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DIREITO PROCESSUAL

CIVIL
PROFESSORA RAQUEL BUENO
@DIREITOPARADESESPERADO
XXIX EXAME DE ORDEM
Na vigência do Código de Processo Civil de 2015, José ajuizou ação contra Luíza, postulando uma indenização
de R$ 100.000,00 (cem mil reais), tendo o pedido formulado sido julgado integralmente procedente, por meio de
sentença transitada em julgado. Diante disso, José deu início ao procedimento de cumprimento de sentença,
tendo Luíza (executada) apresentado impugnação, a qual, no entanto, foi rejeitada pelo respectivo juízo, por meio
de decisão contra a qual não foi interposto recurso no prazo legal. Prosseguiu-se ao procedimento do
cumprimento de sentença para satisfação do crédito reconhecido em favor de José. Ocorre que, após o trânsito
em julgado da sentença exequenda e a rejeição da impugnação, o Supremo Tribunal Federal proferiu acórdão,
em sede de controle de constitucionalidade concentrado, reconhecendo a inconstitucionalidade da lei que
fundamentou o título executivo judicial que havia condenado Luíza na fase de conhecimento. Diante da decisão
do Supremo Tribunal Federal sobre a situação hipotética, Luiza poderá
A) interpor recurso de agravo de instrumento contra a decisão que rejeitou sua impugnação, mesmo já tendo se
exaurido o prazo legal para tanto, uma vez que o Supremo Tribunal Federal reconheceu a inconstitucionalidade
da lei que fundamentou a sentença exequenda.
B) interpor recurso de apelação contra a decisão que rejeitou sua impugnação, mesmo já tendo se exaurido o
prazo legal para tanto, uma vez que o Supremo Tribunal Federal reconheceu a inconstitucionalidade da lei que
fundamentou a sentença exequenda.
C) oferecer nova impugnação ao cumprimento de sentença, alegando a inexigibilidade da obrigação, tendo em
vista que, após o julgamento de sua primeira impugnação, o Supremo Tribunal Federal reconheceu a
inconstitucionalidade da lei que fundamentou a sentença proferida na fase de conhecimento, que serviu de título
executivo judicial.
D) ajuizar ação rescisória, em virtude de a sentença estar fundada em lei julgada inconstitucional pelo Supremo
Tribunal Federal, em sede de controle concentrado de constitucionalidade.
XXVII EXAME DE ORDEM
Márcia está muito doente e necessita fazer uso contínuo do medicamento XYZ para sobreviver.
Embora, durante os últimos anos, tenha obtido os medicamentos no único hospital público da cidade
em que reside, foi informada de que aquela era a última caixa e que, no mês seguinte, o
medicamento não seria mais fornecido pela rede pública. Diante de tal circunstância, desejando obter
o fornecimento do medicamento, Márcia procura você, como advogado(a), para elaborar a petição
inicial e ajuizar a demanda que obrigue o Poder Público ao fornecimento do medicamento XYZ. A
petição inicial distribuída trouxe o pedido de medicamentos em caráter antecedente e tão somente a
indicação do pedido de tutela final, expondo na lide o direito que busca realizar e o perigo de dano à
saúde de Márcia. A respeito do caso mencionado, assinale a afirmativa correta.
A) O(A) advogado(a) de Márcia fez uso da denominada tutela da evidência, em que se requer a
demonstração do perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo.
B) O procedimento adotado está equivocado, pois a formulação completa da causa de pedir e do
pedido final é requisito do requerimento de tutela antecedente.
C) O(A) advogado(a) agiu corretamente, sendo possível a formulação de requerimento de tutela
antecipada antecedente para o fornecimento de medicamento.
D) Ocorrerá o indeferimento de plano da petição inicial, caso o juiz entenda que não há elementos
para a concessão da tutela antecipada.
