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AO DOUTO JUIZO DA XXª VARA DO TRABALHO DE XXXXXXXXXXXXXX

Processo nº XXXXXXXXXXXXXXX

ENZO LORENZO, já qualificado nos autos do processo acima descrito, por seu
advogado que esta subscreve, inconformado com a respeitável sentença de
folhas , vem, tempestiva e respeitosamente á presença de Vossa
Excelência, interpor RECURSO ORDINÁRIO com base no artigo 895, inciso I
da CLT, de acordo com a razões em anexo, as quais requer que sejam
recebidas e remetidas ao Egrégio Tribunal Regional da Região.

Destaca-se que não foram recolhidas as custas processuais, haja vista o


pedido de concessão dos benefícios da gratuidade da justiça, que por ora,
foram rejeitados, com base no art. 101, §1º do Código de Processo Civil.

O Recorrente, ex vi legis, por fim, solicita que Vossa Excelência determine que
o Recorrido se manifeste acerca do presente recurso (CLT, art. 900).

Depois de cumpridas as formalidades legais, seja ordenada a remessa desses


autos, com as Razões do Recurso, ao Egrégio Tribunal Regional do Trabalho
da xxª Região.
Termos em que,

Pede deferimento.

Local e data.

ADVOGADO

OAB n.ºxxxxxx
RAZÕES DE RECURSO ORDINÁRIO

Recorrente: ENZO LORENZO

Recorrido: POSTO BOTAFOGO LTDA

Processo n.º: XXXXXXXXXXXXXXXX

Origem: XXXXXXXXXXXXX

EGRÉGIO TRIBUNAL

COLENDA TURMA

NOBRES JULGADORES

PRELIMILAR

CERCEAMENTO DE DEFESA

Argúi o Recorrente cerceamento de defesa em face do indeferimento, pelo


Magistrado a quo, do pedido oitiva da única testemunha ofertada (Jean Loreto)
na audiência, uma vez que o ora reclamado não apresentou prova
testemunhal, o Recorrente consignou seus protestos em ata, às fls.

Ora, o reclamado apresenta contestação sem documentos, além de carta de


proposição e procuração e por estes motivos, indeferiu a oitiva do recorrente. A
iniciativa da prova cabe às partes, e ao Juiz compete selecioná-la. O d. Juízo
Monocrático não poderia indeferir oitiva de testemunhas quando, de forma
inexorável, baseia-se seu julgado única e exclusivamente, nos depoimentos
colhidos em audiência e, desconsiderando a prova importante que seria a oitiva
da testemunha, colega de trabalho de recorrente, bem como, desconsiderou
toda a farta e verídica documentação trazida aos autos pelo recorrente.

Vale ponderar que a prova testemunhal, ainda que mal interpretada, constituiria
único meio de prova de que o Recorrente dispõe para confirmar a veracidade
dos fatos trazidos, bem como, contratado entre as partes. Caberia ao
reclamado rebater as teses trazidas pelo Recorrente, apresentando
documentos que é de obrigação estar em posse do reclamado.

Demonstrado o repudiado e abusivo cerceamento de defesa que prejudicou o


Recorrente, resta configurado o malferimento a Lei Maior, em seu artigo 5º.,
inciso LV, consequentemente, a nulidade do processado, devendo ser
determinada a reabertura da instrução processual, pelo que a r. sentença
recorrida merece reforma também neste particular.

HISTÓRICO PROCESSUAL

Foi ajuizada reclamação trabalhista em face do recorrido pleiteando o


pagamento de adicional de periculosidade na proporção de 30%, em virtude de
labor em posto de gasolina, pela exposição a combustível, além de adicional
noturno.

Entretanto, a respeitável Vara do Trabalho julgou a ação integralmente


improcedente, determinando a condenação da reclamada de forma nas verbas
supra citadas, honorários de sucumbências de 20% e indeferiu a gratuidade de
justiça.

Em que pese à reconhecida cultura do eminente Juízo de origem e à


proficiência com que o mesmo se desincumbe do mister judicante, há de ser
reformada a decisão ora recorrida, porquanto proferida em completa
dissonância para com as normas aplicáveis à espécie, inviabilizando, portanto,
a realização da Justiça, conforme os fundamentos que a seguir serão expostos:
DOS PRESSUPOSTOS RECURSAIS

O presente recurso é tempestivo, uma vez que interposto no octídio legal.


