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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ................................................................................................... 3
Prezado aluno,
O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos
ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não
hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de
atendimento que serão respondidas em tempo hábil.
Bons estudos!
1. NOÇÕES DE DIREITO
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determinado momento, reconhecidos, a partir de lutas em defesa de novas
liberdades contra velhos poderes, que foram surgindo gradativamente.
(BOBBIO, 2004. apud STURZA; MACIEL, 2016)
Desenvolvimento este que, ainda que tenha surgido a partir das mais
ínfimas, concepções de que existem direitos mínimos que são inerentes a
pessoa humana independentemente do Estado.
Douzinas vai explicar que o marco histórico para os direitos humanos está
ligado a modernização, bem como a promulgação de documentos legais que
conseguiram distinguir o Homem, do Estado e soberano. (DOUZINAS, 2009.
apud. STURZA; MACIEL, 2016)
Ainda assim o direito não era um direito igualitário, o qual servia apenas
para o homem proprietário e os demais que não tinham propriedade não
possuíam os mesmos direitos.
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de cada um passa-se a questionar que estas normas seriam normas abstratas
que não conseguiam atingir as necessidades existentes.
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A Convenção de Genebra de 1864, foi um marco, um conjunto de leis e
costumes da guerra, visando a minorar o sofrimento dos soldados doentes e
feridos, bem como de populações civis atingidas por um conflito bélico.
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formas até então conhecidas, inclusive a Democracia. (STURZA;
MACIEL, 2016)
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O sistema democrático ainda permite a participação popular na esfera
pública, ainda é na democracia que se pratica o respeito à diversidade, a
tolerância e a solidariedade.
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A maioria das sociedades organizadas tem “direito”, mas o sistema de
direito europeu é significativamente diferente dos outros. Weber
desenvolveu tipologias que lhe permitiram distinguir o direito europeu
do arranjo jurídico de outras civilizações e conduzir estudos históricos
que visavam a demonstrar as origens das peculiaridades do direito
europeu. Ao mesmo tempo, por meio de análises teóricas paralelas,
Weber descobriu ser possível mostrar como certo tipo de sistema
jurídico se ajustava às necessidades do capitalismo. Ele voltou à
História para demonstrar que, de todas as grandes civilizações –
Europa, Índia, Islã, China – apenas a Europa havia desenvolvido esta
classe particular de direito. Levando-se em conta que o capitalismo
surgiu primeiro na Europa, esta análise sugeria que o direito europeu
havia tido importante participação no surgimento do sistema
econômico capitalista. (TRUBEK, 2007)
O direito era visto por ele como uma estrutura de normas criadas por
costumes humanos ou como um conjugado de tradições inalteráveis.
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A partir de um entendimento de que o direito europeu era o mais
organizado em relação as demais civilizações, Weber entendeu que a ascensão
econômica daqueles países tinha relação com a organização do direito.
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Na realidade o Direito é uma ordem, a qual vem acompanhada de certas
seguranças. Sendo a coação é embutida a fim de que haja distinção entre direito
e convenção, mas tanto o direito quanto a convenção devem ser legítimos.
