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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ PRESIDENTE DA EGRÉGIA TURMA

RECURSAL 1ª TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS DO TRIBUNAL DE


JUSTIÇA DO PARANÁ

Recurso Inominado: 0004967-40.2022.8.16.0182

ANDRE LUIZ PERROUD SILVA DE OLIVEIRA, já devidamente


qualificado nos autos do mandado de segurança vem respeitosamente à presença de
Vossa Excelência, tempestivamente, por intermédio de seu advogado que esta
subscreve, inconformado com o acordão que não conheceu do Recurso Inominado,
interpor, com fundamento na letra “a”, parágrafo único do inciso III do artigo 102 da
Constituição Federal , por estar certo que o respeitável acórdão negou vigência ao
inciso LXXIV e § 1º, XXXV, LV, do artigo 5º da nossa Carta Magna, há de ser no
andamento do presente recurso.

RECURSO EXTRAORDINÁRIO

Salienta-se que, o recorrente é beneficiário da justiça gratuita, deixando assim, de


efetuar o recolhimento de custas e preparo recursal.

Destarte, requer, seja o presente feito recebido e processado, intimando-se a parte


contrária, para que possuindo interesse ofereça, dentro do prazo legal, as
contrarrazões e, logo após, seja o recurso encaminhado com as razões inclusas
razões ao Egrégio Supremo Tribunal Federal.

Nestes termos,
pede e espera deferimento.

Curitiba, 23 de maio de 2023.

ANDRÉ LUIZ PERROUD SILVA DE CARLOS ALEXANDRE VIEIRA


OLIVEIRA MANFRINATO
OAB/PR 96.851 OAB/PR 96.856

+55 41 3076-0905 | RUA 24 DE MAIO, 412 – SALA 702


CURITIBA-BRASIL
RAZÕES DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO CONSTITUCIONAL

RECORRENTE: ANDRE LUIZ PERROUD SILVA DE OLIVEIRA

RECORRIDO: AMERICANAS S.A.

AUTOS DE Nº: 0004967-40.2022.8.16.0182


RECURSO INOMINADO DE Nº: 0004967-40.2022.8.16.0182

ORIGEM: 1ª Turma Recursal dos Juizados Especiais

Egrégio Supremo Tribunal Federal,

Colenda Turma,

Ínclitos Julgadores.

1. o recorrente, inconformado com o r. acórdão proferido, interpôs


o presente feito, para postular a reforma da respeitável decisão, uma vez que, ela não
merece prosperar, conforme se demonstrará pelas razões expostas.

I. DO CABIMENTO
2. O presente recurso é cabível, haja vista que houve esgotamento
prévio das vias ordinárias e que a decisão recorrida contrariou dispositivos da
Constituição da República Federativa do Brasil, nos termos do art. 102, inciso III,
alínea a.
3. O r. acórdão proferido pela Primeira Turma Recursal dos Juizados
Especiais Federais do Paraná contrariou o negou vigência ao inciso LXXIV e § 1º,
XXXV, LV, do art. 5, da Constituição Federal.
4. Portanto, este recurso – como todo recurso extraordinário – tem
por finalidade a proteção do direito de forma objetiva, protegendo a norma jurídica
constitucional.

II. DA TEMPESTIVIDADE
5. O acordão combatido fora proferido no dia 19.04.2023 (quarta-
feira) e publicação no dia 20.04.2023, tendo sido expedida a intimação no mesmo
dia, com abertura automática no dia 02.05.2023 (terça-feira).

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6. Conforme previsão do art. 1.003, § 5º, do CPC, o prazo para
interposição do recurso é de 15 dias úteis, de modo que o prazo final se finda em
23.05.2023 (terça-feira), restando comprovada a tempestividade do presente
Recurso Extraordinária.

III. DO PREPARDO
7. Informa o recorrente que deixa de recolher as custas processuais
pois é beneficiário da gratuidade da justiça, conforme decisão prolatada pelo juízo de
piso no mov. 61.1 e na própria decisão combatida.

IV. DA ADMISSIBILIDADE
8. O presente recurso é próprio, tempestivo, as partes são legítimas
e estão devidamente representadas, portanto, preenchido os pressupostos de
admissibilidade.

V. DO PRÉQUESTIONAMENTO
9. Ínclitos julgadores observa-se que, o requisito básico do
prequestionamento para fins de admissibilidade do presente recurso está presente,
uma vez que, a matéria versada no presente feito foi ventilada na turma recursal “a
quo”, sendo devidamente, debatida no acórdão impugnado, superando a ressalva
entabulada na Súmula 282 do STF.

