Você está na página 1de 5

Poder Judiciário

Justiça do Trabalho
Tribunal Superior do Trabalho

PROCESSO Nº TST-AIRR - 1145-45.2017.5.05.0030

Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 10051439812B896421.
Agravante e Agravado : RITA DE CASSIA NUNES DA SILVEIRA
Advogado: Dr. Pablo Domingues Ferreira de Castro
Advogado: Dr. Lorena Matos Gama
Agravante e Agravado : BANCO BRADESCO S.A. E OUTRO
Advogado: Dr. Tatiana Mota Nunes
Advogado: Dr. Mozart Victor Russomano Neto
Advogado: Dr. Tathianna Malaquias Chiacchiaretta
Advogada: Dra. Maria Carolina Almeida Ribeiro de Miranda
Advogado: Dr. Vanessa Amorim Lins Goes
Advogado: Dr. Francisco Jose Caramela Aires

GMMHM\cgo

DECISÃO

Insurgem-se as partes agravantes em face da decisão do TRT que


denegou seguimento aos seus recursos de revista. Sustentam, em síntese, que o seus
apelos trancados reúnem condições de admissibilidade.
Dispensada a remessa ao douto MPT (art. 95, § 2°, do RITST).
Examino.
Com efeito, as vias recursais extraordinárias para os tribunais
superiores são restritas e não traduzem terceiro grau de jurisdição. Busca-se,
efetivamente, assegurar a imperatividade da ordem jurídica constitucional e federal,
visando à uniformização da jurisprudência no País.
Tratando-se de recurso de revista, a admissibilidade do apelo só
tem pertinência nas estritas hipóteses jurídicas do art. 896, “a”, “b” e “c”, da CLT,
respeitados os limites rigorosos dos parágrafos 2º, 7º e 9º do mesmo artigo. Pertinência
das Súmulas 266, 333 e 442 do TST.
Análise conjunta dos agravos de instrumento.
Eis os termos da decisão agravada:

“Recurso de: BANCO BRADESCO S.A.


[...]
PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS
Considerando o disposto no art. 896-A, § 6º, da CLT (inserido pela Lei
13.467/17), o juízo de admissibilidade deste Recurso de Revista se limita à

Firmado por assinatura digital em 21/03/2023 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP 2.200-2/2001, que
instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.
Poder Judiciário fls.2
Justiça do Trabalho
Tribunal Superior do Trabalho

PROCESSO Nº TST-AIRR - 1145-45.2017.5.05.0030

Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 10051439812B896421.
análise dos pressupostos intrínsecos e extrínsecos, não abrangendo o critério
da transcendência das questões nele veiculadas.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL E DO TRABALHO / JURISDIÇÃO E
COMPETÊNCIA.
Alegação(ões):
Com relação a todas as alegações contidas neste tópico, registre-se que
os fundamentos revelados no Provimento Jurisdicional impugnado estão em
sintonia com a atual jurisprudência da mais Alta Corte Trabalhista,
principalmente quando traduz o entendimento da SDI-I, como se vê no
seguinte precedente:
EMBARGOS DO RECLAMANTE. INTERPOSIÇÃO SOB A ÉGIDE DA LEI
13.015/2014. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. AÇÃO AJUIZADA APENAS
CONTRA A EMPREGADORA. PEDIDO DE RECOLHIMENTO DE CONTRIBUIÇÕES PARA A
ENTIDADE DE PREVIDÊNCIA PRIVADA EM DECORRÊNCIA DAS VERBAS DEFERIDAS NA
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA. ENTENDIMENTO ESPOSADO PELO STF NOS RECURSOS
EXTRAORDINÁRIOS 586.453 E 583.050. INAPLICABILIDADE. A jurisprudência
prevalente no âmbito desta Subseção é no sentido de que a Justiça do Trabalho é
competente para o julgamento do pedido de recolhimento pelo empregador de
contribuições para a entidade de previdência privada em decorrência das parcelas
salariais deferidas em reclamação trabalhista, não sendo aplicável à hipótese o
entendimento esposado pelo STF no julgamento dos Recursos Extraordinários
586.453 e 583.050. Precedentes. Recurso de embargos conhecido e provido, no
tema. (E-ED-RR - 1359-35.2014.5.03.0050, Relator Ministro: Hugo Carlos
Scheuermann, Data de Julgamento: 23/11/2017, Subseção I Especializada em
Dissídios Individuais, Data de Publicação: DEJT 01/12/2017)
A revisão do Julgado em sede de Recurso de Revista mostra-se inviável,
sob quaisquer alegações, inclusive por dissenso pretoriano, consoante regra
do art. 896, §7º, da CLT e o teor da Súmula nº 333 do TST.
Verifica-se que o entendimento da Turma Regional não traduz possível
violação dos dispositivos invocados, inviabilizando a admissibilidade do
Recurso de Revista.
REMUNERAÇÃO, VERBAS INDENIZATÓRIAS E BENEFÍCIOS.
Alegação(ões):
FÉRIAS - ACRÉSCIMO DE 5 DIAS A CADA DECÊNIO
Com relação a este tópico, a insurgência se encontra desfundamentada,
porquanto a Parte Recorrente, muito embora se mostre insatisfeita com o
julgamento, limitou-se a discorrer acerca das razões de sua insurgência e a
propugnar a sua reforma, sem "indicar, de forma explícita e fundamentada,
contrariedade a dispositivo de lei, súmula ou orientação jurisprudencial do
Tribunal Superior do Trabalho que conflite com a decisão regional".
Não observou quaisquer dos pressupostos endógenos de
admissibilidade do apelo, tornando-o absolutamente desfundamentado, à luz
da precisa exegese do art. 896, §1º-A, II, da CLT.
CONCLUSÃO
DENEGO seguimento ao Recurso de Revista.
Recurso de: RITA DE CASSIA NUNES DA SILVEIRA

