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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO

EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 18ª REGIÃO

PROCESSO Nº 0011344-50.2022.5.18.0011

8,0
SEBASTIÃO ALVES DOS SANTOS, devidamente qualificado nos autos
do recurso em epígrafe, vem, tempestivamente à presença de Vossa Excelência, por
seu advogado e procurador, infra-assinado, mandato nos autos, com fulcro no art.
900 da CLT, apresentar

CONTRARRAZÕES AO RECURSO DE REVISTA

Interposto por SERGIO CARLOS FERREIRA FILHO, em face do acórdão


ID 813e9d8 o que o faz pelas razões abaixo dispostas.
Requer seja negado seguimento ao Recurso de Revista, caso assim não
seja, requer que suba a presente contrarrazões para ao final, o recurso seja julgado
totalmente improcedente.

Pede deferimento

Goiânia, 01 de novembro de 2023


Advogado
OAB
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO RELATOR DO COLENDO
TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO

CONTRARRAZÕES DE RECURSO DE REVISTA

Recorrente: SERGIO CARLOS FERREIRA FILHO


Recorrido: SEBASTIÃO ALVES DOS SANTOS
Processo Nº: 0011344-50.2022.5.18.0011
Vara de Origem: TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 18ª REGIÃO

COLENDA TURMA.

I- BREVE RELATO DO FEITO

Trata-se de Reclamação Trabalhista proposta por Sérgio Carlos Ferreira


Filho objetivando o devido recebimento de horas extras, verbas rescisórias e dano
moral, pleito este julgado procedente. Havendo, portanto, a interposição do Recurso
Ordinário, onde o Tribunal julgou por manter a sentença.
Ocorre que após decisão de Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região,
o Recorrente ao entender “injusta a decisão”, não se conformando com o R. Acórdão
de ID 813e9d8 interpôs Recurso de Revista, cingindo-se a atacar apenas o tópico do
Acórdão que decidiu sobre as horas extras, nos seguintes:

“DO ACÓRDÃO GUERREADO


7.1. DA JORNADA DE TRABALHO. LABOR EXTRAORDINÁRIO
A sentença condenou o Recorrente no pagamento de horas extras,
por concluir que a jornada do Recorrido era das 8 às 18, de segunda
a sexta-feira, com 1 hora de intervalo.
No entanto, mesmo não tendo juntado aos autos controle de jornada,
restou demonstrado nos autos que o Recorrido exercia de fato a
jornada das 8 às 18h, de segunda a sexta, porém, com 2 horas de
intervalo.
Logo, não há que se falar em labor extraordinário.”
Ora, o Recurso não merece prosperar, ou seja, deste limite normativo,
não há espaço para o mesmo, devendo ser negado o presente recurso, pelos
motivos que passa a expor.

II- TEMPESTIVIDADE

Observa-se nos autos que o referido acordão pronunciado fora publicado


no dia 15/08/2023, diante disto o recorrido interpôs o recurso no dia 22/08/2023 no
qual o prazo se findará em 06/09/2023. Não havendo assim que falar em
intempestividade.

III- DO NÃO CABIMENTO DO RECURSO DE REVISTA POR AUSÊNCIA DO


REQUISITOS FORMAIS

Sob pena de não conhecimento, é ônus da parte indicar o trecho da


decisão recorrida que consubstancia o prequestionamento da controvérsia objeto do
recurso de revista ao passo que se tem, no referido artigo 896, §1º da Consolidação
das Leis do Trabalho, um rol taxativo de hipóteses de cabimento, somente se
aceitará o recurso de revista se demonstrada expressamente a ocorrência de
alguma dessas hipóteses:

Art. 896 - Cabe Recurso de Revista para Turma do Tribunal Superior


do Trabalho das decisões proferidas em grau de recurso ordinário,
em dissídio individual, pelos Tribunais Regionais do Trabalho, quando
§ 1o-A. Sob pena de não conhecimento, é ônus da parte:
I - indicar o trecho da decisão recorrida que consubstancia o
prequestionamento da controvérsia objeto do recurso de revista;

Ou seja, caso a decisão não dispunha expressamente o artigo de lei ou


tema que ampare o Recurso de Revista, incumbe ao recorrente, opor embargos
declaratório objetivando o pronunciamento explicito sobre o tema, sob pena de
preclusão (Súmula 297 TST). O que não ocorreu no presente caso
Razões pelas quais devem conduzir ao imediato improvimento do
Recurso de Revista, conforme procedentes sobre o tema:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA.