VI. REPERCUSÃO GERAL


10. Frisa-se que, atendendo aos preceitos legais, a parte recorrente
demonstra que a questão discutida nos autos possui repercussão geral apta a ensejar
a admissibilidade do apelo extraordinário por este colendo Supremo Tribunal
Federal.
11. No caso em tela, é indubitável, que a matéria constitucional
debatida nos presentes autos atende o disposto no art. 1.035, § 3º, I do CPC,
configurando a repercussão geral, conforme jurisprudência carreada abaixo:

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12. Tendo em vista o acordão não considerou a jurisprudência deste
tribunal quando julgou o Recurso Inominado, decidindo que não era possível
conhecer do recurso inominado devido à falta de preparo, sendo que o recorrente já
possuía benefício de justiça gratuita deferido pelo magistrado de piso, seq. 61.1,
apesar de não conhecer do recurso a Turma recursal defere o benefício de justiça
gratuita, não julgando o mérito do recurso devido ao efeito de não retroagir do
benefício.
13. Não só afronta o próprio instituto da justiça gratuita, como a
turma recursal revisa matéria que não foi alvo de recurso ou pelas contrarrazões, que
foi a justa causa para não apresentação tempestiva dos documentos probatórios da
justiça gratuita.
14. Ocorre que o juízo de piso, deferiu o pedido e aumentou o prazo
para apresentar a documentação, conforme seq. 55.1, que foi analisada e concedido
o benefício da decisão seguinte, seq. 61.1.

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15. Nesse caso há uma ofensa clara ao devido processo legal, pois
análise de decisões que não foram alvo de matéria recursal, ignorando os efeitos
devolutivos da matéria que o recurso inominado possui.
16. Destarte, por estar demonstrada a repercussão geral, o presente
Recurso Extraordinário merece ser conhecido para se decidir o mérito da demanda.

VII. DAS RAZÕES RECURSAIS


17. Os juízes da turma recursal entenderam que no momento da
interposição do recurso inominado não foi recolhido à custas de preparo recursal,
ocorre que o recorrente é beneficiário de justiça gratuita, dispensando o recolhimento
no momento da interposição do recurso, vejamos a decisão 61.1:

18. Foi analisado os documentos apresentados pelo magistrado de


piso, verificando os documentos que o recorrente faz jus ao benefício, quando do
acordão proferido pela turma recursal, foi entendido que o recorrente não possuía o
benefício no momento da interposição, julgando o recurso deserto, vejamos:

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19. Ocorre que o recorrente, não conseguiu apresentar a
documentação solicitada dentro do prazo estabelecido, devido a motivo de justa
causa, que foi o falecimento de seu genitor, conforme certidão de óbito da seq. 54.2.
20. Quando da análise pelo juízo de primeiro grau, decidiu que houve
justa causa e permitiu a dilação de prazo para o recorrente apresentar a
documentação, que foi feito na seq. 59.
21. O fato da justa causa ou justo impedimento, não foi alvo do
Recurso Inominado e nem das contrarrazões, ou seja, não foi matéria devolvida para
o crivo da turma recursal.
22. O recorrente estava amparado por decisão judicial que concedia
o benefício de justiça gratuita no momento que o recurso foi para o segundo grau,
caso o relator entendesse que não era o caso, deveria realizar intimação o recorrente
para pagar as custas recursais.
23. Fica claro, a violação ao acesso a justiça e ao devido processo
legal por não permitir apreciação de mérito, utilizando como subterfugio análise do
benefício de justiça gratuita concedido pelo magistrado de piso.
24. Importante salientar, que a turma recursal reconhece que
materialmente o recorrente faz jus ao benefício, vejamos o trecho do acordão:

25. Aqui a questão, a turma recursal não indeferiu o benefício, mas


apenas a intempestividade do recorrente de apresentar a documentação, sem
reformar decisão mérito que concede o benefício ou defere a dilação de prazo,
apenas declarando o recurso como deserto, causando insegurança jurídica em
relação ao que está ou não vigente no momento da interposição do recurso.
26. Patente, que no momento que o Recurso Inominado subiu para
apreciação da turma recursal o recorrente possuía o benefício de justiça gratuita,
dispensando o recolhimento de custas.

VIII. DO REQUERIMENTOS:

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27. Diante o exposto, requer seja o presente recurso CONHECIDO e
PROVIDO INTEGRALMENTE, reformando a decisão do r. acórdão que violou a
Constituição Federal, determinando anulação do acordão proferido pela turma
recursal e determinando novo julgamento do Recurso Inominado pois o recorrente é
beneficiário da justiça gratuita.

Nestes termos,
pede e espera deferimento.

Curitiba, 23 de maio de 2023.

ANDRÉ LUIZ PERROUD SILVA DE CARLOS ALEXANDRE VIEIRA


OLIVEIRA MANFRINATO
OAB/PR 96.851 OAB/PR 96.856

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