XXVII EXAME DE ORDEM
Amanda ajuizou execução por quantia certa em face de Carla, fundada em contrato de
empréstimo inadimplido que havia sido firmado entre elas, pelo valor, atualizado na data-
base de 20/3/2017, de R$ 50 mil. Carla foi citada e não realizou o pagamento no prazo
legal, tampouco apresentou embargos, limitando-se a indicar à penhora um imóvel de sua
titularidade. Carla informou que o referido imóvel valeria R$ 80 mil. Amanda, após consultar
três corretores de imóveis, verificou que o valor estaria bem próximo ao de mercado, de
modo que pretende dar seguimento aos atos de leilão e recebimento do crédito. Diante de
tal situação, assinale a afirmativa que melhor atende aos interesses de Amanda. A) Ela
deverá requerer ao juízo a avaliação do imóvel por oficial de justiça avaliador, ato
indispensável para dar seguimento ao leilão.
B) Deverá ser requerida ao juízo a avaliação do imóvel por especialista na área (perito);
sem isso, o leilão não poderá prosseguir.
C) Ela deverá requerer ao juízo que este faça inspeção judicial no imóvel, de modo a
confirmar seu valor.
D) Ela deverá requerer que seja realizado o leilão, com dispensa da avaliação judicial do
bem, manifestando ao juízo concordância com a estimativa de valor feita por Carla.
CPC - Art. 870. A avaliação será feita pelo oficial de justiça.
Parágrafo único. Se forem necessários conhecimentos especializados e o valor da execução o comportar,
o juiz nomeará avaliador, fixando-lhe prazo não superior a 10 (dez) dias para entrega do laudo.
Art. 871. Não se procederá à avaliação quando:
I - uma das partes aceitar a estimativa feita pela outra;
II - se tratar de títulos ou de mercadorias que tenham cotação em bolsa, comprovada por certidão ou
publicação no órgão oficial;
III - se tratar de títulos da dívida pública, de ações de sociedades e de títulos de crédito negociáveis em
bolsa, cujo valor será o da cotação oficial do dia, comprovada por certidão ou publicação no órgão oficial;
IV - se tratar de veículos automotores ou de outros bens cujo preço médio de mercado possa ser
conhecido por meio de pesquisas realizadas por órgãos oficiais ou de anúncios de venda divulgados em
meios de comunicação, caso em que caberá a quem fizer a nomeação o encargo de comprovar a cotação
de mercado.
Parágrafo único. Ocorrendo a hipótese do inciso I deste artigo, a avaliação poderá ser realizada quando
houver fundada dúvida do juiz quanto ao real valor do bem.
XXVII EXAME DE ORDEM
Em virtude de acidente sofrido nas dependências da loja da operadora de celular Fale Mais
S/A, Luana ajuizou ação em face da empresa em questão, buscando indenização por
danos materiais e morais, com a concessão de tutela de urgência para o pagamento
imediato de despesas médicas. Os aspectos fáticos de suas alegações foram
comprovados por meio de documentos, sendo certo que sua tese jurídica encontra
respaldo em julgamento de incidente de resolução de demandas repetitivas. Sobre o caso,
assinale a afirmativa correta.
A) Será possível a concessão da tutela da evidência, podendo ser dispensada, para tanto,
a prévia oitiva da ré.
B) A concessão da tutela de urgência poderá ser liminar e independerá da demonstração
de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo.
C) A tutela antecipada que for concedida em caráter incidental torna-se estável se, da
decisão que a conceder, não for interposto o respectivo recurso, levando à extinção do
processo.
D) Concedida a tutela de urgência ou da evidência, somente poderá ser revogada até o fim
da instrução processual.
XXVII EXAME DE ORDEM
Maria comprou um apartamento da empresa Moradia S/A e constatou, logo após sua
mudança, que havia algumas infiltrações e problemas nas instalações elétricas. Maria
consultou seu advogado, que sugeriu o ajuizamento de ação de produção antecipada de
prova, com o objetivo de realizar uma perícia no imóvel, inclusive com o objetivo de decidir
se ajuizaria, posteriormente, ação para reparação dos prejuízos. Diante desse contexto,
assinale a afirmativa correta.
A) A produção antecipada de provas é cabível, porque visa a obter prévio conhecimento
dos fatos e da situação do imóvel, para justificar ou evitar o ajuizamento de ação de
reparação dos prejuízos.
B) A produção antecipada de provas é obrigatória, uma vez que Maria não poderia
ingressar diretamente com ação para reparação dos prejuízos.
