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EXCELENTÍSSIMO DESEMBARGADOR PRESIDENTE DA SEGUNDA TURMA DO TRIBUNAL REGIONAL

DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO

Processo nº.

, devidamente qualificado nos autos em epígrafe, por seu advogado que esta subscreve, vem
respeitosamente à presente de Vossa Excelência interpor o presente:

AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA

Com fulcro no artigo 897, b, da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, e da Instrução
Normativa 16/00 do Tribunal Superior do Trabalho - TST, diante das razões de fatos e de direito a
seguir anexas.

Esclarece-se, de imediato, que após a adoção do sistema de processo eletrônico (Lei


11.419/2006) o agravo de instrumento passou a ser processado nos autos principais digitalizados
pelo Regional de origem, em consonância com a Resolução Administrativa nº 1418/2010, razão pela
qual passa a ser desnecessária a formação do instrumento previsto no artigo 897, § 5º, CLT.

Após o regular processamento, a parte agravante REQUER a este D. Juízo o encaminhamento


do agravo de instrumento ao Colendo Tribunal Superior do Trabalho, a fim de que seja reformado o
respeitável despacho que denegou conhecimento ao recurso de revista interposto pelo agravante.

Termos em que, pede deferimento.


São Paulo/SP, 15 de fevereiro de 2023.
RAZÕES DO AGRAVO DE INSTRUMENTO

Agravante:

Agravados:

Origem:

Processo:

C. Tribunal Superior,

C. Turma Julgadora,

O despacho que denegou seguimento ao recurso de revista não deve ser mantido nos aspectos
a seguir impugnados, porquanto sua manutenção implicará em flagrante violação ao que dispõe os
dispositivos constitucionais e legais vigentes, a saber:

ADMISSIBILIDADE RECURSAL

De plano, cumpre destacar que, no agravo de instrumento, o recolhimento das custas


processuais não é exigido, nos termos do item XI, IN 16, TST.

1. O recurso é adequado, posto que interposto por parte legítima e capaz, processualmente
interessada e regularmente representada (o advogado subscritor destas razões recursais está
devidamente constituído conforme documentos de representação processual juntados aos autos na
Procuração no Id. abda1f8), e interposto contra decisão recorrível.

2. Após a adoção do sistema de processo eletrônico (Lei 11.419/2006) o agravo de instrumento


passou a ser processado nos autos principais digitalizados pelo Regional de origem, em consonância
com a Resolução Administrativa nº 1418/2010, razão pela qual passa a ser desnecessária a formação
do instrumento previsto no artigo 897, § 5º, CLT.

3. Ademais, o recurso é tempestivo, uma vez que o despacho denegatório de Id. 8942c0d foi
publicado em 06.02.2023, e o prazo para interposição do Agravo de Instrumento de 08 (oito) dias,
iniciou-se em 07.02.2023, e findar-se-á em 16.02.2023.
MÉRITO

I. IMPERIOSA REFORMA DO R. DESPACHO DENEGATÓRIO E DO NECESSÁRIO SEGUIMENTO DO


RECURSO DE REVISTA

4. A r. decisão denegou seguimento ao recurso de revista aviado pelos seguintes termos, in


verbis:

“PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS

Nos termos do art. 896, § 2º, da CLT, somente caberá recurso de revista, das
decisões proferidas em execução, por ofensa direta e literal de norma da
Constituição Federal.

DIREITO PROCESSUAL CIVIL E DO TRABALHO/Liquidação


Cumprimento/Execução/Constrição/Penhora/Avaliação/ Indisponibilidade de
Bens/Impenhorabilidade / Bem de Família.

O v. acórdão manteve a decisão de origem, por entender que o recorrente "não


se desincumbiu do ônus de provar que o imóvel matriculado sob o nº 14.103 no
CRI de Ubatuba é utilizado como residência por ele próprio" e ressaltou que o
próprio recorrente "admite que possui outros imóveis".

Quanto à matéria em destaque, inviável o recurso, pois não verifico ofensa


direta aos dispositivos constitucionais invocados, nos termos do art. 896, §2º,
da CLT e entendimento firmado na Súmula 266 do C. TST.

CONCLUSÃO
DENEGO seguimento ao recurso de revista.”

5. Ressalta-se que, fundamentou no não cumprimento do requisito previsto § 2º do artigo 896,


da CLT, “hipótese de ofensa direta e literal de norma da Constituição Federal”, bem como na Súmula
266 do C. TST, com conteúdo muito semelhante. Vejamos:

“Artigo 896
§ 2º Das decisões proferidas pelos Tribunais Regionais do Trabalho ou por suas
Turmas, em execução de sentença, inclusive em processo incidente de
embargos de terceiro, não caberá Recurso de Revista, salvo na hipótese de
ofensa direta e literal de norma da Constituição Federal.”

“Súmula 266 do TST


A admissibilidade do recurso de revista interposto de acórdão proferido em
agravo de petição, na liquidação de sentença ou em processo incidente na
execução, inclusive os embargos de terceiro, depende de demonstração
inequívoca de violência direta à Constituição Federal.”

6. Contudo, devida vênia, a parte Agravante entende que observou atentamente o referido
requisito. Vejamos:

II. DO BEM DE FAMÍLIA E DA AFRONTA AO PRINCÍPIO DA IMPENHORABILIDADE, MATÉRIA DE


ORDEM PÚBLICA, E PODE SER LEVANTADA EM QUALQUER MOMENTO OU GRAU DE
JURISDIÇÃO DO PROCESSO.

7. Com relação ao tema, observa-se que a parte autora indicou expressamente os dispositivos
os quais houve ofensa direta e literal à CF. Vejamos:

 RECURSO DE REVISTA

RESUMO DO CABIMENTO DO RECURSO DE REVISTA

artigo 896, "c" e § 2º, CLT

- Art. 1º, inciso “III” quanto ao direito fundamental e pétreo da dignidade da


pessoa humana;
- Inciso XXII do Artigo 5º, que reconhece o direito de propriedade como um
direito fundamental (calcificado pela Declaração Universal de Direitos
Humanos, em seu Artigo 17), e
- Direito social à moradia, previsto no artigo 6º, caput, da Carta Magna .

8. Também já demonstrado evidente que a matéria veiculada no Recurso de Revista inadmitido é afeta à
transcendência política e social, na medida em que a jurisprudência desta Corte superior se firmou no sentido
de que não se afigura juridicamente razoável a exigência, ao executado, de apresentar prova de que
determinado imóvel é seu único bem, pois tal exigência equivaleria à determinação para produção de prova
negativa de que não tem outros bens.

9. Portanto, a compreensão desta Corte superior firmou-se no sentido de que cabe ao exequente
comprovar que o imóvel em discussão não constitui bem de família, indicando outros bens de propriedade do
executado.

10. No caso dos autos, considerando que as premissas adotadas pelo Tribunal Regional – tanto em relação
ao afastamento da garantia legal da impenhorabilidade em razão da não residência da executada no imóvel,
como no tocante ao ônus da prova de que aquele é seu único bem – encontram-se dissonantes da
jurisprudência que rege a matéria, tem-se por demonstrada a transcendência política da controvérsia.

