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Tribunal de Justiça de Minas Gerais

Número do 1.0000.21.233326-4/001 Númeração 2333272-


Relator: Des.(a) Vicente de Oliveira Silva
Relator do Acordão: Des.(a) Vicente de Oliveira Silva
Data do Julgamento: 22/03/2023
Data da Publicação: 23/03/2023

EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO MONITÓRIA. PRELIMINAR


DE NULIDADE DO PROCESSO. INOVAÇÃO RECURSAL CONFIGURADA.
NÃO CONHECIMENTO. PENHORA DE VERBA ORIUNDA DE RECURSO
PÚBLICO DESTINADO À SAÚDE. POSSIBILIDADE. DÍVIDA REFERENTE
À COMPRA DE INSUMOS HOSPITALARES. IMPENHORABILIDADE
AFASTADA. I - Ocorre inovação recursal quando a matéria que é alvo de
irresignação no agravo não foi previamente tratada no juízo de origem,
caracterizando a supressão de instância. II - Não obstante a
impenhorabilidade prevista no inciso IX do art. 833 do CPC, impõe-se
flexibilizar tal regra para admitir a constrição dos recursos repassados a
entidade hospitalar para aplicação em saúde, quando se verifica que o
crédito exequendo é originado da mesma finalidade, ou seja, aquisição de
insumos hospitalares para prestação de serviços de saúde. III - Recurso
conhecido em parte e, nesta extensão, não provido.

AGRAVO DE INSTRUMENTO-CV Nº 1.0000.21.233326-4/001 - COMARCA


DE UBERABA - AGRAVANTE(S): ASSOCIACAO DE COMBATE AO
CANCER DO BRASIL CENTRAL NOVA DENOMINAÇÃO DE HOSPITAL
DOUTOR HÉLIO ANGÓTTI - AGRAVADO(A)(S): BIOTRONIK COMERCIAL
MEDICA LTDA. REPRESENTADO(A)(S) POR DIRETOR ANTÔNIO
ROBERTO PORTUGAL DE ALVARENGA

ACÓRDÃO

Vistos etc., acorda, em Turma, a 20ª CÂMARA CÍVEL do Tribunal de


Justiça do Estado de Minas Gerais, na conformidade da ata dos julgamentos,
em NÃO CONHECER DE PARTE DO RECURSO E, NA PARTE
CONHECIDA, NEGAR-LHE PROVIMENTO.

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DES. VICENTE DE OLIVEIRA SILVA

RELATOR

DES. VICENTE DE OLIVEIRA SILVA (RELATOR)

VOTO

Trata-se de Agravo de Instrumento interposto por Associação de


Combate ao Câncer do Brasil Central - Hospital Dr. Hélio Angotti, em face de
decisão proferida pelo Juiz de Direito da 5ª Vara Cível da Comarca de
Uberaba (ordem nº 2), integrada pela decisão de ordem n° 3 que, nos autos
da ação monitória, ajuizada por Biotronik Comercial Médica Ltda., rejeitou o
pedido de impenhorabilidade do montante bloqueado nas contas da
executada.

Em suas razões, a agravante requer, inicialmente, o benefício da


gratuidade judicial, dizendo que está passando por dificuldades financeiras e
que não possui condições de efetuar o pagamento das custas e despesas
processuais.

Prosseguindo, suscita preliminar de nulidade do processo, ao argumento


de que não foi intimada da decisão que determinou a penhora de 30% dos
seus créditos junto à Unimed.

No mérito, sustenta que, por ser uma entidade de natureza pública, é


ilegal a penhora que recaiu sobre as suas contas, nos valores de R$
518.962,35 (quinhentos e dezoito mil, novecentos e sessenta e dois reais e
trinta e cinco centavos), conta 40.881, R$ 320,00 (trezentos e vinte reais),
conta 3.709-5, e R$ 619,77

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(seiscentos e dezenove reais e setenta e sete centavos), conta nº 0948-8.

Além disso, afirma que alguns valores são ínfimos e não existe qualquer
justificativa para a sua constrição.

À luz de tais fundamentos, requer seja atribuído o efeito suspensivo ao


recurso, acolhida a preliminar de nulidade do processo e, no mérito, seja
dado provimento ao agravo.

Preparo ausente, uma vez que a agravante postula a gratuidade judicial.

Em decisão de ordem nº 217, foi deferido efeito suspensivo para


suspender o levantamento dos valores penhorados.

Intimidado, o agravado apresentou contraminuta (ordem nº 218).

Oficiado, o juízo de origem prestou informações noticiando a manutenção


da decisão agravada (ordem n° 219).

É o relatório.

