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EXMO. SR. DR.

DESEMBARGADOR RELATOR DA 2ª CÂMARA


CRIMINAL DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO
PAULO/SP

Patrícia Goulart de Bragança e Junqueira, já devidamente qualificada nos

autos do processo criminal em epígrafe, vem, por intermédio de seus

advogados já devidamente constituídos (procuração em anexo), titular do

endereço eletrônico..., onde recebem as intimações e notificações de estilo,

respeitosamente, perante Vossa Excelência, apresentar, dentro do prazo legal,

com base e fundamento no Art. 105, III, a da CF/88, bem como no artigo 1.029

do Novo Código de Processo Civil, interpor o presente;

RECURSO ESPECIAL

por não se conformar, com a devida “vênia”, com o V. Acórdão de fls. ...,
pelas razões de fato e de direito em anexo expostas, requer seja o presente
recurso submetido a julgamento perante o Egrégio Superior Tribunal de Justiça.

Nestes termos,
Pede deferimento.
São Paulo, 07 de julho de 2017.

Advogado
OAB/SP
RAZÕES DE RECURSO ESPECIAL

RECORRENTE: Patrícia Goulart de Bragança e Junqueira

RECORRIDO: Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo

COLENDO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

EGRÉGIA TURMA,

NOBRES E CULTOS MINISTROS,

ILUSTRES MINISTROS RELATOR E REVISOR

DOS FATOS

A recorrente interpôs um Recurso em Sentido Estrito, contudo o E. TJSP

não conheceu do Recurso, alegando a falta de preparo, sem se manifestar sobre

seu conhecimento por parte do juízo de primeira instância.

Diante da tal decisão, a recorrente imediatamente opôs Embargos de

Declaração, visando o esclarecimento desta contradição e o conhecimento e

provimento dos Embargos, entretanto os Embargos foram rejeitados.

O referido Acórdão da 2ª Câmara Criminal do E. Tribunal de Justiça do

Estado de São Paulo foi assim lavrado, vejamos:

EMENTA: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – RECURSO EM

SENTIDO ESTRITO – AUSÊNCIA DE CONTRADIÇÃO

QUANTO AO NÃO CONHECIMENTO DE RECURSO POR

FALTA DE PREPARO - O cumprimento da obrigação prevista


no art. 806, §2º, CPP (preparo), deve se dar anteriormente à

interposição do recurso, sob pena de deserção, conforme as

disposições das normas processuais penais e cíveis aplicáveis

ao caso – EMBARGOS NÃO ACOLHIDOS.

DO DIREITO

Diante dos fatos, verifica-se a ofensa aos artigos 1.022, II, art. 489, § 1º, IV, ambos do

NCPC/2015.

Todavia, não tendo sido acolhidos os embargos de declaração, acabou-se

infringindo os arts. 1022, II e 489, § 1º, IV do NCPC/2015, que assim estão dispostos:

Art. 1.022. Cabem embargos de declaração contra qualquer

decisão judicial para:

I - esclarecer obscuridade ou eliminar contradição;

II - suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se

pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento;

III - corrigir erro material.

Parágrafo único. Considera-se omissa a decisão que:

I - deixe de se manifestar sobre tese firmada em julgamento de

casos repetitivos ou em incidente de assunção de competência

aplicável ao caso sob julgamento;

II - incorra em qualquer das condutas descritas no art. 489, § 1o.

Art. 489. São elementos essenciais da sentença:

I - o relatório, que conterá os nomes das partes, a identificação

do caso, com a suma do pedido e da contestação, e o registro

das principais ocorrências havidas no andamento do processo;


II - os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato

e de direito;

III - o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões principais

que as partes lhe submeterem.

§ 1º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial,

seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que:

I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato

normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão

decidida;

II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o

motivo concreto de sua incidência no caso;

III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer

outra decisão;

IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo

capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo

julgador;

V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula,

sem identificar seus fundamentos determinantes nem

demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles

fundamentos;

VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou

precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de

distinção no caso em julgamento ou a superação do

entendimento.
Ademais, é sabido que um dos requisitos fundamentais para o cabimento

desses recursos é a necessidade de pré-questionamento da matéria de Direito.