PROCESSO SOB A ÉGIDE DA LEI 13.015/2014. 1. HONORÁRIOS
PERICIAIS. RESPONSABILIDADE PELO PAGAMENTO E VALOR
ARBITRADO. ART. 896, § 1º-A, I, DA CLT. EXIGÊNCIA DE
TRANSCRIÇÃO DOS FUNDAMENTOS EM QUE SE IDENTIFICA O
PREQUESTIONAMENTO DA MATÉRIA OBJETO DE RECURSO DE
REVISTA. ÓBICE ESTRITAMENTE PROCESSUAL. Nos termos do
art. 896, § 1º-A, I, da CLT, incluído pela Lei n. 13.015/2014, a
transcrição dos fundamentos em que se identifica o
prequestionamento da matéria impugnada constitui exigência formal à
admissibilidade do recurso de revista. Havendo expressa exigência
legal de indicação do trecho do julgado que demonstre o
enfrentamento da matéria pelo Tribunal Regional, evidenciando o
prequestionamento, a ausência desse pressuposto intrínseco torna

insuscetível de veiculação o recurso de revista.

Assim, diante da ausência do prequestionamento explicito, o Recurso de


Revista não merece acolhimento, devendo se mantida a decisão do acordão.

IV- DO NÃO CABIMENTO DO RECURSO ACERCA DA MATÉRIA DISCUTIDA


ANÁLISE DE FATOS E PROVAS

No mérito do recurso, segundo disposição expressa da CLT, art. 896 e


súmula 126 TST é incabível o reexame de fatos e provas em sede de Recurso de
Revista, conforme clara declaração da Súmula do TST:

SÚMULA nº 126 do TST - RECURSO. CABIMENTO.


Incabível o recurso de revista ou de embargos (arts. 896 e 894, "b",
da CLT) para reexame de fatos e provas.
Observação: (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003

Este entendimento é predominante nos tribunais, não merecendo maiores


digressões fato que é incabível o recurso de revista ou de embargos para reexame
de fatos e provas. Assim, diante da necessidade do revolvimento de fatos e provas,
não prospera recurso de revista. A prova documental, ademais, fora devidamente
comentada e apreciada no acórdão combatido. Nesse passo, é de absolutamente
inadequada a pretensão de reexame de provas por meio de Recurso de Revista:

AGRAVO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE


REVISTA SOB A ÉGIDE DA LEI 13.467/2017. RITO
SUMARÍSSIMO. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE DEFERIDO
APÓS EXAME DAS PROVAS DOS AUTOS. SÚMULA 126 DO TST
TRANSCENDÊNCIA NÃO ANALISADA. Não ficou demonstrado o
desacerto da decisão monocrática que negou provimento ao agravo
de instrumento. Esclarecimentos acerca da incidência da Súmula 126
do TST prejudicar o exame da transcendência da causa, porquanto a
controvérsia acerca do adicional de insalubridade foi dirimida após
exame das provas documental e oral dos autos. Agravo não provido,
sem incidência de multa. (TST, Ag-AIRR - 484-18.2021.5.08.0006,
Relator Ministro: Augusto César Leite de Carvalho, Data de
Julgamento: 08/03/2023, 6ª Turma, Data de Publicação: DEJT
10/03/2023).

Ou seja, é expressamente vedado o reexame de matéria fático-probatória,


uma vez que só se discute matéria de direito.
É importante apresentar que o rito sumaríssimo o recurso de revista
somente será admitido por contrariedade a súmula de jurisprudência uniforme do
Tribunal Superior do Trabalho ou a súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal
e por violação direta da Constituição Federal e conforme o artigo 896 §9º da CLT.
Concluir o raciocínio

V- LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ
A litigância de má-fé se configura quando a parte deduzir defesa contra
texto expresso de lei ou fato incontroverso; alterar a verdade dos fatos; usar do
processo para conseguir objetivo ilegal; opuser da ausência de fundamento de fato e
de direito do recurso e da litigância de má-fé.
No ideário de processo cooperativo e informado pela parte recorrente que
o recorrido não apresentou aos autos controle de jornada demostrado assim que o
recorrido exercia de fato jornada das 8 às 18h de segunda a sexta, porém com
2(duas) horas de almoço, ora sabemos que o ônus da prova é do recorrente e por
ser empregado doméstico é dever do empregado ter cartão de ponto conforme o
artigo 12 da Lei Complementar 150 de 2015.
Assim, pugna desde já pela condenação do recorrente em litigância de
má-fé, por apresentar recurso protelatório sem nenhum embasamento jurídico com
fulcro no art. 793-C seguintes da CLT.

VI- DO MÉRITO RECURSO DE REVISTA


O recorrido se limita a repetir os argumentos do Recurso Ordinário sem
menos rebater os fundamentos que deveria conduzir à revisão da decisão recorrida.
Trata-se, portanto, de manifesta improcedência do Recurso, nesse
sentido é o entendimento da jurisprudência sobre o tema:

AGRAVO. AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE


REVISTA. ACÓRDÃO PUBLICADO ANTES DA VIGÊNCIA DA LEI Nº
13.015/2014. FAZENDA PÚBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULO.
COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA. SUCESSÃO DA
FEPASA PELA CPTM. ESTRADA DE FERRO SOROCABANA.
EMPREGADO APOSENTADO ANTES DA CISÃO. DIFERENÇAS
DECORRENTES DE PARIDADE COM OS FERROVIÁRIOS ATIVOS
DA CTPM. AUSÊNCIA DE SUCESSÃO TRABALHISTA. Agravo a que
se dá provimento para examinar o agravo de instrumento em recurso
de revista. Agravo provido. AGRAVO DE INSTRUMENTO EM
RECURSO DE REVISTA. ACÓRDÃO PUBLICADO ANTES DA
VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014. FAZENDA PÚBLICA DO ESTADO
DE SÃO PAULO. COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA.
SUCESSÃO DA FEPASA PELA CPTM. ESTRADA DE FERRO
SOROCABANA. EMPREGADO APOSENTADO ANTES DA (...) ,
falecido, cuja pensionista é a reclamante, foi admitido pela Estrada de
Ferro Sorocabana em 19.03.1945 e se aposentou em 01.06.1976.
Portanto, já se encontrava aposentado quando da cisão noticiada".
Em que pese tais considerações, certo é que a jurisprudência desta
Corte firmou-se no sentido de que, além de não haver sucessão da
Estrada de Ferro de Sorocabana pela malha ferroviária sucedida pela
CTPM, o ferroviário que já se encontrasse aposentado ao tempo da
referida sucessão não tem o direito de ter a sua complementação de
aposentadoria calculada em paridade com os ferroviários em
atividade da CPTM. Precedentes. Recurso de revista conhecido e
provido. AGRAVO DA RECLAMANTE. Prejudicado em razão do
provimento do recurso de revista da reclamada. (TST, ARR - 2953-
97.2011.5.02.0024, Relator Ministro: Breno Medeiros, Data de
Julgamento: 11/12/2019, 5ª Turma, Data de Publicação: DEJT
19/12/2019)

Ou seja, a mera repetição dos argumentos inicias não podem ter condão
de reverter posicionamento já adotado, refletindo no necessário indeferimento do
pleito, ora pois o recorrido nega-se a paga por direito as horas extras pleiteadas e
conforme já demostrando o recorrido não apresentou o cartão de ponto e o
recorrente e por ser empregado doméstico é dever do empregado ter cartão de
ponto conforme o artigo 12 da Lei Complementar 150 de 2015, se desincumbiu do
seu ônus e razão pela qual não há de se falar em improcedência do pleito de horas
extras.
No entanto, não obstante o não preenchimento dos requisitos formais
para o seguimento do recurso, pelo princípio da causalidade, passa a rebater
pontualmente as razões recursais.
Isto posto, requer o recorrido que o Recurso de Revista interposto pelo
recorrente não seja conhecido, tampouco provido denegado seguimento.
Condenação do recorrente em litigância de má-fé, no maior valor possível.

Nestes termos, pede deferimento.

Goiânia 01 de novembro de 2023


Advogado
OAB

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