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EXMA. SRA. DRA. MINISTRA VICE-PRESIDENTE DO C. TST – DORA MARIA DA COSTA.

REXT: 0001141-75.2017.5.08.0013

AILTON MORAES BORGES, já qualificado nos autos da Reclamação Trabalhista em


que contende com SAVEIROS CAMUYRANO SERVIÇOS MARÍTIMOS LTDA, vem por meio de seu
advogado infra-assinado (vide substabelecimento acostado aos autos em 24.05.2023), requerer à
V. Exa. que se digne determinar o CHAMAMENTO DO FEITO À ORDEM, para que seja reapreciada
a questão da admissibilidade do Recurso Extraordinário interposto pela ré, negando-o
seguimento, nos seguintes termos:

1. Compulsando os autos, observa-se que esta Ilustre Ministra determinou a


suspensão do feito, com o consequente sobrestamento do Recurso Extraordinário interposto pela
ré Saveiros Camuyrano Serviços Marítimos LTDA, até ulterior decisão do STF sobre a
constitucionalidade ou não do artigo 896-A, § 5º da CLT, já declarado inconstitucional pelo Pleno
desta Corte Superior Trabalhista.

2. Ocorre que tal discussão não se amolda ao caso presente, tendo em vista que o
Recurso Extraordinário interposto pela ré é plenamente descabido, ante o não esgotamento da
prestação jurisdicional perante este C. TST.

3. Isso porque, examinando o caso em tela, observa-se que o Exmo. Ministro Ives
Gandra da Silva Martins Filho, integrante da 4ª Turma deste C. TST, negou seguimento ao Agravo
de Instrumento em Recurso de Revista interposto pela ora recorrente, em decisão monocrática,
nos exatos termos dos artigos 932, IV, do CPC/2015, c/c 896, § 14, da CLT e 255, III, do
Regimento Interno do C. TST, ante a ausência de Transcendência.

4. Desta forma, era dever da Recorrente caberia a Recorrente, no caso de insurgência,


a interposição de AGRAVO INTERNO, buscando a manifestação colegiada sobre o Agravo de
Instrumento anteriormente posto, nos termos do artigo nos termos do artigo 261, § único do
Regimento Interno do C. TST c/c o artigo 1.021 do CPC.

5. No entanto, o recorrente em vez de buscar a manifestação colegiada sobre o tema,


interpôs o Recurso Extraordinário, o que torna descabido o citado recurso, pelo não esgotamento
da prestação jurisdicional perante o TST.

6. Neste sentido é o artigo 102, III da CF/88 quando destaca a competência da


Colenda Corte Suprema:

Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da


Constituição, cabendo-lhe:
III. julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou
última instância, quando a decisão recorrida:

7. Vale destacar ainda o teor da súmula 281 do C. STF que versa sobre o tema da
seguinte maneira:

É INADMISSÍVEL O RECURSO EXTRAORDINÁRIO, QUANDO COUBER NA JUSTIÇA DE


ORIGEM, RECURSO ORDINÁRIO DA DECISÃO IMPUGNADA.

8. Vale inclusive sobrepujar o pronunciamento do STF no julgamento do AG.REG. NO


RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.225.955, de relatoria da Exma. Ministra Rosa Weber,
em 27 de setembro de 2019:

Ademais, tal como já consignado, o recurso extraordinário foi interposto contra


decisão monocrática. Nesse contexto, o entendimento expressado na decisão ora
impugnada reflete a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal na matéria,
razão pela qual não há falar em afronta aos preceitos constitucionais invocados
no recurso, nos termos da decisão que desafiou o agravo. Nesse sentido, além dos
precedentes citados na decisão impugnada, cito:
“AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO NO RECURSO
EXTRAORDINÁRIO. DECISÃO MONOCRÁTICA DO STJ. ESGOTAMENTO DAS VIAS
ORDINÁRIAS. NÃO OCORRÊNCIA. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 281/STF. AGRAVO
DESPROVIDO. 1. Cumpre ao recorrente esgotar todos os recursos ordinários
cabíveis nas instâncias ordinárias. No caso, o Recurso Extraordinário foi
interposto contra decisão monocrática proferida pelo Min. REYNALDO SOARES DA
FONSECA, do Superior Tribunal de Justiça, nos autos do RESP 1.334.254/BA, o que
atrai o óbice descrito na Súmula 281/STF (É inadmissível o recurso extraordinário,
quando couber na Justiça de origem, recurso ordinário da decisão impugnada). 2.
Agravo regimental a que se nega provimento” (ARE 113708-AGR, Rel. Min.
Alexandre de Moraes, 1ª Turma, DJe 01.8.2018).

9. Cumpre ainda destacar que se trata de erro grosseiro, o que torna, inaplicável a
aplicação “eventualmente” do princípio da fungibilidade.

10. Desta forma, sendo completamente incabível o Recurso Extraordinário interposto


pela reclamada, ante o não esgotamento das instâncias ordinárias sobre o tema, tendo em vista a
não apresentação de Agravo Interno apto a buscar o pronunciamento colegiado da 4ª Turma do C.
TST, requer seja determinado o CHAMAMENTO DO FEITO À ORDEM, a fim de que seja
reapreciada a questão da admissibilidade do Recurso Extraordinário interposto pela ré, negando-o
seguimento.

P. Deferimento

Rio de Janeiro, 24 de maio de 2023

RENATO DUARTE DOS PASSOS FILHO


OAB-SP 455.269

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