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Faculdade Integrado de Campo Mourão – PR

Estágio Simulado de Prática de Processo Penal I

ATIVIDADE Nº 07
PEÇA: REVISÃO CRIMINAL

ACADÊMICO: RENAN CESAR MASCARI R.A 11.1170-7


PROFESSOR: RAMONN LUIZ SILVA DOMINGUES

Critérios para Avaliação da peça:


ITENS AVALIADOS PERCENTUAL CRÉDITO
ATRIBUÍDO ATRIBUÍDO
AO ALUNO

Conteúdo Jurídico

Correção Gramatical

Técnica/Estilo
Forense/Clareza das
ideias

Participação sala de
aula

Total dos Créditos

________________________
Visto do Professor
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE
DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO “...”.

CRISTIANO ARAÚJO, nacionalidade, estado civil, profissão, portador do


RG nº “...”, inscrito no CPF nº (...), residente e domiciliado “...”, município de “...”,
Estado do “...”, vem através de seu Advogado regularmente constituído com procuração
em anexo, com informações no cabeçalho onde recebe intimações, inconformado com o
acórdão, emanado do Egrégio Tribunal de Justiça do estado de “...”, já transitado em
julgado (certidão anexa) vem respeitosamente perante Vossa Excelência com fulcro no
artigo 621, inciso I, do Código de Processo Penal, propor:
AÇÃO DE REVISÃO CRIMINAL, em virtude dos fatos aduzidos a seguir:

I) DOS FATOS
O Indiciado está sendo processado por ter apropriado ilicitamente de um
veiculo de sua amiga Maria da Penha. Segundo testemunhas Maria supostamente seria
tutelada de Cristiano, fato este que foi negado pelo Indiciado no depoimento, onde o
mesmo é apenas um amigo da família e considera a jovem como um familiar devido à
aproximação e amizade.
Na instrução processual Cristiano negou a apropriação do veiculo, pois o
carro sempre foi seu e Maria usava o veículo do Indiciado frequentemente.
Ainda as autoridades ouviram as testemunhas que não conseguiram afirmar a
veracidade dos fatos e quem relatou proprietário do veiculo, somente disseram que às
vezes viam o carro na garagem de Maria.
Na fase de instrução Cristiano apresentou o documento do veículo que estava
em seu nome, porem o documento estava vencido. Já Maria na fase processual prestou
depoimento e disse que Cristiano sempre foi um mentor intelectual e que o carro era
utilizado por ela com a autorização de Cristiano e achava que o automóvel seria um
presente de Cristiano onde era usado por ambos.
Após encerrar instrução processual o M.M Juízo proferiu sentença
condenando o Réu Cristiano a pena 4 anos e 2 meses de reclusão, no regime semiaberto.
Neste contexto foi apresentado recurso de apelação onde o Tribunal de Justiça
por maioria de votos julgou o recurso, e após ingressar com recurso de embargos
infringentes, também não teve êxito e a decisão transitou em julgado, motivo este que
apresento a presente peça.

II) DO DIREITO
Como é notório para uma condenação é necessário estar certo da pratica do
delito bem como da tipicidade da conduta imputada.
Cristiano está sendo condenado por ter praticado o crime de apropriação
indébita cujo texto esta no artigo 168 do Código Penal Brasileiro.

Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a


detenção:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Aumento de pena
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, quando o agente recebeu a
coisa:
I - em depósito necessário;
II - na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante,
testamenteiro ou depositário judicial;
III - em razão de ofício, emprego ou profissão.