C) A produção antecipada de provas é incabível, porque apenas pode ser ajuizada quando
há urgência ou risco de que a verificação dos fatos venha a se tornar impossível
posteriormente, o que não foi demonstrado na hipótese concreta.
D) A produção antecipada de provas é incabível, vez que o seu ajuizamento apenas pode
ocorrer mediante pedido conjunto de Maria e da empresa Moradia S/A.
XXVII EXAME DE ORDEM
Pedro ajuizou ação indenizatória contra Diego, tendo o juiz de primeira instância julgado
integralmente improcedentes os pedidos formulados na petição inicial, por meio de sentença que veio
a ser mantida pelo Tribunal em sede de apelação. Contra o acórdão, Pedro interpôs recurso especial,
sob o argumento de que teria ocorrido violação de dispositivo da legislação federal. A Presidência do
Tribunal, no entanto, inadmitiu o recurso especial, ao fundamento de que o acórdão recorrido se
encontra em conformidade com entendimento do Superior Tribunal de Justiça exarado no regime de
julgamento de recurso repetitivo. Diante dessa situação hipotética, assinale a opção que indica o
recurso que Pedro deverá interpor.
A) Agravo em recurso especial, para que o Superior Tribunal de Justiça examine se o recurso
especial preenche ou não os requisitos de admissibilidade.
B) Agravo interno, para demonstrar ao Plenário do Tribunal, ou ao seu Órgão Especial, que o acórdão
recorrido versa sobre matéria distinta daquela examinada pelo Superior Tribunal de Justiça no regime
de julgamento do recurso repetitivo.
C) Agravo interno, para demonstrar ao Superior Tribunal de Justiça que o acórdão recorrido versa
sobre matéria distinta daquela examinada pelo mesmo Tribunal Superior no regime de julgamento do
recurso repetitivo.
D) Recurso Extraordinário, para demonstrar ao Supremo Tribunal Federal que o recurso especial
deveria ter sido admitido pela Presidência do Tribunal de origem.
CPC - Art. 1.037. Selecionados os recursos, o relator, no tribunal superior, constatando a presença do pressuposto do caput do art.
1.036 , proferirá decisão de afetação, na qual:
I - identificará com precisão a questão a ser submetida a julgamento;
II - determinará a suspensão do processamento de todos os processos pendentes, individuais ou coletivos, que versem sobre a
questão e tramitem no território nacional;
III - poderá requisitar aos presidentes ou aos vice-presidentes dos tribunais de justiça ou dos tribunais regionais federais a remessa de
um recurso representativo da controvérsia.
§ 1º Se, após receber os recursos selecionados pelo presidente ou pelo vice-presidente de tribunal de justiça ou de tribunal regional
federal, não se proceder à afetação, o relator, no tribunal superior, comunicará o fato ao presidente ou ao vice-presidente que os
houver enviado, para que seja revogada a decisão de suspensão referida no art. 1.036, § 1º .
§ 3º Havendo mais de uma afetação, será prevento o relator que primeiro tiver proferido a decisão a que se refere o inciso I do caput .
§ 4º Os recursos afetados deverão ser julgados no prazo de 1 (um) ano e terão preferência sobre os demais feitos, ressalvados os que
envolvam réu preso e os pedidos de habeas corpus .
§ 6º Ocorrendo a hipótese do § 5º, é permitido a outro relator do respectivo tribunal superior afetar 2 (dois) ou mais recursos
representativos da controvérsia na forma do art. 1.036 .
§ 7º Quando os recursos requisitados na forma do inciso III do caput contiverem outras questões além daquela que é objeto da
afetação, caberá ao tribunal decidir esta em primeiro lugar e depois as demais, em acórdão específico para cada processo.
§ 8º As partes deverão ser intimadas da decisão de suspensão de seu processo, a ser proferida pelo respectivo juiz ou relator quando
informado da decisão a que se refere o inciso II do caput .
§ 9º Demonstrando distinção entre a questão a ser decidida no processo e aquela a ser julgada no recurso especial ou extraordinário
afetado, a parte poderá requerer o prosseguimento do seu processo.