11. Resulta configurada, ainda, a transcendência social da causa, nos termos do artigo 896-A, III, da CLT,
uma vez que a discussão em torno do direito à moradia e à subsistência encontra guarida no artigo 6º da
Constituição da República, que trata dos direitos sociais.

12. Ainda, o Agravante pondera, desde logo, que não há que se falar na aplicação da Súmula 126 do C.
TST, na medida em que não se pretende o revolvimento fático-probatório, mas, tão somente, a revista das
razões de decidir esposadas no v. acórdão guerreado e no acórdão integrativo que apreciou os Embargos de
Declaração.

13. Desse modo, já se manifestou o Colendo Tribunal Superior do Trabalho, in verbis:

“EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. PROCESSO ANTERIOR À LEI 13.467/2017.


CONTRADIÇÃO. INEXISTÊNCIA. REENQUADRAMENTO JURÍDICO DA
QUESTÃO FÁTICA DELIMITADA NO ACÓRDÃO DO TRT. POSSIBILIDADE. Os
elementos fático-probatórios delimitados no acórdão regional foram
suficientes para o reenquadramento da questão jurídica litigiosa e, portanto,
permitiu que esta Turma chegasse a conclusão diversa da decisão do TRT,
em relação à culpa da Reclamada. Tal procedimento não caracteriza reexame
do conjunto probatório, mas apenas reenquadramento jurídico dos fatos
registrados pelo Tribunal Regional do Trabalho. Portanto, não há falar em
contrariedade à Súmula 126/TST. Dessa maneira, não se observa a
existência da alegada contradição, salientando-se que a estreita via dos
embargos de declaração não é adequada para a revisão de decisões judiciais.
Se a argumentação posta nos embargos não se insere em nenhum dos vícios
mencionados nos arts. 897-A da CLT; e 1.022 do CPC/2015, deve ser
desprovido o recurso. Embargos de declaração desprovidos.” (TST - ED-RR:
5650520145080105, Relator: Mauricio Godinho Delgado, Data de
Julgamento: 06/12/2017, 3ª Turma, Data de Publicação: DEJT 11/12/2017)

14. Vejamos as razões da Revista, em razão das violações diretas à Constituição Federal, ao arrepio: (i) do
Art. 1º, inciso “III” quanto ao direito fundamental e pétreo da dignidade da pessoa humana; (ii) inciso XXII do
Artigo 5º, que reconhece o direito de propriedade como um direito fundamental (calcificado pela Declaração
Universal de Direitos Humanos, em seu Artigo 17), e (iii) bem como do direito social à moradia, previsto no
artigo 6º, caput, da Carta Magna.
15. Em virtude do exposto, a parte Agravante REQUER a reforma do despacho denegatório com a
devida admissibilidade do recurso de revista e julgamento do mérito quanto aos tópicos abordados,
tendo em vista a observância do requisito previsto no § 2º do artigo 896, da CLT.

III. RENOVAÇÃO DAS RAZÕES DO MÉRITO DO RECURSO DE REVISTA.

16. Por extrema cautela, a parte Agravante ratifica e renova as razões de mérito do seu recurso
de revista já interposto, e, com reforma do r. despacho denegatório para a devida admissibilidade do
recurso de revista, REQUER o julgamento do mérito quanto aos tópicos abordados e, depois, o
provimento com a procedência do pedido.

17. De início, importante mencionar que, entendeu o juízo a quo pelo não provimento do agravo
de petição de Id. e7e1314, sob o fundamento de que não teria restado comprovado que o imóvel em
questão seria bem de família, in verbis:

(v. acórdão de Id. 728fd8d – parte referente ao tópico recorrido)

“O agravante alega que juntou aos autos diversos documentos que comprovariam que
o imóvel penhorado é utilizado como residência, tais como: faturas de energia elétrica
e de serviços de banda larga, ata de assembleia de condomínio e comprovantes de
pagamento de condomínio. Sustenta, ainda, que, independentemente da existência de
outras propriedades, utilizaria o imóvel penhorado como residência. Por essas razões,
pleiteia o reconhecimento de que o imóvel é bem de família e requer o levantamento
da penhora.”

A fim de comprovar que o imóvel seria bem de família, o agravado carreou aos autos
faturas de serviços de banda larga em nome de Anya Tabata Mello Fidalgo (fls.
308/310 e 346/381), faturas de energia elétrica em seu próprio nome (fls. 311/315 e
322/345), boleto de cobrança de condomínio (fl. 316), certidão negativa de débito
referente a taxa condominial (fls. 382/384) e ata de assembleia do condomínio da qual
participou (fls. 385/386).

Ocorre que, como bem salientou o Juízo de origem, contas de consumo de serviços
básicos e taxas condominiais constituem despesas comuns e regulares de imóveis não
habitados, de modo que constituem mero indício de que o imóvel é utilizado como
residência.

Somente na terceira tentativa, foi atendido pelo zelador do edifício, que afirmou que
uma mulher moraria no apartamento, da qual, no entanto, sequer sabia o nome.
Ainda que o zelador tenha declarado que se trataria da esposa do executado, ele
também afirmou que ela estaria residindo na casa de sua filha em razão de uma obra
pela qual o prédio passava. A propósito, confira-se o auto de avaliação de fls. 465/466.

(v. acórdão integrativo de ED’s de Id. 9e3d9f5 – parte referente ao tópico recorrido)

De início, esclarece que este recurso integrativo tem o objetivo de prequestionar os


pontos nele suscitados, além de buscar o saneamento dos vícios apontados, quais
sejam, omissão e obscuridade. Quanto à suposta omissão, aduz que este C. Colegiado
não teria observado o fato de que não haveria qualquer outro imóvel em seu nome.
Afirma que o imóvel matriculado sob os números 5830, 4516, 4517 e 4518 no CRI de
Cachoeira Paulista/SP teria sido arrematado e, após a arrematação, não seria utilizado
como moradia por ele ou sua família, de sorte que não integraria seu patrimônio. No
que se refere à obscuridade, insiste em que o imóvel penhorado neste processo
constituiria bem de família, o que teria sido corroborado pela prova documental
produzida. Ao final, pugna pelo acolhimento dos embargos de declaração, com
atribuição de efeitos infringentes, além de juntar documentos.

No ponto, como relatado, o executado insiste em que o imóvel penhorado neste


processo constituiria bem de família, o que teria sido corroborado pela prova
documental produzida.

Nada obstante, mesmo diante dos documentos novos carreados aos autos com estes
embargos de declaração, não há lastro fático e jurídico para o acolhimento da tese do
executado.

O expediente de fls. 610/611 cuida-se tão somente de cópia da ata da assembleia geral
extraordinária do condomínio do qual faz parte o imóvel penhorado, que revela que o
executado era seu síndico até 14/12/2021.

Sem embargo, esse fato não prova que o imóvel era utilizado como sua residência.

Quanto à declaração de fl. 613, firmada pelo atual administrador do condomínio,

segundo a qual o executado e sua esposa residiriam no imóvel penhorado, trata-se de

documento unilateral, formalizado após o julgamento do agravo de petição, razão pela

qual não tem o condão de provar, de forma cabal, que o imóvel é utilizado pela família

do executado como residência.