Ainda assim para Trubek (2007), o direito deve ser visto como uma forma
de “organização legítima”, o qual, no projeto de Weber, o direito é uma subclasse
de uma categoria chamada de organizações legítimas ou normativas. Todas
estas organizações devem ser (1) sistemas socialmente estruturados que
contêm (2) conjuntos de proposições normativas que (3) são, até certo ponto,
aceitas pelos membros de um grupo social como definidos para seu próprio bem,
independentemente de estimativas puramente utilitaristas sobre a probabilidade
da coação. (TRUBEK, 2007)
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Weber citou o sistema de direito alemão do final do século XIX como
exemplo concreto de um sistema do tipo lógico-formal e racional. Este
sistema nasceu devido às teorias da ciência do direito alemã e ao que
Weber chama de “ciência jurídica do Direito Civil dos Pandectistas”,
marcadas, ambas, por cinco postulados básicos: (1) toda decisão
jurídica concreta é a aplicação de uma proposição jurídica abstrata a
uma situação de fato concreta; (2) em todos os casos concretos, deve
ser possível chegar a uma decisão por intermédio de proposições
abstratas com a utilização da lógica jurídica; (3) o direito é, ou deve ser,
tratado como um sistema infalível; (4) o que não puder ser
“interpretado” racionalmente é juridicamente irrelevante; e (5) toda
ação humana é regida pelo direito. Neste sistema, proposições
jurídicas “abstratas” são organizadas sistematicamente na forma de
um código civil; os juízes devem aplicar o código utilizando formas
específicas de lógica profissional; toda ação humana é não apenas
“regida pelo direito” como também nenhum outro fenômeno social pode
negar o que o direito permite. (TRUBEK, 2007)
Weber ainda identificou formas para fazer as leis e dar legitimidade a elas,
as chamadas formas de “dominação” tradicional, carismática e legal. (TRUBEK,
2007)
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também se torna seu próprio princípio de legitimação e a base de toda
dominação legítima. Esta é a natureza característica do direito
“moderno” e, portanto, do “estado moderno”. (TRUBEK, 2007)
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Assim, a mudança de um regime que impõe fortemente a sua autoridade
para a democracia é idêntica a tal esclarecimento, exige uma nova legitimação
e alegação da teorização do Poder Constituinte na medida em que passa a
almejar o “povo” como titular e soberano desse.
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Observou-se a partir de então o surgimento de questionamentos a
respeito da constitucionalidade das normas correlatas.
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uma realidade diferente torna-se necessário então melhorar o instrumento
normativo.
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Considerando, as mais altas Cortes que com frequência provocando
demandas de alto cunho político e social, s escolha do responsável por julgá-los
geralmente depende de critérios de interesse político e do alcance dos objetivos
do candidato.
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reservas ao artigo 25 e 66, o Decreto Legislativo n º 496/2009, no qual já havia
aprovado a incorporação da Convenção de Viena, desde 17 de julho de 2009.
(BRASIL, 2009)
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tratado de direitos humanos: a Convenção contra a Tortura e outros Tratamentos
Cruéis, Desumanos e Degradantes.
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nacional exclusiva ou à jurisdição doméstica exclusiva, porque revela tema de
legítimo interesse internacional.
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4 DIREITOS HUMANOS E DEMOCRACIA
Segundo Samuel Moyn, foi a partir das décadas de 1970 e 1980 que
os direitos humanos deixaram de ter uma existência meramente
nominal em tratados e conferências internacionais. Fixaram-se no
léxico de organizações internacionais, movimentos sociais, partidos e
governos de diferentes vocações políticas. Mais do que isso:
instalaram-se também no vocabulário e na imaginação social dos
cidadãos comuns (Moyn, 2010). Entre os vetores de disseminação e
normalização de políticas e discursos de direitos humanos estão os
mecanismos da chamada justiça de transição, um campo que combina
reflexão e intervenção pública em ambientes marcados pelo legado de
violências passadas, cometidas em contextos de guerra ou regimes
autoritários. (HOLLANDA, 2018)
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estabilização institucional – normalmente, em democracias recém-
estabelecidas (Kritz, 2004). A mesma preocupação, como se sabe, já
havia ganhado forma institucional nos Tribunais de Nuremberg (1945-
1946) e Tokyo (1946-1948), mas apenas décadas depois inspirou
reflexão e experimentação sistemáticas, sendo suas formas mais
usuais os tribunais penais – com jurisdições internacional e doméstica
(Sikkink, 1995; Acuña e Przeworski, 1995) – e também as comissões
da verdade. (Hayner, 2011). (HOLLANDA, 2018)
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Já as comissões subnacionais da verdade que se aproximou melhor do
ponto de vista das “vítimas”, se disseminaram no país após o lançamento da
CNV, vinculadas a governos e legislativos estaduais e municipais por leis,
decretos e resoluções.