§ 10. O requerimento a que se refere o § 9º será dirigido:
I - ao juiz, se o processo sobrestado estiver em primeiro grau;
II - ao relator, se o processo sobrestado estiver no tribunal de origem;
III - ao relator do acórdão recorrido, se for sobrestado recurso especial ou recurso
extraordinário no tribunal de origem;
IV - ao relator, no tribunal superior, de recurso especial ou de recurso extraordinário cujo
processamento houver sido sobrestado.
§ 11. A outra parte deverá ser ouvida sobre o requerimento a que se refere o § 9º, no prazo
de 5 (cinco) dias.
§ 12. Reconhecida a distinção no caso:
I - dos incisos I, II e IV do § 10, o próprio juiz ou relator dará prosseguimento ao processo;
II - do inciso III do § 10, o relator comunicará a decisão ao presidente ou ao vice-presidente
que houver determinado o sobrestamento, para que o recurso especial ou o recurso
extraordinário seja encaminhado ao respectivo tribunal superior, na forma do art. 1.030,
parágrafo único .
§ 13. Da decisão que resolver o requerimento a que se refere o § 9º caberá:
I - agravo de instrumento, se o processo estiver em primeiro grau;
II - agravo interno, se a decisão for de relator.
DIREITO CIVIL
PROFESSORA RAQUEL BUENO
@DIREITOPARADESESPERADO
XXVIII EXAME DE ORDEM
Aline manteve união estável com Marcos durante 5 (cinco) anos, época em
que adquiriram o apartamento de 80 m² onde residiam, único bem imóvel
no patrimônio de ambos. Influenciado por tormentosas discussões, Marcos
abandonou o apartamento e a cidade, permanecendo Aline sozinha no
imóvel, sustentando todas as despesas deste. Após 3 (três) anos sem
notícias de seu paradeiro, Marcos retornou à cidade e exigiu sua meação
no imóvel. Sobre o caso concreto, assinale a afirmativa correta.
A) Marcos faz jus à meação do imóvel em eventual dissolução de união
estável.
B) Aline poderá residir no imóvel em razão do direito real de habitação.
C) Aline adquiriu o domínio integral, por meio de usucapião, já que Marcos
abandonou o imóvel durante 2 (dois) anos.
D) Aline e Marcos são condôminos sobre o bem, o que impede qualquer um
deles de adquiri-lo por usucapião.
CC/02 - Art. 1.240-A. Aquele que exercer, por 2 (dois) anos ininterruptamente e sem oposição, posse
direta, com exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250m² (duzentos e cinquenta metros
quadrados) cuja propriedade divida com ex-cônjuge ou ex-companheiro que abandonou o lar,
utilizando-o para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio integral, desde que não seja
proprietário de outro imóvel urbano ou rural. (Incluído pela Lei nº 12.424, de 2011)
§ 1 o O direito previsto no caput não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez.
§ 2 o (VETADO) . (Incluído pela Lei nº 12.424, de 2011)
XXVIII EXAME DE ORDEM
Matheus, sem filhos, casado com Jane, no regime de comunhão parcial de
bens, falece após enfarto fulminante. De seu parentesco em linha reta são
ainda vivos Carlos, seu pai, e Irene, sua avó materna. A partir da situação
acima, assinale a opção que indica a sucessão de Matheus.
A) Serão herdeiros Carlos, Irene e Jane, a última em concorrência, atribuído
quinhão de 1/3 do patrimônio para cada um deles.
B) Serão herdeiros Carlos e Jane, atribuído quinhão de 2/3 ao pai e de 1/3
à Jane, cônjuge concorrente.
C) Carlos será herdeiro sobre a totalidade dos bens, enquanto Jane apenas
herda, em concorrência com este, os bens particulares do falecido.
D) Serão herdeiros Carlos e Jane, esta herdeira concorrente, atribuído
quinhão de metade do patrimônio para cada um destes.
CC/02 - Art. 1.836. Na falta de descendentes, são chamados à
sucessão os ascendentes, em concorrência com o cônjuge
sobrevivente.
§ 1 o Na classe dos ascendentes, o grau mais próximo exclui o
mais remoto, sem distinção de linhas.
§ 2 o Havendo igualdade em grau e diversidade em linha, os
ascendentes da linha paterna herdam a metade, cabendo a
outra aos da linha materna.
Art. 1.837. Concorrendo com ascendente em primeiro grau, ao
cônjuge tocará um terço da herança; caber-lhe-á a metade desta
se houver um só ascendente, ou se maior for aquele grau.