(CLT, art. 895, inc. I)

Observa-se que o Recorrente fora intimada da sentença combatida em


xx/xx/xx. Desse modo, tem-se que o recurso em espécie é manejado após a
publicação do decisum em liça, não havendo, pois, falar-se em
extemporaneidade. (TST, Súmula 434.

Destaca-se que não foram recolhidas as custas processuais, haja vista o


pedido de concessão dos benefícios da gratuidade da justiça, que por ora,
foram rejeitados.

CABIMENTO DO PRESENTE RECURSO ORDINÁRIO.

A decisão proferida na Vara do Trabalho trata-se de uma sentença, dessa


forma encerrando a atividade jurisdicional do Douto Juízo de primeira instância.

Neste contexto, o reexame da decisão supra citada só poderá ser feita através
de Recurso Ordinário, conforme preceitua o artigo 895, inciso I da CLT.

Cumpre ressaltar que não foram recolhidas as custas processuais, haja vista o
pedido de concessão dos benefícios da gratuidade da justiça, que por ora,
foram rejeitados, com base no art. 101, §1º do Código de Processo Civil, além
do presente recurso ter sido interposto tempestivamente.

Dessa forma, preenchidos os pressupostos de admissibilidade, requer seja o


presente recurso processado e o seu mérito apreciado.
ADICIONAL DE PERICULOSIDADE

É devido o adicional de periculosidade, pois o autor provou que ficava em área


de risco, como preceitua o artigo 913 da CLT.

O deferimento do adicional de periculosidade não exige prova pericial, nos


termos do da súmula 39 do TST, que já pacificou tal entendimento.

Requer a reforma da sentença que indeferiu o adicional de periculosidade por


sua procedência.

ADICIONAL NOTURNO

As horas extras são devidas, já que o recorrido laborava de 22h às 8h, de


segunda a sábado, com uma hora de intervalo intrajornada, mas apenas
recebia o adicional à jornada das 22h às 5h.

Já é entendimento pacificado que as horas prorrogadas após as 5h são


deverão ser computadas como horas noturnas, mesmo estas horas sendo
diurnas, conforme súmula 60, II, TST, e Exegese do art. 73, § 5º, da CLT. (ex-
OJ 6/SDI-I - Inserida em 25/11/96), pois o trabalho noturno provoca no
indivíduo agressão física e psicológica, por supor o máximo de dedicação de
suas forças físicas e mentais em período em que o ambiente físico externo
induz ao repouso

Diante do exposto, requer a reforma da decisão neste particular e deferir o


adicional noturno das 22h às 8h.

HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA

A sentença de fls , condenou o recorrente ao pagamento de honorários de


sucumbenciais na proporção de 20% sobre o valor da causa.
Acontece, que após a reforma trabalhista de 2017, foi inserido no rol o artigo
791-A na CLT. O artigo versa dos critérios da fixação dos referidos honorários,
sendo na proporção entre 5% e 15%.

Portando a sentença se mostra um pouco exagerada, fazendo-se necessária a


adequação do percentual e ao que se espera a improcedência desta
condenação.

GRATUIDADE DE JUSTIÇA

A v. sentença entendeu que o reclamante não faz jus à concessão do


benefício da gratuidade de justiça, sustentando o magistrado que a mera
declaração não basta ao deferimento do benefício, que exige a comprovação
das hipóteses descritas no art. 790, § 3º e 4º da CLT.

Data vênia, merece reforma.

Inicialmente, cabe destacar que já há entendimento pacificado conforme


súmula 463, I do TST, onde versa bastar a declaração hipossuficiência para a
concessão da gratuidade de justiça, salvo nos casos em que a declaração de
hipossuficiência seja de pessoa jurídica, que não é o caso em tela.

Portanto, o indeferimento do beneficio não deve prosperar e deve-se


reformular sentença e assim, seja concedido o benefício ao recorrente.

CONCLUSÃO

Diante das argumentações acima expostas, requer o conhecimento e o


provimento do presente Recurso Ordinário, com os respectivos acolhimentos
de preliminar e de mérito, com a consequente reforma da decisão, acolhendo
na integralidade os pleitos acima mencionados e julgando improcedentes a
sentença do juízo monocrático.

Local e data.

ADVOGADO

OAB n.º

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