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Choque

Falha aguda no sistema circulatório, onde o impossibilita de proporcionar aporte sanguíneo adequado
aos tecidos periféricos e órgãos do corpo, provocando hipoxia celular.

 Paciente chocado = isquemia tecidual generalizada


 Com frequência se encontra:
- Hipotensão (90/60mmHg)
- Hipoperfusão (diminuição da passagem de sangue nos tecidos)
 Choque não é uma doença especifica, e sim uma síndrome que pode ocorrer após condições
traumáticas ou estados patológicos
 Mecanismos compensatórios para ↑PA:
- Estimulação simpática compensatória
- Sistema RAA
- Produção de vasoconstritores locais
PA = GC x RVP

Parâmetros de Choque:

 PA: sist. < 90mmHg por mais de 20 min


 Alteração do estado mental (letárgico)
 Taquicardia
 Taquipneia > 22rpm
 Debito urinário < 0,5ml/Kg/h
 PAM < 60mmHg

Divisão Geral

 CHOQUES HIPODINÂMICOS (FRIOS)


- RVP ↑
- DC ↓
- Vasoconstrição
- Pele úmida, cianótica, pálida
- Hipovolêmico*, cardiogênico e obstrutivo
 CHOQUES HIPERDINÂMICOS (QUENTES)
- RVP ↓
- DC variável
- Vasodilatação
- Pele quente, rosada
- Distributivos: Séptico*, Neurogênico, Anafilático

Um choque pode se originar por:

1. Uma alteração da função cardíaca (choque cardiogênico)


2. Uma diminuição no volume sanguíneo (choque hipovolêmico)
3. Obstrução do fluxo sanguíneo através do sistema circulatório (choque obstrutivo)
4. Vasodilatação excessiva e distribuição anômala do fluxo sanguíneo (choque distributivo)
- Choque neurogênico
- Choque anafilático
- Choque séptico

 CHOQUE CARDIOGENICO

- Ocorre quando o coração tem uma falha ao bombear sangue suficiente para satisfazer as demandas
metabólicas
- Causa principal: IAM de parede anterior e inferolateral
- Outras causas: Arritmias (FARVA, taquicardia ventricular sustentada, bradiarritmias), cirurgia cardíaca
- Hipotensão (porém se inicia com PA normal)
2 ( PAD ) + PAS
- PAD quase normal por conta da vasoconstrição arterial. PAM E PAS ↓/ PAM=
3
- ↑ PVC (aumenta pressão veias pulmonares pela congestão cardíaca esquerda) e PCP – edema
pulmonar
- ↓ GC
- Hipoperfusão
- Hipoxia (cianose)
- Oliguria
- Alteração neurológica: alteração de cognição e estado de alerta

Fisiopatologia:
Lesão cardíaca -> ↓ contratilidade miocárdica -> ↑ poscarga ↑ precarga -> ↓ DC -> hipoperfusão ->
ativa mecanismo compensatório (Nora e RAA) -> ↑ RVP -> retenção hídrica -> ↑ precarga -> ↑ volume
telediastolico esquerdo -> hipoperfusão coronária -> Se o tratamento não é eficaz = SIRS

Tratamento:
- Vasodilatadores
- Inotrópicos positivos como Dobutamina (aumentam o inotropismo)
- No caso de IAM por oclusão da coronária, se faz CABG derivação de artéria coronária (Ponte de Safena)

 CHOQUE HIPOVOLEMICO

- Se caracteriza por um volume sanguíneo diminuído (15 a 20% do volume circulante), de tal maneira
que há um enchimento inadequado do compartimento vascular.
- Causas: hemorragia, perda do plasma (queimadura grave), desidratação grave, hemorragia interna,
síndrome do terceiro espaço (sangue nas cavidades)
- Mesmo retirando uma quantidade de sangue considerável, no começo o volume bombeado diminui,
mas a PA se mantem graças ao incremento da FC e da vasoconstrição periférica mediada pelo sistema
simpático (mecanismo compensatório)
- Ativação dos mecanismos compensatórios
- Taquicardia
- Palidez cutaneomucosa
- Hipotensão
- Hipoperfusão
- Sede/desidratação (centro hipotalâmico)
- Pele fria
- Oliguria
- Letargia
- Inquietação, agitação
- Taquipneia e hiperventilação
- Pulso fraco
- PVC ↓ por diminuição do retorno venoso
- Mecanismos compensatórios começa a ter efeito contrário, o corpo entra em acidose:
Vasoconstrição intensa -> ↑ hipoperfusão -> Aporte insuficiente de O2 -> alteração do metabolismo
celular -> aumenta radicais livres de O2, excesso de H e Ac láctico -> ↑ acidez intracelular -> diminuição
de ATP -> Falha na bomba de Na e K -> Acumulo de Na e K intracelular -> edema celular -> rompimento
da membrana lisossômica -> morte celular -> cascata de ac araquidônico -> extensão do dano celular ->
falha múltipla de órgãos -> óbito