Impasse esse causado pelo demasiado interesse que contou com o lastro
significativo de movimentos de familiares e militantes envolvidos, desde longa
data, com as pautas de memória, verdade e justiça.
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5.1 Análises teóricas e conceituais dos Direitos Humanos: Nacionalidade,
Cidadania, Democracia
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portador de direitos e deveres fixados por determinada estrutura legal
(constituição e leis). (COSTA, IANNI. 2018)
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sociedades, as quais pode-se citar como sendo: características culturais,
linguísticas, religiosas, musicais, culinárias, dentre outras, que representam os
hábitos de uma comunidade.
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A identidade nacional é aquela que sustenta, organiza e permite que o
Estado dure, a partir do qual permite o estado de cidadão do indivíduo.
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estatuto legal do indivíduo bem como o fato de pertencer a uma nação, mas
também, com o fim de definir sua participação ativa na esfera pública.
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A modernização do direito, trouxe um novo conceito de indivíduo, como
um ser que tem valor em si mesmo, o qual se encontra dotado de direitos
naturais.
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Assim, os direitos civis e individuais são os direitos que foram
fundamentados com a Constituição de 1988 os quais são: direitos de reunião,
de expressão, de opinião, de pensamento e de fé, de ir e vir, de celebrar contrato,
de acesso à justiça, ao trabalho, à propriedade, dentre outros.
Quanto aos direitos sociais que são: os direitos de acesso aos benefícios
da riqueza coletiva gerada, como saúde, educação, previdência etc. É o direito
a ter o mínimo de bem-estar econômico e segurança. Conquista essa também
nascida na Europa do século XX.
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6.1 Direitos Humanos e Constitucionalismo no Brasil
Oposto aos direitos civis, sociais e políticos, os direitos humanos não são
fruto da legislação de uma nação, mas, são concebidos por toda a humanidade,
independentemente de sua nacionalidade.
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Assim, podemos afirmar que “[...] o direto e o dever são o verso e o reverso
de uma mesma moeda” (BOBBIO, 2004). De acordo com Bobbio (2004) “[...] a
relação política por excelência parte da relação entre governantes e governados,
entre quem possui o poder de obrigar, com as decisões, os componentes do
grupo e os que se encontram submetidos a essa decisão”.
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ofensas (o ofensor deveria receber a mesma ofensa proferida). Ainda
na região da Suméria e Pérsia, Ciro II editou, no século VI a.C., uma
declaração de boa governança, hoje exibida no Museu Britânico (o
“Cilindro de Ciro”), que seguia uma tradição mesopotâmica de
autoelogio dos governantes ao seu modo de reger a vida social. Na
China, nos séculos VI e V a.C., Confúcio lançou as bases para sua
filosofia, com ênfase na defesa do amor aos indivíduos. Já o budismo
introduziu um código de conduta pelo qual se prega o bem comum e
uma sociedade pacífica, sem prejuízo a qualquer ser humano.
(RAMOS, 2020)
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Tendo sido por várias vezes confirmada pelos monarcas posteriores,
apesar de elitista, a Magna Carta trazia a ideia de um governo representativo e
ainda, diversos direitos que, séculos depois, se tornaram universais, alcançando
todos os indivíduos, entre eles o direito de ir e vir em situação de paz, direito de
ser julgado pelos seus pares, acesso à justiça e proporcionalidade entre o crime
e a pena.
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Ramos (2020) ainda menciona a respeito da história do
Constitucionalismo: A declaração de direitos inglesa tinha por objetivo a
declaração da vontade da lei sobre a vontade plena do rei, estabelecendo o que
seria ilegal o rei fazer sem que houvesse antes o consentimento do parlamento,
estabelecendo ainda, “que devem ser livres as eleições dos membros do
Parlamento” e que “a liberdade de expressão, e debates ou procedimentos no
Parlamento, não devem ser impedidos ou questionados por qualquer tribunal ou
local fora do Parlamento”.