18. Os específicos pontos mencionados acima serão devidamente impugnados pela presente
Revista, à luz de clara violação direta à Constituição Federal, mais especificamente quanto ao Art.
1º, inciso “III” quanto ao direito fundamental e pétreo da dignidade da pessoa humana, inciso XXII
do Artigo 5º, que reconhece o direito de propriedade como um direito fundamental (calcificado
pela Declaração Universal de Direitos Humanos, em seu Artigo 17), bem como do direito social à
moradia, previsto no artigo 6º, caput, da Carta Magna.

19. Existe jurisprudência reiterada no sentido das seguintes teses contrárias aos v. acórdãos a
serem adotadas aqui, quanto à caraterização do bem de família impenhorável, previsto no art. 1º e
3º da Lei nº 8.009/90:

(i) Em razão da penhora e arrematação do imóvel referente às Matrículas nº 5830; 4516;


4517, e 4518, do Registro de Imóveis da Comarca de Cachoeira Paulista/SP, neste mesmo
processo, o imóvel ora em discussão, da matrícula n° 14.103 do SRI da Comarca de
Ubatuba/SP, É EFETIVAMENTE O ÚNICO EM NOME DO AGRAVANTE.

(ii) E ainda que existissem outros imóveis cadastrados no nome do Agravante livres e
desimpedidos para sua moradia, a jurisprudência tem admitido majoritariamente a
incidência da proteção legal na hipótese inclusive quando NÃO SE TRATE DE UM BEM
ÚNICO, DESDE QUE SEJA A MORADIA FAMILIAR!!!

(iii) Sem prejuízo do acima exposto, pelo conjunto de prova juntadas aos autos, e citadas
pelos v. acórdãos, foi dado equivocado enquadramento jurídico dos fatos pelo Juízo a quo
quanto ao ponto.

IV. DO BEM DE FAMÍLIA

20. Não obstante o costumeiro acerto desta E. Turma, entendeu o v. acórdão pela não
caracterização do bem em questão como bem de família, a despeito dos termos definidos pelo artigo
1º da lei nº 8.009/90 e a despeito da robusta quantidade de provas juntadas nos autos.

21. Em passagem da decisão, observou o acórdão que: “... o agravante admite que possui outros
imóveis”.

22. Contudo, referida afirmação não se resguarnece em qualquer parte do que narrou em sede
de Agravo o ora Agravante!
23. Em verdade, o que de fato afirmou o Agravante na ocasião foi de que a justificativa da
Magistrada de piso de que supostamente na Receita Federal existiram outros imóveis cadastrados
em nome do Agravante não teria relevância, a partir de comprovadamente o mesmo residir no
imóvel em litígio.

24. Inclusive a informação que se seguiu no Agravo foi a de que a referência feita pela Magistrada
a outro imóvel que não o sob judicie SÓ PODERIA SER JUSTAMENTE ACERCA DO OUTRO IMÓVEL JÁ
ARREMATADO NESTES AUTOS, de matrículas nº 5830; 4516; 4517, e 4518, do Registro de Imóveis da
Comarca de Cachoeira Paulista/SP, com trânsito em julgado em 08/02/2022, com a improcedência da
Ação Anulatória de nº 0011318- 17.2020.5.15.0040!

25. C. Corte, NÃO HÁ qualquer outro imóvel em nome do Agravante registrado na Receita
Federal, unicamente porque ele NÃO TEM OUTRO IMÓVEL, JUSTAMENTE PORQUE O IMÓVEL de
matrículas nº 5830; 4516; 4517, e 4518, do Registro de Imóveis da Comarca de Cachoeira Paulista/SP,
(i) NÃO ERA A MORADIA DO AGRAVANTE E SUA FAMÍLIA ANTES DA ARREMATAÇÃO, e (ii) NÃO FAZ
MAIS PARTE DO SEU PATRIMÔNIO PORQUE FOI ARREMATADO!

26. Aliás, ainda que o Executado morasse no local sozinho, o que se admite por mero argumento,
os precedentes do STJ deram ensejo inclusive ao advento da Súmula nº 364, que dispõe que "o
conceito de impenhorabilidade de bem de família abrange também o imóvel pertencente a pessoas
solteiras, separadas e viúvas". (EREsp nº 1.216.187-SC).

27. A jurisprudência tem admitido majoritariamente a incidência da proteção legal na hipótese


inclusive quando NÃO SE TRATE DE UM BEM ÚNICO, DESDE QUE SEJA A MORADIA FAMILIAR!!!

“Súmula 22 do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região

Imóvel residencial. Bem de família, Lei 8.009/90. CPC, art. 648.


Impenhorabilidade absoluta. Imóvel próprio ou da entidade familiar,
utilizado como moradia permanente, é impenhorável, independentemente do
registro dessa condição.”

“BEM DE FAMÍLIA. ARTS. 1º E 5º DA LEI 8.009/90. DESNECESSIDADE DE SER


ÚNICO IMÓVEL. PROVA DA UTILIZAÇÃO COMO MORADIA.
IMPENHORABILIDADE. Comprovado nos autos que o imóvel serve de
residência à entidade familiar, torna-se impenhorável, nos termos dos arts.
1º e 5º da Lei 8.009/90. O imóvel protegido pela impenhorabilidade em
questão é aquele que se destina à moradia da família, independentemente
de ser ou não o único imóvel do executado. Note-se que a Súmula 22 deste E.
Regional disciplina a matéria sem exigir a condição de único imóvel para
configuração do bem de família. E, conforme entendimento consagrado
nesta Especializada, ainda que o imóvel tenha valor elevado, esta condição
não afasta a impenhorabilidade do bem de família. Ainda que deva
preponderar o direito do trabalhador de perceber seus créditos, pois é
justamente a finalidade da ação trabalhista, não se pode, para tanto,
afrontar direito do executado da impenhorabilidade e inalienabilidade de
bem de família, sob pena de violação aos arts. 5º, XXII e 6º da Constituição
Federal e à Lei 8.009/90.” (TRT-2 00020027620125020442 SP, Relator: IVANI
CONTINI BRAMANTE, 4ª Turma - Cadeira 5, Data de Publicação: 02/06/2021)

EXECUÇÃO. PENHORA. IMÓVEL UTILIZADO COMO RESIDÊNCIA. BEM DE

FAMÍLIA. IMPENHORABILIDADE. DESNECESSIDADE DE PROVAR A


INEXISTÊNCIA DE OUTROS BENS IMÓVEIS.