Firmado por assinatura digital em 21/03/2023 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP 2.200-2/2001, que
instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.
Poder Judiciário fls.3
Justiça do Trabalho
Tribunal Superior do Trabalho

PROCESSO Nº TST-AIRR - 1145-45.2017.5.05.0030

Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 10051439812B896421.
[...]
PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS
Considerando o disposto no art. 896-A, § 6º, da CLT (inserido pela Lei
13.467/17), o juízo de admissibilidade deste Recurso de Revista se limita à
análise dos pressupostos intrínsecos e extrínsecos, não abrangendo o critério
da transcendência das questões nele veiculadas.
REMUNERAÇÃO, VERBAS INDENIZATÓRIAS E BENEFÍCIOS /
GRATIFICAÇÃO / OUTRAS GRATIFICAÇÕES.
Alegação(ões):
Cabe salientar, inicialmente, que foram cumpridos os ditames inseridos
pela Lei nº 13.015/2014, no que se refere à uniformização de jurisprudência
no âmbito deste Tribunal Regional do Trabalho, conforme se infere da
Súmula TRT5 nº 49:
GRATIFICAÇÃO DE BALANÇO. ALTERAÇÃO DO PERCENTUAL DA PARTICIPAÇÃO
NOS LUCROS QUANDO DA PRIVATIZAÇÃO DO BANEB. VALIDADE DA CLÁUSULA
MODIFICADORA. I. A alteração contratual ocorrida no processo de privatização do
Banco BANEB, que implicou em redução do percentual utilizado para
quantificação da participação nos lucros de 20% para 1%, é dotada de licitude e
validade. II. A redução do valor desse percentual não contraria a Súmula 51, I, do
TST, tampouco o art. 468 da CLT, pois, além de assegurar a garantia dos postos de
trabalho dos empregados do Banco sucedido, não implicou em redução
remuneratória, já que nada era pago a título de participação nos lucros
anteriormente, não se justificando a invalidação da alteração no percentual
relativo ao cálculo da vantagem.
Com relação a todas as alegações contidas neste tópico, registre-se que
os fundamentos revelados no Provimento Jurisdicional impugnado estão em
sintonia com a atual jurisprudência da mais Alta Corte Trabalhista, como se vê
no seguinte precedente:
"(...) ALTERAÇÃO NO CRITÉRIO DE CÁLCULO DA GRATIFICAÇÃO DE BALANÇO.
PRIVATIZAÇÃO DO BANEB. REDUÇÃO DO PERCENTUAL DE 20% PARA 1%. A
jurisprudência desta Corte Superior entende pela licitude da alteração relativa ao
percentual da gratificação de balanço, face à necessária integração dos
empregados do banco sucedido à nova realidade econômica e administrativa do
banco sucessor e à inexistência de efetiva redução salarial. Precedentes. Embargos
conhecidos e providos, no tema. MULTA. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
PROTELATÓRIOS. 1. A egrégia Turma reputou procrastinatórios os segundos
embargos de declaração manegados pelo reclamado que, a pretexto de sanarem
omissão, pretenderiam, exclusivamente, rechaçar as motivações que ditaram o
convencimento do órgão judicante. 2 . O aresto paradigma, ao partir da premissa
de que não se cogita de intuito protelatório na conduta da parte que visa a melhor
definir quadro fático e jurídico que se lhe revelou desfavorável, invariavelmente
discrepa das circunstâncias fáticas que ensejaram conclusão da egrégia Turma.
Óbice da Súmula 296/TST. Embargos não conhecidos, no tema"
(E-ED-RR-125100-93.2005.5.05.0011, Subseção I Especializada em Dissídios
Individuais, Relator Ministro Hugo Carlos Scheuermann, DEJT 15/05/2015)."
CONCLUSÃO