Neste sentido o Juízo deveria analisar que a sanção penal aplicada ao Réu
deveria ser a última medida, visto que não existem provas verídicas de que Cristiano se
apropriou do veiculo ilicitamente.
Ainda pode se afirmar que o objeto fruto da apropriação pertence a outrem
não tornando exigência necessária para caracterizar o delito. Ainda através da instrução
Cristiano apresentou o documento do veiculo que esta em seu nome, ficando claro que o
carro é seu, motivo este que não do que contrariar ou ser questionado pela Autoridade
Judicial. Como pode se observar as próprias testemunhas que foram ouvidas perante o
Juízo não sabiam afirmar quem era o legitimo proprietário do veiculo e em nenhum
momento elas mencionaram que Maria era a dona do veiculo, somente disseram que viam
o caro ocasionalmente na garagem da casa de Maria.
Levando em consideração o próprio depoimento da suposta vitima observa se
que a mesma não afirmou que o veiculo era dela, e muito menos ela disse que o Réu se
apropriou de seu carro sem a sua autorização, provando de fato que Cristiano não
cometeu crime algum. Vale lembrar também de que Maria disse que imagina que teria
ganhado o carro de seu amigo, mas não sabia afirmar se realmente foi presenteada.
Neste contexto fica claro que o Indiciado não cometeu ilícito algum não tendo
razão de ser condenado, devendo ser absolvido conforme artigo 386, inciso III do Código
de Processo Penal.
Sabe se ainda que o Réu nunca fosse tutor de Maria, pois era um amigo
intimo da família e sempre ficava por perto dando suporte em alguma necessidade,
motivo este que não haver argumentos para que a pena de Cristiano fosse aumentada e
justificada com o inciso II do artigo 168 do Código Penal, onde merece peremptório
afastamento, influenciando, inclusive, no regime de cumprimento de pena, nos termos do
artigo 33 do Código Penal.
O artigo 630 do Código de Processo Penal garante que aquele que de forma
injusta, improcedente for condenado criminalmente, deverá ser indenizado e reparado
pelo dano, devendo receber de forma que sirva de exemplo para as autoridades a
responsabilidade e a crueldade de condenar um cidadão inocente que não cometeu crime
algum.
Segundo o conceituado Jurista José Joaquim Gomes Canotilho entendem que
o erro na aplicação da pena e condenação indevida configura se danos morais e
indenização.
‘Entende-se hoje que o cidadão inocente, após sua reabilitação
em processo de revisão, tem verdadeiro direito subjetivo à
reparação dos danos. A reparação dos erros judiciários
configura-se como responsabilidade por atos lícitos. A
inocência, posteriormente demonstrada, virá revelar, sim, um
sacrifício individual e grave, absolutamente inexigível sem
compensação. A culpa do condenado torna legítimo o exercício
do jus puniendi e isentará o Estado do dever de qualquer
prestação ressarcitória, a sua inocência não perturba a
legitimidade do ato jurisdicional, mas torna obrigatória a
atribuição ao lesado ou herdeiros de uma justa indenização··.

Portanto fica claro que Cristiano não cometeu o crime de apropriação indébita
em face de Maria, pedindo que Vossa Excelência indenize o Indiciado cujo montante seja
atribuído de forma que venha reparar pela medida de que foi condenado erroneamente.

III) DOS PEDIDOS

Diante do exposto e com fundamento no artigo 621, I do Código de Processo


Penal, pede a revisão da decisão impugnada, para que se absolva o revisionando, por ser
medida da mais Inteira justiça;
Ainda caso Vossas Excelências assim não entenderem pede o afastamento da
causa de aumento de pena capitulada no §1º, inciso II do artigo 168 do Código Penal, por
sua patente incongruência, ajustando-se o regime de cumprimento de pena para o aberto,
nos termos do artigo 33, §2º, alínea “c” do Código Penal;
Para tanto pede ainda a oitiva da douta procuradoria de justiça em
observância do custus legis e reconhecimento da justa indenização pelo erro judiciário
apresentado, nos termos do artigo 630 do Código de Processo Penal.

Termos em que,
Pede-se e espera deferimento.
Campo Mourão, 02 de Outubro de 2015.

___________________________________________________________
RENAN CESAR MASCARI OAB/PR 111.1707

ROL DE DOCUMENTOS:
 - Acórdão
 - Copia
 - Rol de Testemunhas
PROCURAÇÃO

OUTORGANTE: CRISTIANO ARAÚJO, nacionalidade, estado civil, profissão,


portador do RG nº “...”, inscrito no CPF nº (...), residente e domiciliado “...”, município
de “...”, Estado do “...”,.

OUTORGADO: RENAN CESAR MASCARI, brasileiro, solteiro, advogado, inscrito


na Ordem dos Advogados do Brasil, Seção do Estado do Paraná, sob o numero 111170-7,
com escritório na Rua São Paulo 253, Jardim Primavera, Araruna-Pr, CEP 87260-000.

PODERES: Todos os poderes para que o OUTORGADO proceda à defesa dos legítimos
interesses do OUTORGANTE em Juízo ou fora dele, em qualquer instancia ou Tribunal,
representando-a em quaisquer Repartições Publicas Federais, Estaduais ou Municipais,
podendo propor, acompanhar ou variar de ações, outorgando para tanto, os poderes das
clausulas AD JUDICIA e EXTRA JUDICIA, bem como os especiais para requerer
certidões, requisitar processos, devidos ao OUTORGANTE, dar quitação, concordar,
transigir desistir, declarar pobreza, substabelecer, com ou sem reserva de poderes,
produzir, e reaver e requisitar documentos, enfim, praticar todos os atos que forem
necessários e em direito permitido para o fiel cumprimento da presente “REVISÃO
CRIMINAL”.

Campo Mourão, 02 de Outubro de 2015.

____________________________________________________________
CRISTIANO ARAÚJO

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