De início, considerando que o requerimento de justiça gratuita não foi


apreciado, ainda, pelo Juiz a quo, defiro à agravante o benefício, para os fins
estritos do presente agravo de instrumento, tendo em vista a vedação à
supressão de instância.

PRELIMINAR

Inadmissibilidade parcial do recurso

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Como é sabido, antes de se analisar o mérito recursal, o órgão julgador


deve verificar se estão presentes os requisitos intrínsecos e extrínsecos de
admissibilidade do recurso.

Segundo a doutrina de Nelson Nery Júnior, "os pressupostos intrínsecos


são aqueles que dizem respeito à decisão recorrida em si mesma
considerada", sendo eles o "cabimento, a legitimação para recorrer e o
interesse em recorrer". Já os pressupostos extrínsecos relacionam-se com os
"fatores externos à decisão judicial que se pretende impugnar, sendo
normalmente posteriores a ela, deles fazendo parte a tempestividade, a
regularidade formal, a inexistência de fato impeditivo ou extintivo do poder de
recorrer e o preparo". (In Teoria Geral dos Recursos. 6ª edição. São Paulo:
Revista dos Tribunais, 2004, p. 273/274).

Logo, as questões que não foram arguidas pelos litigantes em primeira


instância e aquelas não apreciadas pelo juízo a quo não podem, em regra,
ser objeto de discussão em sede de agravo de instrumento, por faltar ao
recurso cabimento e à parte agravante interesse em obter o exame da
matéria diretamente pela instância superior.

Na hipótese em apreço, a ora agravante arguiu, nas razões recursais,


entre outras questões, nulidade processual por ausência de intimação da
decisão ordenatória da penhora dos créditos mantidos junto à UNIMED.

Ocorre que, ao analisar detidamente os autos, infere-se que a referida


matéria não foi submetida, ainda, à apreciação do Juiz da causa, o que obsta
o seu exame diretamente pelo Tribunal, sob pena de supressão de instância
e de ofensa ao princípio do duplo grau de jurisdição, o qual é corolário do
princípio do devido processo legal.

Acerca da inviabilidade de se conhecer de recurso cuja matéria não


tenha sido debatida em primeira instância, é oportuno colacionar os
seguintes precedentes deste eg. Tribunal de Justiça, inclusive desta

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20ª Câmara Cível:

"AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO REGRESSIVA - INDENIZAÇÃO


OBTIDA PELO EX-CÔNJUGE VARÃO POR BENFEITORIA REALIZADA NA
CONSTÂNCIA DO CASAMENTO - REGIME DE BENS DE COMUNHÃO
PARCIAL - TUTELA DE EVIDÊNCIA - RETENÇÃO DE METADE DO VALOR
DA INDENIZAÇÃO - PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO DA AUTORA - NÃO
CONHECIMENTO DA TESE RECURSAL POR SUPRESSÃO DE
INSTÂNCIA - DIREITO DE REGRESSO DO EX-CÔNJUGE VIRAGO -
POSSIBILIDADE.

- Somente é possível, em sede de agravo de instrumento, a análise de


questões que foram apreciadas em primeira instância, em virtude do princípio
do duplo grau de jurisdição. Referido princípio decorre do devido processo
legal e consiste no direito das partes de submeter ao órgão hierarquicamente
superior, matéria já apreciada e decidida pelo juízo originário.

(...)." (Agravo de Instrumento n.º 1.0000.22.056758-0/001, Relatora Des.


Lílian Maciel, 20ª Câmara Cível, julgamento em 06/07/2022, publicação da
súmula em 07/07/2022.)

"EMENTA: AGRAVO INTERNO - IRRESIGNAÇÃO CONTRA DECISÃO


MONOCRÁTICA - INDEFERIMENTO DO PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DOS
EFEITOS DA TUTELA RECURSAL - PRELIMINAR DE NÃO
CONHECIMENTO SUSCITADA DE OFÍCIO - INOVAÇÃO RECURSAL -
SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA - NÃO CONHECIMENTO DO RECURSO

- Caso o pedido deduzido pela parte não tenha sido objeto de apreciação
pelo juízo a quo, o juízo ad quem não poderá decidir sobre o pleito, sob pena
de supressão de instância." (Agravo Interno n.º 1.0000.20.543929-2/003,
Relator Des. Fernando Lins, 20ª Câmara Cível, julgamento em 30/06/2021,
publicação da súmula em 01/07/2021.)

"EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO DE EXECUÇÃO -

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PRELIMINAR - INOVAÇÃO RECURSAL - MATÉRIA NÃO ABORDADA NA


INSTÂNCIA DE ORIGEM - NÃO CONHECIMENTO.

1- A inovação recursal é caracterizada quando há abordagem de matéria


inédita em sede de recurso, o que é vedado pelo ordenamento jurídico, por
representar tentativa de supressão de instância e cerceamento do direito de
defesa da parte contrária.