2.1. O art. 1º da Lei 8.009/90 dispõe ser impenhorável o imóvel residencial


próprio do casal ou da entidade familiar, estabelecendo ainda o art. 5º que,
para os efeitos de impenhorabilidade, de que trata a referida lei, considera-
se residência um único imóvel utilizado pelo casal ou pela entidade familiar
para moradia permanente, o que se verificou no presente caso. 2.2. No caso
em exame, conforme consta no acórdão recorrido, é incontroverso que os
executados residem no imóvel penhorado, mas, mesmo assim, o Tribunal
Regional manteve a constrição sobre o imóvel. Entendeu o Tribunal Regional
que os executados não produziram prova que o imóvel penhorado é o único
destinado à moradia. 2.3. Todavia, a jurisprudência desta Corte tem
perfilhado caminho diverso, pois, uma vez preenchidos os pressupostos da
Lei 8.009/90, é do credor o ônus de demonstrar o contrário. Com efeito, o
fato de o imóvel ser utilizado para residência do executado e de sua
família é o bastante para assegurar a garantia
da impenhorabilidade prevista na referida lei. Do contrário seria exigir do
devedor prova de fato negativo de direito seu, isto é, prova da inexistência
de outros bens de sua propriedade, o que foge a razoabilidade. Trata-se,
ademais, de exigência não prevista em lei para o exercício do direito
à impenhorabilidade do imóvel, o que acarreta violação da garantia do
direito de propriedade. Precedentes. Recurso de revista conhecido e
provido. (RR - 54900-46.2004.5.15.0099, Relatora Ministra: Delaíde Miranda
Arantes, Data de Julgamento: 05/10/2016, 2ª Turma, Data de Publicação:
DEJT 14/10/2016)
AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. EXECUÇÃO.
RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014.
BEM DE FAMÍLIA. IMPENHORABILIDADE. UTILIZAÇÃO PARA FINS
DE MORADIA DO EXECUTADO. No caso, observa-se que o Regional manteve
a penhora sobre o imóvel, ao fundamento de que, embora demonstrado que
o bem se destinava à moradia do então recorrente, o sócio executado não
comprovou que o imóvel penhorado é o único de sua propriedade, tampouco
provou, mediante escritura pública ou testamento, a qualidade de bem de
família do imóvel. A Corte a quo concluiu que "Os documentos colacionados
aos autos pelo agravante às fls.361/364 indicam que o agravante reside
no imóvel, mas não são suficientes para demonstrar que é o
único imóvel que possui, pois deixou de instruir os autos com as certidões
negativas de cartório da região e com a última declaração de imposto de
renda, documentos aptos para demonstrar tal fato". Entretanto, a decisão
regional merece reparo. A impenhorabilidade do bem de família está
prevista na Lei nº 8.009/90, que assim dispõe: "Art. 1º O imóvel residencial
próprio do casal, ou da entidade familiar, é impenhorável e não responderá
por qualquer tipo de dívida civil, comercial, fiscal, previdenciária ou de outra
natureza, contraída pelos cônjuges ou pelos pais ou filhos que sejam seus
proprietários e nele residam, salvo nas hipóteses previstas nesta lei" (grifou-
se) Trata-se de norma de ordem pública, de cunho eminentemente social, e
que tem, por escopo, resguardar o direito à residência ao devedor e à sua
família, assegurando-lhes condições dignas de moradia, indispensáveis à
manutenção e à sobrevivência da célula familiar. Ademais, de acordo com o
disposto no artigo 5º da Lei nº 8.009/90, "para os efeitos
de impenhorabilidade, de que trata esta Lei, considera-se residência um
único imóvel utilizado pelo casal ou pela entidade familiar
para moradia permanente". Portanto, consoante se extrai dos dispositivos
mencionados, a impenhorabilidade do bem de família, prevista na Lei
nº 8.009/90, independe de manifestação de vontade do seu proprietário,
bastando, para tanto, tratar-se de imóvel utilizado como moradia pelo casal
ou entidade familiar, sendo esse requisito objetivo e absoluto, admitindo-se
apenas as exceções listadas pela lei de forma taxativa. Na espécie, ficou
registrado, no acórdão regional, que o imóvel penhorado serve de residência
permanente da entidade familiar. Dessa forma, como o imóvel penhorado é
utilizado pela família do executado para moradia, é imperioso reconhecer a
condição de bem de família do imóvel e a sua impenhorabilidade, nos
termos da Lei nº 8.009/90. Deve-se preservar, sempre, em casos como este, o
direito à moradia do executado e de sua família, previsto no artigo 6º
da Constituição Federal, já que não constatadas as exceções
à impenhorabilidade de que trata a lei. Cumpre esclarecer que, consoante o
disposto no artigo 5º, parágrafo único, da Lei nº 8.009/1990, só haverá
necessidade de constituição voluntária de um bem de família, mediante
registro no Cartório de Registro de Imóveis, nos casos em que o casal ou
entidade familiar utilizar mais de um imóvel de sua propriedade
como moradia, ou seja, na hipótese de pluralidade de residências, situação
não delineada no caso dos autos. Desse modo, para efeito de caracterização
do bem de família sobre o que preconiza a Lei nº 8.009/90, é suficiente que
o imóvel objeto da constrição judicial seja destinado à residência familiar.
Logo, ao contrário do que concluiu a Corte a quo, não é preciso que a parte
comprove a ausência de outros bens imóveis de sua propriedade nem que
demonstre, mediante escritura pública, a qualidade de bem de família
do imóvel. Assim, o Regional, ao confirmar a sentença em que se
determinou a penhora do bem que se destinava à moradia do sócio
executado, porque não comprovado que o imóvel constrito era o único de
sua propriedade, violou o disposto nos artigos 5º, inciso XXII, e 6º, caput,
da Constituição Federal. Precedentes. Recurso de revista conhecido e
provido para reconhecer a condição de bem de família do imóvel e a
sua impenhorabilidade, desconstituindo a penhora realizada sobre
o imóvel do recorrente. (RR - 75800-50.2006.5.15.0141, Relator Ministro:
José Roberto Freire Pimenta, Data de Julgamento: 24/08/2016, 2ª Turma,
Data de Publicação: DEJT 02/09/2016). (Destaquei).

“BEM DE FAMÍLIA. CARACTERIZAÇÃO. IMPENHORABILIDADE. Havendo


comprovação de que o imóvel penhorado destina-se à residência familiar,
resta configurado bem de família, impenhorável nos termos definidos pelo
artigo 1º da lei nº 8.009/90.” (TRT-15 - AP: 00105476220205150097
0010547-62.2020.5.15.0097, Relator: LUIZ ANTONIO LAZARIM, 9ª Câmara,
Data de Publicação: 29/10/2020)

“BEM DE FAMÍLIA. CARACTERIZAÇÃO. Para ser considerado como bem de


família, o imóvel deve servir como local de residência do executado e de seus
familiares. O objetivo da Lei 8.009/90, que trata deste instituto, é assegurar
ao devedor a dignidade (artigo 1º, III da Constituição Federal), ante o direito
à moradia, que tem alcance de direito social constitucional (artigo 6º da
Constituição Federal). Evidenciado nos autos que o imóvel constrito se
enquadra na regra disciplinada no art. 1º, da Lei nº 8.009/90, não há como
afastar a sua impenhorabilidade. Agravo de Petição do exequente a que se
nega provimento.” (TRT-2 00007670220155020044 SP, Relator: NELSON
NAZAR, 3ª Turma - Cadeira 1, Data de Publicação: 04/11/2020)

“IMPENHORABILIDADE. BEM DE FAMÍLIA. CARACTERIZAÇÃO. Tratando-se o


imóvel objeto de constrição judicial de bem de família, nos termos do caput
do art. 1º da Lei nº 8.009/90, porque comprovado que ele se destina,
essencialmente, à residência do devedor, bem como de sua família, reputa-
se o mesmo impenhorável. Tratando-se o imóvel objeto de constrição
judicial de bem de família, nos termos do caput do art. 1º da Lei nº 8.009/90,
porque comprovado que ele se destina, essencialmente, à residência do
devedor, bem como de sua família, reputa-se o mesmo impenhorável.” (TRT-1
- AP: 00077001520025010451, Relator: Raquel de Oliveira Maciel, Data de
Julgamento: 08/05/2017, Terceira Turma, Data de Publicação: 17/05/2017)