XXVIII EXAME DE ORDEM
Os negócios de Clésio vão de mal a pior, e, em razão disso, ele toma uma decisão difícil:
tomar um empréstimo de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) com Antônia, dando, como
garantia de pagamento, o penhor do seu relógio de ouro e diamantes, avaliado em R$
200.00,00 (duzentos mil reais). Antônia, por sua vez, exige que, no instrumento de
constituição do penhor, conste uma cláusula prevendo que, em caso de não pagamento da
dívida, o relógio passará a ser de sua propriedade. Clésio aceita a inserção da cláusula,
mas consulta seus serviços, como advogado(a), para saber da validade de tal medida.
Sobre a cláusula proposta por Antônia, assinale a afirmativa correta.
A) É válida, tendo em vista o fato de que as partes podem, no exercício de sua autonomia
privada, estipular esse tipo de acordo.
B) É nula, tendo em vista o fato de que o Código Civil brasileiro proíbe o pacto comissório.
C) É válida, uma vez que Clésio como proprietário do bem, não está impedido de realizar o
negócio por um preço muito inferior ao de mercado, não se configurando a hipótese como
pacto comissório.
D) É válida, ainda que os valores entre o bem dado em garantia e o empréstimo sejam
díspares, nada impede sua inserção, eis que não há qualquer vedação ao pacto comissório
no direito brasileiro.
PROIBIÇÃO DA CLÁUSULA COMISSÓRIA (PACTO
COMISSÓRIO REAL)
CC/02 - Art. 1.428. É nula a cláusula que autoriza o credor
pignoratício, anticrético ou hipotecário a ficar com o objeto da
garantia, se a dívida não for paga no vencimento.
Parágrafo único. Após o vencimento, poderá o devedor dar a coisa
em pagamento da dívida.
comisso = perda
PACTO MARCIANO
VIII JDC - ENUNCIADO 626 – Art. 1.428: Não
afronta o art. 1.428 do Código Civil, em relações
paritárias, o pacto marciano, cláusula contratual que
autoriza que o credor se torne proprietário da coisa
objeto da garantia mediante aferição de seu justo
valor e restituição do supérfluo (valor do bem em
garantia que excede o da dívida).
XXIX EXAME DE ORDEM
Arnaldo institui usufruto de uma casa em favor das irmãs Bruna e Cláudia, que, no intuito de garantir
uma fonte de renda, alugam o imóvel. Dois anos depois da constituição do usufruto, Cláudia falece, e
Bruna, mesmo sem “cláusula de acrescer” expressamente estipulada, passa a receber integralmente
os valores decorrentes da locação. Um ano após o falecimento de Cláudia, Arnaldo vem a falecer.
Seus herdeiros pleiteiam judicialmente uma parcela dos valores integralmente recebidos por Bruna
no intervalo entre o falecimento de Cláudia e de Arnaldo e, concomitantemente, a extinção do
usufruto em função da morte de seu instituidor. Diante do exposto, assinale a afirmativa correta.
A) Na ausência da chamada “cláusula de acrescer”, parte do usufruto teria se extinguido com a morte
de Cláudia, mas o usufruto como um todo não se extingue com a morte de Arnaldo.
B) Bruna tinha direito de receber a integralidade dos aluguéis independentemente de estipulação
expressa, tendo em vista o grau de parentesco com Cláudia, mas o usufruto automaticamente se
extingue com a morte de Arnaldo.
C) A morte de Arnaldo só extingue a parte do usufruto que caberia a Bruna, mas permanece em
vigor no que tange à parte que cabe a Cláudia, legitimando os herdeiros desta a receberem metade
dos valores decorrentes da locação, caso esta permaneça em vigor.
D) A morte de Cláudia extingue integralmente o usufruto, pois instituído em caráter simultâneo, razão
pela qual os herdeiros de Arnaldo têm direito de receber a integralidade dos valores recebidos por
Bruna, após o falecimento de sua irmã.