2- Não obstante a questão relativa à impenhorabilidade de bem imóvel ser de


ordem pública, podendo até mesmo ser apreciada de ofício pelo Tribunal, a
questão deve ser primeiramente submetida e apreciada pelo Juízo a quo,
sob pena de supressão de instância e ofensa ao duplo grau de jurisdição."
(Agravo de Instrumento n.º 1.0000.19.071882-5/002, Relator Des. Claret de
Moraes, 10ª Câmara Cível, julgamento em 29/09/2020, publicação da súmula
em 08/10/2020.)

"EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO ORDINÁRIA DE


OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C DANOS MORAIS E PERDAS E DANOS.
PRELIMINAR. NÃO CONHECIMENTO DO RECURSO. MATÉRIAS NÃO
ARGUIDAS E APRECIADAS PELO JUÍZO A QUO. PRELIMINAR
ACOLHIDA.

1. Não se conhece do recurso quando é arguida e levantada questões que


não foram apreciadas pelo juízo a quo, sob pena de restar configurada
violação ao princípio do duplo grau de jurisdição e supressão de instância.

2. Recurso não conhecido." (Agravo de Instrumento n.º 1.0000.22.063414-


1/001, Relator: Des. Fausto Bawden de Castro Silva - JD Convocado -, 9ª
Câmara Cível, julgamento em 28/06/2022, publicação da súmula em
06/07/2022.)

Sendo assim, não conheço do presente agravo quanto à alegação de


nulidade da penhora de 30% (trinta) por cento dos créditos que a recorrente
tem a receber da UNIMED.

No mais, dele conheço, eis que presentes os requisitos

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condicionantes de sua admissibilidade.

MÉRITO

Pretende a parte agravante a desconstituição da penhora efetuada sobre


os valores constantes nas contas nº 40.881-6 e nº 38.276-0 (ambas do
Banco do Brasil), com amparo na sua alegada natureza pública, uma vez que
oriundas do PRONON - Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica,
e sobre as contas n° 3.709-5 (Banco do Brasil) e n° 0948-8 (Caixa
Econômica Federal), em razão de o montante depositado se revelar ínfimo
diante do crédito exequendo.

Pois bem, a impenhorabilidade dos recursos advindos de verbas públicas


é incontestável na legislação pátria, conforme expressa disposição do artigo
833, IX, do CPC:

Art. 833. São impenhoráveis: (...)

IX - os recursos públicos recebidos por instituições privadas para aplicação


compulsória em educação, saúde ou assistência social;

Cinge-se, portanto, a controvérsia recursal ao exame da possibilidade de


se mitigar a regra da impenhorabilidade dos recursos públicos recebidos para
aplicação compulsória em saúde, especialmente nos casos em que o crédito
exequendo é originado do fornecimento de material médico hospitalar, no
caso, "marca-passos" e "stents", conforme notas fiscais juntadas às ordens
nos 180-191, ou seja, insumos para a prestação de serviços hospitalares.

Em que pesem os argumentos levantados pela associação agravante,


entendo que, no caso, a referida impenhorabilidade deve ser flexibilizada,
excepcionalmente.

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E assim porque não se mostra plausível a proteção à referida verba sob a


justificativa de que sua origem é pública, quando a execução pretendida
advém da atuação do devedor na persecução da mesma finalidade pela qual
recebeu os repasses daquele montante.

Aplicável, portanto, ao presente caso, a hipótese do § 1º do art. 833 do


CPC, in verbis:

"Art. 833 (...)

§ 1º A impenhorabilidade não é oponível à execução de dívida relativa ao


próprio bem, inclusive àquela contraída para sua aquisição."

Sobre o tema, já decidiu este Eg. Tribunal:

EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO - EXECUÇÃO DE TÍTULO


EXTRAJUDICIAL - ASSOCIAÇÃO DE DIREITO PRIVADO - RECURSOS
PÚBLICOS PARA APLICAÇÃO COMPULSÓRIA EM SAÚDE - ART. 833, IX,
DO CPC - IMPENHORABILIDADE - DÍVIDA EXECUTADA RELATIVA À
AQUISIÇÃO DE MEDICAMENTOS - MESMA FINALIDADE -
POSSIBILIDADE DE PENHORA

- Nos termos do art. 833, IX, do CPC, são impenhoráveis os recursos


públicos recebidos por instituições privadas para aplicação compulsória em
educação, saúde ou assistência social.