“AGRAVO DE INSTRUMENTO. PROCESSO DE EXECUÇÃO. PENHORA DE BEM DE


FAMÍLIA. Evidenciada a existência de violação do artigo 5º, inciso XXII, da
Constituição da República, dá-se provimento ao agravo de instrumento para
determinar o processamento do recurso de revista. Agravo de instrumento
conhecido e provido. IMÓVEL DO DEVEDOR, ONDE ATUALMENTE RESIDE COM
SUA FAMÍLIA. BEM DE FAMÍLIA LEGAL OU INVOLUNTÁRIO.
IMPENHORABILIDADE. 1. Para os efeitos da impenhorabilidade de que trata
a Lei n.º 8.009/1990, exige-se, a princípio, apenas que o bem indicado à
penhora seja o único imóvel utilizado pelo casal ou pela entidade familiar
para moradia permanente. 2. Logrando a parte demonstrar o preenchimento
de tais requisitos, incide a proteção legal, cujos efeitos são imediatos. A
circunstância de não existir prova nos autos de que o terceiro-embargante
residisse no imóvel à época da penhora não afasta, necessariamente, a
caracterização do bem de família, até porque a jurisprudência tem admitido a
incidência da proteção legal na hipótese de único bem do devedor, ainda que
alugado a terceiros. 3. Viola a literalidade do artigo 5º, XXII, da Constituição da
República, decisão por meio da qual se julga subsistente a penhora do único
bem imóvel do terceiro-embargante, pelo simples fato de não ter comprovado
que residia no imóvel, com seus familiares, à época da sua constrição. 4 .
Recurso de revista conhecido e provido.

(TST - RR: 2277400820075020006 227740-08.2007.5.02.0006, Relator: Lelio


Bentes Corrêa, Data de Julgamento: 15/02/2012, 1ª Turma, Data de
Publicação: DEJT 02/03/2012)

28. Nesse interim, a justificativa de que supostamente na Receita Federal existiram outros
imóveis cadastrados como “residência” do Agravante (referência feita provavelmente ao imóvel já
arrematado nestes autos, de matrículas nº 5830; 4516; 4517, e 4518, do Registro de Imóveis da
Comarca de Cachoeira Paulista/SP), não teria maior relevância, a partir de comprovadamente o
mesmo residir no imóvel em litígio.
29. Ainda com relação ao tema, é importante notar que mesmo no caso do proprietário não
residindo no imóvel, (o que nem mesmo se configura in casu, até pelo conteúdo da procuração de Id.
abda1f8) "a orientação predominante no STJ é no sentido de que a impenhorabilidade prevista na lei
8.009/1990 se estende ao imóvel do devedor, ainda que este se ache locado a terceiros, por gerar
frutos que possibilitam à família constituir moradia em outro bem alugado" (STJ, AgRg 385.692/RS,
Quarta Turma, Rel. Min. Aldir Passarinho Junior, j. 09.04.2002).

30. Além disso, necessário que seja dada a maior amplitude possível à proteção consignada na lei
que dispõe sobre o bem de família (Lei 8.009/1990), que decorre do direito constitucional à moradia
estabelecido no caput do art. 6.º da CF, para concluir que a ocupação do imóvel por qualquer
integrante da entidade familiar não descaracteriza a natureza jurídica do bem de família" (STJ, EREsp
1.216.187/SC, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, j. 14.05.2014).

31. Dito posicionamento também é defendido pela melhor doutrina pátria, conforme se
depreende de artigo produzido pelo Jurista Flávio Tartuce: “De fato, não se pode impor a
impenhorabilidade em casos semelhantes ou próximos, pois o fato de o imóvel encontrar-se vazio,
desocupado, inabitado, não é imputável à conduta do devedor, mas a ato ou omissão da
administração pública. Sendo assim, a impenhorabilidade é medida que se impõe, com vistas à
proteção de um direito à moradia potencial, que se encontra dormente no momento da discussão da
penhora, mas que pode voltar a ter incidência concreta a qualquer momento.”1

32. Sem prejuízo das digressões acima serem utilizadas apenas por amor ao argumento, é
mister que o bem imóvel destinado à moradia do casal ou da entidade familiar deve ser protegido,
pois está elencado no artigo 6º da Carta Magna, como um dos direitos sociais da pessoa humana:

“Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a


moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à
maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta
Constituição. ” (Grifo nosso)

33. Álvaro Villaça Azevedo conceitua bem de família como sendo “um meio de garantir um asilo à
família, tornando-se o imóvel onde a mesma se instala domicílio impenhorável e inalienável,
enquanto forem vivos os cônjuges e até que os filhos completem sua maioridade”2.

1
https://www.migalhas.com.br/FamiliaeSucessoes/104,MI238163,21048-O+bem+de+familia+vazio, acesso em
16.09.2019.
2
AZEVEDO, Álvaro Villaça. Bem de Família. 3. ed. São Paulo: RT 2002, p. 93
34. Outro ponto que necessidade de reenquadramento jurídico do feito é a seguinte passagem no
acórdão guerreado:

“... Ainda que o zelador tenha declarado que se trataria da esposa do


executado, ele também afirmou que ela estaria residindo na
casa de sua filha em razão de uma obra pela qual o prédio
passava. A propósito, confira-se o auto de avaliação de fls.
465/466. Sem embargo, os fatos informados pelo zelador não
foram corroborados.” (Grifo nosso)

35. Ora, mas o presente fato (assumido como verdadeiro pelo próprio avaliador no Id.4c19c38)
de que o prédio estivesse passando por obras e por esta razão, até o fim da obra, a moradora
estivesse na casa da filha, desqualificaria a natureza do bem de moradia?

36. Ora, além de naturalmente as obras verificadas terem sido o motivo do avaliador não ter
encontrado gente em casa nas oportunidades anteriores em que se ativou até lá, o mesmo avaliador
do imóvel na oportunidade cumpriu a certidão se referindo à esposa do Agravante como moradora,
conforme abaixo (Id.4c19c38):

“... Retornei no dia 23/09/2021, quando fui atendido pelo zelador Luiz,
o qual afirmou que mora uma mulher no apartamento 24, porém ele
desconhece seu nome. Disse ser a esposa de Augusto César Todavia, pelo fato
do prédio estar passando por uma grande reforma no sistema de esgoto, todos
os proprietários foram notificados para deixarem os apartamentos até o fim da
obra. Luiz disse que a moradora está atualmente na casa de sua filha, no
bairro
Itaguá, até o fim da obra.

Certifico que, de fato, havia no momento da diligência um homem trabalhando


na garagem do prédio, fazendo escavação, numa obra que aparenta
realmente ser de esgoto.

Luiz informou que o apartamento penhorado possui dois quartos, sendo uma
suíte, sala cozinha e banheiro.