CC Art. 1.410. O usufruto extingue-se, cancelando-se o registro no Cartório de Registro de Imóveis:
I - pela renúncia ou morte do usufrutuário;
II - pelo termo de sua duração;
III - pela extinção da pessoa jurídica, em favor de quem o usufruto foi constituído, ou, se ela perdurar, pelo decurso de
trinta anos da data em que se começou a exercer;
IV - pela cessação do motivo de que se origina;
V - pela destruição da coisa, guardadas as disposições dos arts. 1.407, 1.408, 2ª parte, e 1.409;
VI - pela consolidação;
VII - por culpa do usufrutuário, quando aliena, deteriora, ou deixa arruinar os bens, não lhes acudindo com os reparos de
conservação, ou quando, no usufruto de títulos de crédito, não dá às importâncias recebidas a aplicação prevista no
parágrafo único do art. 1.395;
VIII - Pelo não uso, ou não fruição, da coisa em que o usufruto recai (arts. 1.390 e 1.399).
Art. 1.411. Constituído o usufruto em favor de duas ou mais pessoas, extinguir-se-á a parte em relação a cada uma das
que falecerem, salvo se, por estipulação expressa, o quinhão desses couber ao sobrevivente.
XXIX EXAME DE ORDEM
Mariana e Maurílio são filhos biológicos de Aldo. Este, por sua vez, nunca escondeu ser
mais próximo de seu filho Maurílio, com quem diariamente trabalhava. Quando do
falecimento de Aldo, divorciado na época, seus filhos constataram a existência de
testamento, que destinou todos os bens do falecido exclusivamente para Maurílio. Sobre a
situação narrada, assinale a afirmativa correta.
A) O testamento de Aldo deverá ser integralmente cumprido, e, por tal razão, todos os bens
do autor da herança serão transmitidos a Maurílio.
B) A disposição de última vontade é completamente nula, porque Mariana é herdeira
necessária, devendo os bens ser divididos igualmente entre os dois irmãos.
C) Deverá haver redução da disposição testamentária, respeitando-se, assim, a legítima de
Mariana, herdeira necessária, que corresponde a um quinhão de 50% da totalidade
herança.
D) Deverá haver redução da disposição testamentária, respeitando a legítima de Mariana,
herdeira necessária, que corresponde a um quinhão de 25% da totalidade da herança.
XXIX EXAME DE ORDEM
Márcia transitava pela via pública, tarde da noite, utilizando uma bicicleta que lhe fora
emprestada por sua amiga Lúcia. Em certo momento, Márcia ouviu gritos oriundos de uma
rua transversal e, ao se aproximar, verificou que um casal discutia violentamente. Ricardo,
em estado de fúria e munido de uma faca, desferia uma série de ofensas à sua esposa
Janaína e a ameaçava de agressão física. De modo a impedir a violência iminente, Márcia
colidiu com a bicicleta contra Ricardo, o que foi suficiente para derrubá-lo e impedir a
agressão, sem que ninguém saísse gravemente ferido. A bicicleta, porém, sofreu uma
avaria significativa, de tal modo que o reparo seria mais caro do que adquirir uma nova, de
modelo semelhante. De acordo com o caso narrado, assinale a afirmativa correta.
A) Lúcia não poderá ser indenizada pelo dano material causado à bicicleta.
B) Márcia poderá ser obrigada a indenizar Lúcia pelo dano material causado à bicicleta,
mas não terá qualquer direito de regresso.
C) Apenas Ricardo poderá ser obrigado a indenizar Lúcia pelo dano material causado à
bicicleta.
D) Márcia poderá ser obrigada a indenizar Lúcia pelo dano material causado à bicicleta e
terá direito de regresso em face de Janaína.
CC/02 - Art. 188. Não constituem atos ilícitos:
I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido;
II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover
perigo iminente.
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as
circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do
indispensável para a remoção do perigo.
Art. 929. Se a pessoa lesada, ou o dono da coisa, no caso do inciso II do art. 188, não
forem culpados do perigo, assistir-lhes-á direito à indenização do prejuízo que sofreram.
Art. 930. No caso do inciso II do art. 188, se o perigo ocorrer por culpa de terceiro, contra
este terá o autor do dano ação regressiva para haver a importância que tiver ressarcido ao
lesado.
Parágrafo único. A mesma ação competirá contra aquele em defesa de quem se causou o
dano (art. 188, inciso I).

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