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gênero. 1791: edição da primeira Constituição da França
revolucionária, que consagrou a perda dos direitos absolutos do
monarca francês, implantando-se uma monarquia constitucional, mas,
ao mesmo tempo, reconheceu o voto censitário. Declaração Francesa
dos Direitos do Homem e do Cidadão consagrada como sendo a
primeira com vocação universal. Esse universalismo será o grande
alicerce da futura afirmação dos direitos humanos no século XX, com
a edição da Declaração Universal dos Direitos Humanos. (RAMOS,
2020)
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Ainda assim, a Carta da ONU não elencou em seus artigos quais seriam
esses direitos considerados essenciais, sendo então aprovada com formato de
Resolução na Assembleia Geral da ONU, datada de 10 de dezembro de 1948,
em Paris.
Podendo observar então que relativo aos direitos civis e políticos constam
o direito à vida e à integridade física, o direito à igualdade, o direito de
propriedade, o direito à liberdade de pensamento, consciência e religião, o direito
à liberdade de opinião e de expressão e à liberdade de reunião.
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Carta das Nações Unidas (tratado, ou seja, tem força vinculante); (ii)
há aqueles que sustentam que a DUDH possui força vinculante por
representar o costume internacional sobre a matéria; (iii) há,
finalmente, aqueles que defendem que a DUDH representa tão
somente a soft law na matéria, que consiste em um conjunto de normas
ainda não vinculantes, mas que buscam orientar a ação futura dos
Estados para que, então, venha a ter força vinculante. Do nosso ponto
de vista, parte da DUDH é entendida como espelho do costume
internacional de proteção de direitos humanos, em especial quanto aos
direitos à integridade física, igualdade e devido processo legal.
(RAMOS, 2020)
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partindo de um entendimento de que a expressão “direitos fundamentais”
demarcaria os direitos reconhecidos e positivados pelo Direito Constitucional de
um Estado específico.
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No Brasil, a Constituição de 1988, institui diversas normas tidas como
cláusulas pétreas, garantidoras de direitos individuais e coletivos, direitos ditos
fundamentais.
Essa divisão não é exaustiva, já que o art. 5°, § 2°, da Constituição prevê
o princípio da não exaustividade dos direitos fundamentais.
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No entanto o art. 5º da Constituição Federal de 1988, impressiona pela
tonalidade em que enumera em seus incisos e parágrafos, atendendo a uma
aspiração de liberdade após anos e anos de ditadura militar.
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Restando ao titular do direito social a busca dessas prestações fáticas
por meio do acesso à justiça, onde, o Estado-juiz não poderia afrontar a
separação de poderes e designar recursos (decisão do Poder Executivo),
retirando-os de outras áreas, a fim de satisfazer determinado direito social,
levando o Estado a efetivar estes direitos.
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humanos que versavam sobre a nacionalidade, a exemplo da Declaração
Universal dos Direitos Humanos (1948), a qual prevê que todos têm direito a uma
nacionalidade e ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade,
nem do direito de mudar de nacionalidade (artigo XV).
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No Brasil, os direitos políticos são exercidos não somente pelo direito de
votar e ser votado em eleições, mas também por instrumentos de democracia
direta, tais como o plebiscito, o referendo, a iniciativa popular (CF/88, art. 14, I a
III), regidos pela Lei n° 9.709/98, e, no que tange à fiscalização do Poder, pela
ação popular (art. 5°, LXXIII).
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5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BOBBIO, Norberto. A era dos direitos. Tradução Carlos Nelson Coutinho. Rio
de Janeiro: Elsevier, 2004.
LOCKE, John. Segundo Tratado Sobre O Governo. Editora: Martin Claret Ano:
2006.
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MARTINS, Claudio de Almeida. Tratados Internacionais de Direitos Humanos
no Ordenamento Jurídico Brasileiro e a primazia da norma mais favorável
ao ser humano. Escola Superior da Magistratura do Estado do Cear. Fortaleza,
2014.
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