Certifico que, por se tratar de apartamento fechado no momento das


diligências, deixei de entrar no imóvel, procedendo à penhora apenas olhando
o condomínio por fora, e tomando como base pesquisas imobiliárias de imóveis
semelhantes na região.
Deixei de dar ciência à moradora (esposa de Augusto Cezar), por não tê-la
encontrado em nenhuma das diligências.” (Grifo nosso)

37. A este ponto, o Agravante observa que não vê mais outros meios de comprovar o bem
familiar impenhorável que não OS JÁ PRESENTES NOS AUTOS E JÁ PROCESSADOS EXPRESSAMENTE
NOS ACÓRDÃOS GUERREADOS, eis que a Ata da Assembleia Geral do Condomínio, realizada em
21/12/2021, na qual o Sr. Fernando Adorno Vassão Neto, sócio administrador do Condomínio é assim
qualificado, e a declaração assinada PELO MESMO OBSERVANDO CLARAMENTE A MORADIA DO
Agravante E DE SUA FAMÍLIA NO ÍMÓVEL, FORAM CORROBORADOS COM:

(i) faturas de energia do imóvel, emitidas pela Elektro Redes S.A. em nome
do Agravante;
(ii) faturas da Sky Serviços de Banda Larga Ltda., emitidas em nome da filha
do Executado, Srta. Anaya Tabata Mello Fidalgo (filha do Agravante,
conforme se comprova pelo Id. d8333d6);
(iii) Comprovantes de pagamento de condomínio em nome do Agravante, e
(iv) Assunção da moradia do Agravante e sua esposa pelo Oficial de Justiça
(Id.4c19c38)

38. Fica clara portanto a necessidade de reenquadramento jurídico dos fatos, eis que quanto a
todos os documentos carreados, o E. Tribunal assim concluiu no v. acórdão de Id. 728fd8d e no
acórdão integrativo de ED’s de Id. 9e3d9f5):

(v. acórdão de Id. 728fd8d)

Ocorre que, como bem salientou o Juízo de origem, contas de consumo de


serviços básicos e taxas condominiais constituem despesas comuns e regulares
de imóveis não habitados, de modo que constituem mero indício de que o
imóvel é utilizado como residência.
Somente na terceira tentativa, foi atendido pelo zelador do edifício, que
afirmou que uma mulher moraria no apartamento, da qual, no entanto, sequer
sabia o nome.

Ainda que o zelador tenha declarado que se trataria da esposa do executado,


ele também afirmou que ela estaria residindo na casa de sua filha em razão de
uma obra pela qual o prédio passava. A propósito, confira-se o auto de
avaliação de fls. 465/466.
(v. acórdão integrativo de ED’s de Id. 9e3d9f5 – parte referente ao tópico recorrido)

O expediente de fls. 610/611 cuida-se tão somente de cópia da ata da


assembleia geral extraordinária do condomínio do qual faz parte o imóvel
penhorado, que revela que o executado era seu síndico até 14/12/2021.

Sem embargo, esse fato não prova que o imóvel era utilizado como sua
residência.

Quanto à declaração de fl. 613, firmada pelo atual administrador do


condomínio, segundo a qual o executado e sua esposa residiriam no imóvel
penhorado, trata-se de documento unilateral, formalizado após o julgamento
do agravo de petição, razão pela qual não tem o condão de provar, de forma
cabal, que o imóvel é utilizado pela família do executado como residência.

39. Estes pontos, em conjunto com as outras tantas provas dos autos já é mais do que suficiente
para a comprovação do bem familiar impenhorável, tanto que os mais recentes julgados assim
efetuam o enquadramento jurídico dos fatos em situações semelhantíssimas.

"...razão assiste à embargante quanto à alegação de que o imóvel objeto do


auto de penhora constitui-se em bem de família, pois, de acordo com os
documentos colacionados com os embargos, tais como boletos de
condomínio, contas de concessionárias de serviços públicos e, inclusive, ação
de cobrança dos débitos condominiais cujos valores remontam aos idos de
2012, verifica-se que o referido imóvel é utilizado pela embargante para sua
moradia. Dessa forma, por constituir-se em bem de família, reconheço que o
imóvel de matrícula 75.733 é impenhorável, nos termos do art. 1º, da Lei
n.º 8.009/90. Cumpre destacar que o elevado valor do bem não constitui
óbice ao reconhecimento do bem de família, conforme já foi reconhecido
pelo C. TST nos autos do processo n.º 151700-84.2009.5.15.0092." Reitere-se
que o privilégio do crédito trabalhista não afasta a impenhorabilidade
do bem de família, uma vez que, ante a colisão entre os direitos em
discussão, é de dar-se proteção ao direito constitucional social de moradia
(CF, art. 6º), como o fez o legislador ordinário, ao dispor que a
impenhorabilidade do bem de família é oponível à execução trabalhista,
conforme art. 3º caput, da Lei nº 8.009/90. (TRT-2 00000745120125020261
SP, Relator: ALVARO ALVES NOGA, 17ª Turma - Cadeira 5, Data de
Publicação: 12/05/2022)

“EMBARGOS DE TERCEIROS. ÚNICO IMÓVEL DO DEVEDOR PARA MORADIA


DE SUAS FILHAS E EX-CÔNJUGE. BEM DE FAMÍLIA. IMPENHORABILIDADE. LEI
Nº 8.009/90. - Evidenciado nos autos que o ato constritivo judicial incidiu
sobre bem impenhorável, consubstanciado no único imóvel do devedor onde
residem suas filhas e ex-esposa, a penhora há de ser desconstituída.” (AP
0001315-54.2017.5.10.0102, Relator: Desembargador André Rodrigues
Pereira da Veiga Damasceno, Julgado em: 14/4/2020 e DEJT em 24/4/2020)

“... De modo igual, a conta de telefone e o comunicado do GDF às fls. 465 e


466, em nome dos sócios executados, também foram encaminhados para o
mesmo endereço do imóvel penhorado, corroborando com as alegações dos
agravados de que o bem é destinado as suas moradias.” (TRT-10 - AP:
00003084220135100013 DF, Data de Julgamento: 21/07/2021, Data de
Publicação: 28/07/2021)

40. Conforme se demonstrou acima, o ato constrição em questão é ato manifestamente ilegal e
inconstitucional, pois afronta o princípio da impenhorabilidade de bem de família, que é matéria de
ordem pública, e pode ser levantada em qualquer momento ou grau de jurisdição do processo, além
de trazer clara violação do Art. 1º, inciso “III” quanto ao direito fundamental e pétreo da dignidade da
pessoa humana, do inciso XXII do Artigo 5º, que reconhece o direito de propriedade como um direito
fundamental (calcificado pela Declaração Universal de Direitos Humanos, em seu Artigo 17), e do
direito social à moradia, previsto no artigo 6º, caput, da Carta Magna.