O referido Acórdão da 2ª Câmara Criminal do E. Tribunal de Justiça do

Estado de São Paulo foi assim lavrado, vejamos:

EMENTA: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – RECURSO EM

SENTIDO ESTRITO – AUSÊNCIA DE CONTRADIÇÃO

QUANTO AO NÃO CONHECIMENTO DE RECURSO POR

FALTA DE PREPARO - O cumprimento da obrigação prevista

no art. 806, §2º, CPP (preparo), deve se dar anteriormente à

interposição do recurso, sob pena de deserção, conforme as

disposições das normas processuais penais e cíveis aplicáveis

ao caso – EMBARGOS NÃO ACOLHIDOS.

Contudo, vejamos a divergência do V. Acórdão, diante o entendimento

dos Tribunais Superiores:

PENAL E PROCESSO PENAL. RECURSO EM HABEAS

CORPUS. 1. AÇÃO PENAL PRIVADA. EXTINÇÃO DA

PUNIBILIDADE PELA PEREMPÇÃO. AUSÊNCIA DE

PROPOSTA DE SUSPENSÃO CONDICIONAL DO

PROCESSO. TEMAS NÃO ANALISADOS NA ORIGEM.

SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. 2. APELAÇÃO NÃO

CONHECIDA. RECURSO CONSIDERADO DESERTO.

AUSÊNCIA DE PREPARO. ART. 806, §2º, DO CPP.

NECESSIDADE DE INTIMAÇÃO PARA

RECOLHIMENTO. PRECEDENTES DO STJ. 3. RECURSO

CONHECIDO EM PARTE E, NESSA PARTE, PROVIDO.

[...] 2. A Corte local denegou a ordem no prévio mandamus, por

considerar correto o não conhecimento do recurso pela Turma


Recursal, com fundamento no art. 806, §2º, do CPP. Porém, a

jurisprudência do STJ pacificou o entendimento no sentido de

que “a deserção do recurso em ação penal privada não decorre da

mera ausência de recolhimento das custas devidas, devendo ser

oportunizada ao recorrente a efetivação do preparo. Precedentes”

(REsp 1416920/GO, Rel. Ministro Sebastião Reis Júnior, Sexta

Turma, julgado em 05/05/2015, DJe 14/05/2015). Assim, tendo

o recorrente recolhido o preparo após a intimação, inviável

julgar deserto o recurso na hipótese dos autos. 3. Recurso em

habeas corpus parcialmente conhecido, para, nesta parte, dar-lhe

provimento, determinado o retorno dos autos à Turma Recursal,

para julgamento do recurso interposto pelo querelado. (RHC. N.

74.327/RS, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA

FONSECA, Quinta Turma, DJe 10/2/2017.

No Processo Penal, a falta do pagamento das custas processuais pode ser

verificada de 2 (duas) formas: a) pelo prazo fixado em lei; ou b) no prazo

designado pelo juiz. 

Logo, não se pode punir a recorrente (com o não conhecimento do

recurso), por falha cometida pelo juízo a quo, inclusive este é o entendimento

majoritário do Egrégio Superior Tribunal de Justiça.

DOS PEDIDOS

Face ao exposto, e tendo sido atendidos todos os requisitos de

admissibilidade recursal, requer a recorrente:

a) seja recebido, processado e admitido o presente Recurso Especial;


b) seja intimada a recorrida, para, querendo, apresentar sua resposta, no

prazo previsto em lei;

c) seja dado provimento ao presente recurso especial, determinando-se a

NULIDADE do acórdão por falta de fundamentação e a não apreciação de

todos os argumentos com base nos fundamentos acima aludidos, por ser

matéria de D I R E I T O e J U S T I Ç A.

Nestes termos,
Pede deferimento.
São Paulo, 07 de julho de 2017.

Advogado
OAB/SP

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