- Contudo, tratando-se de débito decorrente da aquisição de medicamentos,


não há que se cogitar na impenhorabilidade dos referidos repasses, sendo
que a finalidade será a mesma. (TJMG - Agravo de Instrumento-Cv
1.0000.20.497703-7/001, Relator(a): Des.(a) Valdez Leite Machado, 14ª
CÂMARA CÍVEL, julgamento em 19/11/2020, publicação da súmula em
19/11/2020) - negritei

EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO - EXECUÇÃO DE TÍTULO


EXTRAJUDICIAL - PRELIMINAR - INOBSERVÂNCIA DO §2º, DO ART.
1.018, DO CPC - AUTOS ELETRÔNICOS - DESNECESSIDADE -
PENHORA ONLINE - BACENJUD - RECURSOS PÚBLICOS PARA

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SAÚDE - IMPENHORABILIDADE - DÍVIDA EXECUTADA RELATIVA A


SERVIÇOS NA ÁREA DE SAÚDE - POSSIBILIDADE DE PENHORA. A
obrigatoriedade de comunicação ao juízo a quo quanto à interposição do
agravo de instrumento, prevista no §2º, do art. 1.018, do CPC, não é
estendida a ação cujos autos são eletrônicos, não havendo, assim, que se
falar em inadmissibilidade do recurso, quando for o caso. Consoante disposto
no art. 833, IX, do CPC, são impenhoráveis os recursos públicos recebidos
por instituições privadas para aplicação compulsória em educação, saúde ou
assistência social. No entanto, tratando-se de dívida oriunda de serviços
prestados na própria área da saúde, não se pode invocar a
impenhorabilidade de tais repasses. (...) (TJMG - Agravo de Instrumento-Cv
1.0000.19.096873-5/001, Relator (a): Des.(a) Adriano de Mesquita Carneiro,
11ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 04/12/2019, publicação da súmula em
05/12/2019) - negritei.

EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO - CUMPRIMENTO DE SENTENÇA


- IMPENHORABILIDADE DE RECURSOS PÚBLICOS RECEBIDOS POR
INSTITUIÇÕES PRIVADAS PARA APLICAÇÃO COMPULSÓRIA EM
SAÚDE - ART.833, IX, DO CPC/15 - NÃO APLICÁVEL - DÍVIDA DE
MATERIAIS DE SAÚDE. 1. Nos termos do art.833, IX, CPC/15, devem ser
considerados impenhoráveis os repasses de recursos públicos para
instituições privadas para aplicação compulsória em educação, saúde ou
assistência social. Trata-se da prevalência do interesse coletivo em
detrimento do interesse particular do exequente. 2. Contudo, considerando
que o objeto do cumprimento de sentença é dívida oriunda de materiais e
medicamentos fornecidos à agravante, a impenhorabilidade dos valores
repassados para a área da saúde, não pode ser invocada. 3. Recurso
conhecido e não provido. (TJMG - Agravo de Instrumento-Cv
1.0879.08.002737-5/001, Relator(a): Des.(a) Shirley Fenzi Bertão, 11ª
CÂMARA CÍVEL, julgamento em 23/09/2019, publicação da súmula em
23/09/2019)

Assim, tenho que, na espécie, deve ser afastada a regra da


impenhorabilidade do inciso IX do art. 833 do CPC, visto que os repasses
destinados à aplicação em saúde devem servir a este fim, qual seja, o
pagamento de insumos médicos.

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No que diz respeito à pretendida impenhorabilidade da verba constrita


nas contas bancárias n° 3.709-5 (Banco do Brasil) e n° 0948-8 (Caixa
Econômica Federal), com amparo na alegação de que os valores ali
depositados são ínfimos diante do crédito exequendo, entendo que não
socorre melhor razão à associação agravante.

Com efeito, não se desconhece que o caput do art. 836 do CPC prevê a
hipótese de não formalização da penhora, quando o produto da execução
dos bens for totalmente absorvido pelo pagamento das custas da execução.

Na espécie, além de o valor de R$ 939,77 (novecentos e trinta e nove


reais e setenta e sete reais) bloqueado nas referidas contas não se revelar
absolutamente irrisório, verifica-se que a parte exequente pleiteou, nos autos,
a concessão da gratuidade judiciária, a qual ainda não foi apreciada pelo juiz
a quo.

Portanto, considerando-se que, na hipótese de o benefício vir a ser


deferido, aquele montante não será absorvido pelas eventuais custas da
execução, não há falar em liberação daqueles valores.

Em face do exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso, mantendo


incólume a decisão de primeiro grau.

Custas recursais ao final, pelo vencido na ação principal, observada


eventual gratuidade de justiça.

É como voto.

DES. MANOEL DOS REIS MORAIS - De acordo com o(a) Relator(a).

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DES. FERNANDO LINS - De acordo com o(a) Relator(a).

SÚMULA: "NÃO CONHECERAM DE PARTE DO RECURSO E, NA


PARTE CONHECIDA, NEGARAM-LHE PROVIMENTO"

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