41. Mais do que suficiente portanto o provimento desta Revista sob o fulcro do artigo 896, “§ 2º”
da CLT.

42. Este posicionamento é pacífico no C. TST.

“AGRAVO DE INSTRUMENTO. PROCESSO DE EXECUÇÃO. EMBARGOS DE


TERCEIROS. IMPENHORABILIDADE. BEM DE FAMÍLIA. PROVA. MATÉRIA DE
ORDEM PÚBLICA. AFRONTA AO ART. 5.º, LIV E LV, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL.
CONFIGURADA. PROVIMENTO. Demonstrada a violação do art. 5.º, LIV e LV, da
Constituição Federal, merece provimento o Agravo de Instrumento. Agravo de
Instrumento provido. RECURSO DE REVISTA. PROCESSO DE EXECUÇÃO.
EMBARGOS DE TERCEIROS IMPENHORABILIDADE. BEM DE FAMÍLIA. PROVA.
MATÉRIA DE ORDEM PÚBLICA. AFRONTA AO ART. 5.º, LIV E LV, DA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL. CONFIGURADA. PROVIMENTO. É firme o
entendimento do STJ e desta Corte Trabalhista que a impenhorabilidade do
bem de família se constitui matéria de ordem pública, que pode ser arguida a
qualquer tempo até o fim da execução, independentemente do manejo dos
Embargos à Execução. Infere-se de tal raciocínio que a rejeição do pedido de
produção de prova formulado em sede de Embargos de Terceiros, para fins de
comprovação de enquadramento de imóvel residencial como bem de família,
bem como a não apreciação de documentos na fase recursal, por
intempestivos, vulnera o art. 5.º, LIV e LV, da Constituição Federal, na medida
em cerceia o direito da parte à ampla defesa. Recurso de Revista conhecido e
provido.” (TST - RR: 4507720115090002 450-77.2011.5.09.0002, Relator: Maria
de Assis Calsing, Data de Julgamento: 24/04/2013, 4ª Turma, Data de
Publicação: DEJT 26/04/2013)

“RECURSO DE REVISTA. EXECUÇÃO. BEM DE FAMÍLIA. MATÉRIA DE ORDEM


PÚBLICA. ARGUIÇÃO NA FASE DE EXECUÇÃO. A Lei nº 8.009/90 trata de
matéria de ordem pública, que garante a existência digna da família (art. 1º,
III, da CF/88) por meio de um patrimônio mínimo, principalmente quando se
considera o papel do Estado de preservar e promover o amparo e proteção da
família (art. 226 da CF/88). Essa proteção, segundo a jurisprudência
predominante dos Tribunais, pode ser invocada a qualquer tempo até a
arrematação, inclusive por meio de petição avulsa, sem necessariamente estar
vinculada aos embargos à execução, ou seja, o pedido pode ser apresentado
até mesmo após o prazo para os embargos à execução. A decisão do TRT, na
qual se concluiu ter ocorrido a preclusão quanto à arguição de
impenhorabilidade de bem de família, porque a matéria foi arguida em
embargos à execução não conhecidos por intempestivos, violou o conteúdo
normativo dos arts. 1º, III, e 226 da CF/88, os quais positivam princípios que
são mandados de otimização, que asseguram a garantia institucional do bem
de família na maior medida do possível, superpondo-se às restrições
processuais que, à primeira vista, afastariam o conhecimento da matéria.
Precedentes. Recurso de revista a que se dá provimento. (TST - RR:
3622420115150147, Relator: Kátia Magalhães Arruda, Data de Julgamento:
10/12/2014, 6ª Turma, Data de Publicação: DEJT 12/12/2014)
“RECURSO DE REVISTA. EXECUÇÃO. BEM DE FAMÍLIA. MATÉRIA DE ORDEM
PÚBLICA. ARGUIÇÃO NA FASE DE EXECUÇÃO. POSSIBILIDADE. A Lei
nº 8.009/90 trata de matéria de ordem pública, que garante a existência digna
da família por meio de um patrimônio mínimo, principalmente se
considerarmos o papel do Estado de preservar e promover o amparo e
proteção da família (art. 226 da CF/88). E essa proteção, segundo a
jurisprudência predominante dos Tribunais, pode ser arguida a qualquer tempo
até a arrematação, sem necessariamente estar vinculada aos embargos à
execução. Logo, a decisão do TRT que entende ter ocorrido a preclusão quanto
à arguição de impenhorabilidade de bem de família feita em petição avulsa,
concluindo serem os embargos à execução o meio processual adequado para
essa arguição, os quais não foram conhecidos por intempestivos, viola os
princípios do contraditório e da ampla defesa conferidos às partes.
Precedentes. Recurso de revista a que se dá provimento.” (Processo: RR - 4100-
47.1994.5.12.0002 Data de Julgamento: 25/09/2013, Relatora Ministra: Kátia
Magalhães Arruda, 6ª Turma, Data de Publicação: DEJT 27/09/2013)

43. A impossibilidade de penhora sobre bem com tal finalidade está expressa nos termos do
artigo 1º, da Lei nº 8.009/90, senão vejamos:

" O imóvel residencial próprio do casal, ou da entidade familiar, é


impenhorável e não responderá por qualquer tipo de dívida civil, comercial,
fiscal, previdenciária ou de outra natureza, contraída pelos cônjuges ou pelos
pais ou filhos que sejam seus proprietários e nele residam, salvo nas hipóteses
previstas nesta lei.
Parágrafo único. A impenhorabilidade compreende o imóvel sobre o qual se
assentam a construção, as plantações, as benfeitorias de qualquer natureza e
todos os equipamentos, inclusive os de uso profissional, ou móveis que
guarnecem a casa, desde que quitados".

44. Não obstante, importante reforçar que a impenhorabilidade do bem de família pode ser
alegada em qualquer processo de execução, seja civil, fiscal, previdenciária, trabalhista ou de
qualquer outra natureza, nos termos do artigo 3º, "caput", da mesma lei.
“Art. 3º A impenhorabilidade é oponível em qualquer processo de execução
civil, fiscal, previdenciária, trabalhista ou de outra natureza (...)”

45. Ora, o direito à moradia, reconhecido como direito fundamental no artigo 6º da CF/88, deve
ser encarado como matéria de ordem pública, bem como conjugado com o direito a créditos de
natureza alimentícia. Aliás, a melhor jurisprudência laboral já esclareceu que a natureza alimentar
dos créditos trabalhistas não constitui uma exceção à impenhorabilidade do bem de família, senão
vejamos:

“RECURSO DE REVISTA. PROCESSO DE EXECUÇÃO. PENHORA DE BEM DE


FAMÍLIA. Para os efeitos da impenhorabilidade de que trata a Lei n.º 8.009/90,
o artigo 5º do referido diploma legal exige que o bem indicado à penhora seja
o imóvel utilizado para moradia permanente. Assim, se que o agravante reside
no bem objeto da penhora, revela-se configurada a violação do artigo 6º da
Constituição da República, não se podendo, para os fins de caracterização de
bem de família, exigir-se da parte prova negativa de que não possui outros
bens utilizados como residência. Recurso de revista conhecido e provido.

É aplicável no processo do Trabalho a impenhorabilidade instituída pela Lei


n.º 8.009/90. Para os fins de caracterização de bem de família, revela-se
essencial que o imóvel seja residencial, isto é, que seja utilizado para
moradia permanente pelo casal ou entidade familiar, nos termos do artigo
5º da Lei n.º 8.009/90, sendo que não se pode exigir da parte agravante
prova negativa de que não possui outros bens utilizados como residência.
Ademais, não se está diante de quaisquer das hipóteses excludentes
previstas no art. 3º daquele diploma legal.