Laboratório:
- Hb e Hto ↓
- Acidose metabólica mediada por gasometria arterial

Tratamento:
- Transfusão ou volume

*OBS: Porque não repõe volume no choque cardiogênico? Porque o problema é falha no bombeamento
cardíaco e não no volume. *

Choque hemorrágico fata agudo: se caracteriza por acidose metabólica, coagulopatia e hipotermia,
seguidos de insuficiência circulatório.

 CHOQUE OBSTRUTIVO

- Resultante de uma obstrução mecânica do fluxo sanguíneo através da circulação central (grandes
veias, coração ou pulmões)
- Causas: Tamponamento cardíaco, Pneumotórax hipertensivo, TEP, mixoma auricular e etc.
- TEP: o embolo vai viajar ate chegar na bifurcação da artéria pulmonar, se desfazendo em vários
trombos pequenos e ocluindo a passagem do sangue. Com isso, aumenta a PCP e consequentemente
aumenta pressão do ventrículo direito. (pode gerar uma cardiomegalia do lado direito)
- RV alterado, porém as pressões se encontram elevadas
- Hipotensão, hipoperfusão
- DC ↓
- RVP ↑
- POAP ↑ (pressão de oclusão da artéria pulmonar)
- PVC ↑
- Distensão da veia jugular *

Tratamento:
- Embolectomia pulmonar e fármacos fibrinolíticos (TEP)
- Pericardiocentese (Tamponamento cardíaco)
- Inserção de tubo torácico (Pneumotorax)

 CHOQUE DISTRIBUTIVO

- Se chama também vasodilatador ou normovolêmico (volume não está alterado). Se caracteriza pela
perda do tono dos vasos sanguíneos, aumento do tamanho do compartimento celular e movimento do
volume vascular para longe do coração e da circulação central.
1- Diminuição do controle simpático do tono vascular (pode ser por lesão no centro vasoconstritor no
tronco encefálico)
2- Liberação de substancias vasodilatadoras em excesso

o Choque Neurogênico:
- Consequência de um defeito no centro vasomotor (lesão cerebral – TCE grave,
atividade depressora de certas drogas ou fármacos, anestesia geral, hipoxia ou ausência
de glicose) diminuindo o tono vascular.
- Lesão medular (TRM) -> Choque medular ou raquimedular
- Bradicardia (porque o SNS está afetado, então não tem mecanismo compensatório)
- Extremidades quentes (choque hiperdinâmico)
- Instabilidade hemodinâmica
o Choque Anafilático:
- Desencadeado pela exposição a um determinado alérgeno, que pode ser
medicamento, alimentos, venenos de insetos
- Reação alérgica sistêmica mais grave
- Reação de hipersensibilidade tipo 1
- Produção de histamina (vasodilatador)
- Essas substancias ocasionam vasodilatação das arteríolas e vênulas e um incremento
marcado da permeabilidade capilar
- Cólicas abdominais
- Sensação de calor ou queimação na pele
- Prurido
- Urticaria
- Tosse
- Asfixia
- Sibilos
- Dispneia
- Sensação de pressão torácica
o Choque Séptico e Septicemia:
- Septicemia (sepse): disfunção de órgãos que ameaça a vida, sendo ocasionada por uma
resposta inflamatória desregulada do hospedeiro à infecção.
- SIRS: Síndrome de resposta inflamatória sistêmica
- SEPSE: SIRS + suspeita ou inflamação comprovada
- Choque séptico é um subtipo de sepse, ou uma sepse grave com
hipotensão/hipoperfusão.
- Apesar da reposição volêmica, este paciente necessita uso de aminas vasopressoras
para manter a PAM ≥ 65mmHg
- Hipotensão, febre e pele ruborizada
- ↓ RVP
- Hipovolemia secundaria a dilatação arterial e venosa + 3 espaço
- Modificações na cognição e comportamento
- Hipoxia em tecidos
- Laboratório: acidose metabólica, lactato sérico aumentado, leucócitos elevados

ESCORE SOFA

Padrão ouro no diagnóstico de sepse:

 Respiratório: PaO2/FiO2
 Hemato: Plaquetas (x 10³) ul
 Hepática: Bilirrubina
 Cardiovascular: PAM
 SNC: Escala de coma de Glasgow
 Renal: Creatinina ou debito urinário

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