• António Creus Sole, Instrumentação industrial, Editora
Marcombo Boixareau
• Gustavo Ribeiro da Costa Alves, Instrumentação e
medidas, ISEP, Instituto politécnico do porto
• Katsuhiko Ogata, Engenharia de controlo Moderno,
Editora Prentice-Hall do Brasil, 3º Edição, 1997.
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CONCEITOS DE INSTRUMENTAÇÃO
• A instrumentação é a área da engenharia que
engloba as atividades relacionadas a medição
de grandezas físicas para monitoração ou
controlo de sistemas de automação. Trata
também do desenvolvimento de novos
dispositivos de medição e controlo

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CONCEITOS DE INSTRUMENTAÇÃO
• Ao longo do processo de industrialização que
nossa sociedade presencia foi surgindo a
necessidade da medição das mais diversas
grandezas físicas. Quanto mais competitivas se
tornam as economias, mais complexos se
tornam os processos industriais. A
instrumentação é uma área que está sempre
em desenvolvimento e é cada vez mais
utilizada, principalmente com a massificação
de processos automatizados.
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CONCEITOS DE INSTRUMENTAÇÃO
• Na grande maioria dos processos automáticos
é necessário uma realimentação do processo.
A realimentação consiste na medição de
variáveis de saída do sistema controlado e na
comparação destas variáveis com valores de
referência. A diferença é informada ao
controlador do processo para que o mesmo
gere uma acção de controlo adequada
(conforme visto no capítulo I).
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CONCEITOS DE INSTRUMENTAÇÃO
• A instrumentação viabiliza o processo de
realimentação. Como existem inúmeros
processos envolvendo as mais diversas
grandezas físicas foram desenvolvidos
instrumentos de medição para atender as
exigências de cada aplicação.

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DEFINIÇÕES
• No estudo da instrumentação é necessário que
sejam verificados certos conceitos gerais que
englobam um grande número de dispositivos.
Desta forma ficará facilitada a compreensão do
uso da instrumentação nos sistemas de controlo.
• Actuadores:S ão dispositivos, que modificam a
variável manipulada, com o objetivo de corrigir a
variável controlada. Recebem portanto um sinal
proveniente do controlador e agem sobre o
sistema controlado. Trabalham com um nível de
potência elevado. Exemplo de atuadores:

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DEFINIÇÕES
• Válvulas (Pneumáticas, Hidráulicas)
• Relés (Estático, Eletromecânico)
• Cilindro (Pneumáticos, Hidráulicos)
• Motores (Step-motor, Syncro, Servomotor)
• Solenóides

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DEFINIÇÕES
• Sensor:Termo empregado para dispositivos
sensíveis a alguma forma de energia
sensibilizante. Esta energia sensibilizante (luz
,calor, movimento,) traz informação sobre
uma grandeza que precisamos medir
(temperatura, pressão, velocidade, corrente,
aceleração, posição, etc.).

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DEFINIÇÕES
• Um sensor nem sempre tem as características
elétricas necessárias para ser utilizado de
imediato em um sistema de controlo.
Normalmente o sinal de saída deve ser
trabalhado antes do seu emprego. Diz-se
neste caso que segue-se ao sensor
propriamente dito um circuito de interface
para adequação do sinal.

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DEFINIÇÕES
• Suponha que a saída de um sensor ao ser
sensibilizado por uma energia externa, é dada
por um nível de tensão muito baixo. Torna-se
necessário uma amplificação do mesmo. Esta
interface seria então um amplificador capaz
de elevar o nível do sinal para sua efectiva
utilização.

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DEFINIÇÕES
• Transdutor
– É a denominação de um dispositivo completo,
usado para transformar uma grandeza qualquer
em outra que pode efetivamente ser utilizada pelo
dispositivo de controlo. Neste sentido podemos
considerar um transdutor como uma interface
entre o sensor e o circuito de controlo ou
eventualmente entre o controlo e o actuador.