ACORDAM os Ministros da Primeira Turma do Tribunal Superior do


Trabalho, por unanimidade, dar provimento ao agravo de instrumento, para
determinar o processamento do recurso de revista. Acordam, ainda, por
unanimidade, julgando o recurso de revista, nos termos do artigo 897, § 7º, da
Consolidação das Leis do Trabalho, dele conhecer por violação do artigo 6º da
Constituição da República, e, no mérito, dar-lhe provimento para,
restabelecendo a sentença, determinar a liberação do imóvel de propriedade
do recorrente, com o consequente levantamento da penhora.

(TST - RR - 126240-75.1996.5.02.0072; 1ª Turma; Min Rel. Hugo Carlos


Scheuermann; Publicação: 24/02/2012)

“AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA. PROCESSO EM FASE DE


EXECUÇÃO DE SENTENÇA. PENHORA DE BEM DE FAMÍLIA. O Tribunal Regional
considerou que o bem de família pode ser objeto de constrição judicial para
pagamento de dívida trabalhista. Provável violação do artigo 5º, XXII, da
Constituição da República. Agravo de instrumento conhecido e provido para
melhor exame do recurso principal.

II - RECURSO DE REVISTA. PENHORA DE BEM DE FAMÍLIA. A penhora que recai


sobre único imóvel de propriedade da executada e que serve de moradia para
a entidade familiar ofende o direito à moradia garantido no art. 6º da
Constituição Federal. Recurso de revista conhecido por violação do artigo 6º da
Constituição Federal e provido.”

(TST, Relator: Alexandre de Souza Agra Belmonte, Data de Julgamento:


03/09/2014, 3ª Turma)

“BEM DE FAMÍLIA. CONFLITO DE DIREITOS. MORADIA X CRÉDITO


TRABALHISTA. O princípio da proporcionalidade, considerado o "princípio dos
princípios", recomenda ponderação na apreciação de conflito de valores
constitucionalmente protegidos, como no presente caso, moradia x crédito
trabalhista, ponderando-se sobre o interesse jurídico mais relevante no caso
concreto. Deve prevalecer, no caso ora posto, a moradia da família,
notadamente porque o legislador pretendeu proteger a residência da
entidade familiar, inclusive contra as consequências advindas dos negócios
mal empreendidos pelo chefe de família.”

(TRT-2 - AP: 00003060620135020301 SP 00003060620135020301 A28, Relator:


ÁLVARO ALVES NÔGA, Data de Julgamento: 01/10/2013, 17ª TURMA, Data de
Publicação: 09/10/2013)

“BEM DE FAMÍLIA. IMPENHORABILIDADE. CRÉDITO TRABALHISTA. A execução


trabalhista não foge à regra geral de que o bem de família é impenhorável, nos
termos da Lei nº 8.009/1990. A proteção legal é dirigida à família e não à
pessoa do devedor, estando em consonância com o disposto no art. 226, caput,
da Constituição Federal, que prescreve que a família, base da sociedade, tem
especial proteção do Estado. Recurso da executada a que se nega provimento.”

(TRT-24 - AP: 199200500624006 MS 00199-2005-006-24-00-6 (AP), Relator:


RICARDO G. M. ZANDONA, Data de Julgamento: 28/09/2006, Data de
Publicação: DO/MS Nº 6828 de 16/10/2006, pag.)

46. E nem que se argumente que a ausência do registro em cartório da condição de bem de
família do imóvel seja um óbice para o reconhecimento de sua natureza jurídica, haja vista que a
jurisprudência já é pacífica em sentido contrário:

“AGRAVO DE PETIÇÃO. CLÁUSULA DE IMPENHORABILIDADE. AUSÊNCIA


DE REGISTRO NA MATRÍCULA DO IMÓVEL. RECONHECIMENTO DO BEM
DE FAMÍLIA. O bem de família legal, instituído pela Lei 8009/90,
dispensa qualquer registro notarial. Referida exigência é devida apenas
quanto ao modo convencional de impenhorabilidade, nos termos
dispostos no artigo 1714 do Código Civil, o que não é o caso dos autos.
Agravo de petição do exequente ao qual se nega provimento.”

(TRT-2 - AP: 00205000420075020021 SP 00205000420075020021 A20,


Relator: SORAYA GALASSI LAMBERT, Data de Julgamento: 03/04/2014,
17ª TURMA, Data de Publicação: 11/04/2014)

47. Por fim, apenas observa-se que o fato da execução estar em trâmite desde 2007, não pode de
maneira nenhuma servir de supedâneo para a descaracterização do bem de família, por grave
violação da Constituição Federal, e nem tampouco relativizar esse princípio, conforme já foi decidido
recentemente por este Tribunal e pelo próprio STJ.

“BEM DE FAMÍLIA. IMÓVEL DE ALTO VALOR. RELATIVIZAÇÃO DA


IMPENHORABILIDADE. IMPOSSIBILIDADE. As exceções à impenhorabilidade,
encontram-se elencadas no artigo 3º da Lei nº 8.009/1990, no qual não há
qualquer restrição ao valor do imóvel ou a sua suntuosidade, razão pela qual se
o legislador não a contemplou como exceção, não compete ao intérprete fazê-lo.
Na hipótese, restou demonstrado que o bem guarnece a entidade familiar, razão
pela qual o imóvel é impenhorável.” (TRT02 – Proc. 0000854-89.2013.5.02.0314;
Rel. Alvaro Alves Nôga; 17ª Turma; Publicação: 02/02/2017)

“PROCESSO CIVIL. DIREITO CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. LEI N. 8009/1990.


IMPENHORABILIDADE DE BEM IMÓVEL DE LUXO. 1. A Lei nº 8.009/90 não
estabelece qualquer restrição à garantia do imóvel como bem de família no que
toca a seu valor nem prevê regimes jurídicos diversos em relação à
impenhorabilidade, descabendo ao intérprete fazer distinção onde a lei não o
fez. Precedentes. 2. agravo regimental não provido.” (STJ, Relator: Ministro LUIS
FELIPE SALOMÃO, Data de Julgamento: 20/11/2014, T4 - QUARTA TURMA).”

48. Por todo o exposto, requer o Agravante seja imediatamente reconsiderada a determinação do
v. acórdão de Agravo, assim como seu integrativo, para que se declare nula a penhora no imóvel em
questão, em razão da sua clara caracterização como bem de família, nos termos da Lei, e na esteira
DO REENQUADRAMENTO JURÍDICO CORRETO DOS FATOS E PROVAS ORIUNDAS DA VASTA
QUANTIDADE DE DOCUMENTOS JUNTADOS AOS AUTOS COMPROBATÓRIOS DO IMÓVEL SER A
EFETIVA RESIDÊNCIA DO AGRAVANTE E DE SUA FAMÍLIA.

V. CONCLUSÃO DAS RAZÕES DO AGRAVO DE INSTRUMENTO.

49. Diante das argumentações apresentadas, a parte agravante espera pelo conhecimento das
presentes razões do agravo de instrumento, com a reforma do despacho denegatório, para
determinar o regular processamento do recurso de revista e, na sequência, o julgamento meritório
da revista com o provimento das questões atacadas.

Termos que, pede deferimento.


São Paulo/SP, 15 de fevereiro de 2023.

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