Firmado por assinatura digital em 21/03/2023 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP 2.200-2/2001, que
instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.
Poder Judiciário fls.4
Justiça do Trabalho
Tribunal Superior do Trabalho

PROCESSO Nº TST-AIRR - 1145-45.2017.5.05.0030

Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 10051439812B896421.
DENEGO seguimento aos DOIS Recursos de Revista”.

No caso vertente, observa-se que as partes agravantes não


obtiveram êxito em desconstituir os fundamentos da decisão ora agravada, razão pela
qual adoto tais fundamentos como razões de decidir.
Cumpre salientar que a jurisprudência do Supremo Tribunal
Federal admite a denominada fundamentação "per relationem", técnica pela qual se faz
referência ou remissão às alegações de uma das partes, a precedente ou a decisão
anterior nos autos do mesmo processo, porquanto atende a exigência constitucional da
fundamentação das decisões judiciais (art. 93, IX, da CF/88).
Nesse mesmo sentido, cito os seguintes precedentes do STF: HC
130860 AgR, Relator Ministro Alexandre de Moraes, Primeira Turma, DJe-247 de
27/10/2017; HC 142435 AgR, Relator Ministro Dias Toffoli, Segunda Turma, DJe-139 de
26/6/2017; RHC 120351 AgR, Relator Ministro Celso de Mello, Segunda Turma, DJe-091
de 15/05/2015 PUBLIC 18-05-2015 e MS 28160, Relatora Ministra. Rosa Weber,
Tribunal Pleno, DJe-207 de 17/10/2013.
Frise-se, ainda, que o Supremo Tribunal Federal, ao examinar o
Tema 339, concluiu que o art. 93, IX, da Constituição Federal exige que o acórdão ou a
decisão sejam fundamentados, ainda que sucintamente, sem determinar, contudo, o
exame pormenorizado de cada uma das alegações da parte.
Assim, incólumes os dispositivos legais e constitucionais
invocados.
Registre-se, ainda, que as partes recorrentes apresentaram
divergência jurisprudencial para calcar os recursos de revista, contudo no que diz
respeito ao conhecimento do recurso de revista por divergência jurisprudencial,
também não é bastante a reprodução de arestos com que se pretende demonstrar
divergência jurisprudencial. Com efeito, além dos requisitos do art. 896, § 1º-A, da CLT, a
parte deve cumprir o art. 896, § 8º, da CLT, no sentido de "produzir prova da divergência
jurisprudencial, mediante certidão, cópia ou citação do repositório de jurisprudência, oficial
ou credenciado, inclusive em mídia eletrônica, em que houver sido publicada a decisão
divergente, ou ainda pela reprodução de julgado disponível na internet, com indicação da
respectiva fonte, mencionando, em qualquer caso, as circunstâncias que identifiquem ou
assemelhem os casos confrontados" (Súmula 337 do TST). Ou seja, incumbe à parte
efetuar o cotejo analítico da decisão recorrida com a decisão paradigma, de forma a
demonstrar que há dissenso interpretativo nas normas que regem uma mesma
Firmado por assinatura digital em 21/03/2023 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP 2.200-2/2001, que
instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.
Poder Judiciário fls.5
Justiça do Trabalho
Tribunal Superior do Trabalho

PROCESSO Nº TST-AIRR - 1145-45.2017.5.05.0030

Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 10051439812B896421.
situação.
Por fim, registre-se, por oportuno, que a oposição de embargos
de declaração ou a interposição de recurso está passível de penalidade, se constatado o
caráter manifestamente protelatório da medida, a teor dos arts. 1.026, § 2º, do CPC e
793-B, VII, e 793-C da CLT, respectivamente.

CONCLUSÃO:
Ante o exposto, com fundamento nos arts. 932, III e IV, c/c 1.011,
I, do CPC/2015 e 118, X, do RITST, nego seguimento aos agravos de instrumento.
Publique-se.
Brasília, 21 de março de 2023.

Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)

MARIA HELENA MALLMANN


Ministra Relatora

Firmado por assinatura digital em 21/03/2023 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP 2.200-2/2001, que
instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.

Você também pode gostar