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DEFINIÇÕES
• Os transdutores transformam uma grandeza física
(temperatura, pressão, etc) em um sinal de tensão ou
corrente que pode ser facilmente interpretado por um
sistema de controlo.
• Muitas vezes os termos “sensor” e “transdutor” são
usados indistintamente, pois um dispositivo que
contenha o elemento sensor e o transdutor integrados
costuma ser chamado simplesmente de transdutor.
Neste caso, o transdutor é o instrumento completo
englobando sensor e todos os circuitos de interface
capaz de ser usado numa aplicação industrial

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DEFINIÇÕES
• Transmissor:
– Dispositivo que prepara o sinal de saída de um
transdutor para utilização a distância, fazendo certas
adequações ao sinal.
– Estas adequações são os chamados padrões de
transmissões de sinais. Um exemplo bastante
conhecido é o “loop” 4 à 20mA, que um padrão de
transmissão de sinais em corrente.
– O termo transmissor é utilizado também para
dispositivos que integram um sensor, transdutor e
transmissor no mesmo dispositivo

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TOMADA DE IMPULSO -
GENERALIDADES
• A tomada de impulso é o primeiro passo da
regulação. Essa função e feita por elemento
sensível, elemento primário ou elemento de
medição, o que corresponderia ao tacto do corpo
Humano.
• São esses, portanto, os dispositivos de regulação
que estão em contacto directo com a tubulação,
reservatório, ou equipamento onde existe o
fluido o qual se pretende regular a pressão, a
temperatura, a vazão ou o nível, etc.

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GENERALIDADES
• Dependendo, pois, da variável que se
pretende regular, adopta-se o tipo adequado
de tomada de impulso.
• Antes de iniciar o estudo da medição, é
interessante saber as várias maneiras de
transformar o impulso em um sinal mais fácil
ou conveniente de transmitir ou manejar.

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GENERALIDADES
• Isso quer dizer que não basta medir, pois é
preciso obter também desta medida uma
força ou movimento que sejam proporcionais
à mesma e capazes de accionar um
mecanismo conveniente.
• Os elementos utilizados para essa finalidade
são chamados transdutores.

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GENERALIDADES
• Eis alguns exemplos de transdutores:
FORÇA → DESLOCAMENTO (PRESSÃO/PESO)
Fole
Diafragma
Molas, ex: (Tubo de Bordon)
Tubo de torção.
DESLOCAMENTO → FORÇA
Bocal – Palheta
Jacto Hidráulico

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GENERALIDADES
• Eis alguns exemplos de transdutores:
DESLOCAMENTO → IMPEDANCIA
Potenciómetro
Strain gauge
Condensador variável
DESLOCAMENTO → VOLTAGEM
Potenciómetro
Transdutor diferencial
Material piezo-electrico

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GENERALIDADES
• Eis alguns exemplos de transdutores:
TEMPERATURA → PRESSÃO
Termómetro de pressão
TEMPERATURA → IMPEDÂNCIA/VOLTAGEM
Resistência
Fio quente
Termopar
Termístor

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GENERALIDADES
• Eis alguns exemplos de transdutores:
VOLTAGEM → DESLOCAMENTO(FORÇA)
Relé electromagnético
LUZ → IMPEDÂNCIA OU VOLTAGEM
Foto-células/foto-resistores
Pilha solar
Contador Geiger

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Constituição de um dispositivo de
medida
• Bloco (ou elemento) sensor
Elemento que se encontra em contacto com o
processo e que produz um sinal de saída que
depende (de qualquer forma) da variável sob
medição
Exemplo: um termopar, em que a f.e.m aos seus
terminais depende da temperatura.

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Constituição de um dispositivo de
medida
• Bloco (ou elemento) de condicionamento de
sinal
Converte a saída de um elemento sensor numa
forma mais apropriada para posterior
processamento, geralmente uma tensão continua
ou um sinal de frequência.
Exemplos:
Ponte de wheatstone que converte uma variação de
resistência numa variação de tensão (no caso mais
geral – Contínua)
Amplificador operacional que converte uma tensão de
milivolts em Volts.
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Constituição de um dispositivo de
medida
• Bloco ( ou elemento) de processamento de
sinal
Converte o sinal de saída do bloco (ou elemento)
de condicionamento de sinal numa forma mais
apropriada para apresentação ou observação.
Exemplo:
Um conversor analógico-digital que converte uma
tensão analógica numa palavra digital, passível de ser
lida por um computador.

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Constituição de um dispositivo de
medida
• Bloco (ou elemento) de apresentação de
dados
Apresenta o valor medido numa forma facilmente
percetível pelo utilizador.
Exemplo:
Indicador de ponteiro, mostrador alfanumérico,
indicador de barras, etc.

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Características dos aparelhos de
medida
• Exatidão ou fidelidade
• É o erro da medida realizada por um
transdutor, em relação a um medidor padrão.
Segundo o VOCABULÁRIO INTERNACIONAL
DE TERMOS FUNDAMENTAIS E GERAIS DE
METROLOGIA exatidão é a aptidão de um
instrumento de medição para dar respostas
próximas a um valor verdadeiro

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Características dos aparelhos de
medida
• Precisão
• É a característica relativa ao grau de
repetibilidade do valor medido por um
transdutor. Apesar destas definições serem
atualmente padronizadas, existem autores e
principalmente fabricantes, que se referem a
essa característica como sendo o erro relativo
máximo que o dispositivo pode apresentar.

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Características dos aparelhos de
medida
• Sensibilidade
– Sensibilidade (ou ganho) é a razão entre saída e
entrada para um dado sensor ou transdutor: S =
{Entrada / Saida }
• Velocidade de Resposta :
– Trata-se da velocidade com que a medida fornecida
pelo sensor alcança o valor real do processo. Em
sistemas realimentados o ideal é que o sensor
utilizado tenha uma resposta instantânea, pois uma
resposta lenta pode prejudicar muito a eficiência do
sistema de controlo e até impedir que o sistema
funcione a contento.

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Características dos aparelhos de
medida
• Robustez e capacidade de sobrecarga
Um aparelho é robusto desde que não seja
susceptivel a estragos devidos aos transportes e
trepidações
Um aparelho esta em sobrecarga quando a
grandeza aplicada ultrapassa o calibre.
Capacidade de sobrecarga
– Grandeza máxima não destrutível = sobrecarga
que não faz variar, depois da sua aplicação, nem
os erros, nem o limite de sensibilidade nem a
precisão. 29
Características dos aparelhos de
medida
• Relativamente à classe de precisão
A classe de precessão indica o limite superior do
erro relativo (relativamente à medida da grandeza
indicada), como percentagem do máximo valor
indicado na escala que se esta a usar. Os aparelhos
mais frequentemente utilizados situam-se entre
as classes 0.5 e 4.

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Características dos aparelhos de
medida
• Relativamente a classe de precisão
Exemplo:
Classe de precisão 2, escala de 0 a 30 volts.
O erro relativo não excede +/- 2% de 30 volts. i.e.
as leituras obtidas estarão afetadas, no máximo,
de um erro absoluto de +/- 0.6 V.

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Características dos aparelhos de
medida
• Relativamente à sensibilidade, como
voltímetro
É indicada em ohms/volts (Ω/V) ou, mais
frequentemente, em quilohms por volts (kΩ/V).
Numa escala de zero a N volts, a resistência
interna do voltímetro é N multiplicado pela
sensibilidade, atrás referida, em ohms por volt.

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Características dos aparelhos de
medida
• Relativamente à sensibilidade, como
voltímetro
Exemplo: se a sensibilidade for de 10 000 Ω/V
Numa escala de 0 a 0.1 V -> R1=10 000 Ω/V x 0.1
V = 1 kΩ
Numa escala de 0 a 300 V -> R2 = 10 000 Ω/V x
300 V = 3,00 MΩ

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Características dos aparelhos de
medida
• Relativamente a outros dados
Indica-se também, frequentemente, a tensão de
ensaio, em kV, no interior de uma pequena estrela
de 5 pontos.

Nos instrumentos de medida de corrente


alternada indicam-se, por vezes, os limites de
frequência dentro dos quais as leituras (das varias
grandezas mensuráveis) podem ser feitas, dentro
da classe de precisão estabelecida.

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Características de um elemento
• Alcance (máximo e mínimo)
• Gama (ou intervalo) de funcionamento
• Linearidade
• Sensibilidade Resolução
• Histerese
• Tolerância aos efeitos ambientais
• Tolerância ao desgaste e envelhecimento
• Intervalos de erro ou incerteza
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Características de um elemento
• Alcance (máximo e mínimo)
O alcance de entrada (E) de um elemento é
especificado através dos valores máximo e mínimo
de E, i. e. Emáx e Emin. O alcance de saída (S) de
um elemento é especificado através dos valores
máximo e mínimo de S, i. e. Smáx e Smin. Por
exemplo um sensor de temperatura pode ter um
alcance de entrada de 0 a 300° e em alcance de
saída de 10 a 40 kW.

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Características de um elemento
• Gama (ou intervalo) de funcionamento
Indica a máxima variação da entrada ou da saída,
i. e. a gama de entrada é igual a Emáx-Emin e a
gama de saída é Smáx – Smin. No exemplo
anterior a gama de entrada era de 300°c e a gama
de saída era de 30 kW.

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Características de um elemento
• Linearidade
– Diz-se que um elemento é linear se a
correspondência entre os valores à sua entrada e
os valores à sua saída forma uma linha recta. A
linha recta ideal liga o ponto mínimo (Emin,
Smin), ao ponto máximo (Emáx, Smá), sendo por
isso descrita pela seguinte equação:

• Ou seja:

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Características de um elemento
• Linearidade
Existem elementos que se afastam da linearidade,
i. e. possuem uma característica não linear.
A não-linearidade é geralmente quantificada em
termos de não-linearidade máxima N, expressa
como uma percentagem da deflexão de fim de
escala (d.f.e.), i. e. como uma percentagem da
gama de funcionamento.

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Características de um elemento
• Linearidade
– Esse conceito se aplica a sensores analógicos. É a
curva obtida plotando-se os valores medidos por
um transdutor sob teste contra os valores de um
padrão. Se o comportamento do transdutor ou
sensor for ideal o gráfico obtido é uma recta.

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Características de um elemento
• Sensibilidade
Indica a taxa de variação da saída em relação à
entrada, i. e.

dS/dE = K + dN/dE

Para elemento ideal dS/dE = K. quanto maior for o


valor de K, maior será a sensibilidade do
elemento.
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Características de um elemento
• Resolução
Alguns elementos são caracterizados pela saída
variar em intervalos ou deslocamentos discretos
em resposta a uma variação continua na entrada.

A resolução é definida como a variação máxima


da entrada que não provoca nenhuma variação na
saída.

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Características de um elemento
• Histerese
Para um dado valor de E, a saída S pode ser
diferente consoante E esteja a crescer ou a
decrescer.
Histerese, é a diferença entre estes dois valores
de S.

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Características de um elemento
• Tolerância aos efeitos ambientais
Em geral, a saída S não depende só do sinal de
entrada E, como também depende dos efeitos
do ambiente em que se encontra o elemento.
Geralmente, as funções de transferência são
elaboradas para condições bem determinadas,
como por exemplo, a 25°c de temperatura
ambiente, pressão atmosférica de 1000
milibares e uma humidade de 80%.
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Características de um elemento
• Tolerância aos efeitos ambientais
Se existirem desvios em relação a estas condições,
então a nova função de transferência devera
reflectir o efeito destes desvios.
Tipos de efeitos ambientais: efeito de modificação
e de interferência. O primeiro actua ao nível de K
e o segundo ao nível de a.
Exemplo: variação da resistência com a temperatura.

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Características de um elemento
• Tolerância ao desgaste e envelhecimento
O desgaste e o envelhecimento podem causar
variações nas características de um elemento, i. e.
em K e a.
Estas variações são geralmente muito lentas, mas
sistemáticas ao longo do ciclo de vida do
elemento em causa.

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Características de um elemento
• Tolerância ao desgaste e ao envelhecimento
Exemplo: a rigidez de uma mola pode ser expressa
pela seguinte equação:

K(t) = k0 – b * t

Neste caso, b é muito pequeno e t é o tempo,


contado desde o momento em que a mola foi
fabricada.
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Características de um elemento
• Intervalos de erro ou incerteza
Em muitos sensores e transdutores modernos, a
não linearidade, histerese, e efeitos de resolução
são tao pequenos que dificilmente (ou por
irrelevância) se quantifica cada um destes efeitos
individualmente.
Nestes casos, o fabricante opta por definir a
resposta do elemento em termos de limites de
erro.

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Características de um elemento
• Intervalos de erro ou incerteza
Para cada valor de E, a saída S será definida como
uma linha recta ideal centrada numa zona de erro
definida por duas rectas paralelas à ideal,
colocadas uma de cada lado, a uma distancia igual
ao erro absoluto máximo.

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